??: “Gorgeous Tiger!?”
A consciência de Garfiel foi duramente abalada no momento em que ele ouviu aquelas palavras.
Ele tossiu os volumes d’água que ingeriu, sacudiu toda a umidade de seu corpo e a visão enfraquecida pela falta de oxigênio começou a retornar ao seu cérebro sonolento.
Ele estava em um espaço subterrâneo frio, sombrio e mal iluminado.
O chão rígido de pedra dura ainda estava submerso pelos grandes volumes de água que caíam. Parecia que o fluxo turvo havia inundado a sala devido a um buraco na parede atrás dele que o permitia respirar ar fresco.
Agora, Garfiel foi banhado por um grande número de olhares que neles abrigavam inquietação, curiosidade, pavor e oposição.
Devido ao número de pessoas diante dele e dos inúmeros sentimentos em seus olhares, Garfiel concluiu que este era um dos abrigos da cidade.
A via navegável em que ele mergulhou conectava-se a este abrigo, onde ele se encontrou agora ao atravessar uma das paredes, trazendo-o para cá. Como resultado, ele foi levado junto com a água do canal até o abrigo.
Garfiel: “…”
Ao perceber isso, a consciência turva de Garfiel recebeu um choque.
Levantando a cabeça, ele lembrou-se dos eventos que aconteceram antes que se molhasse, fazendo com que os pelos de seu corpo se erguessem. Rapidamente ele virou a cabeça, procurando ligeiramente o gigante que havia mergulhado na água com ele em um instante.
Garfiel: “… Ah.”
Seu olhar se sobrepôs ao encontrar os olhos verdes de uma criança loira.
Ele se lembrou daquele rosto. Esse rosto fez seu peito apertar, seguido por memórias que faziam agonizar seu espírito.
Ele ficou cara a cara com ele novamente, aquele garoto que tinha uma ligação com a mãe de Garfiel.
Ele era seu irmão mais novo, que permaneceu onde ele queria estar, aceitando o amor de sua mãe —
Garfiel: “––!?”
A sensação de se assustar foi novamente enterrada sob um excesso de sentimentos.
E então um enorme respingo varreu a água ao redor de Garfiel, era a forma do gigante que podia fazer voar uma grande quantidade de água apenas por ficar em pé.
Essa figura enorme balançou os braços que voou impiedosamente em direção a Garfiel, que olhava fixamente.
Enfrentando esse ataque, a reação de Garfiel foi um pouco tarde demais.
Foi um ataque que se mostrou altamente fatal.
O descuido momentâneo negligentemente ofereceu ao oponente uma abertura.
E do Deus da Guerra que Garfiel enfrentava, não ocorreu nenhum ataque de compaixão.
No total, oito ataques foram em direção a Garfiel.
Um ou dois foram bloqueados. No entanto, os seis restantes foram acertos diretos em Garfiel.
O rosto foi atingido e outros dois ataques contorceram seu corpo. Então, seu corpo suspenso e flutuante no ar foi batido contra o chão com outro punho; assim que sua cabeça fez contato com a água, outro punho veio do topo.
Seu rosto perfurou através da água e caiu no chão duro, danificando seriamente seu nariz e seus dentes. A superfície da água estava manchada de vermelho carmesim, uma corrente de sangue escorria da boca e do nariz de Garfiel quando ele se levantou.
Garfiel: “Pare, de brincar por aí!”
Um rugido que veio de sua boca com dentes soltos amorteceu o zumbido nos ouvidos causado por golpes na cabeça. O Deus da Guerra, que se posicionou diretamente à frente em resposta a um momento de raiva que cobriu este espaço subterrâneo, avançou como se esse fosse o motivo.
Seus punhos foram sobrepostos. Garfiel aproximou a cabeça e usou os dentes para arranhar o punho que havia atingido sua cabeça, rasgando a pele do pulso ao cotovelo em um único movimento. No mesmo instante, ele estendeu o braço direito para alcançar o pescoço do oponente, rasgando todo o caminho até a parte inferior do abdômen.
Uma grande quantidade de sangue fresco jorrou da incisão aguda, causando pouco dano ao corpo do Deus da Guerra.
No entanto, as outras sete mãos restantes do Deus da Guerra continuaram a atacar. Para evitar todos os ataques, Garfiel teve que fazer o máximo para responder.
Em uma única troca de golpes, Garfiel precisou usar apenas uma mão para lidar com oito.
Desvantagens, diferenças em habilidades avassaladoras e uma batalha avassaladora – esse fato acendeu sua vontade de lutar.
Garfiel: “AAAAAAAAAAAAA!!”
Ataque, ataque, ataque, ataque, ataque, ataque, ataque —
Bloqueie, desvie, evite, rejeite, chute e encare de frente!
Punho contra punho, gerando ondas de choque que conseguiram evaporar o suor dos dois.
Golpes duros como aço colidiram, o som desconcertante tornou difícil acreditar que ambos eram feitos de carne e osso. Os corpos da dupla não suportaram o impacto e eles voaram em direções opostas.
O tigre feroz e o corpo enorme do gigante foram jogados de lado ao ar, fazendo com que grande parte da água voasse para longe.
As costas de Kurgan colidiram com uma parede, enquanto Garfiel mais uma vez se familiarizou com a água submersa. Ele imediatamente levantou a cabeça e seu olhar se sobrepôs ao de Kurgan, que estava olhando diretamente para ele.
Embora sem uma única palavra sendo dita, a compreensão mútua foi estabelecida em apenas um momento.
Garfiel levantou-se, entrou na água que já alcançava seus tornozelos.
Assim que Garfiel pôde sentir a [Proteção Divina dos Espíritos da Terra] nas solas de seus pés, ele cortou um quadrilátero do chão em que estava e o removeu. Chutando para o lado aquele pedaço de piso, o enorme buraco fez com que grande parte da água que havia entrado no subsolo fluísse de uma só vez, reduzindo drasticamente o nível da água.
Enquanto Garfiel drenava a água, Kurgan aproximou-se do buraco por onde a água fluía.
O buraco que enviou os dois para o subsolo era enorme, grandes quantidades de água jorraram de dentro. Se deixasse assim, este espaço subterrâneo seria inundado em questão de minutos.
Kurgan puxou um Cutelo do Demônio. Tirando o que Garfiel mordeu em pedaços, restavam três Cutelos. Kurgan empunhou um para mirar diretamente acima, seu alvo estava pendurado acima do buraco — ele ergueu o pedaço de ferro exagerado em direção ao teto, quebrando-o.
Usando a visão de um guerreiro para ver através do colapso, com aspereza, ele preencheu o buraco na parede com entulho. Claro que até mesmo a água bloqueada ainda vazaria, mas não a ponto de submergir instantaneamente o subsolo.
O buraco foi tapado e a água foi drenada, e agora não inundaria mais os tornozelos.
Verificando o estado de seus arredores silenciosamente, os dois guerreiros voltaram às suas posições originais. Cara a cara. Escudos levantados, e o Cutelo do Demônio empunhado.
O herói, Kurgan dos [Oito Braços], e o desafiador, Garfiel, o [Gorgeous Tiger].
Subjugar um oponente nas condições ideais. Este foi o acordo implícito entre os dois guerreiros.
Kurgan: “…”
Garfiel: “…”
Garfiel sabia que não era o momento para fazer isso.
Seu dever era retornar à Prefeitura, que provavelmente estava sob ataque, para resgatar aqueles que não podiam lutar.
No entanto, antes de chegar a uma conclusão de o enfrentar ou não, Garfiel já havia decidido o que fazer a respeito desse problema.
— Esse sentimento já estava fora do lugar, mas Garfiel estava animado.
Sua lamentável derrota contra Reinhard; selando suas memórias e sentimentos por sua mãe; incapaz de vingar a garota gentil que o protegeu; e tendo deixado um aliado para trás em uma situação perigosa quando confrontado com uma emboscada.
Muitas coisas importantes foram arrancadas de suas mãos, deixando-o sentir-se impotente e vazio.
Saindo do [Santuário] e vendo o mundo, Garfiel reconheceu sua própria fraqueza.
A força que havia adquirido no [Santuário] o fez ser o mais forte, certamente. Porque, até então, sua métricade comparação era apenas com ele mesmo, não duvidando da poderosa força herdada das habilidades marciais que treinou.
E agora, saindo do [Santuário], vendo o mundo, Garfiel havia reconhecido forças muito maiores.
Comparado há seu tempo no [Santuário], seu próprio poder não havia diminuído. No entanto, sua métrica de comparação não era mais sua imaginação, tornando-o fraco na relatividade.
Em apenas dois dias, uma mudança de consciência o fez chegar a essa conclusão.
A impotência e a perda expuseram o eu interior de Garfiel, forçando-o a reconhecer que ele era apenas um pirralho blefante. Seu eu interior criou hesitação, dúvida e arrependimento; o medo e a hesitação em seu coração havia o deixado fraco.
— E foi precisamente Kurgan quem injetou a vida em seu espírito murcho e fraco.
Kurgan dos [Oito Braços], o herói do Império Vollachia. O homem mais forte da tribo de multi-braços.
Ele preparou seu Cutelo do Demônio, considerando Garfiel um guerreiro para enfrentar. O quão importante isso foi para Garfiel? Que não conseguia encontrar seu próprio valor.
Os dois homens emaranhados mergulharam na hidrovia em que Garfiel perdeu o equilíbrio por falta de experiência em combate aquático. O Kurgan ressuscitado não precisava respirar e, se ele quisesse decidir o resultado do duelo, ele poderia ter simplesmente esperado Garfiel se afogar.
No entanto, o Deus da Guerra havia destruído uma das paredes da hidrovia, que conectava ao abrigo, deixando Garfiel sobreviver.
Por qual propósito?
Garfiel: “Inicialmente pensei que… não era uma demonstração de piedade e misericórdia.”
Kurgan: “…”
Antes de Garfiel determinar sua epifania, ele pensava que Kurgan não o considerava um guerreiro.
Arremessar uma criança e chutar um bebê chorão não era o que um guerreiro faria. E então enfrentando Garfiel, que estava fazendo birra, Kurgan o contornou completamente, não o identificando como um oponente.
Mas isso estava errado.
Precisamente porque ele se levantou, ergueu os escudos, e porque percebeu que Garfiel o considerava um Deus da Guerra.
Foi por tudo isso que Garfiel pôde ver as famosas lâminas dos Cutelos do Demônio serem embainhadas; agindo assim, ele encontrou a posição para cumprimentar um guerreiro.
Depois de ver esse comportamento, o que ele havia mostrado a Garfiel certamente não era misericórdia ou piedade.
O que Kurgan procurava era o resultado de uma verdadeira batalha decisiva pela vitória contra Garfiel.
— A batalha entre dois guerreiros só poderia terminar com um golpe final mútuo como conclusão.
Garfiel: “Ei, seus idiotas… Quanto tempo cês vão ficar parados aí olhando?”
Garfiel verificou os escudos em seus dois braços, dizendo essas palavras direcionadas não a Kurgan, mas sim à plateia.
Aqueles que, após presenciarem a entrada dos dois homens pelo buraco, haviam assistido a batalha silenciosamente entre os guerreiros: os refugiados.
Reunidos no mesmo lugar, apesar de serem diferentes em seus trajes e raças, tudo o que eles tinham em comum era a capacidade de não lutar, eram um grupo de não combatentes que seriam mandados para a morte com apenas um ataque.
Se Garfiel caísse aqui, não haveria ninguém que poderia causar danos efetivos em Kurgan. Embora fosse difícil imaginar Kurgan cometendo atrocidades contra não combatentes, mas certamente o único que sabia disso agora era o Garfiel de frente para ele.
E então com isso…
Garfiel: “Deveria podê ser claro pra ver. Mesmo que eles assistam de lá, não há absolutamente nenhum lugar pra escaparem. Se apressem e aproveitem a chance pra procurar abrigo lá fora…”
Fred: “—Gorgeous Tiger!”
Garfiel: “Ah…?”
As palavras de Garfiel, que havia feito o pedido, foram esmagadas por um grito alto.
Quem gritou para Garfiel, cujas sobrancelhas se franziram, foi um dos espectadores que usou esse nome para chamar o guerreiro.
Os olhos do menino se encheram de lágrimas; as duas bochechas estavam totalmente vermelhas, segurando firmemente a barra de suas roupas.
Diante da expressão de surpresa de Garfiel, os olhos lacrimejantes do menino olharam para trás. Ele manteve uma vontade forte o suficiente para que Garfiel tivesse dificuldade em responder.
Garfiel: “Ei pirralho, o que tu… o que…”
Fred: “Gorgeous Tiger!”
Garfiel: “––”
Fred: “Gorgeous Tiger!”
A voz trêmula do garoto chamou o Garfiel silencioso.
Como se não soubesse outra forma de expressar seus sentimentos, tudo o que fez foi chamar aquele nome.
Este era o nome de um tigre dourado. Era o nome que Garfiel Tinzel ansiava ter, o nome do tigre mais forte.
Por que agora ele estava gritando por esse nome? O que ele queria transmitir?
As lágrimas continuaram a escorrer pelas bochechas avermelhadas do garoto.
Os gritos do garoto se espalharam por toda aquela audiência subterrânea. Então, todos começaram a compartilhar essa parcela de paixão, mesmo sendo algo inexprimível.
Garfiel: “Chega, já disse pra vocês irem embora.”
“Gorgeous Tiger–!”
O suspiro juntamente das palavras de Garfiel foram mais uma vez enterradas sob os gritos de apelo ao tigre dourado.
Por trás do garoto, uma garota com o mesmo cabelo loiro o abraçou. Essa era a irmã mais velha do menino. Como se agisse para proteger seu irmão mais novo, o olhar dela tremeu ao encontrar Garfiel.
Os lábios dela também tremiam incessantemente. Com uma voz sem som de silêncio, ela também chamou o nome do tigre dourado.
“Com certeza você precisa ganhar!”
Não foi dito pelo garoto, nem pela garota, muito menos por Garfiel.
Outro homem naquele espaço subterrâneo falou enquanto levantou o punho no ar.
Garfiel: “Espere, eu disse pra cês irem…”
“Lute e ganhe!”
“Não perca!”
“E mesmo que possamos apenas… assistir…!”
Garfiel ficou sem palavras.
A voz que ele usou para insistir que fugissem estava repetidamente sendo enterrada sob outras vozes.
Prestando mais atenção, o entusiasmo na voz do garoto havia alcançado o coração de todos no subsolo, nenhuma das pessoas assistindo ao duelo de Garfiel e Kurgan parecia querer fazer nem um movimento para fugir.
Se você parasse para pensar e usasse o bom senso, ninguém acreditaria que ficar era o certo. Todo mundo estava impressionado. Somente por causa daquela determinação e fé sem sentido, que provavelmente terminaria em sacrifício.
Garfiel: “…”
Por que isso importa? Foi o que Garfiel pensou.
Qual era o sentido em ficar aqui? Qual é o significado de fazer barulho e mostrar apoio?
Seria muito melhor se corressem. Dessa forma, ele mesmo não precisaria se preocupar em envolvê-los. A probabilidade de que eles fossem sacrificados, mesmo que ele próprio caísse, diminuiria. Isso era muito mais razoável a se fazer.
Mas mesmo assim nenhum deles fugiu, por quê?
Garfiel: “Capitão… Claro, parece que seu discurso produziu efeitos muito fortes.”
Da boca de Garfiel saiu o apelido Subaru, lembrando-se das palavras que transmitiu a toda cidade.
Subaru havia tocado o coração de todos da cidade; aquela poderosa transmissão que foi proclamada como fraca unia todas as pessoas que se sentiam submersas pela inquietação e terror. Uma luz bruxuleante de velas foi acesa com a última gota de esperança.
E o fogo queimou, extinguiu-se para deixar um grande calor no coração das pessoas, esperando o próximo momento reacender.
E, para eles, o momento de ignição era agora.
E o mesmo era para Garfiel naquele momento.
“GORGEOUS TIGER—!”
A solidariedade não parou.
O primeiro a chamar o tigre dourado foi o irmão mais novo de Garfiel, cuja existência ele desconhecia. E, para proteger o irmão mais novo, era a irmã mais nova, cujo nascimento também era igualmente desconhecido para Garfiel.
Os dois irmãos mais novos olhavam para Garfiel.
A cidade que aceitou sua mãe depois que ela perdeu suas memórias estava ali olhando diretamente para Garfiel.
Garfiel: “Comparado a um duelo comum entre guerreiros… é um pouco barulhento demais.”
Kurgan: “…”
Garfiel: “Realmente, devo desculpas. Tenho te incomodado o tempo todo com interrupções. Especialmente, sendo os mais problemáticos são os pequenos irmãos do meu incrível eu. Depois disso, eles receberão uma repreensão adequada.”
Kurgan: “––”
Garfiel: “Não…”
Sem dizer uma palavra, o Deus da Guerra ajustou sua postura preparando seu espírito de luta.
Desnecessário dizer que sua atitude foi de extrema força.
Garfiel cerrou os punhos, batendo os escudos presos em seus braços.
O som do aço colidindo com aço acendeu uma faísca e, através de suas presas, Garfiel respirou fundo.
Garfiel: “O [Escudo do Santuário]… não…”
Kurgan: “…”
Garfiel: “[Gorgeous Tiger], Garfiel Tinzel.”
O anúncio de um nome que deveria iniciar um duelo.
Na introdução de Garfiel, Kurgan permaneceu em silêncio, apenas meramente raspou as lâminas dos Cutelos do Demônio entre si, mostrando a seu oponente o máximo de vontade para a batalha.
E isso foi o suficiente.
Garfiel: “HAAAAAAAAAAHHH!”
Garfiel esmagou o chão de pedra, correndo para frente.
Kurgan o recebeu com o mesmo movimento, reduzindo a distância entre os dois em um instante.
Golpes fortes demais para dizer que eram ataques, mas cegos demais para dizer que eram ataques: esses eram os movimentos que Garfiel fazia sem pausas, deixando pouco espaço para respirar.
O ar tocado pelo Cutelo do Demônio de Kurgan em vez de fazer barulho ou ser cortado, parecia estar morto, e Garfiel deteve cada lâmina devido ao seu instinto de guerreiro.
Durante a troca de ataques, Garfiel teve que enfrentar oito mãos com apenas uma, e essas oito mãos só precisavam lutar contra uma.
Com a diferença no número de mãos entre Garfiel e Kurgan, vencê-lo para Garfiel era tão difícil quanto escalar os céus.
No entanto, sem agir, ele não poderia alcançá-lo. Então, ele iniciou aquela batalha, apostando tudo.
“––”
Diante dos golpes pesados direcionados ao seu corpo, mesmo se acertasse diretamente, até mesmo um golpe não cortante seria o suficiente para cortar sua carne e ossos. Sem a menor hesitação, Garfiel ergueu o pé, chutando e quebrando um Cutelo do Demônio, que se aproximava em sua direção, em um único passo.
Bem acima da cabeça, usando o calcanhar, ele alcançou o Cutelo, o corpo grosso da lâmina perfurou o chão de pedra, o rugido da rachadura criou uma ilusão de que a cidade inteira estava tremendo.
Ele primeiramente conseguiu lidar com uma mão, mas não podia baixar a guarda.
Ao mesmo tempo em que o Cutelo do Demônio quebrado perfurou o chão, o segundo cortou o ar em forma de arco na direção do ombro esquerdo de seu oponente. Ao ouvir o apito do som da lâmina do Cutelo do Demônio com sua orelha direita, Garfiel imediatamente protegeu sua cabeça com os escudos amarrados em seus braços. O ataque aconteceu exatamente no mesmo instante em que ele ergueu os braços, sacudindo sua atenção por um instante.
O impacto em seu braço direito fraturou seu cotovelo e quebrou o pulso do braço completamente. Garfiel cerrou os dentes com força a ponto de seus dentes pingarem sangue. Essa foi a segunda mão evitada.
A terceira e a quarta mão estavam vazias e atacaram no mesmo instante.
Os punhos cerrados de Kurgan, com sua forma gigante, não eram menores do que o tamanho do crânio de uma criança. Poder explosivo combinando com o tamanho explosivo, o poder de um golpe como esse pode ser considerado igual ao de um navio de guerra.
Sem mencionar que aqueles punhos, que pareciam ser capazes de perfurar placas de ferro, aproximaram-se de Garfiel, cuja mente ficou em branco após o impacto em sua cabeça. Um dos punhos foi em direção ao seu corpo e o outro em direção a sua cabeça; ambos os golpes diretos eram capazes de explodir um humano.
O golpe concentrado no corpo de Garfiel parecia queimar enquanto descia para o abdômen.
O punho queimou como se estivesse mergulhado em chamas, com um poder sobrenatural.
Torcendo seu corpo, este punho apenas raspou a pele da superfície de seu abdômen. Essa foi a terceira mão.
A sensação de que metade de seu corpo atormentava sua consciência, com a mão direita, Garfiel bloqueou o soco dirigido para o seu rosto. O braço direito já quebrado e estilhaçado se abriu completamente sob tamanha força.
Do cotovelo ao pulso e do pulso às pontas dos dedos, essa mão não parecia mais uma mão. O escudo que também estava afixado ao pulso voou. Mas perder uma mão dificilmente seria um ferimento fatal. Garfiel arqueou o corpo para ganhar impulso e encontrar a mão com a testa. Esmagando e parando o punho de Kurgan com uma cabeçada, ele evitou o golpe da quarta mão.
Restavam a quinta, sexta, sétima e oitava mão. Ainda estava distante. Muito distante. Distante suficiente para fazer alguém rir. Para fazer alguém estremecer.
Garfiel: “—AAAAAAAAAH!!”
A quinta e a sexta mão também estavam vazias. Um Cutelo do Demônio ainda existia para enfrentar, e um ferimento fatal ainda não havia sido causado.
Ambas as mãos eram esquerdas, cada uma se projetando sob o ombro e a lateral do corpo, atacando ao mesmo tempo. A mão direita de Garfiel a qual ele bloqueou agora era inútil. Sua mão esquerda não conseguiu chegar a tempo. Então, sem hesitar, Garfiel bateu com o pé direito para frente no chão.
Com as solas de seus pés fazendo barulho, ele ao mesmo tempo transmitiu sua vontade à terra.
Ocasionalmente, a terra emprestava-lhe forças; às vezes alinhava-se com seus desejos, e desta vez, a terra também oferecia a ele o seu poder.
Com o chão inclinado sob seus pés, a parte inferior do corpo de Kurgan perdeu o equilíbrio.
Mesmo assim, sem parar, o Deus da Guerra se endireitou. Seus movimentos não hesitaram. No entanto, na sua atenção inabalável, apareceu uma pausa.
No instante em que a atenção de Kurgan mudou para seus pés, Garfiel aproveitando o intervalo correu para atacar.
Com um salto e torcendo o corpo, Garfiel conseguiu passar a cabeça entre os dois punhos que se aproximavam. Como se, no olho de uma tempestade, os dois punhos passaram por trás de seu corpo.
No instante em que pousou os pés no chão, Garfiel sentiu um arrepio por seus próprios julgamentos.
Ele mesmo não sabia ao certo por que teria feito aquilo, um pensamento e uma decisão executados em uma fração de tempo. Cérebro escaldante. Coração pulsante. Sua vida estava à beira de explodir.
A quinta e a sexta mãos foram evitadas. Agora, a sétima e o oitava—
Kurgan: “…”
De repente, os cabelos de Garfiel se arrepiaram de frio.
Kurgan, cujas suas seis mãos foram evitadas, iria querer usar as duas mãos restantes para finalizar Garfiel. “Um golpe fatal se aproximava.”
— A sétima mão e a oitava, última de suas oito mãos, atacaram.
Ele decidiu cessar um ataque de uma mão, e usou-a para empunhar um Cutelo do Demônio.
Na mão direita ele segurava o punho do Cutelo enquanto com a mão vindo de seu ombro direito, ele segurava firmemente a lâmina do Cutelo. Um golpe extremo que ultrapassou o poderoso estava prestes a dar as boas-vindas a Garfiel no chão.
Cercado por todos os lados, uma presença tão avassaladora que faria qualquer um acreditar que morreria não importa para onde fugisse.
Essa foi uma visão que fez os ataques miseráveis de seis mãos anteriores parecessem nada além de desperdício.
Evitar era inimaginável.
Mesmo se recuasse, pulasse para o lado ou corresse para frente resultaria em um acerto direto.
A imagem de ser transformado em um pedaço de carne como resultado desse ataque surgiu diante de seus olhos.
A fuga era impossível. Atacar seria ainda mais imprudente. — Havia apenas uma opção, e era—
Garfiel colocou o braço esquerdo inteiro sobre a cabeça, e caiu até a cintura.
Nesse momento, havia vozes que ainda permaneciam audíveis. Os sons de seu irmão e irmã mais novos, e uma grande multidão de pessoas aplaudindo.
A estimativa foi em um momento, o movimento foi em um instante e o resultado foi imediato.
“…”
No instante em que o Cutelo do Demônio começou a se mover, Garfiel já havia deixado inteiramente este mundo.
Silêncio absoluto, sem formaabrangente. A ambientação estranha desapareceu num instante. Dentro da atenção de Garfiel, cujo foco foi aguçado até seu limite absoluto, estava apenas Kurgan.
Com uma lentidão anormal, o Cutelo do Demônio desceu sobre Garfiel.
Garfiel ergueu a cabeça, os movimentos com o qual ele enfrentou o ataque pareciam igualmente lentos. Em um mundo tão estagnado com a lentidão a ponto de induzir a ansiedade, tudo o que Garfiel podia fazer era cerrar os dentes com força.
Errado; ainda havia tempo para agir.
Ele viu Subaru. Ele viu Ram. Ele viu Mimi. Ele viu Frederica. Lembrou-se de Ryuzu, Emilia e até Otto. Ele pensou no desgraçado do Roswaal, viu Beatrice e Petra, e todos do [Santuário], e então sua mãe Reshia e seu irmão e irmã mais novos.
A batalha que aconteceu no [Santuário] permitiu que Garfiel percebesse sua própria fraqueza.
Percebendo a amplitude do mundo quando perdeu para Reinhard, Garfiel adotou a impressão equivocada e errônea de que havia ficado mais fraco do que quando ainda estava no [Santuário].
— Isso era impossível.
Se ter mais significava mais fraqueza, então para que as pessoas viviam?
Ser forte o suficiente para proteger tudo o que tem já é o bastante.
Garfiel: “Ahh… sinta-se revigorado.”
De repente, a irritação que atormentava seu coração foi embora.
Naquele instante, o Cutelo do Demônio atingiu o escudo de seu braço esquerdo, criando um choque que parecia um raio percorrendo o seu corpo.
Garfiel: “–Hk!”
A defesa criada por seu braço esquerdo foi em um instante cortada pela lâmina.
Assim como seu braço direito, pulso, cotovelo, bíceps e até mesmo ombro foram quebrados e torcidos além do imaginado.
Sentindo a dor familiar de um braço quebrado como se estivesse em um pesadelo, a agonia tingiu sua visão de vermelho, deixando seus pensamentos afundarem no vazio completo. Garfiel abriu a boca para soltar um uivo.
As presas que estavam cerradas o tempo todo começaram a afrouxar, iniciando um coro de desespero para cada ferida acumulada.
O ataque do Cutelo do Demônio ainda não havia terminado.
Depois de quebrar sua mão esquerda, o impulso que permaneceu atingiu a cabeça de Garfiel. Tal poder seria o suficiente para estilhaçar o pequeno corpo de Garfiel, deixando-o como apenas um mero pedaço de carne.
Como o Deus da Guerra via esse jovem guerreiro que soltava lamentos agonizantes como se estivesse morrendo?
Em seu coração, havia pena ou piedade? Nenhum dos dois.
A menos que um dos dois lados parasse de respirar, o princípio de um guerreiro impedia a existência de piedade.
Garfiel: “Aaaaaaaaa!”
Garfiel uivou em agonia enquanto abaixava a cabeça. O som comovente daquele uivo persistiu por um longo tempo, e então—
Garfiel: “—ahhh, gah.”
O uivo parou, Garfiel apertou a mandíbula. Um brilho prateado pôde ser visto entre os dentes cerrados.
Era o escudo de prata que havia caído de seu braço direito destruído alguns momentos antes, que Garfiel prendeu contra os dentes.
Garfiel: “Gaaaaaahhhhhhhh!”
Erguendo a cabeça, e com o escudo na boca, Garfiel encontrou o golpe do Cutelo do Demônio apontado em direção ao seu rosto e, mordendo o escudo, ele montou sua segunda defesa, protegendo os lados do rosto no instante que o ataque chegou. O sangue jorrou do nariz de Garfiel, seus dentes voaram; seus joelhos, porém, não cederam.
Ele suportou o peso do Cutelo que avançava em direção ao seu rosto, com a força de sua mandíbula e seu pescoço forte.
A faísca da colisão entre o aço criou uma pequena chama fazendo com que a consciência de Garfiel cintilasse.
Kurgan: “…”
Mesmo que o branco de seus olhos tivesse começado a aparecer, que tipo de força de vontade estava sustentando a força em seu pescoço?
Era o instinto de luta, ou melhor, o instinto de vitalidade e sobrevivência de uma besta?
De repente, o sangue jorrou. Vastas quantidades de sangue jorraram, flores carmesins de sangue acumularam-se nesse espaço subterrâneo.
Pulverizou da mão direita de Kurgan, a última mão direita que agarrou o Cutelo do Demônio.
Nele havia um ferimento que persistia desde a última vez em que ele atacou Garfiel e era profundo o suficiente para que o osso fosse visível da mão ao braço. Com esse golpe de agora, a ferida estava completamente aberta.
O rosto de Kurgan não mostrou nenhum choque. Nem sua expressão mudou devido à dor.
Isso era uma coisa natural, já que ele era um cadáver. A dor só existia para estimular as pessoas a viver, para garantir que a chama da vela da vida ainda existisse além do limite mínimo — mas o morto não precisava de tal influência.
E, assim, Kurgan ignorou o efeito do ferimento em seu braço direito.
Se ele realmente desejasse realizar o ataque mais perfeito, o último golpe deveria ter sido feito com sua mão esquerda que ainda funcionava.
Sucesso ou fracasso seriam determinados aqui de uma vez — não era a hora certa para se dizer.
Contudo…
Garfiel: “—ah.”
Resistindo ao ataque dos oito braços, Garfiel suspirou com o rosto ensanguentado.
O escudo preso entre seus dentes caiu no chão. A frente de Kurgan estava totalmente aberta e exposta. No entanto, o lado esquerdo e direito do corpo de Garfiel eram inúteis, os músculos de ambas as pernas estavam rasgados por não conseguir resistir aos golpes pesados. Mesmo assim, ele ainda poderia dar um passo adiante.
E, depois de pular, o que iria fazer? Ele não podia usar as mãos, e em seguida o restante de sua ação foi—
Garfiel: “AAAAAAAAAAAAAA!”
Garfiel soltou um grito, abriu bem a boca ensanguentada e correu em direção a Kurgan.
Os dentes de Garfiel cravaram-se no pescoço do Deus da Guerra parado. Os dentes perfuraram os músculos tensos com facilidade, cortando na base aqueles órgãos tão vitais para a vida.
Mordendo assim, Garfiel torceu seu corpo; os dentes rasgando músculos e tendões, arrancando um grande pedaço do pescoço com força.
Garfiel: “Hah, ahh.”
Totalmente indefeso, Garfiel desabou no chão, cuspindo a carne despedaçada. Ele ergueu a cabeça enquanto cuspia, observando a figura de Kurgan enquanto jorrava sangue de seu pescoço.
Os braços de Garfiel eram inúteis, vários dentes estavam faltando e o corpo estava manchado de sangue.
Tendo sido mortalmente ferido pelo Garfiel coberto de feridas, heroicamente o corpo de Kurgan permaneceu de pé com o peito ereto. Este era o espírito de um herói, por mais comovente que fosse para o coração humano.
“––”
Finalmente, Kurgan virou-se lentamente de frente para Garfiel.
Enfrentando o guerreiro deitado no chão olhando para ele, o Deus da Guerra cruzou os braços sobre o peito com calma.
E depois…
Kurgan: “Magnífico.”
Em um tom profundo e baixo, ele elogiou o vencedor.
Garfiel: “Ah…”
E, sem nem mesmo lhe dar tempo para responder, o corpo de Kurgan desabou diante dos olhos arregalados de Garfiel.
Desmoronando como areia, estava a figura enorme, que era preciso esticar o pescoço para ver, o rosto estranho se transformou em pedra e cinzas. Tal fim inspirou tanta tristeza, um falecido, morrendo mais uma vez — este foi o resultado.
Garfiel: “… Que palavras agradáveis.”
Assistindo o Deus da Guerra se desintegrar em cinzas enquanto morria, Garfiel suspirou descontente.
Não que ele desejasse que ele vivesse de forma tão anormal, mas, depois de um duelo mútuo até a morte, uma sensação de vazio no final era natural.
E esta era apenas uma dor que Garfiel não tinha como expressar em nenhum outro lugar.
Garfiel: “Ah, droga… foda-se, dane-se…”
O fluxo de sangue era muito grande.
Deitado no chão, Garfiel usou todo o seu corpo para canalizar a [Proteção Divina dos Espíritos da Terra] para transformar toda a sua mana reunida em magia de cura para reparar seu corpo. Principalmente suas mãos e seu rosto que eram um desastre.
Feridas que ainda não haviam sido curadas, imediatamente seguidas por vários ataques. Ficar com ferimentos graves não foi uma surpresa.
??: “Gorgeous Tiger!”
Garfiel, que estava se empenhando totalmente na cura, ouviu um grito soluçante.
Pisando nas poças de água para se aproximar, estavam as figuras dos dois irmãos mais novos. Outros também se aproximaram, mas o olhar de Garfiel só prestou atenção a esses dois.
Ambos pareciam estar à beira das lágrimas — não, eles já estavam chorando.
Isso não poderia ser evitado. Mesmo que qualquer outro visse, diria que a condição de Garfiel era desastrosa. E para alguém familiarizado com essa visão, testemunhar que ele permaneceu vivo era praticamente inimaginável. Se fosse visto por um especialista em cura, seus rostos certamente se formariam em um branco aterrorizado, determinando que um tratamento de emergência seria necessário.
Isso também serviu como prova das diversas provações infernais que ele havia superado.
Claro que, embora ele quisesse se sentir orgulho disso—
Garfiel: “Eu sobrevivi… mas não consegui ganhar nem um pouco de tempo.”
Mesmo tendo derrotado Kurgan, os [Oito Braços], não significava que ele teria conseguido atrasar.
Esta tinha sido a batalha de Garfiel, mas não apenas a sua batalha. Exatamente quando ele foi arrastado para a batalha, talvez um de seus aliados tenha se afundado em perigo.
Precisando voltar para a Prefeitura, Garfiel se endireitou e se sentou.
Ouvindo suas palavras e vendo seus movimentos, as expressões do irmão e da irmãzinha que haviam se aproximado mudaram. Principalmente a irmãzinha mais nova que tinha uma expressão raivosa.
Irmã: “V-você é burro!? Tudo bem, deite-se já! Imediatamente… sim, imediatamente, vou chamar um médico…”
Garfiel: “Existem outros caras que precisam de médicos. Meu eu incrível tem outras coisas pra fazer, anã.”
Garfiel acenou com a cabeça para a irmã mais nova cujo rosto tinha ficado vermelho e brilhante. Mas o rosto de Garfiel cheio de sangue fresco talvez não parecesse muito conveniente. A irmã mais nova chorava lágrimas de angústia sem parar.
Durante esse tempo, os ossos terrivelmente quebrados em seus braços já haviam se reconectado. Embora a carne ainda não tivesse se recuperado totalmente, correr um certa distância não o faria desmaiar. Garfiel levantou-se depois de chegar a essa conclusão.
Irmã: “Espere, espere um minuto… Você realmente vai?”
Garfiel: “A transmissão, cê também ouviu?”
Irmã: “Ah… Mmm, mmm.”
As palavras de Garfiel, cujas pontas dos dedos ainda derramavam sangue, receberam uma resposta.
A voz na transmissão deu coragem ao irmão e a irmã, dando a Garfiel o último empurrão que precisava. E então Garfiel precisava retribuir o favor ao dono daquela voz na transmissão.
Ele disse que tudo ficaria bem, Subaru disse que ficaria bem, então Garfiel tinha que fazer isso acontecer.
Garfiel: “Não, meu incrível eu…”
Irmã: “Ah!”
Com uma cambalhota, o corpo provido de sangue de Garfiel ajoelhou-se sob o chão.
A irmãzinha mais nova rapidamente apoiou o corpo que parecia que cairia a qualquer momento, e Garfiel estalou a língua.
E então, agora diante de Garfiel, estava o seu irmão mais novo.
Fred: “Gorgeous Tiger.”
Garfiel: “… E aí, me desculpe, mas se tu me disser pra ‘pará’, isso não vai funcionar.”
Fred: “N-não é isso. Gorgeous Tiger, suas roupas estão brilhando.”
Ouvindo as palavras do irmão mais novo, Garfiel olhou para baixo e percebeu.
Na cintura de sua própria roupa esfarrapada algo brilhava suavemente no pedaço de pano.
Alojado ali estava o Espelho de Conversação. Como não foi capaz de conectar com a prefeitura, ele o colocou ali determinando que era inútil. O seu brilho agora significava—
Garfiel: “Pensei que estava quebrado!”
Irmã: “Eu, eu atendo.”
A respiração de Garfiel acelerou. A irmãzinha estendeu a mão na direção da cintura dele e puxou de seu bolso o espelho de conversa antes que pudesse ser interrompida. A superfície do espelho brilhava, o que supostamente significava que outro Espelho de Conversação de outro lugar estava tentando fazer contato.
Em outras palavras, era a prefeitura ou o outro grupo ligando para ele agora.
Irmã: “O quê, o que devo fazer agora?”
Garfiel: “Traga aqui. ‘Olá’?”
A irmã mais nova aproximou cuidadosamente o espelho de Garfiel. Ele olhou para a superfície do espelho chamando.
O Espelho de Conversa lentamente começou a piscar.