Ouro e dinheiro eram as formas mais tangíveis de riqueza.
Poucas pessoas poderiam resistir a sua tentação.
Após ver Bobby ir embora, Luke retornou ao quintal: — Hora de ir, Dollar. Acorde a Selina.
Dollar o seguiu obedientemente para a casa. Para o gesto de Luke, ele colocou a cabeça na cama de Selina e lavou o rosto dela com saliva.
— Dollar! — Selina gritou com raiva.
Porém, um momento depois, estava brincando feliz com o cachorro.
Parado na porta, Luke perguntou: — Tenho que lembrar que o café da manhã está quase pronto?
Após dizer isso, a pessoa e o cachorro na cama pararam e viraram as cabeças.
— Vamos lá, Dollar. Hora do café da manhã! — Luke assobiou e levou o cachorro.
Selina gritou ansiosamente do quarto: — Esperem por mim! Não roube minha comida!
Alguns minutos depois, Luke soube que as coisas não estavam certas mesmas enquanto observava Selina devorando a comida e o cachorro nenhum pouco atrás.
Ao terminar a comida toda, Selina ainda estava insatisfeita: — Ei, não estou cheia ainda.
No chão, Dollar já estava lambendo a tigela vazia. Luke falou: — Espere um pouco.
Ele então fatiou o mil-folhas que havia feito de manhã para Selina.
Dollar olhou para ele com impaciência ao lado.
— Espere um pouco para o seu. Comida de cachorro ainda é melhor para você.
Luke foi até o depósito onde mantinham a comida de cachorro.
Quando voltaram ontem, ele comprou um enorme saco de comida de cachorro e leite de ovelha do supermercado.
Mesmo que Dollar parecesse saudável no momento, Luke não queria que nada acontecesse se ele não comesse direito.
A comida de cachorro suavizado com leite de ovelha era a escolha perfeita.
Selina estava comendo feliz o mil-folhas quando alguém sussurrou de repente ao lado: — Eu gosto dele.
Surpresa, ela virou a cabeça, mas tirando Dollar, que ainda estava olhando impaciente para Luke, não havia mais ninguém.
Selina ficou intrigada: — Eu estava alucinando?
Isto foi porque a voz soou um pouco como a sua, só que mais rouca e profunda.
Balançando a cabeça, ela continuou aproveitando a comida deliciosa.
Por algum motivo, ela estava com bastante fome essa manhã.
Mesmo que ela estivesse comendo mil-folhas agora, seu estômago ainda estava roncando, como se tivesse virado um buraco negro. No final, Luke teve que arrastar Selina pela porta.
Ela ainda estava segurando o mil-folhas e não tinha parado de comer: — Ainda estou com fome. — Luke já tinha dado um breve checkup nela.
Estava tudo normal.
Seus sinais vitais estavam num ritmo normal, mesmo ela tendo falado que estava com fome.
Enquanto dirigia, Luke falou: — Mais uma razão para sairmos cedo; você ainda pode ir num restaurante ao meio-dia, mas ficaríamos sem leite de ovelha e comida de cachorro para o Dollar.
Selina estava ocupada demais comendo para reclamar.
Luke dirigiu direto para uma loja de bolo.
Puxando Selina para a loja, ele apontou para os bolos: — Pegue seu favorito.
Selina apontou para os bolos sem parar: — Este, este e este…
Luke a interrompeu: — Nem pense nisto. Escolha aquele que te encherá.
O dedo de Selina saltou prontamente os bolos pequenos e apontou para uma estante nos fundos: — Aquele.
Luke assentiu decisivamente e falou para a atendente: — Aquele; por favor, empacote tudo para mim.
A atendente ficou perplexa: — Tem certeza?
Luke assentiu de novo: — Sim, mas corte em pedaços pequenos, por favor.
Somente então a atendente suspirou de alívio; eles provavelmente iam compartilhar com muitas pessoas.
Ela ficou ocupada por vários minutos antes do bolo gigante ser cortado em doze pedaços e empacotados em caixas de papel individuais.
Aquele enorme tiramissu, que estava em exibição, tinha mais de trinta centímetros de diâmetro. Eles iam vendê-lo por fatia, mas Luke comprou o bolo todo.
Saindo da loja com uma pilha de caixas, Luke nem se incomodou em colocá-los na mini geladeira do carro. Considerando o apetite de Selina hoje, ele sabia que o bolo não sobreviveria até o meio-dia.
Ele conversou sozinho com Elsa hoje para mostrar que estava de volta ao trabalho e pegou alguns casos acumulados.
Guardando as duas caixas do tiramissu que comprou na mesa, Luke a convenceu rapidamente.
Eles podem ter ficado cinco dias foras, mas adicionando os dois finais de semana, foram quase dez dias; Elsa definitivamente deve ter estado sob muita pressão.
Agora que estava de volta, ele tinha que sair logo para investigar os casos; seria muito melhor que ver a cara azeda de Elsa.
Olhando para uma certa pessoa ainda comendo, Luke ligou o carro e foi para casa.
Dollar ainda estava sentado no banco traseiro obedientemente; ele abanou o rabo feliz quando viu Luke, mas seus olhos estavam fixos no tiramissu na mão de Selina.
— Você não pode comer isso, você é velho demais — Luke falou casualmente a Dollar. A cabeça do cachorro abaixou decepcionado, mas seus grandes olhos não saíram do tiramissu.
Suspirando impotente, Luke foi para casa.
Ao invés de trabalhar nos casos, ele precisava observar um pouco mais Selina. Era melhor mantê-la em casa e fazê-la ler os arquivos hoje.
No caminho, ele comprou dois sacos da melhor ração e uma enorme quantidade de leite de ovelha para Dollar do supermercado.
Por um momento, Luke se sentiu deprimido; ter dois gulosos em casa era uma dor de cabeça real.
Em casa, Luke levou Selina ao porão. Ele examinou Dollar na noite anterior e agora era a vez de sua dona.
Após uma avaliação detalhada, Luke olhou para os dados de Selina. Só levou um momento para confirmar que realmente tinha algo de errado.
Ela não tinha uma doença oculta, nem havia indícios iniciais de uma doença grave. Entretanto, ela estava inesperadamente sofrendo de anemia leve e desnutrição. Seu percentual de gordura corporal também tinha caído.
As mulheres tinham um percentual de gordura corporal maior que os homens. O normal ficava entre 25 e 28%. Selina manteve a sua entre 15 e 17%, o que lhe dava linhas musculares muito distintas.
Isto era algo que sempre deixou Luke intrigado.
Embora Selina fizesse muito exercício, ela também comia um monte. Falando logicamente, não havia como ela conseguir manter esse tipo de percentual. Seu sistema digestivo também estava funcionando normalmente. Ela não era o tipo de pessoa que jamais ganhava peso, independente do quanto comesse só porque seu corpo não conseguia absorver a nutrição apropriadamente.
Então não importa como olhasse, Selina não deveria estar sofrendo anemia, desnutrição e uma queda do percentual da gordura corporal.
Ela era uma gulosa; era muito estranho não ter ficado gorda de toda a nutrição excedente.
Luke só podia dizer para ela se deitar para aplicar uma injeção.
Selina franziu a testa: — Uma intravenosa? Sério?
Luke ajustou a dosagem do soro e explicou: — Você está sofrendo de anemia e desnutrição. Comer não ajudará a compensar isto em pouco tempo.
Selina: — Oi?
Ela achou que Luke estava brincando.
Porém, ele assentiu: — Também acho isto estranho, mas é o que os resultados dizem. Portanto, seja boazinha e fique aqui até a bolsa esvaziar. Após isso, você pode ler os arquivos. Não treinaremos hoje.