――A chegada dos Majuus à Torre de Vigia Plêiades.
Após receberem o relatório de Julius sobre as hordas de Majuus avançando nas Dunas de Augria, as expressões de Subaru e dos outros enrijeceram, uma sombra de seriedade passou pelos olhos de cada um, como se a própria cor da tensão se estendesse. O que eles sentiam nas solas dos pés era um leve tremor e o retinir que balançava o chão da torre――Não seria exagero afirmar que era impossível não se sentir inquieto ao ouvir os passos e relinchos dos Majuus reverberando por toda a torre.
Subaru: “A única coisa que eu consigo ter uma vaga ideia é a imensidão desse deserto…”
Na tentativa de escapar da torre em um dos loops anteriores, Subaru, atormentado pela desconfiança e paranoia, fracassou logo no primeiro passo de seu plano de fuga. Assim, a severidade das dunas está além das experiências vividas por ele.
Contudo, a cena se estendia como uma paisagem memorável, onde a vista se perdia nas areias, condizente com a imagem severa que se imaginava.
Seja como for, é difícil abraçar a imagem de um deserto repleto de vida――,
Julius: “Bem, as Dunas de Augria eram um habitat para os Majuus desde sempre, sabe? O perigo dos Majuus que caçam as pessoas que se aventuram nas areias são mais graves do que a própria severidade do local.”
Echidna: “Uma certa vez, parece que foi orquestrado o envio do exército para erradicar os Majuus das dunas. No entanto, como se pode perceber pelos tremores deste lugar, o resultado parece ter sido como já se esperava, não é mesmo?”
Julius e Echidna deram respostas distintas ao questionamento de Subaru.
Em resumo, as expectativas de Subaru estavam completamente equivocadas ao pensar que esses tremores no solo eram meramente um papel de tigre e que o número de inimigos não passava, no máximo, de uma quantidade suficiente para um zoológico. Para ser mais exato, parece que há Majuus na magnitude de uma savana.
De fato, é algo que leva a considerar a situação com desespero.
Contudo――,
Meili: “――Entãão é da minha ajuda que vocês precisaaam?”
Logo ali, Meili se manifestava em voz alta, brincando com as tranças do seu cabelo com os dedos. A única pessoa que não mostrava nenhum sinal de inquietação diante da『 ansiedade 』que pairava no ar ao escutar o relatório da chegada dos Majuus era ela. Não era uma reação desprovida de surpresa, mas sim uma que não considerava os Majuus como uma possível ameaça.
Julius: “Isso é um pouco constrangedor, mas que seja. Sim, precisamos da sua força.”
Julius, com suas bochechas contraídas em desconforto, assentiu em resposta à pergunta de Meili.
O plano é colocar Meili no comando para lidar com as massivas hordas de Majuus que estavam se aproximando, já que ela possui a capacidade de dar ordens os Majuus. A ideia de Julius era coerente, era exatamente a mesma ideia que veio inicialmente à mente de Subaru.
Entretanto, uma sensação estranha ressoa no âmago peito de Subaru, como um presságio o alertando.
Beatrice: “Subaru? O que aconteceu, eu suponho? Por que essa cara estranha, de fato?”
Subaru: “…… Olha, não dá pra negar que fui agraciado com uma cara pra lá de estranha, mas esse foi meu destino desde a maternidade!”
Beatrice: “Mas são apenas os seus olhares, eu suponho!”
Ao seu lado, Beatrice notou a expressão amarga de Subaru, e o encara com um olhar preocupado e meigo. Ao ver essa cena, ele respira fundo. Em seguida, ele expele dióxido de carbono do seu pulmão com tanta intensidade que também exala algo semelhante a uma ansiedade sem forma. Tal coisa, indubitavelmente, era vago e sem concretude.
Julius: “Subaru, alguma coisa te incomoda?”
Subaru: “Não fiquem me perguntando uma coisa atrás da outra! Embora eu diga isso, vejo que é culpa minha por fazer uma cara de quem tem algo a dizer. Peço desculpas por isso, mas tem outras coisas que preciso contar. É sobre o『Livro dos Mortos』que eu trouxe.”
「――――」
No entorno de Julius, que prendeu a respiração diante disso, Beatrice e os demais presentes, que já escutaram aquelas palavras, encontravam-se estupefatos. Francamente, essa reação é previsível, mas não se pode explicar a situação sem dizê-la. A razão para essa virada de acontecimentos, a razão para as hordas de Majuus correndo para a torre é――,
Subaru: “――É a『Gula』. O Arcebispo do Pecado da『Gula』está mandando os Majuus pra torre.”
Julius: “――Huh, por quê?”
Subaru: “Quanto a isso, foi mal. Eu conheci uma das『Gula』quando li o『Livro dos Mortos』do Reid. Pra ser mais exato, é uma das『Gula』que eu reencontrei. Parece que a primeira vez foi noite passada. Então…”
Julius: “A razão pela sua perda de memória, hein?”
Subaru, com a mão no queixo, esboça deslumbramento diante da conclusão de Julius ao interrompê-lo.
Embora seja estranho dizer que foi como esperado, a capacidade de compreensão do Julius é de fato alta. Ele relacionou o nome da『Gula』às suas habilidades e chegou à conclusão desejada imediatamente.
Julius: “Não é que eu esteja inquieto. Mas de novo, você não foi roubado nada dessa vez?”
Subaru: “Felizmente, tirando que agora tenho uma STALKER dedicada24 horas por dia, o corpo do bonitão aqui continua o mesmo. Foi o que acabei de explicar para a Beatrice e os outros.”
Julius: “Entendi.…. Beatrice-sama? “
Beatrice: “Suas preocupações são as preocupações da Betty também. Por enquanto, não percebi nada esquisito, eu suponho.”
Subaru: “Ninguém confia em mim?!! “
Julius, com uma expressão de compreensão, imediatamente se dirige a Beatrice em busca de confirmação. Subaru entende que isso é algo que não pode ser evitado, mas ele tem sentimentos contraditórios quanto a isso.
De qualquer forma――
Subaru: “Pode ser que, até ontem à noite, eles descobriram que estávamos aqui. E daí, se passou a metade de um dia… E então, eles vieram aqui encher o nosso saco com os seus bichinhos. Algo assim, huh?”
Eridna: “Se foi na velocidade normal de uma viagem, é difícil imaginá-los chegando a esta torre na metade do dia. Especialmente considerando os Majuus empatando o caminho. Porém…….”
Subaru: “Porém?”
Eridna: “E se, ao contrário da nossa viagem complicada, a『Gula』tem o poder de subjugar os Majuus…… então seria apenas uma questão de tempo de viagem.”
Ao ouvir os comentários incertos de Echidna, Subaru cruzou os braços com um olhar sério e pensativo.
É no mínimo apropriado supor que a『Gula』tenha o poder de subjugar os Majuus. Ao menos, não há dúvidas de que os Majuus estão correndo para a torre sob a orientação do inimigo.
Deve-se ter em mente que eles têm meios para fazer isso.
Subaru:”E quanto à questão do tempo de viagem?”
Eridna: “…… É um bioma de areia. Mesmo que não haja o problema dos Majuus, se seus pés ficarem presos na areia, o tempo de viagem é maior. Mesmo que não percamos de vista a torre e caminhássemos em linha reta, eu diria que levaríamos alguns dias para chegarmos.”
Subaru: “Mas há outras possibilidades?”
Eridna: “――Se a rota terrestre leva um tempo, então uma rota aérea seria mais conveniente.”
Subaru: “Uma rota aérea….. !”
Os olhos negros de Subaru revelam a sua surpresa ao se arregalaram diante de um meio inesperado.
Certamente, uma via aérea alteraria drasticamente o tempo de viagem. É razoável comparar alguém caminhando pelo solo com pássaros que dançam sob o vento, pois estes podem viajar mais rapidamente.
Subaru: “Por causa das minhas fantasias, eu tinha a impressão de que voar era algo especial. Mas existe magia e tal, então parece que voar é algo normal, certo?”
Beatrice: “Isso não é verdade, eu suponho. Voar é um tipo de magia complexa, e fazê-la é complicada, de fato. Normalmente ninguém faz pelo perigo de queda, eu suponho. Eu não sei dizer se quem faria seria um gênio ou um idiota, talvez ambos, de fato.”
Julius : “Há boas histórias dizendo que o Marquês Mathers era admitido no castelo voando pelo céu….”
Beatrice: “Ele é um idiota e pródigio, eu suponho.”
Aparentemente, a Beatrice não vai com a cara desse Marquês que Subaru ainda não conhecia.
Enquanto olhava de revesgueio para a adorável Beatrice mal-humorada, Subaru inclinou a cabeça em ponderação ao escutar que magia de voar não é comum.
Subaru: “Se não for mágica, então… que tal um pássaro grande…… ah, um dragão! Subir nas costas de um dragão voador ou algo assim!”
Eridna: “De fato, a técnica secreta de voar em um dragão voador foi pensada na região do sul do império Vollachiano. O império detém o monopólio da técnica, mas seria fácil se apoderar dela com o truque da『Gula』.”
Subaru: “Então é só ir atrás de quem sabe essa técnica. E roubar as memórias dessa pessoa com uma linguada, hein? “
Sob esse ponto de vista, eles são inimigos com uma ferramenta poderosa na guerra da informação. Ao devorar as『memórias』, eles se apossam de tudo o que alguém manteve em segredo até agora, e até o fato de, ao devorar o『nome』, eles são capazes de apagar a existência de alguém.
――É frequentemente dito que são as memórias que moldam as pessoas.
「――――」
A Subaru acredita que o valor de uma pessoa, seu percurso, é algo que está gravado em sua memória e história.
Ao ponderar esses valores especialmente dessa forma, o poder da desprezível da『Gula』repugnava Subaru nas profundezas do seu coração.
É uma blasfêmia.
O poder da『Gula』de roubar as memórias alheias é uma blasfêmia que profana e insulta tudo.
É um absurdo usá-lo para o deleite próprio, para a busca da felicidade. É absurdo tentar distorcer o destino por meios errados, por métodos irracionais.
Por métodos errados, por meios irracionais, com a fim de distorcer o destino egoisticamente.
――Sabee, como o Onii-san consegue dizer uma coisa dessas usando『O Retorno Através da Morte』da mesma forma?
Subaru: “Ah?!”
Beatrice: “Subaru!”
Beatrice chama por Subaru, que morde os lábios com muita força inconscientemente. Ao direcionar seu olhar em busca da origem da sensação de ser puxado, seus olhos cruzam-se com os inquietos olhos azuis da garota. Lamentavelmente, por causa da sua própria mordida, uma dor aguda se faz presente no canto de sua boca.
Ao limpar o sangue da ferida com a língua, Subaru abaixou a cabeça e se retratou com um “Foi mal”.
Subaru: “Bem, é que por um instante um rosto desagradável passou pela minha mente. O nosso objetivo principal é mostrar pra esses cara quem é que manda, mas o problema que vem primeiro é os irmãos dela.”
Julius: “A existência de outros Arcebispos do Pecado da『Gula』já era claro, mas você descobriu alguma coisa?”
Subaru: “É pra lá de confuso pela forma anormal de se referir a si mesmo. Mas pelo『Livro dos Mortos』parece que ela tem dois irmãos.”
No『Corredor das Memórias』, Louis constantemente mencionava『Onii-chan』e『Nii-Sama』. Se levarmos ao pé da letra, isso significa que Louis tem dois irmãos.
Se dessa forma isso é uma evidência de que a『Gula』, na realidade, são três irmãos ou não, é algo incerto――,
Subaru: “Mas ela não passava a impressão de ser alguém que usaria isso como uma tática. Bem, não posso dizer muito, já que fui meio que derrotado pela aura opressiva dela.”
O que teria acontecido se ele tivesse sido enganado e estrangulado aquele pescoço esguio naquele momento?
Se não fosse pela voz da garota de cabelos azuis que apareceu naquele lugar, agora ele certamente…
Meili: “Entããão, o que você quer dizer com tudo issooo? Só fala fala divagando as coisas, o Onii-san é um tremendo de um enrolããão.”
Meili impacientemente balançou o corpo esboçando sua insatisfação.
A garota, que deveria ter recebido seu papel desde o início, parecia estar extremamente insatisfeita por ter sido deixada à espera alí.
Compreendendo a insatisfação de Meili, Subaru levantou a mão e disse “Foi mal”.
Subaru: “Entendo sua reclamação, mas era uma informação importante. Embora seja verdade que sou um tremendo de um enrolão, mas também faz parte do meu charme, então me ame como sou…”
Meili: “Você quer ser devorado, ééé?”
Subaru: “Foi mal! Mas é que muitos Majuus apareceram de repente! Então, entregaremos tudo na mão da especialista em Majuus, Meili-sensei!’, esse seria o fluxo normal, não é? Eu acho que já disse isso. Eles são os caras que roubaram minhas memórias.”
Meili: “Então isso quer dizer quee…..”
Meili também baixou o tom de voz ao ver que Subaru adotou uma entonação cautelosa. Ela entendeu o verdadeiro significado por trás das palavras de Subaru.
Da mesma forma, seus companheiros ao redor também notaram a mudança em Subaru e suas expressões faciais mudaram em resposta.
Subaru olhou para cada um deles e coçou a cabeça antes de continuar.
Subaru: “Bem, me deixem começar dizendo que é minha culpa, certo? Mas esses caras têm as minhas memórias. Eles vão fazer armadilhas sabendo das nossas forças. Então só temos que virar a página.”
――Aquele quem vence a guerra de informação é quem vence a guerra.
Natsuki Subaru, que foi corrompido pelas diversas culturas de jogos do Japão moderno, está ciente de que essa é uma fórmula para a vitória na guerra moderna.
Mesmo que esse não seja o caso, era uma fórmula que até uma criança poderia entender. Não havia chances de vencer um jogo de pôquer quando o adversário podia ver as cartas na mão.
Portanto――,
Julius: “Se o inimigo é capaz de ver a nossa força, então posso assentir com a sua preocupação.”
Julius semicerrou os olhos enquanto liderava o caminho à frente, deixando apenas essas palavras de atenção para trás.
Após sua breve explicação da situação, ele compartilha sua preocupação de não saber os passos do inimigo. Todavia, havia uma ansiedade crescente por não saber os passos do inimigo, ou pior, de que isso poderia desequilibrá-los. Tal pensamento não deixou de surgir, mas o não desanimou completamente.
Beatrice: “Seria bem assustador se descobrissem mais tarde informações importantes, de fato. A ideia atual de Subaru está corretíssima, eu suponho.”
Subaru: “Mesmo? Tudo bem? Ninguém me odeia, né?”
Beatrice: “Por que você está tão ansioso, de fato? Está tudo bem, ninguém odeia o Subaru, eu suponho. Muito pelo contrário, todos go-go-gos-……. “
Subaru: “Já entendi, já entendi. Está tudo bem, já me sinto melhor. Eu amo você.”
Enquanto corriam lado a lado, e também agora de mãos dadas com ela, Subaru acenou para Beatrice, que tentava transmitir seu apoio de forma sutil, como se quisesse entregar uma carta de encorajamento. Diga-se de passagem que é mais embaraçoso colocar em palavras as partes que não foram ditas.
Dizer palavras de amor é muito mais fácil do que ouvi-las. Não há necessidade de duvidar dos próprios sentimentos.
Subaru: “Então, e a Shaula!?”
Julius: “Ah sim, estamos quase chegando……. É logo alí”
Julius, que estava correndo na frente, apontou para uma passagem de pedra. A passagem parecia ser um beco sem saída, mas existia uma via lateral camuflada escondida à direita. Ele se curvou para seguir Julius que atravessa a parede, assim que o corpo dele emergiu para o lado de fora da torre, logo é recebido por um vento feroz carregado de areia, e um contínuo som estridente.
――Pareciam que inúmeros pedaços de vidro estavam sendo quebrados de uma só vez para os ouvidos de Subaru.
???: “Uhh, hya hya hya hya hya hya hya hya hyahyahyahyahyahyahyayyyy!!”
「――――」
O local consistia em um espaço com uma espécie de varanda esculpida na parede da torre.
Já era conhecido por todos que a escada em espiral levava aos andares inferiores. Em contrapartida, o quarto andar se encontrava em uma altura que não podia ser percebida como algumas dezenas de metros do solo.
Em uma altitude distante no céu, na varanda que era assolada pela brisa sedenta, havia uma figura pulando para os lados como se estivesse dançando, essa figura era de uma bela mulher com uma beleza estonteante, suas glamourosas tranças negras ondulavam no ar.
Subaru: “Shaula!”
Shaula: “Ah! O meu Mestre-sama veio até os meus braços!? Cara, tô feliz! Esse é o meu grande momento, é tipo quando fazem um tour pelo seu expediente, é tipo quando o Mestre visita os seus discípulos!! Então contemple a sua discípula com uma olhada especial!!!”
Enquanto protegia os seus olhos dos ventos de areia com os braços, Shaula responde com uma voz animada ao grito de Subaru. Se perguntarmos o que ela estava fazendo ali, bem, é algo tão fantasioso que é até difícil de acreditar, a menos que veja com os próprios olhos.
Por toda a amplidão da varanda, inúmeros portões de artilharia surgem no ar e se estendem horizontalmente. Portões de artilharia talvez sejam um tanto exagerados, mas não há como encontrar palavras mais apropriadas para isso. Sejam portões de artilharia, sejam portões de tiros, sejam portões de projéteis――o que quer que sejam, devem ser umas aberturas vazias com o propósito de disparar algo.
Esses grandes portões brancos de artilharia flutuam no ar como círculos mágicos, com suas miras apontando significativamente para baixo em diagonal, em direção ao solo.
E então――
Shaula: “INFINITIED HELL’S SNIPER!“
Subaru: “O que é isso…… que legal!!!”
Assim que Shaula gritou o nome da técnica, os portões de artilharia brancos brilharam intensamente.
O som, como se fosse de vidro se estilhaçando, ecoou pelos céus das dunas, um após o outro, abafando o comentário de Subaru logo em seguida. E, ao mesmo tempo, os portões de artilharia perderam a forma e se dissolveram na atmosfera, como se estivessem soltos.
Essa era a identidade do som agudo e gracioso que saudou Subaru e os outros no momento em que eles saíram para a varanda mais cedo. E o objetivo de Shaula ao convocar esse som era apenas um.
――É lançada a maior quantidade de disparos possíveis pelos portões de artilharia, um clarão branco se aproxima do solo a uma velocidade verdadeiramente semelhante à luz.
Quando a luz branca aterrissa na areia, violentamente emitindo uma luz brilhante ao explodir no solo. O mesmo acontece quando a luz atinge as costas dos Majuus que correm selvagemente pelas dunas.
Os Majuus, que correm em direção à torre e deixam para trás nuvens de areia ao pisar no solo árido, recebem uma luz branca incessantemente em suas costas, jorrando sangue e pedaços de carne pela areia. A areia sedenta suga os pedaços de carne e os sangues dos cadáveres espalhados pelas areias. Os corpos espalhados são pisoteados por outros Majuus, e o intenso bombardeio sistemático de luz branca, sem errar um alvo sequer, reduz esplendidamente o número total de Majuus.
O número de disparos se aproximava das centenas , e o poder de um único disparo poderia despedaçar duas ou três Majuus de uma vez.
Shaula fez isso em uma série de disparos em um curto espaço de tempo. Considerando que ela estava lutando arduamente sozinha enquanto Julius chamava Subaru e os outros, o número de subjugações de Majuus já ultrapassava a marca dos mil.
No entanto, os bombardeios sistemáticos de Shaula eram tão eficazes quanto enxugar gelo diante do enxame de Majuus que cercavam a torre, era como uma infestação de formigas.
Era inimaginavelmente ridículo a quantidade de Majuus reunidas naquelas dunas.
Subaru: “Ei, ei, ei…… eu não queria ouvir isso, mas não me diga que….”
Eridna: “Desse lugar da torre podemos ver somente uma direção. Mas essa mesma cena pode ser vista do outro lado da torre. Podemos ter certeza disso.”
Subaru: “Vai ver resolveram passar mel nesse lado das paredes pra atrair essas coisinhas.”
Beatrice: “Se alguém fosse estúpido o suficiente para fazer isso, Betty daria um tapa sério na cara dele, eu suponho.”
Havia um tremor ensurdecedor e uma bolota negra rastejante de Majuus abaixo dos seus olhos.
Escutando que isso se aproximava de todas as direções da torre, Subaru se sentia à beira do colapso diante dessa realidade devastadora. Aliás, não é nada de importante, mas ele também gostaria de dar uma palavra sobre a aparência dos Majuus vista à distância.
Sem dúvidas era grotesco, assustador e inexplicável. O poder de design de Deus estava abaixo da média, uma nota C-.
Shaula: “E aí, o que achou, Mestre-sama? Viu só minha performance incrível!? Eu fiz até questão de mostrar aquele ângulo tentador da parte de trás, esse foi meu APPEAL pro Professo-sama. O que achou disso também, hein!?”
Subaru: “Você tem uma ótima mentalidade para não desanimar nessa situação, isso me deixa realmente impressionado! Vi que você é o tipo de pessoa que melhora mais se for elogiada pelo processo em vez do resultado, então… você é incrível, isso foi demais! Belo SHAPE! Além disso, mesmo que você decida esses ângulos, não temos tempo para olhar, então vamos nos concentrar!”
Shaula: “OK, GOOGLE! DEFENSE! OFFENSE!“
Na realidade, ele ficou impressionado com a força mental imperturbável de Shaula.
Enquanto oferecia apoio com palavras desajeitadas, ele sentiu um remorso ao ver a dedicada resposta de Shaula de costas virada.
Ele queria recompensá-la pelo menos um pouco depois que tudo acabasse bem nessa batalha, mas――,
Subaru: “Antes de tudo, nossa prioridade máxima é sair dessa……! Meili!”
Meili: “Eu já entendiii. Não precisa ficar gritando assiim, sabe? Mas…”
Subaru: “Mas!? Mas o quê!? Você quer dizer ‘Mas, não importa se eu massacrar todas esses Majuus’, é isso? Ah, tudo bem, na verdade é bem o que estou pedindo!”
Meili: “Não se empolgue tanto com essa atituuude, tá? Até eu mesma não consigo dar conta de tantos bichinhos malvados de uma veeez.”
Com as mãos nos ouvidos, Meili olhou para baixo da varanda com uma semblante séria.
Sem dizer nada, ela apenas ignorou as peripécias argumentativas de Subaru, e apertou suas bochechas adoráveis e joviais. Então, ela graciosamente lambeu seus lábios de cor pêssego.
Meili: “――É por isso que vou mexer os garotiiinhos que preparei, e dar uma boa surra nesses bichiiinhos.”
“――Haaaah!!!”
Ao dizer isso, Meili estendia a mão em direção ao solo e, ao mesmo tempo, uma enorme massa emergiu da terra, explodindo as dunas de areia.
De onde ela estava, a uma distância considerável, mesmo os Majuus de grande porte pareciam do tamanho de grãos de feijão. A entidade que explodiu o chão podia ser claramente vista.
Em outras palavras, significava que era uma entidade enorme. Provavelmente tinha uns vinte ou trinta metros de comprimento, um enorme verme que esmagava os Majuus em seu entorno.
Subaru: “Aquilo é…”
Meili: “Eu pensei que algo assim poderia aconteceeer. Então eu andei domando e preparando essas coisas, sabeee? Na verdade, eu pretendia fugir em segredo, mas acabei falhando e acabando aquiiii.”
Enquanto Meili mostrava a língua para Subaru, ele ficou sem palavras ao testemunhar o enorme verme.
Infelizmente, o choque de Subaru não veio do verme em si, mas do fato de reconhecer o verme. Era uma Majuu com qual ele se deparou na sua tentava de fugir da torre.
Lembrando, Subaru também sofreu danos com aquele verme que apareceu do subsolo de repente. Subsequentemente, ele também tinha uma vaga lembrança de o verme ter sido explodido por uma luz branca.
Então, isso significa que o verme era a Meili, e a luz branca era a Shaula.
A sensação de compreender isso com atraso, enquanto o saboreia com surpresa o inesperado, Subaru estendeu a mão em direção à cabeça de Meili, que se fazia de maria-malvada, e fez um cafuné forçosamente, o que ela acabou não conseguindo evitar no calor do momento.
Meili: “Eiii, espera um pouuco!”
Subaru: “Não sei se é sua natureza ou apenas um hábito, mas não precisa dar uma de malvada. Não acredito que você estava tentando nos abandonar e fugir.”
Meili: “Como você pode dizer isso com tanta convicçããão?”
Subaru: “Bem, talvez porque eu sou você e você é eu. Todas as pessoas são perfeitas à sua maneira.”
Meili: “Hããã?”
Meili esboçava toda a sua incompreensão diante das palavras de Subaru, mas ele não tinha intenção nenhuma de explicar.
No final, o nível de mentira nas palavras de Meili poderia ser facilmente decifrada por Subaru. Afinal, ele tinha acessado suas memórias, mesmo quando ela estava morta.
Ele poderia até mesmo falar como se soubesse tudo sobre ela, já que os valores dela não mudaram muito desde que ela chegou neste lugar.
Ainda com a mão na cabeça de Meili, que resmungava um “ughh” de insatisfação, Subaru estava consciente da situação atual―― e também das semelhanças com os eventos do loop anterior. O fato das hordas de Majuus estarem avançando provavelmente estava relacionado a permitir a invasão dos centauros que ocorreu na torre anteriormente. Em outras palavras, ter permitido a invasão dos Majuus na torre também ocorreu da última vez. Quem estava ocupando lidando com aquela situação toda nos andares inferiores era Julius, que lutava até a morte.
Nesse caso, significa que Shaula estava lidando com os Majuus do lado de fora na varanda da mesma maneira que dessa vez.
E, por falta de ajuda suficiente, a invasão dos Majuus foi permitida.
No entanto, isso não aconteceria desta vez.
Para lidar com essas massivas hordas de Majuus, eles tinham uma grande vantagem em relação ao loop anterior.
Essa vantagem era a presença de Meili―― a garota, que inesperadamente perdeu a vida pelas mãos de Subaru, era o elemento chave para superar essa situação.
Subaru: “Se Meili lutar contra os Majuus ao lado de Shaula, a situação vai mudar. Julius ficaria livre pra ajudar com outros problemas, certo? Então…..”
――Podemos realocar as forças de Julius para lidar com outro problema.
「――――」
No momento em que essa ideia surgiu, Subaru percebeu que era essencial realocar as pessoas necessárias para lidar com os vários problemas que ocorreram simultaneamente nesta torre.
――As hordas de Majuus que infestam as dunas de areia.
――O Arcebispo do Pecado,『Gula』, que atacava a torre.
――O terrível escorpião gigante que vagava pela torre.
――A imensa silhueta negra que ameaçava engolir não apenas a torre, mas também as dunas de areia.
――E, eventualmente, Raid Astrea, que começou a vagar livremente pela torre.
Subaru: “Nossas forças aqui são eu, Beatrice, Emilia-chan com a Ram. Shaula com Meili, e também Echidna com Julius…”
Eridna: “Vamos incluir os dois dragões terrestres extras e o espírito da sala verde de cura como opções? Acho que não seria uma má ideia tê-los como alternativas.”
Echidna deu de ombros ao ver Subaru começar a comparar o número de aliados e inimigos com os dedos. Em resposta às palavras dela, Subaru acrescentou Patrasche e o grande dragão terrestre do andar inferior ao número de cartas à disposição. Echidna estava certa ao dizer que não era uma situação em que eles pudessem se dar ao luxo de ter menos cartas na manga.
Subaru e os outros precisam fazer de tudo para cumprir suas condições de vitória. Mas para isso, eles precisa botar a cabeça para funcionar e usar todas as cartas na manga.
Nesse sentido, ele queria estar ciente de todos os aliados sob o alcance de sua mão――,
Subaru: “――Ei, espere. Jã não é um pouco tarde demais?”
「――――」
Subaru: “Emilia-chan e Ram foram apenas ver Rem e os outros na sala verde, não é?”
Com a ausência das duas aliadas neste lugar, Subaru sentia sua garganta desidratar devido ao atraso delas se juntarem.
A sala verde se encontrava no quarto andar, no mesmo em que Subaru e os outros estão. Embora fosse possível que elas não conhecessem este lugar e tivessem se perdido dentro da torre.
Julius: “Dadas as circunstâncias, se elas simplesmente não souberem onde estamos, a senhorita Ram encontrará uma maneira de resolver isso. Ou talvez, a Emilia-sama apareça, derrubando uma parede ou algo assim.”
Subaru: “Ram é algo à parte, mas como você pode pensar assim da Emilia-chan!? Não dá pra imaginar que aqueles bracinhos magrinhos e fofinhos vão sair por aí derrubando paredes, não é!? Mesmo que ela pudesse, não é do feitio dela quebrar coisas, né!?”
Beatrice: “É um sinal bom a perda de confiança. Mas Betty também tem um pressentimento ruim.”
Subaru: “Shaula! Meili! Vocês podem cuidar disso aqui!?”
Com a aprovação de Julius e Beatrice, Subaru chamou Shaula e Meili. Ao ouvirem isso, Shaula, que ainda estava ocupada instalando e disparando os portões de artilharia de luz ininterruptamente, sinaliza com um joinha, enquanto Meili encaracola a sua trança e orgulhosamente estufa o peito.
Shaula: “Vá em frente! Pode deixar isso comigo!”
Meili: “Eu posso cuidar disso facilmeente. Mas se vocês não voltarem com as nee-chans em segurança, eu não vou perdoaaar.”
Enquanto Shaula falava a frase que ela mais queria dizer antes de morrer e com a visão das costas confiáveis de Meili, Subaru acenou para Beatrice e os outros e se põe em movimento.
Ele atravessou a parede e correu para o corredor――,
Subaru: “Mas mesmo com Shaula e Meili segurando a situação, ainda existe a possibilidade dos Majuus entrarem na torre?”
Eridna: “Pode acontecer, mas você não se lembra de quando caímos no subsolo… Natsuki-kun? Havia a possibilidade de elas entrarem na torre de lá. No entanto, isso foi possível graças à Meili-kun.”
Subaru: “Quando o verme estava violento, o subsolo desabou?”
Eridna: “Aquele era um caminho subterrâneo com muitas bifurcações. Duvido que pudesse resistir em termos de força.”
Subaru cerrava os punhos em resposta a afirmação de Echidna.
Isso significava que a existência de Meili havia impedido duplamente a debandada dos Majuus. Se os Majuus não podiam entrar tanto pelo subsolo quanto do solo, então eles poderiam se defender adequadamente.
Se as hordas de Majuus fossem eliminadas, eles teriam ainda quatro problemas grandes para enfrentar.
Ainda assim era uma trajetória árdua, mas um deles já foi resolvido, então já era uma vitória.
Após superar esses cinco obstáculos――,
Subaru: “Nós vamos…”
E bem antes de Subaru conseguir terminar de dizer “… conquistar esta torre”――,
???: “Barusu!”
Subaru: “――Ah!? Ram!?”
No meio do caminho até a sala verde, Subaru levantou o rosto em resposta à voz que vinha do corredor. Ao direcionar os olhares adiante deles, uma silhueta negra estava vindo em direção dos quatros――era Patrasche.
O dragão terrestre de aparência afiada, com Ram agarrada às suas costas, segurando firmemente o corpo adormecido de Rem em seus braços magros.
Subaru: “Ram! E Patrasche e Rem, elas estão seguras!?”
Ram: “Sim, de alguma forma. Enfrentamos alguns problemas enquanto o folgado do Barusu estava cochilando. Como ele consegue dormir em uma situação tão perigosa? Se levante!”
Subaru: “Desculpe! Não nos culpe por sermos irmãs! Olha, estou de de pé! Estou correndo!”
Descendo das costas do dragão terrestre com delicadeza, enquanto deixava Rem na sela, Ram golpeou Subaru com sua língua afiada.
As falas dela era inesperadamente semelhantes às palavras de encorajamento de Rem em seu sonho. Por causa disso, um pensamento estranho surgiu em sua mente de que elas eram irmãs não apenas pela aparência, mas também por algo mais profundo.
Ram: “――? A atitude porca de Barusu me preocupa, mas não é hora para isso.”
Enquanto ela ouvia as palavras de Subaru, Ram franzia ligeiramente a testa em desaprovação, mas logo balançou a cabeça e voltou sua atenção para trás. Era o caminho do corredor por onde ela acabara de chegar―― a direção que levava à sala verde. Além disso, Subaru era abraçado pelo desconforto ao perceber que Ram não estava acompanhada de Emilia, que deveria estar com Patrasche e Rem.
Subaru: “Sim, há algo que eu quero saber e algo que eu quero falar. Você foi com Emilia…?”
Ram: “Do outro lado do corredor, eu encontrei alguém que se dizia ser o Arcebispo do Pecado da『Gula』.”
「――――」
Interrompendo as perguntas dele, Ram foi direta com essa afirmação.
Pálidos com a força dessas palavras, tanto Subaru quanto Beatrice e Julius permanecem em silêncio. Em contraste com essas reações, a única pessoa entre eles que demonstrava menos agitação era a Echidna.
Eridna: “O Arcebispo do Pecado da『Gula』, você disse? E está do outro lado do corredor?”
Ram: “É, isso mesmo. ――E esse alguém está lutando contra o Arcebispo do Pecado da『Gula』.”
Subaru: “…..Alguém?”
Era uma explicação que parecia cada vez mais bizarra.
Embora as palavras de Ram eram carregadas de determinação e confiança, a presença das partes obscuras na fala o causava um desconforto indescritível.
Subaru tentou investigar essas partes obscuras, mas Ram apenas assentiu com um “Sim”.
Após assentir, ela continuou,
Ram: “É alguém de cabelos prateados que eu não conheço. Ela está lutando contra o Arcebispo do Pecado da『Gula』. Ela nos disse para fugir e continua dizendo isso até agora.”