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Return of the Frozen Player – Capítulo 194

Território Devorador de Sol (6)

Uma mansão em um campo vazio sem cerca nenhuma… Costumava ser a residência oficial do lorde, brilhante e sem nenhuma sujeira, diferente de agora.

“Lembre-se, você não pode tirar o seu capuz não importa o que aconteça.”

“…”

Preocupação tomou conta do rosto de Lorde Favo, que parecia jovem. A pessoa com quem ele estava conversando era uma criança baixinha, que no máximo alcançava sua panturrilha.

“E nunca coma humanos. Isso é uma promessa.”

Favo levantou o dedo mindinho e a criança o encarou de forma inexpressiva, então ela levantou a mão e enganchou o dedo mindinho no de Favo. Favo sorriu e acariciou a cabeça da criança.

“Ótimo. Então eu vou te ajudar o máximo que puder.”

No começo, Favo sentiu pena. A criança troll precisava ser amamentada, mas a mãe tinha sido caçada por Aventureiros, deixando para trás somente a criança aos prantos. Coincidentemente, Favo, o lorde de Sol do Oeste, encontrou a criança adormecida em uma caverna, exausta depois de tanto chorar.

‘Eu não consegui matá-lo…’

Apesar de ser um monstro de alto nível, o coração de Favo era mole demais para matar um monstro tão jovem. Porém, deixá-lo ali era a mesma coisa que matá-lo. Eventualmente, Favo fechou os olhos e resolveu levar a criança troll para criá-la.

“Para se misturar com a sociedade humana, você vai ter que seguir algumas regras…”

Isso incluía não sair durante o dia, sempre usar um capuz à noite, não atacar humanos a qualquer custo e, finalmente, se tornar um mercenário treinando suas técnicas de espada.

“Houve um tempo em que orcs, elfos e anões eram tratados como monstros.”

Mas era diferente agora… Os humanos haviam reconhecido a inteligência deles e os aceitados como a Raça Secundária no continente. Graças a isso, o número de mercenários orcs e elfos atualmente ativos nas guildas de mercenários era significante.

“Quem sabe… Talvez você possa ser o primeiro mercenário troll?”

“… Kreung?”

“Mas você vai ter que aprender bastante coisa antes disso.”

A partir daí, Favo começou a cuidar de seu território durante o dia e, à noite, ele se tornava um professor e ensinava técnicas de espada e literatura para o troll. Infelizmente, seu conhecimento sobre a espada não era tão profundo, então ele recebeu a ajuda de sua mão direita e cavaleiro.

“O poder regenerativo da sua espécie é uma grande bênção. Se conseguir se sair bem, você pode se tornar o melhor cavaleiro de todos.”

Ser capaz de regenerar uma parte cortada do corpo era um grande mérito para um espadachim.


Um ano, dois anos, cinco, dez…

Já havia se passado dez anos desde que Favo assumiu o território do Sol do Oeste. A pequena criança troll já tinha mais de 3 metros de altura depois de tantos anos.

“… Parece que não vou mais poder criá-lo na minha mansão.”

“Os cidadãos que viram o troll de relance estão ficando ansiosos.”

“Haaa…”

Favo deu um suspiro profundo. Além disso, o troll também estava se sentindo sem espaço dentro de sua casa.

“… Você decide. Você quer sair?”

Quando Favo perguntou, o espadachim troll, ‘Roland’, escreveu com uma caneta de pena.

‘Sim.’

Ele escreveu na linguagem imperial com uma caligrafia clara. O mão direita de Favo, que também estava observando, falou: “O Roland é mais forte do que eu. O que acha que recomendá-lo para a guilda de mercenários?”

“Hmm, não sei se eles vão ver Roland por quem é.”

Roland não atacou e nem comeu nenhum humano nesses dez últimos anos. Ele era um ser perfeitamente inteligente. Ele até tinha aprendido a linguagem imperial e tinha um grande entendimento sobre o manejo da espada.

“O único defeito é que você não pode falar porque as suas capacidades de linguagem deterioraram.”

O problema era a língua atrofiada do troll. Lorde Favo pensou por um longo tempo antes de assentir.

“Eu conheço alguém da guilda de mercenários. Vou enviar uma carta.”


Foi um sucesso. O conhecido de Favo na guilda de mercenários mostrou um grande favor em relação à existência do troll.

– Um troll que sabe como usar uma espada. Ele pode se tornar alguém importante e até mesmo uma estrela.

O conhecido insistiu que Roland fosse enviado para fazer o teste assim que possível.

“Parabéns, Roland.”

Favo, o cavaleiro e Roland ficaram felizes. Então, eles começaram a se preparar para o exame de mercenários. Favo deu roupas novas a Roland e o cavaleiro deu uma de suas espadas.

“Se falhar no teste, não desanime. Volte direto para casa.”

Concorda.

Concordando, Roland partiu do território do Sol do Oeste ao amanhecer. Enquanto saía da vila, ele olhava várias vezes para trás para Favo e o cavaleiro. A visão dos dois sorrindo e acenando ficou profundamente gravada na memória de Roland.


“É ele?”

“Sim, não é interessante? Um troll criado por uma pessoa… E ele consegue até usar uma espada.”

“Com certeza é interessante. Ele vai ser um bom experimento.”

O corpo de Roland tremia. Mesmo com o poder regenerativo natural de um troll, o ferimento em seu corpo não queria se curar. Apesar de atacar dezenas de vezes, ele não conseguiu nem encostar nas roupas das pessoas diante dele.

“Já chega de fingir ser humano, monstro.”

“Mostre a violência dormente dentro de você.”

Os dois demônios que estavam brincando com Roland como se fosse uma criança, implantaram uma jade demoníaca em seu corpo.

“Quantas pessoas você acha que ele vai comer?”

“Quem sabe? Depois de ser fortalecido por uma jade demoníaca, acho que a maioria dos Jogadores e dos Aventureiros não vai conseguir competir contra ele.”

“Acho que pelo menos umas cem pessoas…”

“Então, eu aposto em 150.”

A aposta nojenta dos demônios nem foi ouvida por Roland. O corpo de Roland se debatia com uma dor terrível que ele nunca havia experimentado antes. Ao mesmo tempo, a presença das figuras de Favo e do cavaleiro em sua cabeça se tornou embaçada.

“Khuuuuuuuuuuuaaaang!” Com olhos vermelhos, o troll rugiu.


“É-É um troll! O troll matou um homem!”

Gritos aterrorizados ecoavam pelas ruas de Sol do Oeste. Só havia se passado um dia desde que Roland saiu para a cidade vizinha para realizar o teste de mercenário.

“…!”

Os que ficaram mais chocados foram o cavaleiro e Favo que tinham saído correndo para a cena. Roland estava sem seu capuz e diante dele havia um homem coberto de sangue. O homem não estava respirando. Obviamente, estava morto.

“Roland…?”

Por qualquer que fosse o motivo, Roland tinha ficado maior em um único dia.

“Krrrrr.”

Nenhuma inteligência podia ser encontrada nos olhos do troll enquanto ele olhava para Favo com uma bufada. Ele tinha se transformado em um monstro. Diante do monstro, o cavaleiro perguntou a Favo.

“… Lorde, suas ordens.”

“…”

Favo estava com uma expressão vazia. Por que esse cara gentil tinha cometido um assassinato? Ele queria pelo menos perguntar o motivo, mas não podia fazer isso. Dezenas de residentes já tinham testemunhado o assassinato cometido pelo troll. Independente do motivo, assassinato era um crime e o culpado era até um monstro, não um ser humano. Mordendo seus lábios, Favo falou em voz alta.

“Cacem esse monstro agora mesmo!”

Era a ordem que ele como um ‘lorde’ precisava dar. Roland olhou para Favo e o cavaleiro com olhos vermelhos, então se virou e fugiu das Montanhas Gêmeas sendo perseguido por soldados.


Uma recompensa foi oferecida. Onde havia flores, haveria abelhas. Inúmeros Jogadores, Aventureiros e mercenários se reuniram, cobiçando a recompensa. Roland lidou com todos eles. Nesse meio-tempo, seu senso de raciocínio que tinha desaparecido graças à influência da jade demoníaca voltou gradualmente.

“…”

Ele estava arrependido. Roland olhou para suas mãos e chorou. Ele percebeu o que tinha feito e o problema que havia causado para as duas pessoas que ele mais admirava e amava. Ele se tentou se apunhalar no coração para morrer, mas o poder regenerativo dos trolls era muito forte. Até morrer era difícil.

“…”

Então, Roland esperou. Ele esperou até que alguém forte o suficiente para matá-lo chegasse. Desde que recuperou os sentidos, ele não matou um único humano, só os aprisionou. Mas quando isso aconteceu, quase oitenta pessoas já tinham morrido por suas mãos.

“…”

O cavaleiro, que era seu professor de esgrima, sempre dizia que um cavaleiro era uma existência que brandia a espada para proteger. Ele também disse que matar um oponente sem ter ninguém para proteger simplesmente o transformaria em um monstro.

“…”

Assim que se lembrou disso, ele jogou fora sua espada. Ele achou que isso era o mínimo de cortesia que ele podia dar ao professor que o ensinou a brandir a espada. Então, ele esperou por um longo tempo até que alguém forte o suficiente para matá-lo chegou.

“…”

Que alívio… Roland ficou aliviado no momento em que se encontrou com Seo Jun-Ho. Seo Jun-Ho era forte, ele tinha o mesmo cheiro perigoso dos humanos que haviam dado a jade demoníaca a ele. Agora Roland podia morrer. Sua vida de desonra e vergonha estava prestes a terminar.

“…”

Sabendo que não podia derrotar seu oponente, ele executou o melhor movimento que podia com sua espada pela última vez. Desse jeito, seu oponente o mataria ao invés de tentar capturá-lo vivo.

“…”

Nos momentos finais de sua vida, não foi coincidência que seu olhar se virou para o território do Sol do Oeste.

‘Sinto… muito…’

Ele pediu desculpas repetidas vezes. Até o momento em que morreu, seu coração estava cheio de culpa em relação aos dois humanos.


(N.R.: ROBERTOOOOOOOOO! Não, pera, nome errado… ROLANDDDDDDD!)

“…”

Depois de assistir todos os vídeos das memórias, Seo Jun-Ho se levantou lentamente. O interior da caverna estava agitado.

“Meu Deus, tem pelo menos 40 pessoas vivas aqui…”

“Ainda bem que não chegamos tarde demais…”

“Pensando nisso, nós não fizemos muita coisa, não é?”

“Ahem!”

Depois de um tempo, os membros da Guilda Azul que estavam no pé da montanha voltaram. Eles tinham subido para resgatar as pessoas depois de receber um aviso de que o troll mutante havia sido morto.

“Vou deixar as coisas aqui com vocês.”

Seo Jun-Ho deixou o local para a Guilda Azul e desceu a montanha às pressas. Apesar de já estar tarde, Lorde Favo o recebeu.

“Você já voltou… Aconteceu alguma coisa?”

“Não, tudo foi resolvido. Eu derrotei o troll.”

“É mesmo…”

Seo Jun-Ho não deixou passar despercebido a tristeza que apareceu momentaneamente nos olhos de Favo. Ele disse: “Eu vi o diário escrito pelo troll.”

“… Diário?”

“Sim, eu li tudo e queimei.”

Seo Jun-Ho contou a Favo por que o troll tinha perdido o controle. Ele contou a verdade: Não foi a vontade do troll, mas sim o trabalho de demônios.

“E-Então foi isso que aconteceu…”

Favo tremia com seus punhos cerrados. Seo Jun-Ho disse a Favo que ele não estava explicando isso só para satisfazer a curiosidade dele.

“Se você não tivesse acolhido o troll, isso não teria acontecido…”

Não importava como as intenções fossem boas, se os resultados fossem catastróficos, não seria certo.

“Lembre-se disso: não é sempre que consideração, gentileza e afeto tornam o mundo melhor.”

“…”

“Eu vou relatar esse acontecimento para o Império pessoalmente. Podemos deixar o resto para a justiça.”

Seo Jun-Ho saiu da residência do lorde, deixando essas palavras para trás. No caminho de volta para a pousada, a Rainha Gélida falou com ele: “Contratante, tu tens que ir tão longe assim?”

“Sim…”

Sua voz era forme e a Rainha Gélida parecia confusa. “É um pouco difícil de entender. Um monarca deve levar em consideração a injustiça e as dificuldades de seu povo.”

“Do ponto de vista de um monarca, mas eu não sou um monarca…”

Seo Jun-Ho também sabia melhor do que ninguém que isso não era culpa de Favo. Os errados eram os demônios. Era um fato que ninguém poderia negar. Mas era por isso que Seo Jun-Ho queria fazer as coisas desse jeito.

“Não sei por que, mas tu pareces frio hoje.” Comentou a Rainha Gélida.

De repente, ela sentiu que havia uma grande distância entre ela e Seo Jun-Ho. Era porque Seo Jun-Ho, que sempre teve um coração gentil, estava mostrando um lado irreconhecível dele hoje.

“Uma vez, um Jogador acendeu um fogo para seus companheiros que estavam dormindo, sofrendo no frio. Ele era uma pessoa gentil.”

“…?”

“Por causa da luz, o local do acampamento foi descoberto por monstros e o grupo foi eliminado. Foi um caso tão idiota que qualquer um que ouvisse ficaria sem palavras. Mas isso só significa que se você quiser fazer algo bom para alguém, você precisa pensar bem antes. Precisa considerar se está preparado para lidar com as consequências…”

Essa era uma das verdades duras e difíceis que Seo Jun-Ho acabou aprendendo em seus cinco anos como um Jogador.

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