Isaac e Ian usaram suas espadas curtas para cortar a vegetação e criar um caminho. Estavam prestando atenção dobrada aos arredores enquanto se moviam com cautela.
Est tinha uma carranca no rosto enquanto se movia na retaguarda da formação. Eles já tinham andado por uma hora, mas ainda não haviam encontrado um ser vivo dentro da Floresta Negra. Não conseguiam nem mesmo ouvir o som dos pássaros ou o zumbido dos insetos.
A floresta parecia desprovida de vida, o que só os fez ficarem mais cautelosos.
De repente, ele escutou alguns ruídos ao redor. Isaac e Ian imediatamente correram para seu lado e formaram um perímetro de proteção.
Foi neste momento que viram algo brotar do chão e agarrar o tornozelo de Isaac. O garoto instantaneamente olhou para baixo e viu uma mão feita de ossos o segurar com um aperto firme.
Ian imediatamente pisou na mão com força, a despedaçando e libertando seu irmão no processo. Para seu desânimo, mais mãos saíram do chão e tentaram agarrá-los.
“Hah!” Est, Ian e Isaac liberaram um grito poderoso e uma onda de choque enviou os braços esqueléticos para longe de seus corpos.
“Subam na árvore, rápido!” Est ordenou.
Os três rapidamente correram para a árvore mais próxima e escalaram o mais alto que puderam. Não muito depois de subirem, o chão começou a tremer.
“Um terremoto?” Isaac perguntou.
“Não”, Est respondeu. “Isso não é um terremoto.”
“É algo pior”, O rosto de Ian empalideceu ao ver centenas de soldados esqueletos levantarem do chão. Alguns deles vestiam armaduras leves e carregavam armas de aço nas mãos.
O barulho de ossos rangendo reverberou pela floresta enquanto cada vez mais esqueletos se levantavam. A floresta uma vez desprovida de vida agora estava repleta de mortos-vivos.
William estalou a língua ao assistir o evento que se desenrolava. Ele estava atualmente em cima de uma árvore e assistia as três crianças de longe. Devido à suas habilidades ‘Olhos de Águia’ e ‘Olhos de Abutre’, era capaz de ver até mil e cem metros de distância.
Olhos de Águia (5/5)
(Passiva)
– Capaz de enxergar mais longe do que uma visão normal.
– Aumento da Visão em 100 metros.
– Destreza +10
Olhos de Abutre (5/5)
(10 Pontos de Mana)
– Localize seu alvo a uma grande distância.
– Aumento da Visão em 1000 metros.
– Duração da Habilidade: 20 minutos.
Ele podia claramente ver mais de mil esqueletos circulando a árvore onde os três garotos estavam cercados. As más notícias era que o números deles continuava a aumentar em uma taxa alarmante.
‘Eu deveria ajudá-los?’ William pensou. Apesar de não poder lutar contra os esqueletos, podia facilmente ajudar Est e os gêmeos a escaparem do cerco.
Enquanto William ainda estava ponderando no que fazer, eles começaram a se mover.
‘Hmm? Por que eles estão… oh porra! Os bastardos estão vindo pra cá!’ William amaldiçoou internamente. ‘Merda! Os esqueletos também estão vindo!’
Os olhos dele se arregalaram em choque quando essa virada de eventos repentina. Seu olhar inconscientemente se direcionou para o rosto maldoso de Ian. O garoto ruivo podia ver o sorriso diabólico que o garoto odioso que fez sua mão coçar.
‘Eu tô me segurando pra não espancar esse desgraçado’, William rangeu os dentes enquanto assistia os três pularem de árvore em árvore em sua direção.
Seus movimentos eram até rápidos e, dentro de um minuto, eles pousaram na árvore oposta à que William estava.
Ele os ignorou e se focou no exército de esqueletos. Calculou que ainda levaria quinze minutos para que ele chegasse na localização deles. Havia mais tempo que o necessário para uma conversa.
“Que surpresa te encontrar aqui”, Ian disse zombando. “O que foi? O gato comeu sua língua?”
“Que surpresa te encontrar aqui”, William respondeu com desprezo. “O que foi? Vieram aqui para implorar pela minha ajuda?”
O rosto de Ian escureceu, mas ele não conseguia encontrar palavras para refutar a afirmação de William. Mais cedo, ele havia secretamente usado sua habilidade para marcar William usando sua raiva como meio. Enquanto sua fúria pelo garoto permanecesse, seria capaz de localizá-lo aonde quer que ele estivesse.
Essa era uma habilidade que despertou alguns anos atrás. Ela tinha o objetivo de localizar seus inimigos, dando-os nenhuma chance de escapar de sua perseguição. Nunca em seus sonhos mais loucos ele pensou que a usaria para procurar ajuda da pessoa que mais odiava.
William se deitou contra o tronco da árvore de uma maneira despreocupada. Ele era quem tinha vantagem nesta negociação e não seria tolo o bastante para não usá-la.
Uma luta interna estava acontecendo dentro da mente de Est. Embora eles tenham conseguido escapar dos esqueletos, era apenas questão de tempo até que eles os alcançassem novamente. A explosão de poder que demonstraram agora pouco tinha um limite de tempo e eles não seriam capazes de manter sua Aura da Espada por muito tempo.
Mesmo agora, tinham apenas cinco minutos antes de que seu efeito acabasse. Est sabia que a cada minuto o perigo que enfrentariam aumentaria exponencialmente.
Com um suspiro de resignação, ele olhou para o pastor despreocupado a sua frente e aceitou a derrota. Se quisesse ter sucesso, ele não teria outra escolha além de se comprometer. Foi nesse momento que se lembrou das palavras da Deusa no templo.
“Eu olho somente para os resultados, Est, não para o processo.”
Pela primeira vez na vida, Est foi forçado a dar um passo atrás e engolir seu orgulho. Ele tinha até que se comprometer e abaixar a cabeça para alguém que não era seu igual. Desde que tinha feito sua decisão, não hesitou mais e tomou a iniciativa de pedir pela ajuda de William.
“Aceito sua condição”, disse. “Por favor, nos empreste sua força. Preciso completar esta missão, não importa o quÊ. O Destino do…”
Uma mão cobriu a boca de Est enquanto Isaac se posicionava ao seu lado.
“Me desculpe, Jovem Mestre”, Isaac sussurrou. “Por favor, perdoe a minha transgressão, mas não devemos deixar ninguém saber sobre nossa missão. Este foi o aviso que o oráculo nos deu antes de deixarmos a capital.”
Os olhos de Est se arregalaram ao perceber que quase disse a William a razão de ter que passar por este julgamento. O ataque repentino dos esqueletos havia nublado sua mente e o fez perder um pouco sua compostura.
Depois de dar algumas respirações para se recompor, ele tocou as mãos de Isaac para assegurá-lo que estava no controle de suas emoções.
Isaac removeu a mão dos lábios de Est e curvou a cabeça como pedido de desculpas.
“Você não tem culpa”, Est disse enquanto se dirigia a Isaac. “Prometo que serei mais cuidadoso no futuro.”
“Desde que o Jovem Mestre entenda, este servo está disposto a ser punido.”
“Não vai haver punição. Só se foque no objetivo que temos.”
“Sim, jovem Mestre!”
William assistiu a interação com uma expressão divertida. Ele não queria bisbilhotar e não estava realmente interessado em saber mais sobre a missão deles. Tuco com que se importava era a conclusão do julgamento para que sua própria missão pudesse ser completa.
“Vamos”, William ordenou ao mesmo tempo em que pulava para outra árvore.
Os outros três o seguiram e retornaram para a periferia da floresta, onde Ella e o resto das cabras estavam os esperando.
Pode ter levado algum tempo, mas William finalmente alcançou seu objetivo de tomar o controle do grupo. Mesmo o irritante Ian se manteve calado e simplesmente seguiu atrás dele.
Meia hora depois, um rebanho de cabras correu pelo chão da floresta. O exército de esqueletos a muito tempo deixado para trás comendo poeira. William manteve sua atenção no mapa enquanto dava ordens minuciosas para as cabras.
Est, Isaac e Ian estavam atualmente montados em Aslan, Chronos e Echo. Depois de considerar cuidadosamente, William decidiu preservar a força de batalha dos três. Eles poderiam ser de ajuda caso se encontrassem com alguma surpresa inesperada no caminho.
“Parem!” William comandou e as cabras imediatamente pararam de se mover.
Eles estavam apenas a duzentos metros do ponto dourado brilhante no mapa, mas não poderiam avançar mais.
Independentemente do caminho escolhido, eles seriam forçados a lutar com um dos cinco pontos roxos que estavam, cada um, guardando as cinco entradas que levavam ao seu destino. William já havia usado sua habilidade para olhar a frente deles e não encontrou nenhum outro caminho a não ser um confronto direto.