Subaru: “Espere, vamos nos acalmar. Primeiramente, antes de nos precipitarmos, podemos classificar o que sabemos?”
As palavras ditas por Ferris alcançaram o limite do que Subaru poderia lidar por agora.
Ferris e Ricardo acenaram para a mão levantada de Subaru enquanto consideravam a sugestão dada por ele.
Subaru: “Agora, neste momento, mudar para outro lugar seria muito difícil com tantos feridos.”
Ferris: “Bem, as feridas mais graves já foram curadas e estabilizadas. Além disso, não deveria continuar surgindo ainda mais pessoas feridas, e ainda assim…”
Com seu profissionalismo, Ferris deu seu diagnóstico, e Subaru parou para analisar a situação em que o hospital de campanha se encontrava.
A iluminação mínima, e o chão de pedra frio como blocos de gelo. Pela sensação única e decorrente do ar, Subaru julgou que o lugar em que estava era subterrâneo – quase como um estacionamento de um grande supermercado.
Subaru: “Ainda estamos em Pristella?”
Ferris: “Aqui é um dos abrigos de Pristella. Nessa cidade, se algum problema com os cursos de água ocorressem, os danos causados pela água seriam super problemáticos, então há diversos abrigos por toda a cidade. Este é um dos abrigos na Primeira Rua.”
Ricardo: “A praça onde encontrei o mano é perto daqui. Depois de um certo esforço, conseguimos trazer o irmão e as outras vítimas em segurança!”
Continuando a explicação de Ferris, Ricardo proclamou enquanto batia fortemente em seu peitoral grosso. Ferris olhou fixamente para Ricardo até ele terminar sua fala.
Ferris: “É uma sorte que Ferris-chan também esteja aqui, junto com tantos feridos. Esse senhor com cara de cachorro não teria conseguido lidar com toda a situação, muito menos dar tratamento.”
Ricardo: “Sim! Agora eu não preciso sentir nenhum tipo de arrependimento ou preocupação em relação a isso! Ahahahaha!”
A atitude habitual de Ricardo e sua risada eram revigorantes, mesmo que não combinasse com a atmosfera sombria do hospital. Se pelo menos uma pessoa mantivesse essa atitude positiva, todos poderiam manter as esperanças.
Ferris: “Então, o que aconteceu com Subaru-kyun lá fora, durante o ataque do Culto da Bruxa?”
Subaru: “Ah, bem… haviam dois Arcebispos na praça, Ira e Ganância. Quem quase destruiu meu pé foi a Ganância, que raptou Emilia… no entanto, quem causou todo essa dano a essas pessoas foi a Ira.”
Ferris: “Como isso aconteceu?”
Subaru: “A autoridade da Ira… é um pouco difícil de explicar. Se alguém for ferido, ela tem o poder de transmitir a dor e o ferimento para as outras pessoas que estiverem ao redor.”
Com cuidado, ele escolheu as palavras simples, para tentar explicar o poder dela. Ricardo inclinou a cabeça, e a pele de Ferris mudou de cor para um esbranquiçado pálido, quando ele percebeu as implicações da terrível habilidade.
Ele olhou para os feridos e encarou suas feridas.
Ferris: “Então… essa era a razão pela qual Subaru-kyun e todos os outros tiveram a mesma lesão. Tive um mal pressentimento, mas…”
Subaru: “Ah…”
Emoções absurdamente frequentes acompanhavam um personagem distorcido. No entanto, com Sirius, esse absurdo era de natureza fisiológica. Mas isso não se aplicava somente a ela.
Subaru ainda tinha mais uma coisa a dizer.
Subaru: “Também temos a Ganância, que é igualmente problemática.”
Ferris: “Ah~… Ferris-chan já está muito cansado, não tenho energia para dar atenção a coisas ainda mais problemáticas.”
Subaru: “Desculpe, mas não acho que seja possível ignorar aquele maldito Ganância, ele pode evitar qualquer ataque. Seja ele banhado por chamas, atingido por um chicote, ou socado diretamente, qualquer dano é nulo.”
Mesmo sendo banhado pelas chamas ardentes de Sirius, Regulus permaneceu intacto, defendendo tanto a si próprio quanto a inconsciente Emilia em seus braços, indefesa. Isso só demonstrou a exibição de seu poder incontrolável.
Ferris: “Um ser que pode transmitir lesões e um cara que é invencível… você só pode estar brincando.”
Subaru: “A mão invisível de Petelgeuse era muito poderosa… mas comparado com os poderes desses caras… o poder deles está em um nível completamente diferente.”
Tendo isso em mente, as habilidades das mãos invisíveis de Petelgeuse, naquela época, acabaram não sendo eficazes em Subaru.
Considerando essa ineficácia, Subaru não teve muitas dificuldades para derrotá-lo. E comparando ele com os outros, agora, Subaru pensa nele apenas como um lunático ao invés de um Arcebispo do Pecado.
Portanto, a partir de agora, essa seria sua primeira batalha formal e direta com o Culto da Bruxa.
Subaru: “Sendo assim, o Arcebispo que acabou de se apresentar, Luxúria… possivelmente tem habilidades tão problemáticas quanto as dos demais.”
Ferris: “E o pior de tudo… Há provavelmente cinco arcebispos aqui.”
Subaru: “Cinco…!?”
Ferris formulou sua hipótese que era aterrorizante demais e que ia além da imaginação de Subaru. Como ele chegou a essa teoria?
Ferris suspirou e ergueu o dedo para o Subaru confuso subjugado.
Ferris: “Escute. Pense um pouco na transmissão que a Luxúria fez. Essa cidade tem quatro comportas de água, certo?”
Subaru: “Ah, sim, certo. Eles tomaram o controle, o que significa que eles podem estar planejando afundar toda a cidade… tornando a situação ainda mais complicada e perigosa.”
Ferris: “E existe a possibilidade de cada Arcebispo ocupar uma torre… já são três inimigos reunidos em um só lugar, o que é algo novo e inesperado. Então, a pior das piores hipóteses vem à mente… que deve haver ainda mais Arcebispos pela cidade.”
Subaru: “Então… possivelmente seriam quatro deles…tch.”
Falando o número em voz alta, Subaru finalmente entendeu o que Ferris queria dizer.
Em Pristella, havia quatro comportas de água , norte, sul, leste e oeste, que administravam a cidade. E já que todas foram tomadas, indicava que,
Subaru: “Então, pode se supor que cada torre é guardada por um Arcebispo? Nesse caso há quatro deles…”
Ferris: “Subaru-kyun, considere o que aconteceu – a transmissão que ocorreu agora pouco, usou uma magia que existe apenas no prédio da prefeitura. O inimigo também deve ter ocupado o centro da cidade, o que significa que eles capturaram cinco fortalezas.”
Essa especulação ainda mais desesperada deixou Subaru sem fôlego.
Como Ferris havia dito, a prefeitura devia ter sido tomada para que eles pudessem se comunicar com a cidade. Além da luxúria, devia haver mais dois Arcebispos.
A única explicação plausível e mais compressível para isso seria um ataque coordenado pelo Culto da Bruxa.
Subaru: “Além da praça em que eu estive, houve alguma outra comoção? Um outro ataque?”
Ferris: “——”
Se isso fosse apenas uma zombaria por parte do Culto da Bruxa, seria difícil imaginar que eles tomariam apenas um lugar como alvo. A natureza desses caras era gerada apenas para pisar e humilhar a existência das pessoas. Eles não hesitariam em deixar um único ser passar despercebido pelas suas ações.
Subaru só podia rezar para que seus piores temores não se realizassem. E buscando por uma resposta, seus olhos imploraram por uma confirmação.
Distraidamente Ferris baixou seu olhar, ficando em completo silêncio. Ricardo tossiu, mostrando uma série de dentes afiados em seu rosto grande de homem fera.
Ricardo: “Honestamente, agora a única situação que conhecemos é a nossa. Nem sabemos a localização dos outros abrigos, por isso é do nosso interesse ficar aqui.”
Subaru: “Por quê? Não deveríamos procurar pelos nossos aliados para nos unirmos e colaborarmos? Você não está preocupado com eles?”
Enquanto falava, Ricardo gesticulou com as mãos, e Subaru olhou rapidamente para Ferris.
Nesse mesmo abrigo, era estranho que Ferris e Ricardo fossem as únicas pessoas presentes que Subaru conhecia.
Subaru: “Onde estão Crusch-san e Wilhelm-san? É incomum ver vocês três separados. Eles estão em outro abrigo?”
Ferris: “Você parece estar confuso, Subaru-kyun. Os únicos que você conhece aqui são Ferris-chan e Ricardo, e como você pode ver–”
Fereis respondeu com uma sensação de desconforto, e uma ansiedade enorme cresceu dentro de Subaru. No entanto, dispersando esse sentimento, uma voz gentil e delicada aliviou aquela atmosfera tensa.
Ouvindo a voz repentinamente, Subaru olhou para cima e ao redor sendo incapaz de localizar o dono.
??: “Eu sinto muito, parece que estou preocupando você. É bom revê-lo, Subaru-sama.”
Ferris: “Crusch-sama é uma malvada.”
Subaru: “O quê? Hã?”
Ferris que estava conversando com seu mestre que não poderia ser vista, enfiou a mão no vestido, Subaru observou com os olhos redondos enquanto o curandeiro tirava do bolso um objeto familiar.
Subaru: “Espere, isso é…”
Ferris: “Isso mesmo. Foi um saque de um ano atrás. Nós o usamos também durante a batalha contra a preguiça, lembra?”
Ferris respondeu mostrando o espelho em sua mão.
À primeira vista, o espelho parecia ser um objeto comum, mas ao invés de refletir seu reflexo, ele refletia o rosto de uma bela dama de cabelos verdes com um sorriso gentil– aquela sem dúvidas era Crusch.
O objeto mágico conhecido como o espelho da conversação era mais ou menos a versão deste mundo de um telefone celular, que permitia que seus proprietários falassem através de um espelho emparelhados. Um ano atrás eles haviam desenvolvido um papel significativo na batalha contra o Culto da Bruxa, e agora foram trazidos para essa cidade.
Crusch ligeiramente franziu a testa diante do silêncio de Subaru.
Crusch: “Ferris, Subaru-sama parece um pouco perturbado, você escondeu isso dele?”
Ferris: “Desculpe por isso. Mas eu não pensei que nossa próxima ligação seria tão cedo, então eu não achei que seria importante contar isso a ele ainda.”
Subaru: “E-espere. Deixa eu ver se entendi. É graças aos espelhos da conversação que você está conversando com Crusch-san que está em outro abrigo agora, certo?
Crusch: “Certamente.”
Enquanto mestre e cavaleiro conversavam, Subaru demorou um tempo até resolver sua confusão e compreender a situação.
Timidamente, para confirmar a segurança de Crusch, Subaru pegou o espelho da mão de Ferris.
Subaru: “Graças a deus… é difícil imaginar o que está acontecendo agora pela cidade, então, ainda bem que podemos entrar em contato através dos espelhos. Crusch-san você não está ferida?”
Crusch: “Não, obrigado pela sua preocupação. Estou bem. Felizmente, consegui encontrar um abrigo a tempo, sem sofrer nenhum tipo de ataque ou ferimento. Ouvi dizer que Subaru-sama foi ferido gravemente e foi levado para o abrigo. Como você está?”
Subaru: “Não posso dizer nada como ‘Estou completamente bem’, mas me sinto suficientemente bem. Eu irei fazer alguma coisa. Vou agir assim que minha ferida estiver melhor e enfaixada… Ferris, não me olhe assim.”
Quando Subaru anunciou suas intenções, ele sentiu o olhar rígido e afiado de Ferris. No entanto, mesmo ele sendo ingrato, mesmo sabendo disso, ele não podia ficar sentado esperando por respostas sem fazer nada. Romper o impasse em que se encontravam era um meio urgente e necessário.
Subaru: “Falaremos sobre isso mais tarde… Crusch-san, como estão as coisas em seu abrigo? Algum conhecido conseguiu se abrigar a tempo?”
Crusch: “Sim, existem vários outros aqui comigo.”
??: “Eu também estou aqui, Subaru. Felizmente, todos que estavam hospedados no hotel conseguiram chegar são e salvos até aqui.”
De algum lugar atrás de Crusch, uma voz elegante se sobrepôs à conversa.
No instante seguinte, Subaru congelou e balançou a cabeça com força, para confirmar que não ouviu errado, através daquela voz encorajadora.
Subaru: “Sua presença aí é meio reconfortante, Julius.”
Julius: “Ouvi dizer que você foi carregado até o abrigo inconsciente. Já que você se recuperou com sua vivacidade de sempre, vejo que minhas preocupações eram infundadas… É verdade que Emilia-sama foi sequestrada?”
Subaru: “…Sim, é verdade. Desculpa, sou tão inútil.”
Julius: “Você estava enfrentando dois Arcebispos. Não sou um homem tão horrível a ponto de culpar você por falta de força. Anastasia-Sama e Crusch-sama estão aqui, assim como alguns membros do ‘Presa de Ferro’, ah, e dois seguidores de Felt-sama também estão aqui.”
Ele rapidamente confirmou o status de Emilia, sem responsabilizar Subaru.
Embora a gentileza de Julius fosse acolhedora e reconfortante, ele amplificou os sentimentos de culpa de Subaru. Ao ouvir suas últimas palavras, Subaru confirmou a presença de um homem ferido no refúgio.
Subaru: “Certo, diga aos outros dois seguidores de Felt, que o amigo deles está aqui. Está ferido, mas vivo.”
Julius: “Entendo, é bom ouvir isso. Com certeza irei passar a diante. Eles estão tentando agir com coragem, mas certamente estão preocupados. Bem, e então Subaru…”
Depois que Ton e Kan foram informados da segurança de Rachins, Julius mudou o tom de voz na intenção de alterar o assunto da conversa.
Julius: “O que faremos?”
Subaru: “… Não tenho a mínima idéia do por que de você estar me perguntando isso.”
Julius: “Assim como a batalha contra a preguiça demonstrou, você parece ter um talento especial para lidar com o Culto da Bruxa. Talvez você pudesse fazer algo inesperado e resolver nosso dilema?”
Subaru: “Que tipo de crença boba é essa? Lamento desapontar, mas eu não sou nenhum tipo de especialista sobre o Culto da Bruxa.”
Julius: “Isso é lamentável. Agora sobre Emilia-sama, tenho certeza que é o que seu coração mais cobiça. Então, o que você quer fazer?”
As respostas de Subaru obviamente não atingiram as expectativas de Julius, mas mesmo assim ele não desanimou.
A última metade de sua frase continuava uma verdadeira questão.
Subaru: “Emilia foi levada pela Ganância… ele apenas só fala suas próprias crenças egoístas e não admite quaisquer divergências. Não quero deixar ela nas mãos dele nem mais por um segundo.”
Julius: “O que quer dizer, que resgatar Emilia-sama da Ganância, é sua responsabilidade.”
Subaru: “Claro… espera, você acabou de dizer, minha responsabilidade?”
Julius falou em um tom baixo enquanto mostrava a palma da mão aberta para Subaru, mostrando os cinco dedos.
Julius: “Ouça, Subaru. Ferris já deveria ter esclarecido que no total devem haver, provavelmente, cinco arcebispos em cada um dos lugares chaves de Pristella. Levando em consideração a capacidade e os status de cada inimigo, a divisão de forças durante a batalha é essencialmente importante.”
Subaru: “… Não importa de onde seja, eles podem afundar a cidade de um jeito ou de outro, a qualquer custo.”
Julius: “Isso mesmo. A solução para derrotar os Arcebispos em uma só tacada, é atacando cada um desses lugares individualmente ao mesmo tempo. Nessa situação, devemos restabelecer nossos contatos com nossas forças, que estão espalhadas pela cidade… você entende toda essa situação, certo?”
Embora incapaz de entrar em contato com seus camaradas, Julius formulou um plano de ataque elaborado e coordenado.
Quando a prefeitura foi tomada, todos foram separados e buscaram refúgio em diferentes abrigos. E a fim de julgar o estado dos outros abrigos, soluções e ações precisavam ser tomadas imediatamente.
Ferris: “A propósito, Wil-ji confirmou que há uma multidão de pessoas vagando pela cidade. Eles perderam os sentidos e estão agindo de modo estranho, parecendo bonecos sendo controlados.”
Subaru: “… Isso só pode ser a autoridade de Sirius! Droga, a situação parece só estar piorando a cada segundo.”
Ouvindo a informação desagradável e irritante de Ferris, Subaru coçou a cabeça em agitação quando mais notícias foram expostas. No mínimo, devia haver um jeito de entrar em contato com todas as forças de combates existentes na cidade–
Subaru: “Não sei onde Otto e Garfiel estão, e Emilia foi sequestrada… que bagunça.”
Julius: “Joshua e o subchefe do Presa de Ferro também estão desaparecidos, assim como Wilhelm-sama, Felt-sama e Reinhard. Também não temos notícias de Priscilla-sama…”
Subaru: “Eu não sei onde Al e o mordomo estão, mas Priscilla deveria estar na praça antes de toda a comoção começar. Não tenho idéia do que aconteceu com ela depois disso… Liliana deveria estar com ela também.”
Embora a natureza de Priscilla não fosse normal, e também a estranheza de Liliana fosse anormal, Subaru não queria que nenhuma das duas se machucassem.
Levando em conta a proclamada sorte de Priscilla, se a cantora estivesse com ela talvez ficasse bem. Subaru só podia esperar e torcer para que ficassem bem.
Patrasche também estava presente, mas diferente deles, ela estava mais segura no pavilhão da plumagem aquática. Ela era suficientemente inteligente para evitar uma comoção, então se preocupar com ela agora era desnecessário.
Atormentação constante incomodava Subaru, ele sentiu que lançar 5 ataques simultâneos nas 5 fortalezas era impossível.
Não importa como isso fosse ditado, era impossível. Não havia combatentes e aliados suficientes para atacar cinco locais diretamente. Sem contar que eles enfrentariam Arcebispos e não uma força inimiga qualquer.
Subaru: “Espere… por que temos que atacar todos os outros cinco lugares diretamente ao mesmo tempo?”
Julius: “Como assim? É como havíamos dito. O Culto da Bruxa pode causar danos tremendos se resolverem atacar de qualquer lugar que estejam.”
Subaru: “Eu entendo que precisamos retomar todas as torres de controle eventualmente. Mas ao mesmo tempo?”
Julius: “Assim que eles descobrirem que foram atacados em um dos locais, imediatamente os outros Arcebispos começarão a colocar seus planos em prática, não é? Deve ser por isso que eles lançaram um ataque coordenado.”
Julius deu uma resposta clara a Subaru. Enquanto ouvia suas palavras, Subaru ponderou sua sua decisão de precisão.
Obviamente a lógica de Julius era correta. Mas os oponentes que eles enfrentavam não eram normais.
Na praça, Regulus e Sirius lutaram letalmente.
Regulus não estava dando tudo de si e muito menos levando a sério. Por esse fator, ele não causou quase dano algum, mas Sirius realmente tinha a intenção de matá-lo. Se desejasse, Regulus poderia ser capaz de matá-la em questão de minutos.
Tendo isso em mente, eles realmente poderiam estar trabalhando juntos para tomar o controle da cidade?
Subaru: “… Eles realmente têm algum senso real de cooperatividade. Claro, eles revelaram ter cooperado um com o outro para tomar controle sobre as torres, mas meu questionamento é, será que eles conseguem manter um contato amigável e organizado a cada passo de seus planos?”
Julius: “Com base em quê?”
Subaru: “No tempo em que fiquei na praça, os dois Arcebispos presentes estavam tentando se matar. Eles só pararam porque receberam mais instruções de seu evangelho. Se isso não tivesse acontecido, provavelmente um teria matado o outro.”
Julius: “Então… eles não conseguem se coordenar corretamente entre si?”
Julius parecia um pouco incerto com a resposta de Subaru.
Subaru: “Há alguém que tenha acesso ao exterior?”
Julius: “Alguns membros do Presa de Ferro estão patrulhando de olho nas torres… o que você pretende fazer?”
Subaru: “Embora isso seja apenas uma conjectura, a forma de comunicação aqui está escassa. Existe a opção mais simples entre elas que seria lançar sinais mágicos no ar. Mas em uma cidade tão grande e complexa como essa, a comunicação verbal é problemática. Levaria muito tempo sem um espelho da conversação.”
Julius: “A probabilidade de que o Culto da Bruxa tenha trazido tais espelhos é baixa. Se esse fosse o caso, meus espíritos sem dúvidas já teriam detectado…”
Juntos eles chegaram às mesmas conclusões simultaneamente. Subaru respondeu com um “ah” antes de continuar.
Subaru: “Então eles costumam fazer comunicação de modo fácil e compreensível? Se algum tipo de comoção não surgir, eles não irão agir. E assim, isso acaba reduzindo nossa necessidade de dispersar nossas forças de combate diretamente nas quatro torres.”
Julius: “O único problema com esta proposta é que existe um lugar que é diferente dos outros quatro destinos.”
Subaru: “A prefeitura… O edifício que pode informar as outras torres do ataque. Portanto, por primeiro teríamos que começar por ela.”
Foi decidido. A concentração atual e inicial do combate seria focado no escritório central de Pristella. Eles teriam que ir até lá e derrotar o Arcebispo do Pecado da Luxúria com todas suas forças, e depois destruir todas as outras 4 torres.
Mesmo assim, seria uma corrida contra o tempo, mas o risco era menor do que decidir atacar os cinco lugares de uma vez só. Pelo menos Subaru acreditava nisso.
Julius, do outro lado do espelho, caiu em um pensamento profundo.
A proposta de Subaru foi baseada no relacionamento desagradável de Regulus e Sirius, assumindo a idéia de que o Culto da Bruxa era uma confusão de distorções.
Claro, se o evangelho desse uma ordem como matar todos de Pristella, suas esperanças seriam fundamentalmente subjetivas.
??: “Minhas mais sinceras e profundas desculpas pelo meu atraso, todos podem me ouvir?”
No meio de um silêncio pesado, uma voz repentina entrou na conversa.
A voz envelhecida e castigada pelo tempo que Subaru tanto admirava era mais admirável e confiável do que qualquer outra na situação atual.
O rosto de um velho com cabelos brancos surgiu refletindo-se no espelho da conversação.
Subaru: “Wilhelm-san! Você está bem!”
Ferris: “Wil-ji! Obrigado por não entrar em contato! Isso deixou as pessoas preocupadas, sabia?!”
Ouvindo a voz familiar, Ferris, com seu tom de ironia habitual, recepcionou o companheiro. Wilhelm abriu bem os olhos e acenou com a cabeça.
Wilhelm: “Minhas desculpas, eu estava envolvido em alguns problemas e não consegui encontrar um lugar calmo para ficar. Mas agora alguns cidadãos e eu conseguimos chegar em um abrigo seguro. Subaru-dono, Ferris, ver a segurança de vocês me dá paz. E quanto a Crusch-sama?”
Crusch: “Estou bem, Wilhelm. Estou tão feliz que esteja seguro.”
Wilhelm: “Não se preocupe comigo… foi por causa de minha impotência que eu não estive ao seu lado numa situação dessas. Permita-me despir um pouco de sua atenção, assim que possível irei encontrá-la.”
Subaru: “Essa sensação de alívio é incrivelmente anormal.”
Enquanto Crusch e Wilhelm falavam através do espelho, Subaru, descobrindo que o diálogo entre mestre e servo transmitia uma sensação avassaladora de segurança e confiança, suspirou admirado por Wilhelm.
E feliz por confirmar sua segurança, Subaru reuniu-se com Julius para reformular sua conversa com ele, enquanto tentava organizar um resumo para Wilhelm. Contudo,
??: “Há muitas coisas a serem ditas e transmitidas, mas a que eu tenho a dizer é mais urgente.”
Naquele momento, Wilhelm desapareceu do espelho, substituído por um homem fera; um gatinho usando um monóculo.
Este era o vice-chefe do Presa de Ferro, Tivey, que parecia ter unido forças juntamente com Wilhelm. Sua expressão estava ansiosamente estranha.
Ricardo: “Ei, se não é Tivey! Ver sua segurança é melhor do que qualquer outra coisa.”
Tivey: “Você também, chefe… mas não estamos completamente bem agora. Minha irmã está com você?”
Ricardo: “Mimi? Eu não a vi, aconteceu alguma coisa?”
Ao ouvir a voz fraca de Tivey, Ricardo olhou diretamente para o espelho, onde outra figura substitui Tivey.
??: “Chefe! Nossa irmã, nossa irmã, ela…”
Ricardo: “Hetaro! O que houve? Por que você está em pânico?”
Aquele que apareceu era o irmão idêntico a Tivey, Hetaro. Ele geralmente costumava ser um jovem maduro, mas agora seu rosto estava distorcido pela dor e desespero.
Lágrimas encheram seus grandes olhos redondos e sua voz estremeceu enquanto ele olhava para o espelho.
Hetaro: “N-nossa proteção divina de trissecção foi ativada… de nossa irmã, a-a ferida dela é séria, ela…”
Tivey: “Ei, irmão, acalme-se… é como ele disse, chefe. Parece que Mimi sofreu algum tipo de ataque, quando nossa irmã é ferida, a ferida também é transmitida para mim e o irmão, então…”
Ricardo: “Compreendi. Esperem aí, vou procurar por Mimi imediatamente. Não chore, apenas esperem.”
Com a voz mais baixa que Subaru já ouviu ser transmitida do homem-fera, Ricardo falou no espelho.
Naquele tom de som suave, Subaru sentiu um sentimento e uma pressão diferente do habitual. E sentindo a opressão, Subaru recuou, tremendo.
Os olhos do homem fera estavam cheios de raiva, e sua boca aberta revelou fileiras de dentes caninos extremamente afiados. Com seus músculos tensos, ele sacou sua lâmina que brilhava intensamente sob a luz enfraquecida do ambiente.
??: “Espere um pouco, Ricardo. Não posso permitir tal ação arbitrária.”
A voz que interveio o ataque raivoso de Ricardo veio do outro lado do espelho. Ricardo voltou-se para encarar Anastasia que foi refletida no espelho.
Ele franziu a testa, levantando sua lâmina para seu empregadador.
Ricardo: “Não me impeça, senhora. Eu não quero discutir com você agora.”
Anastasia: “Certamente, Ricardo, nosso longo vínculo faria você perceber que não estou brincando. Não me faça dizer de novo. No momento, ações precipitadas não podem ser permitidas. Até mesmo pelo bem de Mimi.”
Ricardo: “VOCÊ ESTÁ ME PEDINDO PARA ABANDONAR MIMI? É ISSO MESMO!!?”
Abrindo a boca, a raiva transmitida da boca de Ricardo sacudiu o ar do abrigo.
Essa tamanha intensidade não era motivo de risos. Subaru cambaleou vários passos para trás, para longe das presas afiadas da besta que emanava raiva. Ricardo fixou seu olhar afiado em Anastasia.
Pelo outro lado do espelho, ela o encarou firmemente.
Anastasia: “Você deveria entender, Ricardo. Agora todos nós entramos em circunstâncias imprevisíveis. Você é a minha arma mais importante. Não posso deixar você sair desse jeito irracionalmente.”
Ricardo: “Você ousa dizer isso… com quem você pensa que está falando, Anabo?… tch”
Anastasia: “Com você é claro, com quem mais seria? Não se esqueça do que eu disse, cachorro monstro.”
Os dois falaram nomes que apenas velhos conhecidos reconheceriam. Com a pele formigando de arrepio, Subaru desesperadamente procurou uma forma de intervir.
Ele queria poder apoiar Ricardo. Mas ele também entendia os sentimentos e a opinião de Anastasia.
Anastasia, que mantinha uma relação especial e próxima com o grupo, preferiu priorizar a segurança da cidade, do que a de Mimi.
Subaru percebeu que não havia como ele intervir, muito menos havia algo para interromper. Ricardo também deveria entender.
O tempo foi passando. Se Ricardo forçasse sua saída, nem Subaru nem ninguém ali dentro poderia detê-lo. Anastasia, que olhou friamente para a fera através do espelho mágico, tinha uma expressão rígida.
No entanto, ainda assim, Ricardo desviou seu olhar do espelho.
Subaru: “Ricardo, espere!”
Anastasia: “Pare! Não se apresse em tirar conclusões.”
Percebendo o movimento de Ricardo, Anastasia falou. Ricardo deu uma resposta silenciosa, como se estivesse pensativo. Ele se virou e farejou a entrada do abrigo.
Ricardo: “Tem algo de errado, alguma coisa está vindo… isso é, cheiro de sangue…?”
Subaru: “Cheiro de sangue?”
No meio de tantos feridos, ele parecia ser capaz de detectar diferentes cheiros a distância.
Em alerta, Ricardo apontou sua lâmina para a entrada do abrigo. Algo estava se aproximando.
Subaru e Ferris engoliram em seco, testemunhando a observação de Ricardo.
Sob passos pesados, uma sombra emergiu diante do chão na entrada do refúgio.
Naquele momento, os pacientes do abrigo, intimidados pela figura do intruso, prenderam a respiração.
E não foi outro o responsável por quebrar aquele silêncio, a não ser o próprio Subaru.
Parado ali, estava a figura de um ser baixo, loiro e familiar.
Subaru: “Garfiel?”
Um Garfiel suado, sujo e ofegante.
E percebendo a presença de Subaru, ele correu com uma oscilação estranha em seus passos. Então, Subaru finalmente percebeu o motivo pelo qual ele tinha seus movimentos tão instáveis.
Todos presente ficaram espantados e sem palavras quando Garfiel ficou frente a frente com Subaru. Ali, de cabeça baixa, ele caiu de joelhos, se ajoelhando.
Garfiel: “Desculpe, Capitão… hk! Meu incrível eu… é tão inútil…! Tão incompetente…sinto muito…!”
Depois de dizer isso, Garfiel soltou um grito de dor. Em seus braços estava a figura de Mimi toda ensanguentada.