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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 369

A Véspera (1)

Ir além dos próprios limites.

Era uma frase à qual aqueles que mostravam esforço extremo costumavam se apegar. A maioria das pessoas era incapaz de realizar feitos que iam além do senso comum, e até mesmo pensar em realizar algo surpreendente, que ninguém esperava, era ridículo para as pessoas normais. Esse era o caso da população comum.

Quantos realmente se esforçariam até seus limites absolutos?

“Seriam pouquíssimos.”

Esse era o pensamento sincero de Brett Lloyd.

Certo. Não era que eles não pudessem ultrapassar seus limites. Era apenas que o limite inato era alto demais. Ele não pretendia menosprezar o esforço dos outros.

Mas ainda assim era a verdade. A maioria das pessoas que se dizia ter alcançado o ápice através de esforço incessante já eram gênios desde o nascimento, e dedicavam-se a treinar seus corpos de maneira rigorosa para alcançar isso. Mas nem eles conseguiam quebrar seus limites. No máximo, conseguiam tocá-los.

— Claro, muita gente sequer consegue isso. Tocar seu próprio limite… isso por si só já é uma coisa maravilhosa. Mas…

— Mas isso não seria suficiente.

Na sala dentro do mundo de feitiçaria, Brett havia pensado sobre isso.

Não era apenas uma motivação da mente.

Ele era inteligente e também sabia objetivar a si mesmo. Então, ele sabia. Mesmo comparado a Judith, Illia e Airen, que estavam se esforçando de maneira que não decepcionaria ninguém… ainda faltava algo.

Talento.

A marca de um gênio que seria passada de geração em geração, transcenderia o conceito de tempo e seria gravada na história.

Mas Brett não tinha isso, e mesmo assim precisava se colocar diante do Rei Demônio.

“Mesmo se dermos o nosso melhor, não seria o suficiente.”

“Transcender a si mesmo.”

“Se eu não conseguir fazer isso, acabarei sendo um peso para meus amigos.”

“Se for assim, seria melhor ficar preso aqui para sempre.”

“Com meu outro eu, aquele que nunca conseguirei derrotar.”

“…não brinque.”

Brett balançou a cabeça, afastando a escuridão que sussurrava em seus ouvidos. Era engraçado. Se fosse uma pessoa normal, já teria perdido a motivação há muito tempo e se afogado na frustração.

Mas se os métodos padrões não funcionavam, ele tinha que usar um truque.

Se o truque não funcionasse, teria que apostar. Se mesmo assim não conseguisse se superar, teria que arriscar a vida para conseguir!

Brett Lloyd, que encontrou uma nova forma de pensar, continuou o treinamento perigoso… um treinamento que se assemelhava mais a uma auto experimentação em seu próprio corpo.

Pung!

— Kuak…

Ele continuava tentando encontrar maneiras mais eficientes de usar a aura.

Crr…

— Ugh… meu lado…

Houve vezes em que seu coração se despedaçou devido à regulação acelerada do sangue. Houve inúmeras outras falhas em que perdeu a vida, mas isso não importava. Porque ele podia sobreviver indefinidamente dentro do mundo de feitiçaria.

Certo. Para Brett, aquele lugar não era mais do que um local onde podia apostar a própria vida. Claro, nesse processo, seu corpo acumulou muita dor e sofrimento… a maioria dos quais agora estava gravada em sua alma.

Mas ele precisava aguentar… precisava superar.

Porque não podia se dar ao luxo da alternativa.

Ele jogaria fora sua vida sem hesitar para salvar o mundo, seu território, sua família e seus amigos… faria isso para proteger sua amada.

“Esse sacrifício faz sentido…”

Pung!

Swish!

— Ack… kuak…!

Ele falhou novamente. Na tentativa de fortalecer excessivamente o corpo, seu braço direito foi destruído. Devido ao poder da feitiçaria, seu braço se regenerou quase imediatamente, mas as feridas que sua mente lembrava não eram fáceis de apagar. Incapaz de se mover de imediato, Brett prendeu a respiração.

Claro, não era só isso.

— Haa, haa…

Quando a respiração se estabilizou… Não… Brett Lloyd já havia se levantado antes mesmo de estabilizar a respiração e já empunhava sua espada. Assumiu a postura e concentrou-se.

Ching!

Havia um brilho afiado nos olhos do homem, preparado para apostar a vida novamente.

…recordando o que aconteceu dentro do mundo de feitiçaria, Brett fechou os olhos.

Essa era a maneira de transcender a si mesmo.

Era uma história que não poderia ser contada para sua família, amigos ou sua amada. Foi doloroso, mas era algo que precisava ser feito para superar nem que fosse uma pequena parte do sofrimento que viria.

“Se eu não tiver força suficiente para proteger meu povo, então morrer seria o melhor caminho.”

Claro, ele não pretendia dizer isso a ninguém. Mesmo que estivesse arriscando sua vida para crescer e se preparar para a batalha contra o Rei Demônio, mesmo que tivesse decidido se sacrificar por seus entes queridos, nada disso precisava ser mencionado. Pelo contrário, deveria fingir estar confiante e relaxado. Assim, diminuiria a preocupação deles.

Mas…

“Quincy Meyers… como soube? Do meu estado?”

— Porque eu já passei por isso uma vez.

— …

— O que foi essa expressão?

— Não, parece que leu meus pensamentos…

— Porque é óbvio.

— É mesmo?

Brett, conversando com Quincy, franziu a testa.

“Será que é porque ele é um velho cavaleiro? Ou talvez algum poder sobrenatural de um sacerdote?”

Enquanto pensava nisso, o comandante dos Cavaleiros Vermelhos voltou a falar.

— Alguns meses antes de você chegar, passei por algo parecido. Encontrei um poderoso diabo em um lugar inesperado e a equipe de subjugação estava à beira do aniquilamento. Se tivesse sido apenas eu, provavelmente não teria conseguido superar. Mas quando todos colocaram sua determinação em suas espadas… um milagre aconteceu.

Quincy Meyers recordou o que havia acontecido.

Certo. Foi um verdadeiro milagre que não podia ser descrito. Quando decidiu sacrificar tudo por sua equipe, o poder que conseguiu extrair de seu corpo ultrapassou seus limites. Embora tivesse perdido sua força em troca, o velho não se arrependia.

Brett assentiu enquanto ouvia.

Agora ele entendia. Quincy Meyers era como ele. Por isso foi capaz de entender a condição de Brett com um único olhar e ainda lhe deu conselhos…

Conforme pensava mais sobre isso, ficou confuso.

Como o ex-comandante dos Cavaleiros Vermelhos disse, o ato de arriscar a vida havia criado um milagre. Rompeu os limites do nascimento e da realidade, e alcançou algo além.

— Não faça isso, Brett.

Quincy Meyers o exortou a não seguir aquele caminho. Mas ele não entendia. Era absurdo para Brett fazer isso, mas não era absurdo para Quincy?

O que ele estava tentando dizer?

Seria algo semelhante àquela frase “Se eu faço, é romance, mas se você faz, é ser um estorvo”?

Por que ele havia se sacrificado por sua equipe, mas aconselhava Brett a não fazer o mesmo…

— Porque você e eu somos diferentes?

— …

— Por que não está falando?

— Parece que você está lendo meus pensamentos…

— São pensamentos óbvios.

— É mesmo?

— Os pensamentos de uma criança são óbvios. Afinal, você e eu somos diferentes.

Quincy Meyers fez uma pausa por um momento e então falou enquanto fechava os olhos.

— Este ano completarei 127 anos. Mesmo que eu não lute contra os diabos, logo estarei nos braços de Deus. Se eu puder salvar as vidas brilhantes de meus juniores, que estão dispostos a sacrificar tudo, seria um grande lucro para mim. Mas você não é velho nem está à beira da morte. Você é um homem que ainda viverá e se desenvolverá muito mais no futuro. Você se tornará o vasto mar que acolhe as pessoas. Mas agora, aqui está você pensando em abraçar a morte… então não faça isso.

— …

— Estou bem ciente de suas preocupações. Você conhece suas próprias deficiências melhor do que qualquer um e, mesmo assim, não desiste. Sempre encontrará uma maneira de ficar ao lado de seus companheiros e bloquear a ofensiva do Rei Demônio. No entanto…

Quincy Meyers se levantou. Com todos os músculos perdidos, até mesmo ficar de pé parecia difícil para seu corpo debilitado.

Mas ele ainda parecia radiante, como quando era um comandante ativo dos Cavaleiros de Arvilius. Ele tocou o ombro de Brett e disse:

— …para romper seus limites, estar disposto a morrer não é tudo o que você precisa. Pelo contrário, você pode romper essa barreira com o intenso desejo de viver.

— Desejo de viver…

— Isso. O desejo de viver. Você precisa criar a oportunidade certa e amplificá-la. E deve fazer isso antes de enfrentar o Rei Demônio.

— …

— Encontre um motivo para se agarrar loucamente à vida. Por que você precisa voltar vivo? Lembre-se, a batalha contra o Rei Demônio não precisa terminar com sua morte. Escute minhas palavras. Uhgh…

Thud!

Quincy Meyers caiu de volta na cama após terminar de falar. Ele não parecia bem. Apenas ficar de pé por um tempo já o havia levado ao limite. Tomado pelas palavras dele, Brett percebeu tarde demais e se levantou imediatamente.

— Senhor Meyers!

— Está tudo bem. Estou bem. Uh, uh… foi só um pouco demais. Um pouco de descanso e tudo ficará bem.

— …

— Vou dizer novamente. Não me arrependo de nada. Ainda me lembro muito claramente. A espada que brilhou na última página da minha vida, aquela aura brilhante…

— …

— Mas você não. Sua vida está apenas começando. A morte e a vida estão sempre presentes, mas seu corpo tende para um dos dois… A morte não é desejável, incline-se cada vez mais para a vida, para fazer isso… uh, uh… preciso me deitar.

— Eu posso aju…

— Já basta. Tenho energia suficiente para fazer isso.

Assim que disse isso, Quincy Meyers se ajeitou. Lentamente, suas pernas trêmulas se moveram para frente. O suor escorria pela sua testa. Mas Brett não o apoiou, não podia.

— Phew… vá, vá trabalhar.

— …sim, obrigado.

Brett Lloyd não conseguiu nem mesmo responder adequadamente ao velho e foi expulso.

— …uma vontade de morrer, e um desejo de viver.

Sua cabeça e estômago pareciam pesados. Saiu do quarto para tomar um pouco de ar noturno e vagou pelo palácio.

Para ser honesto, sabia que Quincy Meyers estava certo. Seu eu atual estava centrado na morte. Tinha sido assim durante todo o treinamento. Porque era uma espada que ele forjou para cortar a si mesmo, foi capaz de ultrapassar sua barreira. Mas sem as palavras de Quincy Meyers, teria enfrentado o Rei Demônio com esse pensamento em mente.

— Desejo de viver, desejo de viver, uma oportunidade para amplificá-lo…

Quanto poder isso traria?

Brett não tinha certeza se isso permitiria romper seus limites como a disposição para morrer permitiria.

No entanto, não pretendia ignorar as palavras daquele velho. As palavras de um veterano cem anos mais velho que ele. Independentemente de estarem certas ou erradas, ele levaria essas palavras a sério. Restavam 10 dias para a batalha. Se algo acontecesse, ele certamente compreenderia.

— Claro, não é só isso. Eu preciso me decidir primeiro…

Foi enquanto pensava nisso que ouviu vozes.

Rostos familiares e vozes familiares.

— O quê? O irmão é mesmo…

— Não, meu filho era assim?

— I-Isso é estranho? Não, estou errado? Uh, se eu voltar atrás, então eu…

— Huhu, ver esse lado dele…

Mas a combinação era estranha.

Como sempre, os pais de Brett e seu irmão mais novo conversavam enquanto caminhavam.

Mas a presença de Judith falando com eles com uma expressão, voz e caminhada tão desajeitadas…

— Era isso que você queria dizer?

Observando sua amada se aproximar…

Vendo a mulher que poderia ser mais do que apenas sua amada, Brett pensou.

— Família.

— Futuro.

E…

— …

Ao ver a cena diante de si, um sorriso radiante surgiu no rosto do jovem.

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