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Sevens – Volume 5 – Capítulo 2

Alvos de Escolta

Caminhando pelo beco estreito, confirmei o conteúdo do bilhete de novo.

“Então é aqui.”

Deveria ser um dia brilhante, mas os edifícios altaneiros interceptavam a luz do sol, banhando tudo em uma sensação melancólica.

A nota que Ralph-san havia me entregado tinha o nome 【Marcus Carning】 escrito nela.

O homem que a terceira filha havia se apegado, e estava planejando casar à Casa Circry.

É claro, a própria premissa do plano já era falha.

“Tentando acumular algumas conquistas pra elevar seu status, e arrumando trabalho para ele à força para isso… sim, isso não fica bem comigo, mas…”

Já se antecipava que a expedição para o Vilarejo Johnny teria um nível de baixas, e outro de seus objetivos era cortar o número de nobres de baixo ranque, os quais imediatamente pulavam na chance oferecida por uma oportunidade voluntária dessas.

Mesmo que sejam nobres, aqueles da classe Cavaleiro ainda tinham muitos problemas.

Aqueles sem posto só tinham a anuidade para dar uma vida humilde para suas famílias.

Seria diferente se eles tivessem trabalho, mas no atual estado de Centralle, tais vagas tinham uma enorme competição.

De dentro da Joia, ouvi uma reclamação.

Era o Segundo.

『Mesmo se a expedição falhar, eles vão simplesmente mandar a força verdadeira para resolver isso em segurança, não é? Eu aposto que eles planejam elevar o status dos próximos que vão enviar.』

Olhei ao redor, e confirmei que estava sozinho.

Então abri minha boca.

“Mas fazer o exército ser derrotado não vai criar vários problemas…?”

Quem respondeu foi o Sexto:

『Há vários casos. Disputas faccionais, e competições por postos, e então, há todos os pobres coitados arrastados pra isso tudo.』

Pergunto-me, se é realmente verdade que havia Nobres demais.

O problema principal deve ser que não houve nenhuma guerra em larga escala por volta dos últimos anos.

O Sétimo falou:

『Bahnseim ficou grande demais. Mas Lyle… até mesmo para um país tão largo quanto este, ainda há uma quantidade definida de população que ele pode suportar. A mesma coisa vale para os Nobres. A quantidade que podem empregar é limitada.』

Apesar disso poder ser óbvio, se houver conquistas obtidas, então os Cavaleiros recebem promoções, ou alguma forma de recompensa deve ser concedida a eles.

O Segundo falou:

『Então simplesmente vá reclamar alguma terra de uma vez! Apenas olhe pra essas favelas malditas… com esses números, um ou dois vilarejos seriam erguidos e prosperariam em um instante!』

No caminho até aqui, eu tive a chance de vislumbrar as favelas da Capital Imperial.

Elas estavam transbordando com pessoas, e no caminho, até mendigaram para mim algumas vezes.

O Quarto falou:

『Bestas e bandidos… e monstros… para um vilarejo pequeno, as chances de ser destruído são bastante altas. Os investidores em tal empreitada também hesitariam.』

Usando magia, alguém podia definitivamente finalizar um vilarejo em um ritmo muito rápido, era a manutenção que aumentava a dificuldade.

E ter magos constantemente estacionados em um posto avançado desses custa dinheiro.

Aqueles viáveis a despache para desenvolver vilarejos eram magos especializados nos atributos terra e água.

Usando isso, seria fácil construir a fundação, mas…

(Assim como desta vez, vai ser aniquilado no momento que um monstro forte aparecer.)

E é por isso que brigadas de Cavaleiros são enviadas, e assim aventureiros e mercenários podiam colocar comida na mesa.

Eu suspirei, olhei para o número de identificação na porta, e bati.

“Sim~.”

Aquele que respondeu abrindo a porta com um tom preguiçoso, foi um jovem rapaz com aparência de delinquente com seu cabelo cor laranja despenteado em uma enorme bagunça.

Eu não podia vê-lo como o homem sincero descrito.

Ele me encarou com seus olhos caídos, enquanto esperava eu declarar meu objetivo.

Ele era alto, e suas feições faciais estavam bem em ordem, apesar de levemente sinistras…

“Você é o Marcus-san?”

Ele coçou sua cabeça.

“Isso mesmo? O que que você quer de… Que assuntos tem para tratar comigo?”

Vendo minhas vestes, ele provavelmente pensou que eu fosse um pirralho rico.

Ele pareceu prestar atenção em seu tom de voz.

A Casa Circry havia cuidado de mim, e eu não poderia estar vestindo algo muito tosco quando visitasse, então vim ao apartamento em vestes de aparência relativamente decentes.

“Eu sou um aventureiro. Bem, foi a Casa Circry que me fez um pedido, todavia.”

Quando eu disse isso, Marcus falou:

“… O quê? Se for sobre a coisa de soldado voluntário, eu não vou fazer. Eu só estou tentando elevar meu ranque um pouco, e arrumar alguma renda estável aqui. Não que aquele velho sequer possa entender os sentimentos dos que estão nos degraus de baixo.

Velho provavelmente se referia ao Ralph-san.

O Terceiro cuspiu algo bastante irrelevante:

『… Filhas superprotegidas, nobres e afins, entende. Elas sempre parecem se apaixonar por esses tipos de homens de aparência delinquente.』

Ranque… para um Cavaleiro da corte, um único aumento em posição poderia elevar grandemente sua anuidade .

As provisões pagas a eles todo ano eram uma preciosa fonte de renda.

O Quarto falou:

『Bem, pelo menos ele está tentando arrumar trabalho, ele tem alguma ambição.』

O Quinto concordou:

『Se eu tivesse que falar, então não acho que ele deveria se importar nenhum pouco com honra, e simplesmente aceitar alguns trabalhos além daqueles dados pelo palácio Real.』

Apesar de não estar muito familiarizado com as circunstâncias que cercavam a área, falei com o Marcus.

“Eu aceitei um pedido referente ao trabalho voluntário, mas devido a como isso foi fraseado, parece que principalmente estarei servindo como seu subordinado.”

“Subordinado? O que você quer dizer?”

Ele mordeu a isca, e eu entreguei uma carta.

Uma carta escrita pelo Ralph-san.

O que ela descrevia eram os detalhes do pedido que eu havia assumido como aventureiro.

O rosto do Marcus-san curvou-se em um sorriso.

“Então ele sabe das coisas, aquele Visconde! Com isso, mesmo se eu não participar muito pessoalmente, ainda vou me destacar!”

Vendo seu rosto feliz, eu encobri minhas emoções com um sorriso amargo.

Eu não entendi direito, mas se ele não tinha pessoal, não podia simplesmente ter contratado?

Além de usar sua filha como intermediária, acho que havia várias maneiras de fazer isso.

Nisso, o Sétimo falou:

『Hm, parece que o pedido atual daquele rato maldito pode se provar útil para o Lyle também.』

O Quinto aprovou:

『Os ganhos e as perdas? Bem, neste caso, é um pouco diferente. Isso certamente é algo essencial para o atual Lyle.』

Enquanto eu começava a pensar sobre o que era que me faltava, meu ombro foi batido rudemente algumas vezes.

“O que é isso? Então você está vindo com um grupo de sete? Com isso, nós podemos até mesmo trabalhar no escopo de um pelotão. Isso é mais que bem-vindo!”

A carta tinha alguns detalhes sobre mim e servia como uma carta de introdução.

A partida era em cinco dias, então as preparações iriam ficar agitadas.

“Hm, isso dói.”

“Oh, desculpa por isso. Então, você só veio dar uma saudação hoje?”

“Não, eu pensei em perguntar quais são seus planos para amanhã. Seria bom se você pegasse seu equipamento e viesse para a Mansão Circry quando estiver livre. Há várias coisas que nós teremos que confirmar.”

Marcus-san fez uma expressão inquisitiva.

“A mansão? Então isso significa que aquele bastardo, o Breid, vai estar lá…”

A pessoa da qual Marcus-san falou, 【Breid Vamper】 era um servo da Casa Circry, ou como devo colocar isso, ele principalmente usava sua força para realizar trabalhos que exigiam força bruta.

Seu pai tinha o título de Cavaleiro valendo por uma única geração para si, mas além de não ser capaz de suceder isso, Breid foi nascido como o terceiro filho, então ele acabou arrumando trabalho como um servo.

Eu tentei perguntar:

“Você não gosta dele?”

Marcus-san assentiu.

“Ele meio que sempre puxa briga comigo, ou talvez esteja com inveja? Digo, eu sou um genuíno nobre hereditário, então ele tem isso e aquilo sobre o que pensar.”

Eu também já havia me encontrado com o Breid, mas  não tive realmente uma conversa.

(… Apesar de eu não pensar realmente que há muita necessidade de fazer rebuliço sobre quem era um nobre, e quem não era.)

“Então isso significa que é aquilo, certo? Breid vai participar também?”

Eu assenti.

“Sim, ou assim eu ouvi. E por isso,  pensei que seria melhor se todos nós nos reuníssemos.”

Na verdade, se eu não obter uma compreensão das habilidades deles tão cedo quanto possível, essa expedição vai ser extremamente arriscada.

Se eu quiser garantir a segurança deles da melhor forma possível,  devo encerrar esses assuntos prontamente.

“Entendido. Eu não estou em uma posição para reclamar de qualquer jeito. Eeee, seu nome é…”

“É Lyle.”

Eu não dei meu sobrenome.

“Entendo. Prazer trabalhar cuncê.”

Apesar de sua aparência ser um pouco delinquente, ele era um homem surpreendentemente agradável.

… A mansão da Casa Circry.

Miranda estava caminhando pelo corredor de mau-humor.

“Aquele meu pai podre…”

A causa disso era seu pai.

Aquele tom dele, como que para testar o Lyle, tinha sido ‘oh tão irritante’.

Caminhando ao lado dela, Shannon estava bastante desanimada.

“Então por que eu estou participando também? Eu quero relaxar perto de casa pelo menos.

Miranda falou:

“Então deixaremos você aqui sozinha, então você poderá receber o bruto do cinismo daquelas duas. Elas podem até recorrer a meios físicos nessa hora.”

Apesar de ter dito isso como ameaça, ela sabia que a probabilidade de tal coisa não era baixa.

Ela entendia que seu retorno à Casa da Família não fora bem recebido por suas irmãs.

“Eu também não quero. Não tem uma vida mais elegante para mim em algum lugar por aí?”

Miranda suspirou, e olhou por uma das janelas no corredor.

Lá, Dóris estava conversando com um homem alto, de cabelos negros.

O jovem de aparência diligente era 【Breid Vamper】.

Ele havia vindo para a mansão logo depois de elas partirem, e era um terceiro filho que não era nem mesmo um nobre.

Ele podia ler, escrever e até calcular, assim como lidar com uma espada até certo ponto, e atualmente estava trabalhando como residente na mansão.

“Qual o problema? Ah, Dóris-oneesama, não é? Realmente é raro vê-la fora de seu quarto.”

O motivo pelo qual Shannon riu, como se para fazer piada dela, era um com o qual Miranda concordava. Ela concordava, mas…

(Eu não lembro de você saindo do seu quarto nenhuma vez também.)

“Certo, ela está indo em uma boa direção.”

E, após eles se separarem, Shannon olhou para a cena, e falou:

“… Aquele homem de alguma forma está usando Dóris-oneesama. Ele não está realmente pondo muito sentimento nisso, pelo menos, eu não consigo ver os dois como amantes.”

Miranda também sentiu isso.

Talvez notando os dois olhares da janela, Breid sorriu e deu um leve aceno antes de partir.

Ele era alto, e seu rosto não era ruim.

Mas Miranda havia notado.

“Aquela face é a de um homem com grandes ambições. Talvez o motivo pelo qual ele se aproximou da Dóris tenha sido para ganhar status como um nobre.”

Shannon falou:

“Bem, ele parece capaz de certa forma, mas as habilidades dele estão abaixo das do Lyle… talvez seja impossível para ele acumular conquistas?”

Miranda suspirou:

“Não compare ao Lyle. Eles estão em dimensões diferentes.”

Ele podia lidar com espadas e magia, usar múltiplas Skills ao mesmo tempo, e alcançou o nível de um aventureiro de classe média em bem menos de um ano.

Os níveis de talento eram diferentes demais.

Fazia ela querer inclinar sua cabeça em dúvida para a Casa Walt que pensou em afastá-lo, mas o próprio fato de que a Celes estava lá era o bastante para ela aceitar isso.

(Puxa vida… sabendo muito bem, ele falou como se para desafiá-lo)

Sabendo sobre as circunstâncias do Lyle, o motivo pelo qual Ralph deu o pedido desta vez foi algo que Miranda descobriu depois.

Ralph queria confirmar exatamente como o Lyle planejava agir.

Era verdade que ele esteve investigando-o, e sabia que o Lyle era habilidoso como aventureiro.

Por causa disso, Miranda havia estado de muito mau humor desde a manhã.

(Não há absolutos no mundo. E mesmo assim ele fez um pedido inutilmente perigoso.)

Havia muito que ela queria dizer, mas como ela não tinha o tempo, Miranda se apressou com seus preparativos…

… Mônica estava modificando o Portador no quintal da mansão.

A pessoa observando seu trabalho era a Clara.

Clara foi incapaz de se ajustar à atmosfera da propriedade, então conversou com a autômato no exterior.

“Nós podemos usar o Portador do lado de fora? Eu não acho que ele vá produzir muita velocidade.”

Diante da pergunta de Clara, Mônica falou:

“Você quer dizer que o fruto do amor entre mim e o frangote é inferior àquelas carruagens puxadas por cavalos espalhadas por todo canto? Não é como se todos nós fôssemos arrumar um cavalo, então teremos que ir a pé. A respeito disso, o Portador nos dará alguma paz de espírito. Nós podemos carregar suprimentos nele, e mais que qualquer coisa, dá só uma olhada nessa maravilha de armadura!”

Batendo seu punho contra a corpulência do Portador, Mônica prosseguiu:

“Não haverá necessidade nenhuma de temer as presas e garras de monstros! Além do mais, não vai nem sacudir em estradas irregulares!”

Vendo a Mônica se gabar tão grandiosamente sobre o Portador, Clara começou a bater palmas.

“Sim, se nós viajaremos principalmente a pé, então o Portador terá um grande papel a desempenhar. E carruagens acopladas não podem ser usadas se as estradas não estiverem bem conservadas.

Ouvindo as palavras da Clara, Mônica assentiu, antes de inclinar sua cabeça.

“Mais importante, Clara-san, tem uma coisa que eu ainda tenho de entender.”

“O quê?”

“Cavaleiros e soldados não deveriam ter sido enviados antes quando ouviram que um vilarejo foi atacado? Apesar disso, eles realmente estão demorando, não estão? Não haverá baixas enormes?”

Mônica achou estranho que eles ainda haviam de enviar uma força defensiva quando poderiam haver baixas aparecendo neste mesmo instante.

Clara retirou seus óculos, e deu um prefácio de, ‘bem eu não sei muito’ antes de continuar falando.

“… É um assentamento bem pequeno, então eles provavelmente o consideram como sendo de baixa prioridade. Eu não gosto de colocar dessa forma, mas mesmo se o vilarejo for perdido, não será nenhum ferimento grave à Capital Imperial.”

Ouvindo isso, Mônica falou:

“Este realmente é um mundo cruel para os fracos.”

Ela resumiu seu trabalho no Portador. Em essência, ela precisava terminar isso dentro de um período de quatro dias, então prosseguiu apressadamente com suas modificações.

Não era possível concluir muita coisa de noite, portanto ela tinha que usar seu tempo limitado de acordo com o planejado.

Caso contrário as queixas viriam.

Clara sussurrou, ‘ah,’ e Mônica parou suas mãos.

“O que foi?”

Aquela caminhando em passos largos até elas, era alguém com seus longos cabelos verdes balançando de um lado para outro, Lucy.

Ela era seguida por alguns servos da mansão.

“O que foi? Não me venha com essa! Na mansão de quem você acha que está fazendo essa barulheira? Os rangidos e batidas estão ficando insuportáveis!”

Clara se levantou de sua posição sentada, e vendo isso, Lucy falou:

“Eu me perguntei que tipo de pessoa ele era quando trouxe uma empregada junto, mas era só uma criança abandonada da Casa Walt, e suas amigas aventureiras… que apropriado.”

Mônica falou:

“Entendo. Bem, isso é bom. É só que eu já recebi a permissão do chefe da família, Ralph-sama, para fazer o trabalho aqui. Você perguntou de quem era a mansão? Bem, é do Ralph-sama, certo…? Então pra que você veio aqui?”

Clara apressadamente tentou parar a Mônica, mas em essência, Mônica era a autômato tipo empregada pessoal do Lyle.

Ela havia perdido seu país, e seu fabricante havia perecido.

Em outras palavras, ela fazia suas próprias regras.

“Você não entende que eu estou dizendo que você é irritante!?”

Ela escarneceu às palavras de Lucy.

“‘E?’ É a resposta que eu ofereço a isso. Eu tenho a permissão para fazer isso, e mais importante, seu namorado, Marcus-san, não é? Vai ser para o bem dele, então eu apreciaria se você não me atrasasse.”

Dizendo que ela não terminaria a tempo, Mônica recomeçou seu trabalho.

Ouvindo o nome do Marcus aparecendo na conversa, Lucy pegou seus servos, e partiu.

Clara falou:

“Está tudo bem isso? Ela é uma Dama da Casa Circry, não é?”

Escarnecendo de novo, Mônica respondeu:

“E de quem você acha que é a culpa que estamos nesta situação? Eu gostaria que ela fosse ao menos um pouco complacente. Se ela for tão longe a ponto de ficar no nosso caminho, não será nada além de um estorvo.”

Sentando-se de novo, Clara falou:

“Eu estive pensado nisso por um tempo, mas sua atitude com todos com exceção do Lyle é bastante fria.”

Mônica deu sua resposta como se fosse simplesmente natural.

“Sim, algum problema com isso?”

“… Não, não é nada.

Clara pegou um livro para ler, e Mônica prosseguiu com seu trabalho.

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