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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 379

Nós Voltaremos (1)

— Ignet?

Um nome surgiu de repente. Airen, que o pronunciou, franziu ainda mais o cenho e observou a outra pessoa.

A espada parecia ter uma cor diferente, mas era o formato que o Rei Sagrado lhe havia dado.

Uma silhueta familiar, o jeito de caminhar, a expressão confiante apesar do manto cobrindo o corpo.

Ignet Crecensia.

A sensação única, diferente do Rei Demônio que apenas usara sua casca…

— Sim, sou eu. Ignet Crecensia.

…e a voz dela fez uma onda surgir no coração dele. Airen caminhou adiante, como se estivesse possuído.

“Se isso for um plano do Rei Demônio?”

Julgando pelas circunstâncias, parecia que o Rei Demônio não havia absorvido Ignet completamente. No meio do ataque de Airen, se a consciência dela, submersa como se estivesse debaixo d’água, tivesse vindo à tona, isso faria sentido.

Mas não havia garantia de que era isso.

O Rei Demônio era conhecido por brincar com os corações das pessoas. Se ele tivesse planejado isso como sua última cartada, então seria uma crise para Airen.

— Você está desconfiado.

— …

— Eu entendo você.

Essa entidade que poderia ser Ignet, ou o Rei Demônio, assentiu.

Como se compreendesse.

Airen mordeu o lábio.

Mesmo assim, achou que aquela maneira única de falar era semelhante à da comandante dos Cavaleiros Negros. Ao mesmo tempo, queria manter-se alerta contra qualquer tentativa do Rei Demônio de matá-lo. Apertou ainda mais sua espada dourada e deixou a energia dos cinco fluir. Despertou seus sentidos.

E, graças a isso.

Foi capaz de bloquear a espada disparada contra ele.

Thud!

Kwaang!

Chamas se ergueram. A oponente, esmagada pela força, brandiu a espada mais rápido do que a velocidade, bloqueando o golpe. O terceiro ataque, que voou em direção à cabeça, foi evitado abaixando o corpo.

Nesse instante, ele pensou.

Pung!

Fogos de artifício no ar!

Mudaram completamente a trajetória da adversária. O ataque que deveria ter caído horizontalmente caiu verticalmente. Surpreso, Airen rapidamente usou a energia do metal para alterar o centro de gravidade para trás e deslizou para trás usando a energia da água. Foi uma resposta tão rápida que mal poderia ser percebida.

E não terminou aí. Ele não conseguiu escapar completamente da ofensiva de Ignet.

Kiing!

Os fogos de artifício flutuando no ar se moveram.

Kwak!

A espada da oponente, usada após pisar na explosão, era afiada. Parecia um ataque reto e honesto, mas não se podia confiar nisso. Afinal, ele quase perdera a vida por julgar apressadamente antes. Airen começou a suar.

Mas ele estava feliz.

Ele estava se divertindo.

Desde que entrou na fenda, o herói sorriu pela primeira vez.

Ddddd!

Firmou-se como se estivesse enraizado no chão.

Wheik!

E então disparou chamas tão quentes que podiam cobrir a terra e o céu. A chama fortalecida pela madeira era suficiente para bloquear qualquer ataque e, ao contrário, pressionava a oponente a recuar. Os cinco elementos estavam trabalhando como um só nesta fenda.

E então.

Kakakaka!

— …Haha.

Ele sabia.

Não havia mais dúvidas.

Ao ver aquela existência, que conseguia lidar com todos os seus ataques de forma refinada e não apenas com força bruta… Airen disse.

— É bom ter você de volta, Ignet.

Ignet não respondeu.

Levantando a espada como se quisesse aproveitar um pouco mais o presente, ela avançou.

Kwang!

Kwa-kwang!

“Mais rápido, ainda mais rápido!”

Sentindo o som das explosões de longe, Illia tentou correr mais rápido.

Ela podia sentir a energia de Airen e também a do oponente. Uma presença que não podia ser subestimada. Não era que não confiasse em seu amado, mas queria se juntar a ele e lhe dar uma chance de vencer. E seus passos sobre o vento se moveram.

E ela chegou.

Franziu a testa ao olhar para as duas pessoas que se moviam naquele espaço onírico, mais parecido com um espelho quebrado, e para quem estava enfrentando Airen.

Ignet Crecensia empunhava sua espada com alegria no rosto.

“Não, pode ser o Rei Demônio.”

Ela sacudiu a cabeça. Certo. A aparência era a mesma, mas a atmosfera era espessa e sombria, única dos demônios, algo que os humanos nunca poderiam ter. Ela não hesitou. Tinha que remover a máscara desse diabo imediatamente, era assim que deveria ser feito.

Ela precisava fazer isso…

Mas não conseguiu.

— …

Airen brandiu sua espada.

Illia observou por um longo tempo enquanto alguém na forma de Ignet a bloqueava, sorrindo feliz, e se movia para o próximo golpe.

Eles estavam conversando.

Falando através das espadas. Não era para esmagar o oponente ou feri-lo.

Era para compartilhar a vida que criaram, as memórias que tinham um do outro e seus pensamentos. E para entender e crescer de ambos os lados.

De fato, espadachins gostam de reencontros.

Illia sorriu e murmurou.

— Nunca foi o diabo.

Imediatamente, ela saltou para a batalha feroz. Sem preocupações nem hesitações, tão leve e alegre quanto o vento. De dois passaram a ser três, mas ninguém se sentiu deslocado. Todos erguiam suas espadas com sorrisos brilhantes.

— …podemos nos juntar também?

— Deveríamos?

E assim fizeram Brett e Judith, que chegaram um pouco depois. Por causa da luta exaustiva contra o bufão, precisaram descansar um pouco. Dessa maneira, suaves como a água e enérgicos como o fogo, a fenda antes sombria começou a se transformar em uma cor fresca.

Illia

Brett

Judith

E Airen

E entre eles, Ignet estava ocupada usando sua espada e se lembrou da conversa no final do Festival dos Guerreiros.

— Por favor, para que eu possa conversar com você, para que eu possa aprender a me comunicar honestamente com os outros… você pode me dar permissão?

Foi difícil para ela, que havia vivido sozinha por toda a vida. Ainda assim, ela teve coragem para se expressar.

“Muito bem.”

O sorriso aprofundou-se. Seu corpo estava corrompido e a espada em sua mão coberta de magia, a escuridão do Rei Demônio dentro dela erodia sua existência, mas pelo menos ela podia aproveitar aquele momento.

Escura, mas não sombria, a espada de Ignet brilhou entre os quatro por muito tempo.


A simpatia transmitida pela espada transformou-se em simpatia através do diálogo.

O tempo dentro do mundo de feitiçaria durou um ano, mas Airen e os outros passaram dez vezes mais para chegar ali. Havia realmente muitas coisas que eles podiam compartilhar.

— Então, esse mundo de feitiçaria…

— Ah, certo, aquela gata não era um gato normal, mas sim um dragão…

A história de Lulu, uma dragão e feiticeira de aparência de gato preto, foi contada.

— Eu conheci Sir Dion Lindsay, o primeiro chefe da família.

— E eu, Khun. Ele parecia estar bem, apesar de ter morrido. Acho até que ele renascerá em alguns anos.

— Eu… eu superei minhas limitações e renasci como um novo ser.

— …

— …

— …

— O que há com vocês? Eu só disse a verdade.

— No pouco tempo que fiquei longe, você ficou estranho.

Ignet balançou a cabeça e Airen contou sua história com um sorriso.

— Eu…

A história que tocou o coração do jovem herói. Uma história de crença, emoções, pensamentos e realizações. E também a história de sua busca pela espada.

Enquanto seguia o caminho que Airen havia trilhado, Ignet assentiu.

“Agora entendo como você derrotou aquele poderoso Rei Demônio.”

Flores cultivadas para os entes queridos. Percebendo aquele grande poder que ele carregava por eles, Ignet sorriu. Claro, não era apenas isso que a fazia sorrir. Esse encontro com jovens de corações fortes também lhe trazia felicidade.

“A razão pela qual Brett conseguiu superar a si mesmo foi para proteger seus entes queridos.”

Ela olhou para o espadachim da água, que havia feito o bufão fugir.

“A razão pela qual Judith realizou milagres é a mesma de Brett. Ela chegou a um ponto que eu nem conseguia imaginar.”

Ela trocou olhares com a espadachim que havia dado origem à centelha da vida e demonstrado um poder nobre.

“Illia Lindsay, que completou seu céu. O passado, que era constantemente abalado, não pode mais ser encontrado. Agora, ela tem a presença de quem acolhe calorosamente aqueles ao seu redor.”

Demorou um pouco mais para observar a espadachim que abraçava o céu estático. Mas ela sabia que Illia era uma existência que cresceria a uma velocidade assustadora e a ultrapassaria. Ignet sentiu um certo desconforto com essa sensação desconhecida de derrota e fechou os olhos.

“Não há motivo para se preocupar.”

Isso era um alívio.

Não importava qual diabo surgisse.

Não importava quão terrível fosse o desastre, essas pessoas conseguiriam resolver.

O mundo ainda era sujo e assustador, mas ela estava convencida de que esses quatro poderiam fazer muito mais do que ela foi capaz.

Talvez até estabelecer aquele reino que ela desejava.

…enquanto pensava nisso, ouviu a voz de Illia Lindsay.

— Abra os olhos.

— Hã?

— Hã? Que hã? Agora fale.

— Minha história?

— Isso mesmo. Você deveria se comunicar. Se for uma história unilateral, pode-se chamar isso de simpatia?

— …

Ignet ficou em silêncio.

Era porque Illia demonstrava insatisfação? Não havia motivo para isso.

Mas, mais do que isso, ela se perguntava se seria certo trazer à tona sua própria história… a falta de certeza era maior.

Ainda assim, ela não hesitou por muito tempo.

Ela queria falar. Era um sonho que não poderia mais se realizar, mas queria expressá-lo.

Ignet assentiu e então olhou para os quatro. Pouco depois, o sonho que carregava por tanto tempo foi revelado.

— Eu… queria ser um rei.

— Hã!

— Hã? Rei?

— Hã, hã…

— …

Illia Lindsay, Judith e Brett Lloyd ficaram surpresos. Não importa o quão flexível o sistema de status estivesse agora, ainda era chocante para uma plebeia querer ser rei. Na verdade, era ainda mais chocante, pois poderia causar grande confusão.

Claro, Airen não se surpreendeu. Ele já tinha ouvido isso antes.

Ele focou em outra coisa.

“Não que quer ser, mas queria ser…”

Sentindo o coração pesar, o espadachim loiro sentiu-se triste.

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