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Sevens – Volume 5 – Capítulo 9

Hipogrifo

Na posição central do Vilarejo, eu empreguei o escudo do Portador para formar um teto.

No papel posto sobre a mesa, um simples mapa havia sido desenhado. E nele, confirmei onde as defesas seriam posicionadas e as armadilhas preparadas. Eu escrevia no mapa, preenchendo o posicionamento e sortimento das novas armadilhas.

Após o café da manhã, encontrei a Miranda próxima a mim. 

Ao meu lado, Luka olhava meu trabalho.

Vendo o mapa, o chefe do vilarejo estava bastante surpreso. Mas o espanto do Clark-san era o maior entre os dois.

“Lyle-kun, você preparou isso em uma única noite?”

O chefe estava…

“Defesas e posicionamento de armadilhas… não, mas com esses números…”

Ele estava pensando sobre se o posicionamento que eu havia escrito era possível.

Vendo isso, Norma-san dirigiu-se a mim:

“Com o que vocês todos estão tão surpresos? Qualquer um poderia ter pensado nisso daí. Se fosse eu, adicionaria uma armadilha aqui e aqui, e fortificaria as defesas aqui.”

Ela disse isso simplesmente transbordando confiança, mas ouvindo isso, o Segundo estourou em risos:

『Que garota essa. Tão incompetente.』

O Terceiro também deu uma larga risada:

『Verdade, posso apostar que qualquer um poderia ter esboçado isso. Mas colocar em prática é um problema diferente.』

Para a Norma-san, Clark-san sacudiu sua cabeça e explicou:

“Capitã, nós estamos com muito pouca mão de obra para isso. No mínimo, nós temos que terminar essas preparações nos próximos dias. Nesse tempo, tenho certeza que um Hipogrifo lançará um ou dois ataques, então temos que terminar as armadilhas e construções antes que o Grifo decida mostrar sua cara.”

O chefe do vilarejo olhou para Norma-san com uma cara de desagrado.

“… Seria realmente problemático se você colocasse uma armadilha ali. Mesmo se revertesse ao normal depois, há uma casa ali.”

Norma-san deu um passo para trás. Ela estava fazendo uma expressão irritada.

(Bem, ela estava pensando em armar mais armadilhas, pelo menos.)

O Quarto falou:

『Apesar de parecer que houve alguma consideração por trás dos posicionamentos dela, esse é o limite.』

O Quinto me urgiu a dar as próximas ordens.

『Lyle, não fique só em silêncio, prossiga logo com as coisas. Daqui em diante é uma batalha contra o tempo.』

Eu acabei dando ordens para os rostos reunidos.

“Pois bem, Norma-san, você ficará em espera aqui. Se você mandar alguém correndo para me informar, eu darei mais ordens. Clark-san, por favor, continue a treinar os soldados. Chefe, lidere o reforço das estruturas. Miranda-san…”

Miranda deu uma resposta, dizendo que ela já sabia:

“Armar as armadilhas, certo? Acredito que consigo fazer isso, mas com base no tamanho necessário,  só serei capaz de dar ordens por enquanto. Eu tenho minhas ferramentas, mas preparações levarão um dia.”

Eu levei isso em consideração, e não era um problema.

“Armadilhas serão montadas no segundo dia… Apenas se certifique de terminar antes do Grifo aparecer.”

Possivelmente, primeiro ele usaria um Hipogrifo para atacar o vilarejo.  

Um Hipogrifo provavelmente viria liderando alguns monstros em breve. Esse ataque mental para nos colocar contra a parede pouco a pouco me fez pensar na besta como um carinha bastante desagradável. 

É claro, se fosse um dragão, o Vilarejo Jhonny há muito já teria sido eliminado a esse ponto.

Talvez o Grifo não estivesse se movendo por conta própria porque estava acumulando poder.

“Eu farei a Novem e a Clara ajudarem com o reforço também. Mônica será encarregada com as rações alimentares, vamos fazê-la alternar entre cozinhar e descansar. Alguma opinião no assunto?”

Eu olhei para aqueles reunidos, e um dos Cavaleiros timidamente apresentou uma pergunta:

“Ah, não… bem… estaremos seguindo as ordens de quem?”

Eles deram alguns olhares de relance para a Norma, mas eu tive que fazer uma declaração clara.

“Como comandante representante, eu estarei dando as ordens. Reportem a mim.”

O Cavaleiro assentiu e pareceu um pouco aliviado.

O Sexto falou:

『… Será que essa daí é inútil como comandante?』

O Sétimo era da mesma opinião:

『Bem, ela é proficiente em uma maneira diferente. É só que, não parece que ela esteja colocando isso muito em prática.』

Provavelmente seria muito mais fácil ser promovida se ela fizesse as coisas de uma maneira diferente… Enquanto pensava isso, eu continuei a responder perguntas.

Havia algumas perguntas com as quais eu não me importava nem um pouco, e algumas que indicavam que os questionadores não entendiam o mínimo sobre o que estava acontecendo.

Após observar a reunião, o Segundo expressou:

『Uwah… agora eu estou preocupado.』

Enquanto falava de suas preocupações, me pergunto por que é que ele soava tão feliz? Isso é tudo que eu podia pensar do tom alegre do Segundo.

Pegando um cavalo emprestado, usei minhas Skills para checar a totalidade do Vilarejo.

Eu observei os aldeões procedendo com seus trabalhos e aparecia para resolver um problema sempre que surgia. Esse é o estilo com o qual eu prossegui.

Eu podia ter apenas esperado pelos relatórios no centro, mas já que nós havíamos acabado de começar a agir, havia uma quantidade e tanto de problemas.

Confirmando um conflito, eu incitei o cavalo para correr em direção a cena.

Fora do muro construído de grossas toras, uma trincheira foi escavada para criar uma vantagem de altura tática.

A terra escavada foi trazida para dentro dos muros para servir como fortificação. Era um trabalho relacionado à força, mas a causa do argumento era a Novem. Vendo sua magia, um aldeão estava fazendo algazarra:

“Se você pode fazer isso, então por que não faz a coisa toda!? Nós estamos com pressa aqui, então esse é o mínimo que você poderia fazer!”

Um homem magro vestindo roupas esfarrapadas era quem estava gritando, e as pessoas ao redor estavam observando com olhos cansados.

Novem explicou:

“Como eu estava dizendo, não posso usar toda minha Mana aqui. Depois disso, terei que ficar em espera para curar, então terei que conservar…”

“Então você planeja ficar no conforto sozinha!?”

Olhando o homem fazendo uma algazarra, eu não podia enxergá-lo como alguém decente.

Nisso, um homem de constituição baixa caminhou até eles.

Oh, esse é um gnomo, não é?

“Ei, você não esteve trabalhando já faz um tempo, então que tal parar com a barulheira e pegar sua pá? E também, se você não trabalhar, duvido que vá receber qualquer pagamento por isso.”

O pequeno gnomo tinha cento e cinquenta centímetros, completamente crescido, e alto para sua raça. O homem magro olhou para o gnomo e soltou uma voz alta:

“Não fode comigo! Seus malditos gnomos, miniaturas, deviam só calar a boca e trabalhar! Pensando em se opor a nós da raça humana agora, não tá!? Desde que essa mulher possa terminar o trabalho rápido, então meu pagamento é…”

Em direção ao homem que estava deixando sua saliva voar enquanto berrava, eu me aproximei com meu cavalo.

“Não, eu duvido que você vá receber qualquer pagamento. Vou só deixar por isso, mas a Novem só está aqui para proteger vocês. Desde que vocês trabalhem direito, eu pagarei a compensação, e se você mostrar resultados esplêndidos, eu vou até jogar um bônus. Mas o contrário apenas cortará seu pagamento, sabe?”

O homem magro me olhou, e ficou dócil de repente. E o jovem gnomo resmungou sobre o quão suja era a saliva em seu rosto, enquanto começava a limpá-la.

“Eu só estava, seriamente… mas essa mulher… o gnomo…”

O homem murmurou algumas reclamações, e eu levantei a voz:

“Se você tiver reclamações, então traga-as a mim! Se você não planeja trabalhar, então vá se isolar em algum canto e não fique no caminho de quem trabalha! E também, o progresso aqui é o que está mais atrasado. Se isso continuar assim, não haverá bônus nenhum.”

Quando eu disse isso, os aldeões observando rapidamente recomeçaram sua escavação.

Havia uma leve competição acontecendo para ver que área terminaria o trabalho primeiro. Normalmente, eu teria colocado uma ênfase maior na qualidade do trabalho, mas no momento, velocidade era a prioridade.

“Eu me desculpo profundamente, Lyle-sama.”

Eu desmontei do cavalo e chequei o progresso com a Novem.

“Não, esse daí foi um dos toleráveis.”

Enquanto eu dizia isso, olhei para o jovem gnomo. Eu ouvi que eles eram hábeis com as mãos e frequentemente arrumavam trabalho no ramo de carpintaria.

O ferreiro anão estava ajudando a Miranda-san a cavar buracos e instalar as armadilhas.

“Se ao menos aquele ferreiro que te prezou estivesse aqui.”

Enquanto eu dizia isso de brincadeira, Novem fez uma expressão levemente perturbada:

“Ao invés de aqui, eu acharia melhor se ele trabalhasse nas armadilhas de cova. E também, nós teremos que o deixar forjar armas.”

Setas de bestas.

Lanças.

Nós planejávamos fazê-lo prepará-las.

“Se o inimigo aparecer aqui, corra para dentro imediatamente. Presentemente, eles não mostraram qualquer movimento, mas de acordo com a intuição do chefe do vilarejo, eles virão no futuro próximo.”

“Tomarei cuidado. Se certifique de ter cuidado você também, Lyle-sama.”

“Eu sei.”

Dizendo isso, eu montei no cavalo de novo e usei as Skills para confirmar a situação nos arredores. O próximo local onde um problema ocorreu foi no posto da Clara.

(É problema atrás de problema atrás de problema…)

Enquanto deixava o cavalo galopar, ouvi a voz do Terceiro. Com uma voz alegre de alguém desfrutando da vida, ele me provocou:

『Boa sorte aí. Quando você está no lado que observa, essas cenas se tornam bem divertidas de se assistir.』

O Quarto concordou:

『Realmente é fácil quando você não sente responsabilidade nenhuma por isso. Com a compostura extra, há muito mais para se ver.』

A Quinta Geração também:

『Ah, eu realmente te entendo, cara.』

(Esses caras…)

Eu ignorei os Ancestrais felizes e parti em direção à Clara.

Trabalho havia começado e o sol mal estava começando a cair.

Retornando ao lado do Portador, eu saí do cavalo e chamei a Norma-san, que havia sido posta em espera lá.

“Alguém veio até você?”

Na verdade, eu sabia que ninguém havia vindo reportar, mas eu queria tentar falar com ela.

Em um humor doente, Norma falou secamente:

“Ninguém. Porém, aquela empregada com uma cabeça cheia de flores me trouxe comida.”

A tigela de madeira posta de lado provavelmente continha algo como sopa quando foi trazida.

Tendo terminado sua refeição e sentada em sua cadeira o tempo todo, Norma-san parecia bastante entediada.

O Terceiro falou:

『Ei, essa garota… apenas coloque-a em algum lugar logo.』

O Sétimo recusou:

『Nós já decidimos usá-la como suporte defensivo, certo? Rejeitado. E o Lyle está se movendo por aí mais que o esperado, então tê-la aqui como representante é o bastante, não é?』

Eu mesmo era um representante. E a representante do representante era a verdadeira capitã sendo representada… Eu estou começando a perder o fio disso.

Enquanto estávamos fazendo isso, Mônica veio com minha refeição. Um prato foi colocado em uma bandeja, e com um sorriso, ela veio correndo. Eu estava um pouco preocupado se ela iria cair ou não desse jeito, mas quando ela ficou perto o bastante, Mônica declarou:

“Você pensou que eu iria ganhar pontos como uma empregada desastrada tropeçando? Que pena! Eu sou programada para ser incapaz de desperdiçar comida.”

Sua atitude, como se vendo diretamente através de mim, era bastante irritante, mas eu aceitei a refeição. Estive cavalgando por aí o dia todo, então eu estava comendo tarde.

Vendo minha refeição, Norma-san falou:

“Oy, o conteúdo desse prato é completamente diferente do que me foi servido!”

Mônica coletou os talheres da Norma-san enquanto escarnecia:

“E daí? Todos os ingredientes são coisas que nós mesmos trouxemos.”

Eu ignorei o sorriso afetado da Mônica e o desânimo da Norma-san, enquanto eu agilmente esvaziava o prato. Vendo isso, o Sétimo…

『Lyle… e ele era uma criança tão bem-educada antigamente.』

O Segundo estava aborrecido:

『Apenas considere a hora e lugar. Isso é um campo de batalha.』

O Sétimo retrucou:

『Campo de batalha ou não, a Casa Walt é uma Casa de Condes! Tal conduta é essencial!』

Para finalizar as coisas, o Terceiro…

『… Mas o atual Lyle não é nem mesmo um nobre.』

Enquanto ouvia a conversa deles, terminei minha refeição.

Mônica disse algo como, “uma maneira tão esplêndida de comer… eu também gosto desse lado do…’, mas eu a ignorei, e usei a Skill. A não ser que eu pusesse algumas pausas entre cada uso, eu me cansaria.

Eu acompanhei a Mônica enquanto retirava os talheres e retornava a seu posto.

Confirmei o estado do Vilarejo e a floresta próxima. E coçando minha cabeça, levantei-me.

“… Eles não podem me deixar ter meus descansos em paz?”

Quando retirei meu sabre, Norma levantou-se  de sua cadeira, alarmada. Ela tomou alguma distância de mim.

Eu bati no Portador algumas vezes, e de dentro saiu a Shannon.

Ela emergiu enquanto bocejava, então lhe dei um leve peteleco.

“Isso dói!”

“Prepare o sinal. Depressa!”

Desajeitadamente, Shannon pôs fogo no dispositivo para levantar sinais instalado próximo ao Portador. Ela usou uma magia simples para acendê-lo e, após um tempo, uma espessa fumaça subiu ao céu.

“Wah! Não consigo respirar!”

Vendo a Shannon tossindo enquanto recuava de volta para o Portador, eu pensei:

(Realmente, uma beleza desperdiçada.)

Norma-san estava bastante afobada, mas não havia dúvidas de que ela era uma Cavaleira. No momento em que o sinal foi arranjado, ela já havia preparado sua arma.

“Eles estão vindo em números de aproximadamente trinta. Um Hipogrifo está liderando.”

Seus números se elevaram em comparação a antes.
Ouvi que na última vez eles atacaram apenas em números de dez.

(Atacando humanos e acumulando poder. Acho que li sobre isso em um livro…)

Há muitos mistérios a respeito da natureza de monstros. O fato do porquê carregarem pedras mágicas dentro de seus corpos era a mesma coisa, mas seus hábitos alimentares eram tão misteriosos quanto. Eles assaltavam homens e bestas, mas em comparação a suas massas corporais, o tempo entre suas refeições era longo.

(Mas isso não era algo para se pensar aqui.)

Eu chamei a Norma-san, e montei meu cavalo. E para os mensageiros que correram, eu dei uma explicação da situação.

De onde eles estavam vindo?

Seus números?

Sua variedade?

Informando eles de cada detalhe, eu dei ordens sobre como deveriam se mover.

Para os Cavaleiros e soldados, eram suas horas de empilhar algumas moedas.

Ao invés de nervosos, parecia que eles estavam desejando que os monstros viessem até eles de uma vez.

“Vocês estarão enfrentando aqueles além do Hipogrifo. Se forem atacados por ele, revidem. Recuar também está bom.”

Após eu terminar de dar ordens, os mensageiros retornaram a suas respectivas tropas.

A força expedicionária tinha uma boa quantidade de fatores incertos quando se tratava de lutar contra um Hipogrifo, mas eles haviam se tornado um pouco mais decentes que antes.

Marcus-san e Breid-san correram até mim.

“Lyle! Monstros apareceram!?”

Marcus-san tinha sua lança erguida com a intenção de lutar. Breid-san também estava fazendo uma expressão séria. Vendo-os, Norma-san murmurou desinteressadamente:

“…Hm, como se vocês aí fossem capazes de vencer.”

O grupo de três que salvamos se reuniu, então eu dei ordens:

“O Hipogrifo entrará no vilarejo. Se ficar perigoso, evacuem para um espaço próximo ao Portador.”

Breid-san falou:

“Eu não posso fugir aqui! Eu tenho que obter méritos não importa o quê!”

Ele parecia bastante desesperado, então eu não disse mais nada.

Estendendo uma mão para o arco em minhas costas, peguei uma flecha de minha aljava. Já que nós estávamos deficientes no estoque delas, era eu a pessoa em posse das flechas explosivas. Eu pensei em dá-las ao Clark-san, mas não havia tempo para desperdiçar testando se elas funcionariam em uma besta, então deixei o assunto por isso mesmo.

Olhando na direção da floresta, observei enquanto a besta saltava dela. Por entre as árvores, goblins surgiam, seguindo a liderança do Hipogrifo.

“Seria mais fácil para nós se eles enviassem os orcs também.”

Eu queria talhar as forças inimigas tanto quanto possível, mas não parece que isso vá prosseguir tão facilmente.

O vilarejo ficou turbulento em um instante. Parecia que havia alguns em dúvida quando o sinal foi levantado, mas ver o monstro de verdade fez alguns se abrigarem para valer em pânico.

“Com isso, eu espero que a batalha real vá bem.”

Marcus-san olhou para mim e falou:

“Real… isso é tão real quanto se pode ser.”

Eu sacudi minha cabeça:

“Com base no quanto nós consigamos vencer aqui, nossas batalhas futuras mudarão.”

Ouvindo minhas palavras, o Sexto me chamou:

『Então você aprendeu a falar. Mas não seja negligente.』

Eu apertei a Joia e observei os movimentos dos monstros.

(Pela localização deles, será a vez da Aria.)

… Os Monstros atacando o Vilarejo Johnny não foram capazes de penetrar o muro.

Nisso, soldados e Cavaleiros com lanças e bestas trabalharam para talhar seus números. Mas, tais coisas eram irrelevantes para o Hipogrifo voando pelos céus. 

Ele mergulhou diretamente no vilarejo, mandando um único soldado voando enquanto olhava ao redor por sua presa.

Suas patas frontais possuíam garras de uma águia. As quais se fechavam em torno daquele soldado, como se não estivessem dispostas a soltar.

Aquele homem, ao ser forçadamente lançado, agarrado com força, com aquelas garras afundando em sua carne, começou a vomitar sangue.

Em volta, Cavaleiros levantavam suas lanças e cercavam o Hipogrifo.

Sua forma, mais de duas vezes maior que o tamanho de um cavalo, era o bastante para fazê-los perder a força em seus joelhos apesar dos prospectos financeiros de abatê-lo.

Nesse meio tempo, aquela que saltou à frente foi a Aria. Apertando sua lança, ela desatou seu broquel e saltou no Hipogrifo.

“Agora tenta voar sem uma asa!”

Ela instantaneamente estreitou a distância e o estocou.

Mas, talvez ele tivesse bons olhos, já que o Hipogrifo saltou para trás e, rapidamente, se levantou no ar. Ele jogou o soldado em sua garra de lado e os companheiros do homem correram em seu auxílio.

Aria rapidamente jogou uma faca nele, mas ela não tinha habilidades no nível da Miranda em si e o Hipogrifo facilmente foi capaz de esquivar-se. Ele abriu suas asas e ascendeu, abrindo seu bico de águia para soltar a voz estridente do grito de um pássaro.

 Ele a mirou, e tentou investir contra, mas Aria sorriu:

“Não saia subestimando humanos.”

No momento que o monstro começou a ganhar impulso, todos evacuaram a área.

A rede não chegou a tempo. Mas não era como se não houvesse nenhum outro método. Ela jogou cordas com pedras amarradas em ambas as pontas em seus olhos.

Jogada tomando vantagem da força centrífuga, apesar da maioria ter errado, uma única pedra desceu sobre sua cabeça, e a corda subsequente se amarrando em volta de sua asa esquerda foi tudo que se precisou para derrubá-lo ao chão.

O Hipogrifo instantaneamente sacudiu suas amarras fora, mas Aria não deixou tal chance lhe escapar. Sua gema vermelha emanou alguma luz, e ela usou uma Skill.

Enquanto a ponta de sua lança perfurava por entre sua cabeça, o estrebuchante Hipogrifo foi abatido, e preso ao chão. Tal demonstração de poder, não era algo feminino. Força extrema.

“Com aquele rostinho adorável dela…”
“É, acho que vou desistir dela.”
“O espirro de sangue tingiu o cabelo dela em vermelho brilhante.”

Com sua lança ainda enfiada, o sangue despejando do monstro escabujante encharcou todo seu corpo, fazendo aqueles ao redor recuarem.

(Deus, para eles serem desse nível… os Cavaleiros de Centralle realmente são frágeis.)

Confirmando que ele havia parado de se mover, Aria retirou uma toalha e limpou seu rosto.

Coletando as ferramentas que haviam jogado, os soldados e aldeões checaram com ela:

“H-hm… e quanto ao nosso trabalho?”

Aria respondeu com um sorriso. Ainda assim, os soldados levantaram vozes assustadas e alarmadas.

“Não se preocupem com isso. Me certificarei de notificar o Lyle. Estarei contando com vocês na próxima vez também.”

“S-sim!”

Recuperando as ferramentas, os Cavaleiros e soldados confirmaram o cadáver do Hipogrifo. Após sentirem a certeza de sua morte, um deles correu para reportar.

“Agora, quanto a situação do lado de fora…”

Dizendo isso, e observando seus arredores, ela descobriu que aqueles posicionados nos muros já haviam se reunido para ver o Hipogrifo.

(Então já acabou. Nós temos um ferido…)

Com uma porta retirada de suas dobradiças para fazer um tipo de maca, o soldado foi carregado. Com base nas condições dele, Aria determinou que Novem seria capaz de fazer alguma coisa a respeito. 

Ela puxou sua lança do corpo do monstro. Vendo o corpo de uma águia enfiado em um cavalo, ela encontrou alguma satisfação em seu próprio crescimento.

(Mas se vier um Grifo, será realmente duro.)

Pela sensação que sentiu quando enfiou a lança, ela supôs que seu crânio era apenas um pouco mais duro… Ou assim ela pensou por conta própria. Ela não podia mais ser chamada de Dama nobre.

Enquanto Aria olhava para o estado de sua própria arma, Lyle veio correndo em um cavalo. Atrás dele, seguiam Marcus e Breid, e quando eles viram que a batalha já havia acabado, eles deixaram seus ombros caírem.

(Talvez eles não tenham visto o ferido.)

Lyle desceu de sua montaria, e dirigiu algumas palavras de agradecimento para ela.

“Parece que esse daí acabou sem muitos danos. Estou aliviado que você está bem. Ainda assim, isso foi basicamente um golpe só, não foi?”

Aria limpava o sangue enquanto falava. Foi uma resposta curta, mas sua voz parecia feliz.

“S-sério? Bem, ainda estou crescendo.”

Lyle inspecionou os arredores, e ordenou os Cavaleiros e soldados feridos a recuarem. E ele deixou Marcus e Breid para preencher as lacunas. Ambos pareceram bastante relutantes.

Vendo os dois indispostos a caminhar em direção a muralha, Aria falou:

“…Lyle?”

“Hm?”

“Eu era assim também?”

Lyle sorriu:

“Isso mesmo. Você meio que continuava dizendo que coisas como manter vigia eram trabalhos fáceis e ficava em desacordo o tempo todo. Você ficava dizendo que queria fazer alguma coisa mais importante, e isso se mostrava em sua atitude. Bem, apesar de você não ser tão franca com isso.”

Diante da risada do Lyle, Aria ficou nervosa:

“Não fale tão francamente! Mesmo como estou, eu tenho refletido!”

O sorriso do Lyle se tornou mais gentil.

“Então, não está tudo bem? Agora nós podemos só relembrar disso como uma história engraçada. Bem, não tenho ideia do que vai ser desses dois.”

Talvez eles nunca sejam capazes de rir disso. Talvez eles relembrem e se arrependam por não terem sido mais sérios na época.

Lyra, que havia perdido um braço, e sofrido tais queimaduras… relembrando a segunda aventureira que a havia instruído, a expressão de Aria se tornou séria.

Antes de ela ter realizado seu treinamento, Lyle havia sempre feito uma expressão levemente triste ao redor dela. Aria não havia deixado aquilo escapar a seus olhos.

E Lyle falou:

“Nós preparamos um banho para os feridos, então você pode lavar seu corpo lá. Ah, e também…”

“E também?”

Pensando que havia algo a mais, ela deu uma espiada na face honestamente preocupada do Lyle, e…

“… Nós não estamos só entre membros do grupo aqui, então eu recomendo que você não fique passeando por aí pelada que nem você fez em Arumsaas.”

“N-Não vou!”

Vendo os dois flertando assim, os Cavaleiros circunjacentes, soldados e até os aldeões…

“Eu… não acho que consiga ficar de pé por uma garota banhada em sangue.”
“Essa mulher é forte, mas esse cara é bem forte em um sentido diferente.”
“Aventureiras,  Cavaleiras e mulheres soldados definitivamente são um não para mim…”

Quando a Aria encarou as pessoas dizendo tais coisas, eles imediatamente se mandaram…

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