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Release that Witch – Capítulo 747

O Sniper

A noite não era a hora perfeita para lutar.

Tanto o sol quanto a lua tornavam-se invisíveis durante os Meses dos Demônios. Um tom sombrio iluminava as areia do deserto, mostrando vagamente os contornos dos montes de areia. A área em que a luz não conseguia penetrar estava, em contraste, bastante escura.

Diante da pouca luminosidade, as tochas tornaram-se necessárias tanto para atacar quanto para defender.

Quando algumas tochas apareceram no horizonte, Danny começou a carregar o rifle.

— Atenção, os inimigos estão se aproximando.

— Eu sei Malt. Eu tô vendo eles.

Ele primeiro imitou a voz de Malt e, em seguida, respondeu a si mesmo.

Desse jeito, ele podia fingir que Malt ainda lutava ao seu lado como protetor, embora Malt já não estivesse mais vivo.

Pouco depois que Danny havia sido liberado da detenção e mandado de volta para o Batalhão de Fuzileiros, Brian o havia visitado e trazido uma nova arma de fogo.

Era esta que ele estava segurando agora.

Embora fosse bastante similar a um rifle de ferrolho[1], Danny sabia que essa nova arma era muito superior.

Assim como espadas similares, algumas delas seriam forjadas por ferreiros amadores; já outras, no entanto, seriam espadas esplêndidas, cuja lâmina poderia cortar a carne como se fosse um pedaço de queijo.

A parte metálica do cano da arma brilhava; sua superfície era tão lisa quanto a pele de uma dama; suas juntas também eram bem polidas, como uma obra de arte.

O que mais surpreendeu Danny foi o telescópio monocular no topo da arma. Na superfície das lentes, havia duas linhas cruzadas, uma na horizontal e outra na vertical, cuja intersecção alinhava-se exatamente com a direção na qual o projétil disparava.

Danny não entendia como esse telescópio monocular fazia com que os alvos distantes e pequenos se tornassem visíveis e claros. Isso queria dizer que o alcance de disparo da arma havia, de certo modo, aumentado. Durante o teste na seção de tiros, Danny havia confirmado essa teoria. Ele havia notado que a nova arma era muito mais certeira do que o rifle de ferrolho normal. Dependendo das condições do vento, ele poderia acertar o inimigo a 500 metros de distância bem na cabeça, com uma precisão de 90%.

Quando ele soube que a nova arma havia sido feita especialmente para ele por Sua Majestade, Danny quase chorou. Sua Majestade ainda tinha esperança nele. Além disso, Sua Majestade também lhe concedeu o poder de escolher livremente de qual posição atirar. Danny sabia que, para retribuir a benevolência do rei, ele tinha que dar tudo de si no campo de batalha.

No entanto, quando Brian o perguntou se ele queria selecionar um novo protetor, ele negou imediatamente.

Ele já tinha dois protetores.

Sua arma.

E Malt.

Assim como o Comandante havia previsto, mais tochas apareceram e cobriram o deserto como as estrelas do céu. Antes de cada batalha, os superiores normalmente revelariam detalhadamente o plano de operação para cada time. Desta forma, os soldados saberiam o que fazer no campo de batalha.

Por exemplo, a unidade de canhões acenderia tochas e dispararia a cada sete minutos para atrair os inimigos, com o propósito de mitigar a força dos Cães de Guarda e assim preparar o exército para o ataque principal que aconteceria ao amanhecer. Tudo muito simples. As tochas atrairiam a atenção dos inimigos, e o controle da frequência de disparo evitaria que os Cães de Guarda se dispersassem em pânico.

Claro, Danny sabia que o Batalhão de Artilharia não tinha a capacidade de controlar a frequência de disparo dos canhões.

Soldados do Batalhão de Artilharia não faziam ideia de quanto recurso havia disponível para eles. Eles eram todos ignorantes; lutadores incompetentes que provavelmente nem teriam conseguido transportar os equipamentos básicos para o deserto sem a ajuda da bruxa chamada Beija-Flor. Diferente desses idiotas inúteis, os soldados do Batalhão de Fuzileiros eram muito mais produtivos. Cada soldado do Batalhão de Fuzileiros tinha o dever de carregar sua própria arma e munição.

Havia uma dúzia de carruagens no total, no qual mais da metade carregava as munições de artilharia e as munições de metralhadora. Em cada caixa de madeira havia apenas duas ogivas explosivas. Se eles atirassem como se estivessem num exercício de artilharia, os dois Canhões Cancioneiros consumiriam toda a munição disponível em uma hora.

Embora Danny tivesse que admitir que o exercício de artilharia havia sido incrível, ele sempre pensou que toneladas de moedas de ouro estavam sendo gastas cada vez que os Canhões Cancioneiros disparavam. Infelizmente, esses soldados do Batalhão de Artilharia eram muito ignorantes e arrogantes para entender que todos esses gastos vinham do tesouro de Sua Majestade, mas eles simplesmente viam esse poder como se fosse deles. Se um dia Sua Majestade parasse de apoiá-los financeiramente, esses soldados não seriam absolutamente nada comparados ao Batalhão de Fuzileiros.

Portanto, o maior motivo de controlarem a frequência de disparo era para economizar munição para futuras emergências. Eles provavelmente teriam que esperar uma ou duas semanas para os novos recrutas chegarem e fornecerem suprimentos e munição.

Quando os inimigos chegaram mais perto, Danny levantou o rifle.

— Vento do norte… relativamente forte. Seu alvo está a 700 metros.

— Obrigado, Malt.

— De nada.

Danny murmurou para si, com sua mão no gatilho.

Os guerreiros da Nação da Areia realmente eram muito bons em lutar a cavalo. As tochas dispersadas haviam gradualmente formado uma linha reta enquanto eles avançavam. As galopadas ficaram cada vez mais rápidas. Em seguida, esses guerreiros largaram as tochas e puxaram suas espadas.

Neste momento, inúmeras “centelhas”[2] de repente apareceram nos dois montes de areia que flanqueavam os inimigos.

Pá. Pá. Pá…

O barulho das metralhadoras misturado com o som do galopar dos cavalos marcaram oficialmente o início da batalha. Como não havia artilharia de campanha, as metralhadoras se tornaram as armas com o maior alcance de disparo, abaixo dos Canhões Cancioneiros. Os projéteis dispararam como chuva na direção dos inimigos. O deserto imediatamente começou a ser consumido pelo trovão. Danny conseguia ouvir os inimigos gritando e xingando. As sombras pareciam se mover ainda mais rápido na escuridão.

Danny não prestou atenção neles.

Seus olhos estavam fixados no inimigo mais à frente.

— 500 metros. Te peguei.

Não era fácil localizar o alvo numa noite sem luar. Ele mal conseguia ver o inimigo direito. No entanto, a batalha não era um exercício. Ele não tinha que acertar na cabeça para marcar um ponto. Um tiro em qualquer parte do corpo do inimigo seria o suficiente para derrubá-lo. Isso se aplicava tanto para a montaria quanto para o montador.

Danny atirou. O cano da arma tremeu levemente. Ele ficou extasiado ao sentir o cheiro da pólvora queimada.

Danny não viu onde a bala se alojou no inimigo, nem mesmo viu sangue espirrar. O inimigo simplesmente caiu do cavalo, provavelmente morto.

Essa é a minha área de caça. — Danny pensou. — Esse é o lugar onde eu devo ficar.

— Você viu, Malt?

— Não se distraia. Seu próximo alvo está vindo.

— Ah, deixe comigo.


[1] – Danny usou o rifle de ferrolho lá no Capítulo 609. Se quiserem, passem lá pra relembrar.

[2] – Essas “centelhas” se referem ao fogo que sai do cano das armas quando disparadas. É importante notar que essa é a visão de Danny sobre o campo de batalha. A forma que ele tem de descrever as coisas é diferente.

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Carlos Eduardo
Membro
Carlos Eduardo
15 dias atrás

O cara fumou uma erva da boa ou a erva fumou ele.

Saga
Membro
Saga
2 meses atrás

Traumatizado, tadinho kkkkkkk

Wolfox
Visitante
Wolfox
7 meses atrás

Pronto. Indoido de vez

Leo Lopes
Membro
Leo Lopes
1 ano atrás

O malt ;-;

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