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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 376

Subjugar um Rei Demônio (5)

— Euk, euk, euk…

O diabo soluçava.

Era uma criatura que havia vivido por muito tempo, um dos mais fortes entre os fortes, poderoso o suficiente para ser contado entre os grandes males do Domínio Demoníaco infestado de diabos. Sua máscara era um símbolo de medo para todos, fossem humanos ou diabos.

Mas não agora.

Após a máscara ter se despedaçado, o bufão, forçado a expor seu rosto miserável, recuou rapidamente, assustado de morrer sem a proteção da escuridão.

— Dói tanto… dói tanto. Por favor…

“Dói.”

“É tão doloroso.”

Isso fazia sua raiva crescer. Queria arrancar os olhos de quem lhe causara essa dor, queria rasgar os lábios de quem ousasse sorrir para ele. No coração do diabo, a raiva queimava como o fogo do inferno.

Claro, ele não podia fazer nada.

Nem sequer conseguia pensar em vingança.

“Eu nunca vou vencer!”

“Aquela… é a encarnação do fogo.”

Uma força avassaladora, digna de carregar a palavra ‘absoluto’. Um ser tão forte que o Bufão jamais havia visto semelhante nem no Domínio Demoníaco, nem no mundo humano. Era alguém que o Bufão sabia que não conseguiria superar, mesmo que se curasse cem vezes.

Certo. Tudo o que podia fazer agora era abaixar a cabeça. Resignado, ele se rendia à misericórdia daquela mulher de cabelos vermelhos e fazia o máximo para sobreviver.

Ele não queria se tornar o braço direito do Rei Demônio, nem queria brincar no mundo humano. Seu único desejo era escapar dali e retornar ao Domínio Demoníaco através da fenda.

No entanto…

“Será que eu consigo viver? Assim?”

O Bufão parecia prestes a chorar.

A probabilidade de escapar da fenda em segurança era de cerca de cinquenta por cento. Se estivesse em perfeitas condições, não haveria problema, mas agora, seu corpo estava coberto de ferimentos. Embora tivesse conseguido superar as barreiras perigosas até agora, se acumulasse mais feridas no processo de volta, seria o seu fim.

Mesmo retornando ao Domínio Demoníaco, ainda seria um problema.

O Bufão era certamente forte, mas não era uma existência absoluta no Domínio Demoníaco. Havia pelo menos dez outros demônios tão temíveis quanto ele, e metade deles o odiava. Claro, ninguém seria capaz de se dar bem com o Diabo Bufão. Essa era sua natureza.

Não seria exagero dizer que apenas as existências mais fortes seriam respeitadas, mas quem respeitaria uma criatura gravemente ferida?

“O que eu faço?”

“Devo voltar? Mas e se os outros diabos descobrirem? Eles vão me matar.”

“Não seria melhor recuperar minhas forças um pouco antes de voltar?”

“Que bobagem! Aquele com quem estou agora é muito pior do que todos os diabos juntos!”

“Não é só um ou dois. Eu vou morrer no momento em que encontrá-los de novo. Não apenas meu corpo, mas até minha alma será reduzida a cinzas!”

“Então, o que eu faço?”

“O que eu deveria fazer?”

“Como posso me recuperar e escapar daqui…”

— …!

Formas familiares entraram nos olhos do bufão enquanto ele matutava.

Karl Lindsay.

E Illia Lindsay.

No momento em que os viu, o bufão sentiu uma oportunidade.

“Preciso devorar a escuridão deles!”

As emoções humanas negativas eram alimento para os diabos, e quanto mais profundas e sombrias fossem, melhor e mais especial seria o sabor.

Ele havia experimentado isso recentemente.

O sentimento de desespero, frustração e derrota que Karl Lindsay, que não conseguiu superar Ignet até o fim, exalava!

Não havia necessidade de explicar quão maravilhosas eram essas memórias. Ele havia recebido poder suficiente para esquecer os danos acumulados em sua derrota.

“Illia Lindsay também tem o mesmo sangue dele.”

Certo. Aquela mulher de cabelos prateados, armada com uma aura brilhante de paladina e que exalava um ar nobre, era a irmã mais nova de Karl. No entanto, apesar de terem se reencontrado, nenhum dos dois parecia feliz. Pelo contrário, pareciam frustrados. A sombra escura parecia estar mergulhada em uma tristeza imensa pelo fato de precisar tirar a própria vida em nome da causa.

Mas, e se até mesmo essas escolhas difíceis resultassem no pior?

E se ela estivesse olhando para seu irmão com olhos cheios de arrependimento por não conseguir protegê-lo? E se ela não conseguisse lidar com o homem diante dela?

Felicidade.

A felicidade do Bufão subiu.

Claro, o Bufão não demonstrou sua empolgação. Pelo contrário, escondeu-se ainda mais profunda e secretamente na escuridão.

“Uma chance!”

A diferença de poder entre Illia e Karl era gritante. Ainda assim, o motivo pelo qual a luta se arrastava era porque a mais jovem não conseguia se decidir. Era assim que os humanos eram. Havia poucos capazes de cortar sua carne e sangue sem hesitar, mas para a maioria, isso exigia muita força mental.

Como era de se esperar, o momento tão esperado havia chegado.

Uma espada prateada flutuava no céu, e sua Espada do Céu a apoiava. Era incrível. No entanto, o Bufão podia sentir claramente a tristeza e a perda em seu coração. Essas fraquezas estavam agora expostas.

“Agora!”

O bufão se moveu.

Era impossível agir sozinho. Assim como Brett e Judith, Illia também havia crescido muito.

Mas ela estava com Karl, seu irmão.

Illia concentrava toda sua atenção naquele único homem, então o ataque surpresa funcionaria…!

Puck!

E esse foi o fim do bufão.

— …ku…ak…!

Shik!

Sua máscara havia sido quebrada. Não era apenas rachaduras, estava completamente despedaçada e exposta, e emoções de choque e confusão podiam ser vistas no rosto do Bufão. Tudo o que passava por sua mente estava revelado em sua expressão. O Bufão, que apenas permanecia ali em dor, parou de respirar. Seu corpo disforme se desfez na brisa que soprou um segundo depois.

No entanto, havia uma coisa que não se dispersou.

A espada demoníaca que havia perfurado o peito do bufão.

Após vê-la desaparecer como fumaça também, Illia Lindsay se aproximou lentamente de seu irmão.

— …

Karl Lindsay permaneceu em silêncio. Fechou os olhos calmamente, esperando o fim.

Seus olhos estavam escuros. Seu passado ainda era escuro. Agora, não havia como voltar atrás. Era impossível esquecer tudo depois de tanto tempo.

Ao desistir de tudo, ele pensou.

“…Eu sou um irmão tão ruim.”

Ele não conseguia fazer diferente.

Tinha que ser o demônio até o fim. Tinha que se afundar na escuridão. Não podia imaginar o quanto magoaria o coração de sua irmã mais nova se mostrasse uma aparência desajeitada nesse último encontro. Illia Lindsay parou diante dele, se agachou e fixou seu olhar no rosto de Karl. Mas Karl não fez nada. Embora tivesse ansiado por um momento de reencontro, essa circunstância era a pior possível, e sua vida terminaria em breve.

Naquele momento.

Ele ouviu uma voz.

— Olhe para mim.

— …

— Abra os olhos e olhe para mim.

Mas ele não conseguia abrir os olhos.

Era verdade. Por mais que quisesse vê-la, não podia, não podia mostrar sua forma confusa. Karl tomou sua decisão.

No entanto, apesar dessa promessa e desses pensamentos, ele não teve escolha a não ser abrir os olhos. Antes de sentir arrependimento, sentiu um alívio.

— Agora entende?

— …

— Você não precisa se preocupar, irmão. Agora… eu não vou mais me abalar assim.

“Eu não tenho mais sete anos.”

A jovem que olhava para ele sorria de um modo muito mais digno. Era um sorriso relaxado, como se carregasse o mundo.

…era isso que ele desejava há tanto tempo.

Karl Lindsay assentiu e disse:

— Então não há mais com o que me preocupar.

— Sim, não há motivo para se preocupar.

Illia chorava.

Ele não estava triste. Tampouco sentia dor. Este evento presente, este momento, permaneceria em sua mente por muito tempo. Para eles, seria uma memória amarga e triste.

Mas…

— Não quebrará meu coração.

— …

— Então, não se preocupe, conte-me. Fale sobre você, irmão. Algo que ninguém mais poderia me contar. Eu ouvirei tudo…

Essa era a última consideração que ela podia oferecer como irmã mais nova que havia amadurecido.

…Karl Lindsay ouviu sua voz e fechou os olhos novamente. Sua mente se enchia de pensamentos.

Arrependimento.

Tristeza.

Angústia, medo, ódio.

Havia todo tipo de emoções negativas dentro dele, mas uma alegria maior surgiu.

Isso não o salvava, mas o libertava do pior.

O irmão mais velho abriu os olhos e olhou para a irmã mais nova. E viu a felicidade diante dele.

— Eu…

Ele não sentia algo assim havia muito tempo.

Karl Lindsay confidenciou a Illia uma história que só ele poderia contar.

Logo depois, como sua espada, ele se dissipou na fenda. Esse foi seu último reencontro.

Shhh…

A mão que segurava a dela desapareceu, e o rosto que a olhava também sumiu. No entanto, os sentimentos em seu coração não desapareceram. Illia Lindsay, lembrando do toque do irmão, ajoelhou-se, incapaz de se levantar.

— …isso precisava ser feito.

Claro, ela não permaneceria assim para sempre.

Phew.

Ela expirou e se concentrou em sua mente, abrindo seus sentidos. E então viu um caminho através do caos da fenda.

— Estou indo.

“Não se preocupe.”

“Não tenha medo.”

Sorrindo brilhantemente, Illia Lindsay lançou a Espada do Céu. A espada prateada disparou a uma velocidade assustadora e o espaço vertiginoso foi purificado. A expressão em seu rosto transmitia confiança a qualquer um que a visse.

— Espere só mais um pouco, Airen.

Nada poderia impedir Illia de seguir em direção ao seu amado.


Logo após entrar na fenda, Airen moveu-se sem parar.

Ele não podia evitar. A energia de Ignet, que sentia muito mais intensamente do que os outros, o guiava. E não era só isso. A energia do Rei Demônio, que tornava tudo sufocante, também estimulava seus sentidos. Como se quisesse ser sentido. Como se estivesse confiante de que poderia enfrentá-lo.

Airen não hesitou.

Finalmente, chegou ao lugar.

No momento em que olhou para o ser que enfrentaria, as emoções que reprimira por tanto tempo começaram a tremer.

— …

O Rei Demônio estava ali diante dele, na forma de Khun.

Mas não era apenas o Rei Demônio. Ele podia sentir outra energia vindo de dentro… ele derramou lágrimas ao sentir a energia de Ignet Crecensia.

— Me desculpe, eu cheguei tarde.

Wooong!

Airen ergueu sua espada.

— Me desculpe por não ter conseguido salvá-la.

Airen liberou sua aura.

Era triste. Suas emoções, que nem mesmo a energia da terra concedida por Karin Winker conseguia conter totalmente, o dominaram.

E então explodiu.

Kwakwakwakwakng!

Não havia mais razão para conter sua energia.

Não havia Brett Lloyd para detê-lo.

Dez dias atrás, a aura gigantesca, que não podia ser comparada ao que havia mostrado diante de Gia Runetel, caiu sobre o Rei Demônio.

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