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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 388

Epílogo (2)

Academia de Esgrima Krono.

Era, de fato, a melhor instalação de treinamento do mundo. Originalmente, sua reputação superava a de alguns palácios reais, e trinta anos atrás, ela se elevou ainda mais, pois muitos grandes heróis nasceram dela, e todos conheciam a 27ª Turma Dourada.

Claro, não era qualquer um que podia entrar. Era necessário ter uma carta de recomendação de alguém renomado, além da habilidade em esgrima.

E não terminava aí. Pessoas talentosas e outros gênios de todo o continente ainda precisavam passar por outra prova.

Alguns alunos desistiam por não conseguirem digerir a enorme quantidade de treinamentos e exames. Outros se frustravam ao verem que havia pessoas mais talentosas que eles, e mesmo passando em todos os testes, recebiam apenas o título de aprendiz pre-eliminar. Isso tornava tudo ainda mais difícil.

Naturalmente, os trainees da 34ª turma de Krono não conseguiam pensar muito à frente. As crianças que acabaram de concluir sua avaliação estavam aliviadas por não terem sido eliminadas, orgulhosas do que haviam conquistado e gratas pela oportunidade de aprenderem algo nos próximos seis meses.

Por isso, não gostaram.

Um garoto loiro chamado Kai foi transferido de repente para a 34ª turma, pela qual eles tanto lutaram para entrar.

— Como ele pode ser tão descarado?

— …

— Isso mesmo. Ele acha que vamos ter medo só porque nos olha assim?

Uma garota de cabelos prateados, como se abraçassem a Via Láctea, perguntou.

Eles tinham apenas 13 anos. Apesar de estarem numa idade em que deveriam estar nos braços dos pais e cometendo erros, eram maduros e dignos. Corpos ainda não plenamente desenvolvidos, mas treinados constantemente e cheios de confiança.

“Se metade das crianças do orfanato fossem como eles, teria sido bem mais fácil.”

O problema era que aquela criança de olhar confiante não gostava dele.

Ele entendia.

Todos os outros tinham se alistado no quarto mês, e ouviu dizer que haviam passado por uma avaliação intermediária poucos dias antes. Parecia que ele havia recebido um privilégio ao pular tudo isso e entrar no meio do caminho.

No entanto, Kai passara em seus próprios testes para chegar ali. Ele pensou na quantidade de treinamento que recebera da heroína Ignet Crecensia.

“No começo, todos os dias pareciam uma luta pela sobrevivência. As provações nunca terminavam.”

— O quê? Se tem algo para dizer, diga!

— Está com medo? Covarde!

— E daí se recebeu apoio da Senhorita Crecensia? Krono não é lugar para privilegiados. Alguém como você não deveria andar de cabeça erguida assim…

Mesmo enquanto pensava nisso, a garota continuava com seus comentários ferinos. Esse era um lugar onde todos eram tratados de maneira justa.

‘Um cara como você não deveria estar aqui.’ Essas palavras não feriam Kai, que já vivera no inferno desde o nascimento, mas ele não podia ficar calado.

Por causa do que Ignet lhe dissera.

Phew.

Ele suspirou e deu um passo à frente. E, em voz baixa, de modo que apenas a garota pudesse ouvir, ele disse:

— Seus pais, eu os conheço.

— …!

— Não sei sobre os outros, mas acho que você não deveria falar sobre privilégios.

— I-Isso! E-Eu cheguei até aqui por conta própria…

Ele não escutou mais. Kai virou-se como se tivesse dito o que queria e se afastou da garota. Ela ainda gritava, mas ele não se importou, e logo ela parou. Estava assustada com a possibilidade de seu segredo vir à tona.

“Não tenho intenção de revelar o que você está escondendo, mas…”

Não direi nada, pois isso também me traria problemas.

Mas não terminava aí. Não era apenas sobre a garota.

Havia muitos amigos da garota prateada, e a maioria deles olhava para Kai.

O garoto de cabelos castanhos, que não tirava os olhos dele, caminhou até Kai. Era mais alto que os outros. E, diferente de Kai, tinha uma postura digna.

E, baseado no que via, parecia ignorante, mas suas primeiras palavras foram inesperadas.

— Aquela é bem irritante.

— Hã?

— A Elena. Ah, eu sou Darian Cox.

— …Kai.

— Haha, já sabia.

Darian Cox estendeu a mão, e Kai aceitou o aperto.

Darian ficou satisfeito com o aperto de mão e comentou sobre a garota de cabelos prateados, Elena.

— Não se preocupe com aquela garota. Ela fala muito sobre privilégios e o que é justo ou injusto, é bem metida.

O garoto de cabelos castanhos reclamava constantemente, e Kai assentia. Concordava com algumas coisas que ele dizia.

Não havia nada de errado em um nobre nascer como nobre ou em um filho de uma família rica desfrutar da vida. No entanto, Elena demonstrava uma aversão estranha por alguém com quem nem precisava se misturar.

“Também não o conheço bem.”

Kai não era muito perspicaz.

Ainda assim, sabia que Darian gostava de Elena. No entanto, não era honesto e falava mal dela.

Por quê?

Kai pensou. Por que mentir? Por que esconder tantas coisas? E encontrou a resposta. Era uma situação em que não se conseguia resolver nada sendo sincero com as próprias expressões.

“…quando o careca Jack nos chutava.”

O desgraçado que batia em crianças. Por causa dele, teve que ver seus amigos morrerem de dor.

Sempre que isso acontecia, Kai escondia seus sentimentos e mostrava um sorriso. Quando era difícil, tentava ficar com a expressão neutra.

“Não gosto disso.”

Kai olhou para Elena à distância. E depois para Darian Cox.

Um problema pequeno como aquele era uma questão importante na vida dessas crianças. Kai, que se sentia deprimido sem motivo aparente, sorriu e aceitou as palavras de Darian.

— Uh, certo.

— …

O garoto nobre parou.

Fitou Kai, depois disse que falariam depois, e se afastou. Kai observou o garoto voltar para seu grupo de amigos e se afastar. O garoto, que tinha dificuldade para sorrir, voltou à sua expressão vazia.

“Quero ir embora.”

Aquele não era o lugar para ele.

E não era apenas Elena ou Darian.

Tanto nobres quanto não nobres. Todos pareciam viver vidas melhores que a dele. Embora soubesse que não havia nada de errado nisso, se perguntava se havia realmente um bom motivo para se dar bem com aqueles que eram tão diferentes dele.

“Por que a Senhorita Crecensia me enviou para cá?”

Porque estava ocupada?

Ou porque estava incomodada com ele?

Não encontrava a resposta, mas Kai queria ir embora. Não se importava em fazer o treinamento dela, que doía até os ossos; pensava que seria melhor.

Aqui em Krono, ninguém poderia compreendê-lo.

…um estranho apareceu quando o garoto chutou uma pedra.

— Uh?

Ouvindo a voz de Elena, Kai abaixou a cabeça. Darian Cox, que murmurava em seu grupo, olhou para o centro do salão.

Um sorriso gentil e caloroso.

Não era suave, no entanto. Era caloroso como uma fogueira, mas com a dureza do aço e a imensa pressão da vasta terra. A sensação da água fluindo estava presente, assim como uma grandiosidade, como se estivesse olhando para uma árvore colossal.

E, após algum tempo.

O espadachim loiro se moveu em sincronia com as cinco auras cativantes.

— …

— …

— …

Ninguém conseguia desviar o olhar dele. Nenhuma criança conseguia tirar os olhos da dança da espada executada por aquele homem.

Era como uma história contada por um velho sentado em um banco à sombra de uma árvore, era assim que se sentia, e isso capturou o coração de Kai.

— …

As cinco auras mudavam constantemente.

Às vezes, uma grande estaca de ferro causava problemas.

Havia momentos em que chamas ardentes podiam cobrir o céu e a terra, e outros em que águas estagnadas exalavam um fedor pútrido. Para alguns, a energia da árvore era a mais opressora, enquanto para outros, a energia da terra era amarga.

O sofrimento e a dor não têm superiores ou inferiores.

Comparando sua miséria à dos outros, o menino se encantava com uma sensação de superioridade.

Wooong!

Wooong!

O fluxo continuava.

A energia do metal e do fogo.

A energia do fogo e da água se movia, abrindo caminho para que se incentivassem mutuamente.

A coexistência em que chamas nasciam das árvores, cinzas floresciam do fogo, cinzas se tornavam ferro, ferro se transformava em água, e a água ajudava as árvores a crescerem. A espada não se quebrava, no entanto. Podia haver momentos de fraqueza, mas ela não parava. Aquilo não era uma resposta, mas qualquer um poderia encontrar sua própria resposta por meio daquilo.

“Eu sei.”

Agora ele entendia.

Por que viera para cá? Por que Ignet o enviara para cá?

Kai já estava em lágrimas.

O espadachim loiro terminou sua dança da espada e sorriu ao olhar para as crianças, que exibiam diversas reações diante daquela apresentação.

— Prazer em conhecê-los, eu sou o diretor de Krono, Airen Farreira.

“Não mudou desde então.”

Um pouco afastada da escola de esgrima, de onde se podia ver as crianças; qualquer um que quisesse observá-las poderia fazê-lo dali.

Ignet, lembrando-se de sua infância, assentiu com a cabeça.

Ela não tinha muitas boas lembranças antes dos vinte anos, mas Krono fora uma experiência agradável para ela. E não apenas isso, também a ajudara a planejar seu futuro. No entanto, não durou muito.

Airen Farreira apareceu ao seu lado, e então Kiril Farreira surgiu, montada em um ser lendário, deslumbrante em toda a sua beleza.

Ela havia partido naquele momento.

Ignet sorriu e perguntou:

— Já está na hora?

— Sim. Como soube…

— Intuição.

— Bem, você é uma feiticeira.

Kiril disse, e Airen assentiu.

Não era necessária mais conversa.

Os três se entreolharam, e o grifo chamado Cherry alçou voo, subindo aos céus.

Eles estavam a caminho para encontrar um dragão.

Não, uma gata preta.

Airen fechou os olhos e reviveu memórias de quinze anos atrás, recordando-se de Lulu, que em breve despertaria.


>>> FIM <<<



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