???: “Subaru sabe o quão doloroso é ser esquecido. Por isso… esquecer alguém… ele nunca brincaria sobre isso.”
“――――”
No caminho de volta à sala, Subaru inadvertidamente segurou sua respiração ao escutar a voz. Muito embora ele não pudesse saber quem falava, ele sabia pela voz, bela como um sino prateado, que era Emilia. Escutando-a dizer o nome dele em uma voz ligeiramente tensa, Subaru não podia evitar senão esticar as bochechas em um sorriso desajeitado.
Carregada naquela voz estava uma forte confiança e um igualmente forte apelo. Era de Emilia para com 『Subaru Natsuki』, e com certeza não em relação a este Subaru. Ele o entendeu intensamente.
Ram: “……nunca brincaria sobre algo assim. Sim. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas a Emilia-sama está certa.”
Também escutando aquela voz, Ram, a qual acompanhava Subaru, sussurrou este derrisório para si mesma sob a própria respiração. Diferente de Subaru, que carregava o balde cheio de água, ela estava de mãos vazia e segurando os cotovelos, com as unhas cavando na pele branca dela. Quase como um lembrete para si mesma, um arrependimento e uma extensão da dor de um voto não realizado.
Subaru: “Ram…”
Ram: “Foi apenas uma piada inútil, esqueça que você o escutou. Vai apenas preocupar a Emilia-sama se você trouxer isso à tona. Então pelo bem da reputação impecável de Ram, guarde para si mesmo. Se você se atrever a mencioná-lo…”
Subaru: “――――”
Ram: “…Parece que você realmente não se lembra.”
Se ele se atrevesse a dizer, algo assustador aconteceria. Isso era o que ela provavelmente estava tentando dizer. Ou talvez, ela estivesse esperando que Subaru se opusesse com um gracejo antes que ela fizesse. Assim como antes, quando a conexão entre ela e sua irmã mais nova foi mencionada, ele pensou ver um olhar de decepção exibir-se nos olhos vermelhos-claro dela. Contudo essa tristeza desapareceu num instante. O fato de que ela não deixaria que ele contasse a ninguém seria por que Ram era forte demais para isso, ou seria por que ela era fraca demais?
Ele não sabia o que residia nas profundezas do coração dela. Somente, fracamente, no centro do peito de Subaru, havia ainda um ligeiro traço de onde a cabeça dela havia descansado.
Ram: “… Perdão por deixá-los esperando. Retornamos.”
Sem dar a ele tempo algum para pensar, Ram retomou seus passos e seguiu para dentro da sala. Essa atitude teimosa podia ser Ram expressando sua insistência no assunto. Vendo isso, Subaru não teve escolha senão respeitar os sentimentos dela e não mencionar o assunto. Subaru entrou alguns passos atrás dela, uma atmosfera mais ou menos exausta espalhava-se pela sala. Ainda assim, era ainda de algum modo melhor que após imediatamente Subaru ter dito sua revelação chocante. Como prova, depois de Emilia ter acolhido Subaru que retornava com, “Obrigado pelo bom trabalho”, a próxima voz que seguiu foi…
Julius: “… Mais cedo, eu te mostrei um lado de má aparência meu. Estaria tudo bem se começássemos de novo?”
Subaru: “Oh, ohh. Deveria ser eu quem… Quero dizer, foi eu quem te surpreendeu… Ah, não, eu não devia ter interrompido você. Por favor, prossiga.”
Julius: “Não há necessidade de ficar tão contido. Se você for tão formal comigo, eu não me sentiria à vontade.”
Dizendo-o, um tênue sorriso emergiu no rosto do jovem de cabelo roxo… no rosto de Julius. Anteriormente, ele foi aquele que ficou pálido devido à revelação de Subaru. Subaru não sabia o que Emilia e Beatrice pudessem ter lhe dito enquanto ele foi buscar água, mas ele aparentava ter recuperado força suficiente para falar. Ainda havia as palavras ditas por Ram a ele no corredor… Quando ele a perguntou sobre Julius, ela para ele disse que ele era cruel demais. O que ela queria dizer com aquilo?
Julius: “Permita-nos começar de novo, eu sou Julius Euculius. Esta é Anastasia-sama… Eu sirvo como cavaleiro dela. E você… é algo como um amigo, de certa forma.”
Subaru: “Entendo, prazer em conhecê-lo… mas por que a última parte carecia de confiança?”
Julius: “Infelizmente, nós podemos ter um entendimento levemente diferente do nosso relacionamento. Eu próprio penso em você como um amigo, mas sobre o que você pensa de mim, é…”
Subaru: “Literalmente… perdido pela memória, huh.”
Julius: “…… Isso é verdade.”
Detectando uma certa elegância nas palavras e condutas dele, Subaru curvou os lábios. De acordo com Emilia, ele era o único outro membro homem no grupo deles nestes ambientes traiçoeiros… por isso, naturalmente, devia haver uma confiança considerável entre eles. Contudo, novamente, considerando o ar de cavaleiro e a conversa deles bem agora, mesmo sem memórias, Subaru podia imaginar seu eu anterior tendo construído uma terrível primeira impressão.
Emilia: “Está tudo bem, não há necessidade de se preocupar. Subaru e Julius são reaaaaalmente bons amigos. Nós estávamos lá, então podemos atestar isso.”
Meili: “É isso mesmo. Não há motivos para se preocupar com isso, há? O Onii-san cavaleiro já tem um bocado de outros problemas em mente.”
Assistindo à fala deles, Emilia interrompeu com suas mãos em seus lábios, e Meili sarcasticamente concordou com um olhar malicioso. Ao passo que as palavras de Emilia estavam puramente sem preocupação acerca do primeiro encontro entre Subaru e Julius, as de Meili pareciam estar insinuando algo inteiramente diferente considerando tudo. Subaru franziu as sobrancelhas quando ouviu isso, enquanto Julius acenou como se tivesse entendido o que ela queria dizer.
Julius: “Sim. O que a Meili disse é verdade. Subaru, embora ainda precisemos discutir o que aconteceu com você, não é o único problema ao qual estamos enfrentando. A respeito disso, por favor permita-me explicar.”
Ram: “Isso estaria relacionado ao comportamento estranho da Anastasia-sama esta manhã?”
Julius: “… Sua observação está correta, senhorita Ram.”
Ram o disse, encostando-se contra uma parede, e Julius baixou ligeiramente os olhos em resposta. Vendo isso, Ram estreitou seus olhos em relação a Anastasia e soltou um pequeno suspiro.
Ram: “Barusu, dê para mim o balde de água. Eu vou começar a preparar a refeição.”
Subaru: “… Não estamos quase para discutir algo importante?”
Ram: “Eu ainda vou estar na mesma sala. Então ainda conseguirei ouvir tudo… Trabalhar vai ajudar minha mente se desligar das outras coisas.”
Rispidamente dizendo, Ram arrebatou o balde de água da mão de Subaru e seguiu em direção ao canto da sala preenchido com bagagem. Em seguida, eles viram as magras costas dela fazendo exatamente aquela tarefa.
Emilia: “Desculpe. A Ram… ela geralmente não é assim…”
Anastasia: “Claro, não há necessidade de preocupação. É compreensível que ela se sinta desse jeito… ver a informação desejada que não se poderia esperar para ser arrancada da garganta da outra pessoa ir para muito longe faria qualquer um se sentir assim.”
Anastasia calmamente balançou sua cabeça para o pedido de desculpas de Emilia. E, ao ouvir a resposta de Anastasia, tanto Emilia quanto Beatrice fizeram uma expressão complexa. Subaru não sabia o que podia ter cruzado pela mente delas… porém logo a resposta para isso viria da boca de Anastasia.
Anastasia: “Pois bem, muito embora depois de toda a confusão desta manhã, eu honestamente não desejaria sobrecarregar vocês com mais surpresas… Eu penso, sério, que esconder isso apenas semearia discórdia no futuro. Portanto, se seus solos de aceitação desejarem, permitam-me confidenciar algo a vocês.”
Beatrice: “… É uma coisa bastante arrogante e indireta para se dizer. Apresse-se e chegue logo ao ponto, eu suponho.”
Anastasia: “Não há necessidade de ficar tão assustada, Beatrice… Pode-se dizer que somos próximas como irmãs, você e eu. Na verdade, é como você imaginou.”
Beatrice: “――――”
As bochechas de Beatrice congelaram para as palavras de Anastasia. De pé ao lado de Subaru, como se naturalmente procurando algo para apoiar-se sobre, os dedos da jovem menina seguraram levemente a manga de Subaru. Subaru lhe deu uma olhada de lado e depois de alguma hesitação pegou a mão dela. As pontas dos dedos dela estavam tremendo fracamente por causa do choque, mas logo, a pequena palma aceitou este calor.
Anastasia: “… Sua relação com o seu Contratante é de fato amigável e ideal. Quem me dera eu tivesse o mesmo relacionamento perfeito com a Ana, mas, infelizmente, ele não está indo tão bem.”
Emilia: “Você está se referindo à Anastasia-sama como se estivesse falando de outra pessoa. Então, isso quer dizer que você é a…”
Eridna: “Ah, sim, você adivinhou corretamente… Neste momento, a consciência habitando este corpo não é a da Ana. Anastasia Hoshin está em um sono profundo dentro deste corpo. E a quem você está se referindo agora seria um falecido fantasma que tomou temporariamente esta forma carnal.”
A respiração de Emilia engasgou-se, e Beatrice segurou-se mais forte em Subaru. O rosto de Julius torceu-se em dor para com a confissão dela, e Meili continuou entediada como sempre. Apenas Shaula, sentada de pernas cruzadas ao lado de Meili, estava completamente distante da conversa, com a concentração focada unicamente em Ram preparando a refeição. Com as costas viradas, ninguém poderia perceber a expressão de Ram enquanto ela continuava o trabalho. E, por fim, Subaru…
Subaru: “…… Sobre o que vocês estão falando? Eu não entendi nada.”
Deixado o tempo todo para trás, ele apenas podia, naturalmente, fazer uma expressão complexa.
… O corpo da garota chamada Anastasia Hoshin estava agora dominado por uma outra existência, enquanto sua própria dormia profundamente.
Simplificando, isso foi o que “Anastasia”… ou o espirito chamado Eridna havia explicado. Pareceu que o fato foi bastante chocante para Emilia e Beatrice, enquanto para Subaru, em vez de chocá-lo, apenas serviu para lhe exacerbar a confusão.
Subaru mal tinha quaisquer impressões de Anastasia em primeiro lugar. Imagine alguém aparecer e dizer-lhe bem quando se conheceram que, “Eu costumava ser a Anastasia, mas agora sou na verdade outra pessoa”.
Subaru: “… Então é isso… é, uh. Essas… são grandes novidades, huh.”
Ele não podia reagir exatamente, senão como se fosse problemas de outra pessoa. Sem dúvida, foi apenas das reações daqueles a seu redor que ele descobriu que isto era uma situação bastante séria. Afinal, eles vieram a esta torre por um motivo.
Era em prol de encontrar uma maneira de salvar a garota que se mantinha a dormir e para ajudar aqueles atingidos por alguma doença desconhecida, foi por isso que eles vieram aqui… Ou ao menos, isso era o que lhe havia sido dito.
Ram: “Nós mal chegamos aqui e as pessoas chave estão desmoronando… Barusu largou as memórias em algum lugar e a consciência Anastasia-sama está no fundo do abismo…”
Subaru: “Ugh… não parece nem um pouco bom, huh…”
Ouvindo ao comentário franco de Ram, Subaru desanimadamente segurou a própria cabeça. Os problemas estavam apenas se acumulando… Subaru nem havia organizado sua própria bagunça e mais dificuldades somente continuavam a vir. Eles não chegariam a lugar algum. Nesse caso…
Emilia: “Pessoal, eu acho que mesmo se deixarmos nossas cabeças dessa forma não vamos resolver nada. Entendo a frustração, realmente entendo… mas não podemos deixar o nosso ânimo para baixo.”
“――――”
Emilia: “Muito da confiança das pessoas está sobre nós nesta torre. O que aconteceu com o Subaru e a Anastasia-san é de extrema importância. Porém…”
Emilia bateu mãos e reuniu a atenção de todos para si. Em seguida, após pausar por um segundo, ela olhou rapidamente, com seus olhos ametistas, todos presentes…
Emilia: “Não podemos parar por aqui… Não devemos desistir, foi isso que sempre me foi ensinado.”
Emilia firmemente o disse enquanto olhava membro a membro por vez. O olhar dela por fim recaiu sobre Subaru, o qual segurou a respiração enquanto era perfurado pelo charme ametista. Naturalmente, o peito dele se aqueceu. Ele não sabia o que dizer, mas pôde ver a expectativa nos olhos dela. Recebendo isso, e sentindo como se devesse fazer algo, Subaru apertou seu punho.
Beatrice: “Ow! Isso machuca! Ei, Subaru!”
Subaru: “Ah, foi mal… não, não foi! Porque isto é a prova da minha determinação!”
Beatrice: “Mesmo que você diga isso com um rosto sério ainda dói quando machuca, eu suponho! Reflita sobre as suas ações agora!”
Subaru: “Desculpa. Machucar você foi culpa minha. Mas minha determinação não foi! É, é isso mesmo!”
Subaru se desculpou ao protesto de Beatrice de que o pequeno pulso dela estava sendo esmagado, contudo ele rapidamente balançou a cabeça. Ele podia ver a situação como preocupante. Mas simplesmente se preocupando acerca de problemas sem solução não levaria nada adiante. Subaru o sabia de experiências pessoais, na realidade. Se Subaru estivesse sozinho, ele com certeza se perderia. Porém, ele não estava sozinho. Mesmo que no fim ele tivesse esquecido de tudo, havia Emilia e os outros. E assim…
Subaru: “É verdade, minhas memórias de repente me escapulirem causou a vocês problemas, me desculpem sobre isso. Mas isso não quer dizer desesperança. Pensem disso de outra maneira. Quem sabe, talvez agora eu esteja livre de limitações desnecessárias e pronto para brotar com novas ideias como uma fresca primavera ou sei lá. Então isso significa que nós estamos prontos para escapar desta bagunça, não é?”
Eridna: “… isso é… uma visão bastante progressiva disso.”
Subaru: “Gostaria de voltar ao invés disso? Todas as coisas importantes estão bem à frente da gente. Dizem que a Deusa da Fortuna apenas exibe suas franjas, sabe? Além disso, quando se trata de capturar esta torre, talvez nós iremos precisar ter uma ideia mais flexível. Uma que não seja limitada pelas convenções deste mundo, tipo, UMA IDEIA DE OUTRO MUNDO!”
Anastasia… ou melhor, Eridna, sorriu ironicamente a esse comentário momentoso, contudo uma contestação ainda mais momentosa a fazia recuar. Muito embora ele estivesse apenas blefando, o que ele havia dito estava certo e havia a necessidade de fugir da atmosfera atual. Ouvindo os pensamentos de Subaru, as expressões complicadas nos rostos de todos começaram a mudar.
Emilia: “…… Mmn, isso mesmo. Subaru sempre superou todo tipo de problema desse jeito. Então, desta vez, você vai definitivamente nos ajudar a ultrapassar isso também.”
Subaru: “Oooh! Esse é o espírito! Embora soe meio como que eu vou fazer todo o trabalho aqui… mas já que você está contando comigo, eu vou dar o meu melhor. Uma garota tão fofa está pedindo a minha ajuda, afinal!”
Emilia: “Obrigada, Subaru… Hm, estou feliz. Subaru ainda é o Subaru, no fim das contas.”
Subaru: “――――”
Ao escutar o sussurro de Emilia enquanto em alívio ela colocava a mão no próprio amplo peito, Subaru quase foi pego de guarda baixa.
… “Subaru ainda é o Subaru, no fim das contas”
Ao ouvir o suspiro de alívio dela vindo do fundo do coração, Subaru também se sentiu aliviado. “Eu acho que isso é suficiente”, pensou ele. Pouco a pouco, esta versão seria capaz de preencher o buraco deixado pelo Subaru Natsuki que ela conhecia. Se pudesse apenas fazer isso, então ele deveria ser capaz de suavizar todos os confusos relacionamentos aqui.
Julius: “… Ora, ora, isso com certeza é otimista.”
Subaru: “Huh?”
Justo quando Subaru foi aliviado pelas palavras de Emilia, Julius repentinamente interrompeu. Sentindo o olhar de Subaru, ele deu de ombros e afrouxou os lábios com um, “Nada…”
Julius: “Eu acabei de pensar, com memórias ou não, como sempre ainda é impossível dizer se você é valente ou imprudente. Por outro lado, talvez você somente pensaria isso porque esqueceu a dimensão do obstáculo que estamos enfrentando.”
Subaru: “Ei, por que tem sempre alguma coisa irritante sobre as coisas que você fala? A menos… nem ferrando, essa é só a sua verdadeira natureza? Julius-san… quer dizer, só Julius.”
Julius: “… Entendo. É como Emilia-sama disse, com memórias ou não, realmente não importa. A natureza de alguém não muda tão facilmente.”
Subaru: “Eu acho que meio que consigo imaginar agora que tipo de relação nós temos. Nós devemos estar mais confortáveis um com o outro mais do que com qualquer outra coisa, huh.”
Elas não eram duras palavras de malícia, mas uma troca amigável de golpes. Não obstante, Subaru estava convencido de que havia um certo senso de distância entre eles. Sua primeira impressão não estava errada. Subaru e Julius não deviam ter gostado muito um do outro quando se conheceram. Porém, depois, através de várias coisas que experenciaram juntos, o relacionamento deles devia ter melhorado ao ponto de que eles pudessem viajar para esta torre juntos…
Subaru: “Portanto eu vou contar com você, Julius. Até que eu consiga minhas memórias de volta, vou te incomodar por mais um tempo.”
Julius: “É, não há como evitar. Portanto irei resignadamente aceitar isto como minha obrigação… Memórias são apenas um assunto trivial. Entendo… é isso mesmo.”
Julius quietamente acenou para o discurso amigável de Subaru, e o tópico acabou ali. Suas memórias estavam perdidas e os problemas continuavam a vir. Isto definitivamente não era algo que se acolheria com um rosto animado, isso era um fato, mas o enfrentar era um testemunho da força dele.
Julius: “Quando a pessoa em questão não está totalmente preocupada, talvez isso seja de se agraciar também.”
Subaru: “Eu só não mostro. Na verdade tem uma tempestade toda chacoalhando o meu peito agora. Porém, eu vou aproveitar a oportunidade para ser consolado em um tempo sozinho com a Emilia-chan mais tarde.”
Emilia: “…? Você quer que eu faça meu colo de travesseiro?”
Subaru: “Auhm, não. Desculpa. Isso não é, huh… um pouco apressado?”
Após o dizer com seu coração excitado e seu ânimo lá em cima, Subaru de repente encolheu. Não esperando que Emilia fosse ser tão solícita para dá-lo tamanha delicada cura, o coração dele começou a cobrir-se de medo. Ademais, é um travesseiro de colo. Naturalmente, o olhar dele caiu sobre as brancas e lisas meias-calças dela…
Ram: “Está pronto. Ajude-me a carregar, Barusu tarado.”
Subaru: “OW!?”
Sentindo algo chutar as costas de seu joelho, Subaru soltou um grito no lugar e caiu no chão. Ao mesmo tempo, Ram o olhava de cima com desdém, como se o castigando pela indecência.
Ram: “Sua positividade inútil é a única das suas virtudes, Barusu. Use essa positividade para dispor a comida. Assim como para lavar, limpar e várias outras tarefas.”
Subaru: “Você só quer vadiar, não é…”
Shaula: “Ooh! Professor-sama, eu vou ajudar tummmbém~! Co-mi-da! Co-mi-da!”
Quando estava para protestar contra a transferência forçada de responsabilidades de Ram, ele foi imediatamente cortado pelo desejo por alimento de Shaula. Vendo Shaula começar a carregar os pratos, Subaru não teve escolha senão se juntar às preparações.
Subaru: “Vamos ver o menu… isso meio que parece só com rações conservadas.”
Ram: “Na verdade, são precisamente rações conservadas. As poucas comidas frescas que a Emilia-sama trouxe já acabaram. Então a dieta vai ser bastante insípida no futuro próximo.”
Subaru: “Bem, felizmente a gente pode capturar esta torre rapidamente e voltar para um lugar mais populado.”
Ele havia ouvido dizer que o coração das pessoas apenas ficava em paz uma vez que houvesse comida e vestimenta o bastante. Nesse sentido, ele não tinha certeza o quanto eles poderiam durar nesta torre. Particularmente em relação à comida, na ausência de sua memória, a única impressão de Subaru do “Sabor deste Mundo Paralelo” era o gosto de rações conservadas. O que era consideravelmente miserável.
Eridna: “Desculpa por trazer isso à tona enquanto você ‘tá comendo, mas há algo que eu gostaria de confirmar com você, Natsuki-kun.”
Subaru: “Faminto… esfomeado… Quê, eu? Algo que você queira me perguntar?”
Encenando alguém que tinha sido tratado com um escravo e não tinha recebido nada senão migalhas desde que havia sido invocado neste Mundo Paralelo, Subaru protestou contra a injustiça. Todavia ele parou de comer quando escutou as palavras de Eridna.
Eridna: “Não é nada, mas enquanto me desculpo por trazer isto à tona enquanto estamos todos unidos contra nossa situação, gostaria que o Natsuki-kun compartilhasse um pouco mais conosco do que aconteceu a ele. No fim das contas, as suas memórias foram as únicas afetadas por esta torre. Em contrapartida, quem sabe se o mesmo acontecerá com as memórias de alguns de nós também?”
Subaru: “Certo, faz sentido. Muito embora ter a pessoa envolvida faça isso ser um pouco difícil… amnésia pode ser bastante inconveniente, sabe.”
Beatrice: “Da forma como você falou me faz questionar se você realmente se vê como envolvido, eu suponho.”
Ao ver Subaru acenar em concordância, Beatrice apenas podia fazer uma expressão de confusa. Porém, as preocupações de Eridna eram razoáveis. E a verdade é, Subaru também precisava saber como havia perdido as memórias. As dicas para consertar as memórias dele deviam estar ligadas a como ele as havia perdido em primeiro lugar.
“――――”
À mesa, no lado direto de Subaru estava Beatrice e à esquerda dele estava Emilia. Essas duas estavam do lado dele quando ele acordou… ele queria saber que tipo de memórias poderiam tê-las instigado a sentar lá em acordo próprio e colocar sobre ele tamanha confiança e calor infundados… Ou melhor, era ele que precisava lembrar, porque era sua obrigação.
Subaru: “Mas ainda… eu acordei sem saber de nada, por isso eu realmente não sei o que aconteceu… Emilia-chan e pessoal, onde exatamente vocês me acharam?”
Emilia: “Bem… Você não estava em lugar algum da carruagem de dragão esta manhã e nós não conseguíamos te achar em nenhuma das salas do quarto andar, então nós ficamos bem preocupados…”
A curiosidade de Subaru foi despertada pela palavra carruagem de dragão, contudo ele não abriu a boca com medo de interromper a história de Emilia. Possivelmente, o lagarto que se encontrava na Sala Verde estava relacionado a Dragões de Terra de alguma forma. Eles realmente aparentavam ser do tipo que se veria em uma carroça puxada por cavalos. Ele teria de colocar de lado sua curiosidade de ver a coisa real, no entanto.
Beatrice: “Betty não estava sem saber o que fazer tanto quanto Emilia, na realidade. Eu estava apenas incomodada que não conseguia descobrir onde você, meu contratante, estava nesta estranha torre, eu suponho. Foi por isso que eu fui com ela te procurar pela torre e, depois disso…”
Subaru: “…e depois disso?”
Emilia: “Nós te achamos desmaiado na biblioteca branca no terceiro andar e aí o trouxemos para a Sala Verde.”
Subaru expirou um, “Ahh”, após ouvir a explicação conjunta de Emilia e Beatrice.
Julius: “O terceiro andar é um dos níveis nesta torre. Estamos no quarto andar atualmente. Nós estamos tentando passá-los para alcançar o primeiro nível, o qual é o andar mais alto. Foi graças a nada menos… que seu conhecimento que passamos do terceiro andar.”
Subaru: “Obrigado por explicar… Você disse que foi graças ao meu conhecimento?”
Julius complementou os detalhes faltantes. Ainda assim, para Subaru, os conteúdos pareciam carecer de credibilidade. Todavia, Emilia continuou de onde ele deixou com um, “Sim”…
Emilia: “Foi exatamente assim que aconteceu. Tudo que ouvimos foi bulhufas, mas você foi capaz de resolvê-lo sozinho, Subaru… você foi reaaaalmente incrível.”
Subaru: “Hahaha, obrigado… Ei, ninguém diz ‘bulhufas’ mais hoje em dia.”
Emilia: “……”
Subaru: “Eu disse algo estranho?”
Embora Subaru tivesse tentado desajeitadamente elogiar Emilia, ela permaneceu silenciosa como se houvesse algo com ela. Por uma fração de segundo, ele pôde ver traços de alguma forte emoção tremularem através dos olhos dela, ainda que ele não tivesse ideia do que significava.
De qualquer maneira, ele não conseguia acompanhá-la, como se ela fosse uma onda que se agitava num tanque.
Subaru: “A propósito, você disse que eu desmaiei e vocês me trouxeram para a sala de grama…”
Beatrice: “Aquela sala é protegida por um espírito especial. Esse espírito tem o poder de curar as feridas das pessoas… Esse é o motivo de termos colocado a Rem lá também, na verdade.”
Subaru: “Beleza, beleza, sacei. Então foi por isso que fui levado para lá… Aliás, quais são as chances de eu ter perdido as minhas memórias por causa daquela sala?”
Emilia: “Bem, umm…”
Subaru manteve um de seus olhos fechados enquanto Emilia titubeava em resposta, dando a entender que ela não havia pensado nisso.
Embora fosse apenas um palpite dele, com relação às intenções deste Espírito ou o que fosse, as quais podem ser desconhecidas, se tirada a forma de planta, então ele não poderia desconsiderá-lo como tendo um tipo de natureza cruel.
Flores são lindas e cheias com néctar doce para atrair insetos a carregar o pólen delas. Porém elas podem também ser plantas carnívoras que se camuflam para capturar insetos e sugar-lhes a vida.
Poderia ter drenado as memórias dele em vez de curá-lo… Havia essa chance.
Eridna: “É uma ideia bastante doida, mas duvido muito disso. Nesse caso, algo estranho teria acontecido comigo primeiro bem mais rápido, considerando que eu estive naquela sala por mais tempo que você.”
Subaru: “… Esse algo estranho não tem a ver com o dono original do corpo não acordar?”
Eridna: “Sobre a Ana, isso aconteceu antes de virmos à torre. A condição dela não tem relação alguma com a Sala Verde. E, além disso… o Dragão de Terra que estava na sala não esqueceu de você, certo?”
Subaru: “Huh?”
Eridna: “Aquele Dragão de Terra é terrivelmente apegado a você. Supondo, pelo bem do argumento, que o Espírito na sala tivesse o mau hábito de drenar as memórias dos outros, você não acha que ela teria te dado um gelo?”
Subaru recordou-se do Dragão de Terra que se aconchegou sobre ele assim que ele havia acordado.
Com certeza o Dragão de Terra tinha sido extremamente amigável para com ele. Se a razão por trás disso era porque ela originalmente era o Dragão de Terra dele, isso fazia total sentido. Porém, o que ela dizia o havia surpreendido também.
Subaru: “Aquele Dragão de Terra é ela…?”
Eridna: “Vamos voltar ao tópico. As chances de a sala agir com tamanha perversidade sobre você não são altas. Pelo que sei, a sala na qual você desmaiou é bem mais problemática. Vocês todos disseram que ele foi à Biblioteca Taygeta no terceiro andar, certo?”
Emilia: “Sim, está correto. Subaru desmaiou no chão branco daquela sala…”
Emilia segurou firmemente seu punho enquanto refletia sobre aquele momento.
Emilia: “Eu te carreguei para aquela sala correndo e tentei chamar a todos, mas…”
Beatrice: “Subaru acordou por volta desse momento e se encontrava nesta condição, na verdade. Portanto, seria difícil imaginar que a Sala Verde o fez, mesmo durante isso, eu suponho… Aconteceu na biblioteca, como pensei.”
Se algo tivesse acontecido, então essa biblioteca ou o que fosse era a raiz por trás disso.
Parecia que eles alcançaram um ponto de vista em comum, contudo Subaru não havia entendido. Talvez porque fosse complicado para ele imaginar que tipo de sala era essa que eles chamavam de biblioteca.
Subaru: “Erm, Taygeta? Que tipo de sala é essa Biblioteca Taygeta? O nome parece de certa forma familiar…”
Julius: “Aquela biblioteca é um espaço que contém 『Os Livros dos Mortos』”
Subaru: “『Os Livros dos Mortos』… Ei, isso soa como coisa de chuuni.”
Deixando de lado o interesse pelo nome Taygeta, Subaru relaxou seus dentes dada maneira usada do termo Livros dos Mortos. Vendo a reação dele, Julius o deu um leve aceno e continuou a fala, dizendo: “Não temos confirmação concreta…”
Julius: “Porém naquela biblioteca há uma miríade de livros intitulados com os nomes de pessoas já falecidas do mundo todo. Para ler os livros, você deve ser qualificado. É muito possivelmente o tipo de coisa em que só se pode ler os livros dos falecidos com os quais se tem alguma conexão.”
Subaru: “De novo com esse péssimo hábito… O que está escrito nesses livros?”
Julius: “A vida do respectivo falecido, por assim dizer. Pensamentos intensos varrem sua mente, como se ela estivesse sendo queimada. Não é realmente uma coisa em que você gostaria de se colocar de novo e de novo deliberadamente.”
Havia um peso para as palavras de Julius em sua explicação, o qual apenas poderia ser expresso por aquele que pessoalmente experenciou essa sensação. Pareceu para Subaru que as memórias dos mortos não era algo que ele queria que queimasse em sua mente. Para dizer com franqueza, experenciar esse tipo de choque não era algo que ele estava entusiasmado para fazer. Depois, se ele tinha desmaiado na biblioteca onde tais experiências eram possíveis…
Subaru: “Eu estava lendo um desses livros quando desmaiei? Sem chance que algo assim poderia ter danificado a minha mente?”
Eridna: “Eu não descarto completamente a possibilidade. O que você acha, 『Sábio』, sobre isso?”
Shaula: “… Você estaria possivelmente falando comiiiiiiigo?”
Enquanto acenava para o chute de Subaru, Eridna virou com uma significação nos olhos para com Shaula. Assim como esse olhar significante, Sábio era realmente uma forma desapropriada de referir-se a ela.
Ele estava para dizer sem comedimento, Shaula era a coisa mais longe de 『Sábia』 nesta sala.
Shaula: “Não importa quantas vezes você diga a minha resposta não vai muda’! Não sei nada sobre a torre, só as reuuuuuugras! Apenas foi me dito para ser severa com desobedientes. Não importa o que o Mestre faça na torre, eu não tenho nada a ver com isso!”
Subaru: “Eu não sei o porquê da Shaula ‘tá me chamando de Mestre em primeiro lugar, mas…”
Ram: “Não se preocupe. Sua resposta para isso, Barusu, foi a mesma de antes de perder as memórias. Você só está fazendo uso disso sem dizer nada porque é conveniente para você… Tão nojento.”
Subaru: “Você não pode pular para uma conclusão tão conveniente!”
Encarado com o olhar de Shaula, Subaru não pôde evitar de expressar a perplexidade dele, a qual sem palavras de exagero mostrou um nível de afeto além do limite.
Claro, podia ser legal aproximar-se de tamanha beldade quando ele pensava sobre isso ordinariamente, porém saber de onde a estima dela, vinha apenas criava mais confusão dentro dele.
Ademais, a afeição e estima dela o fizeram sentir-se extremamente inquieto. Era algo fundamentalmente diferente dos sentimentos sinceros mostrados a ele por Emilia e Beatrice.
Embora ele não soubesse atualmente se isto era um efeito nocivo de se perder suas memórias.
Subaru: “Enfim, a biblioteca que você mencionou é suspeita. Se você está dizendo que lá possa ter pistas que vão ajudar a trazer minhas memórias de volta, então suponho que valha a pena ir lá verificar.”
Julius: “Sim, devemos. Nossa situação é uma que mesmo no melhor dos momentos temos um problema atrás do outro. Os problemas que nos atormentam raramente foram poucos. Além do mais, com as circunstâncias assim, você honestamente deve perceber…”
Subaru: “Perceber o quê?”
Julius: “…o quanto você vinha fazendo por nós.”
Com olhos ainda fechados, Subaru bufou de leve para as palavras de Julius. Sua risada não foi uma de embaraço, sim uma forçada, vinda do fundo de como ele se sentia. Eles estavam realmente o superestimando. O armagedon deve estar vindo por eles estarem confiando tanto em Subaru Natsuki.
Coisas ruins vêm uma atrás da outra, mais uma vez Subaru foi relembrado do tamanho obstáculo que era, um traço o qual ele desviava os olhos; era como se dissessem, “Você virou um fardo e tanto”
Subaru: “De qualquer forma, gostaria que fossemos na biblioteca depois de terminarmos de comer, e se as memórias que eu perdi estiverem espalhadas por lá, nesse caso eu adoraria pegá-las e enfiá-las de volta na minha cabeça.”
Emilia: “Vish, essa é uma forma estranha de se falar isso… É realmente o seu jeito.”
Subaru: “Chuto que a forma como você ‘tá dizendo, ‘É bem o meu jeito’, não é exatamente um elogio, certo?”
Emilia deu ao aflito Subaru um pequeno sorriso enquanto o dizia. A atmosfera do local relaxou apenas um pouquinho ao mesmo tempo em que ele recebia isso.
Eles desenvolveram um plano e pareceu que eles, no real sentido da palavra, estavam se movendo adiante.
Eridna: “Desculpa por te interromper quando o clima está assim, mas tem uma outra coisa que eu gostaria de lhe perguntar, Natsuki-kun.”
Subaru: “Bem, agora que você já chegou até aí, pode continuar. O que é?”
Eridna: “Bom, isto é apenas uma curiosidade minha que não é nem um pouco relacionada às suas memórias, ou a capturar a torre, mas apesar disso…”
Eridna começou a golpear o cabelo ondulado dela e com um adorável olhar no rosto, composto por um fitar de profunda inteligência em seus olhos turquesas, ela perguntou:
Eridna: “O que esse termo do qual você tanto fala, ‘Mundo Paralelo’, significa?”