Switch Mode

Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 362

Fora (1)

O local de nascimento de Dion Lindsay foi o Baronato Diaz, na parte central do continente. Desde pequeno, ele demonstrou um talento extraordinário com a espada. Por isso, seus pais depositaram grandes esperanças nele.

Eles acreditavam que ele restauraria a honra da família, perdida após uma luta pelo poder que os forçou a recuar para o interior. No momento em que seu filho se tornasse um mestre espadachim, eles pisoteariam aqueles que os ridicularizaram e zombaram deles.

No entanto, quando Dion partiu, ele despedaçou as expectativas do barão e da baronesa.

— Obrigado por me criarem, mas a partir de agora trilharei meu próprio caminho.

Com essas palavras, Dion partiu. Ele sempre desgostou de seus pais. Criticavam a grosseria daqueles em posições superiores, mas não demonstravam nenhuma consideração pelos que estavam abaixo. Diziam amar seu filho mais do que qualquer coisa, mas só viam sua vida como uma ferramenta para promover suas próprias ambições.

Mais do que tudo, ele não gostava da parceira que escolheram para seu casamento arranjado. Dion não gostava de pessoas feias, e gostava ainda menos de pessoas de mau caráter.

— Não viverei mais para agradar pessoas de quem não gosto. — Assim, Dion Lindsay tornou-se simplesmente Dion.

Quinze anos se passaram.

— Mesmo agora, acho que foi uma boa escolha. Se eu tivesse me sacrificado para caber na forma moldada por meus pais e minha família, se eu tivesse vivido uma vida que não escolhi, então eu não teria conseguido criar esse tipo de esgrima — explicou Dion, com amargura na voz ao relembrar o passado. — Mas isso não foi o fim.

Não eram apenas as pessoas que ele não queria ver que o aprisionavam.

É claro que os quinze anos após deixar sua família não foram preenchidos apenas por tristeza e dor. Pelo contrário, foram bastante agradáveis. Ele fez amizades para a vida toda com mercenários do sul e aprendeu etiqueta e respeito com os nobres do oeste.

Também conheceu sua esposa nesse período. Dion se considerava mais um plebeu do que um nobre, então essa situação foi um grande choque. No entanto, ele acreditava que sempre acolheria bem esse tipo de choque. Esperava que seu relacionamento atual e sua felicidade durassem para sempre.

Mas cinco anos se passaram. Depois, mais cinco. Agora, um homem de meia-idade com cinquenta e cinco anos, Dion olhou ao seu redor. Viu sua esposa, ainda amada, seu filho querido, e seus amigos que lhe davam uma amizade inabalável. Havia também cavaleiros aspirantes que o respeitavam mesmo sem nunca tê-lo conhecido.

Esse era o problema.

Ele não se importava com a coerção de seus pais, afinal, eles nunca respeitaram o filho. Também não se importava com a percepção pública, o chamavam de bastardo na juventude. Eram todos pessoas inúteis, sem coragem para se defenderem. Não importava o quanto falassem, sua vida não seria arruinada. Seu âmago não vacilaria.

Mas as pessoas que ele amava… As muitas pessoas que torciam por ele, se preocupavam com ele e o apoiavam… Era muito mais difícil do que ele imaginava se proteger dos desejos e pensamentos não ditos dessas pessoas.

— Eu entendo, criança — disse Dion.

Illia não respondeu de imediato.

— Airen Farreira é uma pessoa verdadeiramente maravilhosa. É mais do que digno de ser seu parceiro para a vida toda. Alguém que você pode amar com todas as suas forças e ainda assim sentir que não é o bastante… Quando você vê essa pessoa sofrendo, é natural querer ajudá-la. Mesmo que isso signifique se sacrificar. Mesmo que seu próprio coração se quebre no processo.

Mas não deveria ser assim. Só porque Illia amava alguém, não significava que deveria destruir o próprio mundo. Airen não deveria ser o mundo inteiro dela. Em vez de se tornar submissa ao seu amado, ela precisava manter seu âmago e compartilhar seu amor.

Illia assentiu. — Você tem razão.

Ela estava equivocada por um momento antes. Airen havia se tornado uma presença tão grande dentro dela que ela deixou de enxergar algo mais importante, confundindo a ordem das coisas. Mas isso não aconteceria mais.

Como prova, sua espada voou livremente pelo céu, do mesmo jeito que a de Dion fez quatrocentos anos atrás. Quando Dion se libertou das expectativas e preocupações de sua família, amigos e pupilos, de tudo que o prendia, só então a verdadeira Espada dos Céus se manifestou.

O velho sorriu. — Parabéns mais uma vez por conquistar seu céu.

Illia era uma jovem verdadeiramente notável. Dion Lindsay, considerado um dos mais fortes mestres espadachins da história, só capturou o Rei Dragão Demônio aos sessenta e três anos, e fundou a Casa Lindsay. Illia encurtou esse tempo em cerca de trinta anos. Era impressionante.

— Não, já que o tempo praticamente parou neste espaço de feitiçaria… ela ainda está na casa dos vinte?

Ele não pôde deixar de rir. Claro, ele não estava com inveja. Seria indecente sentir isso por uma descendente quatrocentos anos mais nova, mas, mais do que isso, ele testemunhou pessoalmente o quanto ela se esforçou para superar sua provação atual.

— Illia.

— Sim?

— Como está se sentindo?

— Ainda estou confusa — ela admitiu.

— Ainda?

— Sim. É como se eu tivesse acabado de encontrar meu verdadeiro eu. Os problemas e coisas com que me preocupava quando eu não era meu verdadeiro eu… Agora estão todos vindo à tona.

— Entendo.

— Sim.

— Mas não preciso me preocupar com você, certo?

— Provavelmente não? — Illia Lindsay sorriu e olhou para o céu.

Sentiu uma brisa refrescante em sua pele. Ainda havia muitos problemas a resolver, mas não importava. As coisas que antes pareciam esmagadoramente difíceis de resolver agora pareciam triviais. Talvez porque ela tivesse encontrado seu céu. Naquele momento, ela realmente se sentia livre. Talvez fosse por isso?

Illia subitamente sentiu vontade de gritar todos os sentimentos distorcidos e desagradáveis que ainda restavam dentro dela. Não se importava que o ancião supremo de sua família estivesse ao seu lado. Respirou fundo e gritou palavrões com toda a força.

Wobble!

Dion perdeu o equilíbrio flutuando no céu e caiu cerca de dois metros. Claro, rapidamente recuperou a posição, mas parecia atônito.

Illia não se abalou. Com um sorriso relaxado, mas um pouco tímido. — Minha amiga Judith disse que quando me sentisse frustrada, era só soltar um ou dois palavrões — disse. — Essa foi minha primeira vez tentando, e tenho que dizer que é incrivelmente revigorante.

Dion apenas a encarou.

— Ela é uma boa amiga, não é? — Quando ela ainda não disse nada, Dion perguntou: — Por que não está respondendo?

Illia assentiu relutantemente, uma gota de suor escorrendo por sua testa. — Ela é uma boa, uma amiga muito boa.


— Obrigada por tudo — disse Illia.

— Adeus.

— Nunca esquecerei seus ensinamentos, Fundador.

Dion riu. — Se está mesmo agradecida, por favor, mande repintar meu retrato na sua casa. Me deixe um pouco mais bonito.

Illia resistiu à vontade de revirar os olhos.

— Hmm… — Dion continuou. — E não xingue com muita frequência.

— Entendido. De qualquer forma, eu nem costumo fazer isso.

Illia inclinou a cabeça em reverência e entrou no portal. Não olhou para trás. Dion não gostaria que ela se apegasse à despedida.

Deixando os arrependimentos para trás, ela olhou ao redor. Viu um céu azul, uma cerca antiga e um quintal espaçoso, mas sem nenhum traço notável. Estava de volta ao primeiro lugar que viu no espaço de feitiçaria.

“Isso é inesperado.”

Agora, Illia Lindsay estava cheia de confiança. Ela resolveu os conflitos em seu coração e conquistou seu verdadeiro céu. Ainda havia alguns pequenos problemas a resolver, mas eram coisas que podia lidar facilmente, sem ajuda de feitiçaria. Achava que, ao atravessar o portal, retornaria à realidade…

Ziiing…

Crack!

Antes que pudesse terminar o pensamento, outro portal apareceu, cuspindo alguém para fora. Era um espadachim de cabelos azuis, olhos azuis e uma espada azul em mãos. Ela o reconheceu na hora… Brett Lloyd, seu amigo mais próximo e rival mais ameaçador. Nunca havia perdido para ele.

Mas agora as coisas estavam diferentes. Ela percebeu de imediato.

Sentindo a pressão gentil, porém intensa, emanando do amigo, Illia ergueu sua espada. Lançou-a ao céu como um pássaro. Não estava preocupada, ele não era um oponente que exigia preocupação.

A ponta prateada de sua espada rasgou o espaço, brilhando com uma dignidade irresistível.

Boom!

Brett não conseguiu desviar do golpe. A Espada do Céu de Illia o atingiu e explodiu, despedaçando-se em centenas de milhares de fragmentos. No entanto, ela não se surpreendeu, tampouco foi descuidada. À medida que a energia do oponente se adensava cada vez mais, ela protegeu seu mundo. Em sua própria energia, impediu que seu céu colapsasse e fez o possível para encontrar a presença do adversário.

Então Brett não pôde mais se esconder.

Whoosh!

Ele surgiu no ar e desferiu sua espada de cima para baixo.

Clang!

Esse foi o começo. Os ataques vinham de todas as direções, colidindo entre si. Os golpes de espada de Brett fluíam como uma onda incessante, ora suaves, ora poderosos, e Illia se movia freneticamente.

É claro que Brett também não estava achando aquilo fácil. A espada prateada cortava o ar com ferocidade, como se tivesse vontade própria. Era difícil demais de lidar.

Uma arma, uma espada, deveria ser uma extensão do corpo, mas a espada de Illia era diferente. Voava de ângulos e direções que ele jamais imaginara, e quando se concentrava nela, Illia imediatamente mudava de postura e o atacava fisicamente. Era como lutar contra dois oponentes fortes ao mesmo tempo, uma lutadora e uma espadachim.

Mas Brett não era do tipo que desistia.

Whoosh!

Ele balançou a espada com força. A aura reunida na lâmina se espalhou por toda parte. Illia não ousou subestimar o golpe e recuou rapidamente. Apenas sua espada no céu buscava uma abertura.

De repente, uma onda de energia avançou, transformando-se numa rede densa no céu. Surpresa, ela enviou uma vontade intensa, fazendo sua espada subir mais alto, instantes antes de Brett conseguir alcançá-la.

“Estou salva!”

É claro que não havia tempo para alívio. Brett não perderia a chance de atacá-la. Ela sabia como ele pensava: ele tentaria derrotar a espada separada e a espadachim, uma de cada vez. E essa era a oportunidade perfeita.

Avaliando a situação rapidamente, ela deixou seu corpo leve, mas Brett não se moveu. Apenas ficou ali parado, com um sorriso cheio de significado no rosto. Illia o encarou com desconfiança, e então ele começou a rir.

— Está surpresa — disse ele. — Com o meu crescimento rápido.

— Brett?

— Tudo bem. Pode se surpreender. Eu permito. Superei o ser mais difícil de superar, conheço meus próprios limites… — Brett fez uma pausa e então disse em tom solene: — Isso significa que você pode expressar abertamente sua admiração por mim.

O silêncio caiu. Illia olhou para o amigo com ainda mais cautela, e Brett aproveitou o olhar, erguendo o queixo. Então, até levantou o braço como se quisesse abraçar o céu. Suas ações lembraram Illia de alguém perdido em auto-admiração.

Então ela pensou em Dion. “Me desculpe, Fundador.”

Não fazia nem uma hora desde que prometera xingar menos. Ela hesitou, mas… sentiu que era necessário.

— Porra!

Brett não deu a mínima.

Faça uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo!
Conheça nossa Assinatura VIP e seus benefícios!!

Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar