Entretanto, os dois investigadores ainda estavam indispostos a deixá-lo ir e perguntaram sobre cada detalhe várias vezes.
Após uma hora, a porta da sala finalmente abriu e um coronel com quatro listras entrou.
Ele acenou para os investigadores. Os três trocaram olhares por um momento, antes dos dois investigadores se levantarem e saírem da sala com o coronel.
Fechando a porta, o coronel falou com calma: — Vocês podem parar de investigar o Detetive Luke Coulson.
Os dois investigadores franziram a testa. O menos falador perguntou: — Por quê? Ele é um grande suspeito.
Após um breve silêncio, o coronel retrucou: — Capitão Adams e o General Bates ligaram e atestaram por Sheerah e este Luke Coulson.
— Mas este é um caso importante. Como eles podem… — O outro investigador não pôde deixar de argumentar.
O coronel zombou: — Primeiro de tudo, Sheerah foi convidada pessoalmente pelo General Bates. Segundo, Cabo Ryback, que salvou o Capitão Adams, foi liberto do congelador pelo Luke Coulson após o último nocautear os dois criminosos. O maior erro dos criminosos foi não matar Ryback, que acabou com seu mentor e impediu os mísseis desmontados de serem levados. O Luke Coulson pode não ser uma pessoa simples, mas isso sozinho já mostra que não tem nada a ver com este negócio.
Os dois investigadores ficaram sem palavras. Eles se entreolharam e assentiram impotente: — Se insiste, está tudo bem para a gente, mas faremos uma nota em nosso relatório.
O coronel zombou: — Tudo bem. A marinha também investigará os corpos das forças especiais da CIA que encontraram no navio de guerra.
Os rostos dos dois investigadores escureceram imediatamente.
Porra! O coronel estava jogando na cara deles. Se não fosse porque haviam sido expostos, eles estariam tão determinados a investigar um peixe pequeno como Luke?
Todavia, uma checagem simples da origem de Luke e as declarações das partes envolvidas era o bastante para determinar que Luke nunca planejou embarcar até o último momento.
Além disso, o jovem ajudou o Cabo Ryback num momento crítico ao nocautear dois criminosos armados. Se tivessem investigado esta pessoa, ele deveria ser uma baixa prioridade.
Porém, havia um grande problema no lado da CIA.
Entre os criminosos mortos no navio de guerra, um número deles, incluindo William, o mentor, acabaram sendo agentes da CIA. O próprio William era o capitão de um certo esquadrão secreto da CIA.
Os dois investigadores da CIA sabiam que Luke não era um suspeito.
No entanto, eles tiveram que tentar e transformá-los em um para turvar as águas. Somente então conseguiriam discutir com a marinha e mudar a culpa.
Esse era o motivo pelo qual vinham questionando Luke várias vezes.
Naturalmente, a marinha não ficaria parada os deixando fazer o que quisesse.
Sheerah foi convidada pessoalmente pelo General Bates. Se a CIA falasse que Luke, a assistente de Sheerah, eram suspeitos, não significaria que algo estava errado com o General Bates? A marinha teria que levar a culpa por este incidente criminoso?
O General Bates era um homem poderoso e seria provavelmente promovido a Vice-Almirante logo. Naturalmente, ele não ficaria sentado.
Nesse ponto, o homem ao lado do coronel falou: — Tudo bem, pessoal, podem parar de discutir. Agora que tem tempo, que tal direcionar os esforços a outra coisa?
Os dois investigadores franziram a testa: — Agente Flegg, qual é o significado disto? Esta é a atitude do FBI?
Flegg respondeu inexpressivo: — Não estou encarregado desta investigação, só estou declarando um fato.
Olhando para os dois investigadores, ele acrescentou: — Temos arquivos detalhados de Luke Coulson. Um conselho: não percam seu tempo em coisas sem sentido.
Os dois investigadores franziram a testa.
Flegg obviamente estava implicando que os arquivos confidenciais que o FBI tinha que poderia provar que Luke não tinha nada a ver com os criminosos.
Os dois investigadores se entreolharam e saíram deprimidos.
Eles foram num canto afastado e fizeram uma ligação.
No final, seu chefe simplesmente disse: — Não incomodem esse Luke. Vão falar com o NCIS (Serviço Naval Investigativo Criminal) sobre o resultado da investigação.
Os investigadores ficaram confusos: — Hã? O que devemos fazer?
O chefe respondeu: — Aprendemos que no esquadrão de William, Johnny Mullah e seu irmão Szoke Mullah eram leais. Eles se esconderam bem e mataram vários criminosos nos momentos críticos. Infelizmente, Johnny Mullah foi morto e Szoke desapareceu.
Os dois investigadores sentiram que isso era besteira.
Alguém do esquadrão de William poderia ser leal? Eles eram apenas um bando de lutadores especializados em limpar a bagunça.
Eles não estavam convencidos de que os Irmãos Mullah eram patriotas que arriscaram suas vidas para impedir o plano de William.
Se tivessem planejado trair William, não teriam esperado por tanto tempo.
Eles poderiam vazar o plano mais cedo e todos no esquadrão de William teriam sido capturados.
Como se soubesse o que estavam pensando, seu chefe explicou: — Aparentemente, a arma de Mullah matou muitos criminosos e a arma que matou Mullah foi encontrada na mão de outro criminoso. Além disso, apenas Szoke Mullah teve tempo e motivo para resgatar os marinheiros na cabine.
Os dois investigadores entenderam imediatamente.
Um dos irmãos foi morto e o outro desapareceu. Desde que não tinham famílias, era desnecessário emitir um aviso de falecimento.
Este foi o ponto de avanço para a CIA, e seu chefe queria que aprendessem a situação rápido para que pudessem lidar com a briga que aconteceria mais tarde.
Se concluísse que os irmãos Mullah traíram William e ainda eram leais ao país, haveria menos culpa na CIA e os figurões estariam seguros.
Minimizar grandes eventos e culpar pessoas insignificantes — era assim que o mundo funcionava.
Naquele momento, Flegg falou ao coronel: — Deixe-me falar com ele sozinho.
O coronel franziu a testa e não respondeu imediatamente.
Flegg acrescentou: — Não se preocupe. Levará dois minutos, no máximo.
O coronel assentiu lentamente.
Flegg abriu a porta e entrou.
Após entrar, desligou a câmera e olhou para Luke: — Agora, pode me dizer quantos criminosos matou no navio?
Luke sorriu: — Agente Flegg, mantenho minha resposta.
Flegg o encarou por um momento e finalmente sorriu: — Okay, você é bom.
Luke ergueu a sobrancelha. Este cara não parecia com raiva, ao invés disso, parecia encantado? Flegg se levantou com as mãos nas costas: — Sei o que te preocupa, então não precisa me responder. Agora, você pode sair.
Luke assentiu com um sorriso: — Obrigado.
Flegg se virou. Quando chegou na porta, pressionou a mão na maçaneta e disse: — Obrigado por tudo que fez por este país.
Sobre esse Flegg aí só digo que quem sabe sabe