Pensando fora da caixa, esta habilidade de entrar nos sonhos era particularmente onipotente e, além disso, não envolvia custos extras.
Se Freddy quisesse construir um parquinho como este na realidade, primeiro teria que pensar em tentar manter segredo, depois considerar a renovação, instrutura e assim por diante.
Foi precisamente por estes motivos que Luke nunca montou a base secreta que visava.
Numa terra dos sonhos, no entanto, não havia fim para o que poderia criar.
Era uma pena que este psicopata do Freddy tivesse desperdiçado sua habilidade em criar este parquinho assassino.
Então de novo, ele não precisava de dinheiro ou comida, e seu único passatempo era torturar e matar pessoas.
Sua mente girou com estes pensamentos, Luke avançou.
Várias fornalhas ligadas brilharam e luz vermelho-escuro cintilou; o espaço inteiro estava quente, seco e aterrorizante. Alguém riu sinceramente na distância e havia um clangor de metal.
Era ninguém menos que Freddy.
— Minha Nancyzinha, você realmente acha que seu namorado pode te salvar? — Sua voz baixa soou antes de seu tom mudar abruptamente: — Então ele também pode morrer com você! Ele é um covarde, ele não pode te salvar! Ele nem consegue se salvar! Deste jeito…
— Ah! — Quentin gritou de dor. Freddy provavelmente o feriu de alguma forma.
Luke, todavia, manteve o ritmo despreocupado.
Após tudo isso acontecer, ele começou gradualmente a entender melhor o personagem de Freddy.
Este sujeito com certeza não mataria a presa até ter se divertido o bastante.
Ele estava se exibindo, ou era apenas um interesse doentio? Luke não tinha certeza; pode haver outros motivos.
Era como um gato brincando com um rato.
— Ahhhh! — Quentin soltou um grito de novo.
— Pequena Nancy, olha, você tem um namorado péssimo. Ele tropeçou nos próprios pés e desmaiou. Como ele pode te proteger? — O tom de Freddy ficou brincalhão: — Venha para o Tio Freddy. Você é minha favorita, hahaha!
Naquele momento, Luke saiu e viu Quentin deitado no espaço entre duas caldeiras.
Uma Nancy em pânico recuou numa escadaria de metal não muito longe e começou a correr.
Freddy a seguiu sem pressa. As garras de ferro na mão direita arranharam no corrimão e o barulho irritante ecoou pela sala da caldeira.
Luke suspirou. Que cara pretensioso!
Ele realmente queria espancá-lo.
Freddy desapareceu nas escadas enquanto perseguia sua “pequena Nancy”.
Luke caminhou até Quentin e o puxou.
Quentin estava bem. Freddy achou ele um incômodo, mas não queria matá-lo ainda, então nocauteou o sujeito e o deixou aqui.
Pegando Quentin, Luke se moveu mais rápido.
Luke ainda queria ver o que mais Freddy ia fazer, mas não podia deixá-lo concluir seu show e então matar Nancy. Seguindo a risada prazerosa de Freddy, Luke saiu em outra passarela, só para descobrir que a cena havia mudado.
Ele se viu de repente num prédio comum.
Este prédio parecia especialmente silencioso comparado a tempestade afora.
É claro, não contava com a correria e gritos de cima enquanto Freddy brincava com Nancy.
A voz de Freddy ecoou de novo no prédio: — Haha, vamos brincar de pique-esconde, que tal? Se eu te pegar… Hehehe. Okay, Tio Freddy vai começar a contar! Dez, nove, oito… — Luke revirou os olhos. Claramente não havia limites para os interesses doentios deste sujeito.
Naquele momento, uma Nancy medrosa estava escondida num armário em um dos quartos do andar de cima.
Quanto ao motivo dela estar escondida aqui? Não sabia; era só que havia um senso de pavor aumentando constantemente em sua cabeça que estava a mandando se esconder. Ela não percebeu que sua mente estava ficando lenta e difusa. Até tinha esquecido de Quentin, que veio com ela.
Quanto a Luke? Nunca se lembrou do cara para começar.
Nancy olhou nervosamente pela porta fechada, que estava entreaberta, mas congelou de repente.
Um momento depois, virou lentamente a cabeça, e um rosto queimado estava bem ao lado.
Eles se encararam, e o homem hediondo sorriu brilhantemente: — Buu!
Nancy gritou histericamente, abriu a porta e voltou a fugir.
Ela só deu alguns passos num corredor quando o chão virou lama preta. Ela ficou presa e começou a afundar lentamente.
Freddy ainda estava parado no chão de madeira não muito longe: — Hehe. Você não pode fugir, pequena Nancy.
Nancy lutou com tudo que tinha, mas afundou cada vez mais no atoleiro.
Aquele líquido preto espesso que cheirava a sangue e podridão encheu sua boca e nariz.
Este era um pântano de sangue apodrecido.
— Ahhh! — Com o último grito desesperado, ela foi completamente submersa no pântano de sangue.
Luke chegou bem a tempo de ouvir as palavras de Freddy e ficou perplexo. Isso é tudo que quer fazer com uma garota fofa? Você realmente consegue se conter!
Se aproximando da beira do atoleiro de sangue, olhou para a sujeira pútrida e nauseante que estava a um passo de distância de onde estava no chão de madeira.
Luke já havia analisado o sangue com Olfato Aguçado.
Sua conclusão foi simples: era real e falso.
Similar a neve no sonho de Kris, tinha a maioria dos componentes do sangue real, mas carecia de sua complexidade.
Não havia flocos de neve idênticos no mundo. Pela mesma lógica, não era possível duplicar o mesmo sangue.
Talvez a habilidade de Freddy não fosse forte o bastante, ou talvez nunca tivesse considerado um assunto complicado destes. Poucas pessoas arrastadas para o seu pesadelo analisariam o sonho de maneira tão meticulosa quanto a Luke.
Ponderando por um instante, Luke suspirou: — Esqueça. Terei que experienciar mais cedo ou mais tarde.
Ele deu um passo com o inconsciente Quentin no pântano de sangue e afundou lentamente.
— Então essa é a sensação de afogar em sangue. — Ele tentou tirar proveito disto.
Graças a Freddy e o Olfato Aguçado, Luke confirmou que este era apenas uma ilusão incrivelmente vivida.
Caso contrário, se fosse real, poderia não ter tido coragem de saltar, porque… era realmente fedorento e nojento.
Luke sentiu que a temperatura do fluido pegajoso e fedorento não foi distribuída igualmente.
Algumas partes estavam mornas enquanto outras geladas. Era como a diferença entre o sangue que foi jorrado e o sangue que já estava frio.