Selina perguntou com uma expressão amarga: — Vou ficar deitada aqui?
Luke respondeu: — Que tal o Dólar ficar para te fazer companhia?
Selina: — …
Achando engraçado, Luke saiu e depois retornou com o tablet e o tiramissu que comprou: — Deve ficar tudo bem agora, certo?
Selina ficou radiante: — Querido, você é o melhor.
Luke puxou um pequeno carrinho e colocou as coisas ao lado dela. Ele então chamou Dollar, que estava aguardando ansiosamente: — vamos lá, Dollar, farei algo para você comer.
Dollar imediatamente se levantou e correu atrás de Luke.
Este porão era onde eles faziam os check-ups, então precisava ser muito higiênico.
Luke não ia alimentar Dollar aqui. O cachorro comia tão vorazmente estes dias que esparramaria comida para todo lado. Os restos não eram um problema; o problema era que Dollar lamberia o chão inteiro, o que era demais.
Luke não queria sentir cheiro da saliva dele todo dia que fosse ao porão.
De volta a cozinha, ele aqueceu o leite de ovelha para Dollar e perguntou: — Dollar, a ração é gostosa?
Dollar latiu uma vez.
Luke indagou: — É boa? Não quer experimentar outra coisa?
Dollar inclinou a cabeça, como se estivesse pensando.
— Pena que você é velho demais; você só pode comer leite de ovelha e ração. Além disso, você é um cão, então não pode comer nada que tenha muito açúcar e sal. — Enquanto falava, despejou o leite quente na tigela de comida.
Ele empurrou a cabeça de Dollar quando chegou perto: — Não coloquei a ração ainda.
Dollar mostrou a língua e aguardou ansiosamente.
Despejando a ração na tigela e vendo Dollar se esbaldar, Luke exibiu uma expressão complicada.
Após terminar com os dois gulosos, Luke saiu para trabalhar num caso.
Era impossível Selina ir; já que não conseguia se separar da comida.
Dirigindo para a cena do crime, Luke olhou para o ambiente e balançou a cabeça.
Era outro local pobre.
Os moradores aqui não cooperariam com a investigação mesmo que soubessem de algo.
Levantando a faixa amarela da porta, Luke entrou na casa. Ele sentiu um déjà vu quando observou a situação.
Quando tentou pensar no motivo, percebeu que era quase idêntico a um caso onde traficantes foram eliminados.
Os produtos e dinheiro foram saqueados e os cinco traficantes mortos.
Dois foram baleados e três cortados em vários pedaços por uma arma branca.
É claro, isto não era obra de Damon e sua filha, mas feito pela mesma pessoa da última vez. Coincidentemente, Luke esteve acompanhando a “Black Bones”, a gangue que este bando de traficantes pertencia. Black Bones era uma das duas gangues que estavam trabalhando juntas para tentar eliminar o Açougueiro Fantasma.
Soltando um suspiro, ele se virou e saiu.
Seria muito difícil de encontrar o assassino neste caso sem um pouco de sorte.
Contudo, mesmo que o encontrasse, e depois? Se não fosse um arqui-inimigo dos traficantes, então era um rival.
Não havia necessidade de Luke buscar justiça para este bando.
Ele fez um desvio na volta e comprou montes de comida de uma loja de siu mei antes de ir para casa.
Selina estava lendo os arquivos a sala de estar quando ele entrou.
Dollar estava deitado no pé dela obedientemente e comendo a pipoca que ela jogava de vez em quando.
A pipoca era sem açúcar e estava tudo bem para Dollar comer, mas não enchia.
Isso não impediu Selina e Dollar de comerem.
Ao ouvir a porta abrir, Selina se viril e saltou de animação: — Isso é siu mei? Tem leitão? E char siu?
Luke respondeu: — É praticamente isso. — Estas eram as duas coisas que esta glutona mais gostava.
Eles lavaram as mãos e Luke ferveu alguns vegetais antes de começarem a comer.
Dollar observou triste os dois comerem enquanto lambia os lábios freneticamente.
Vendo isso, Luke deu de ombros: — Infelizmente, você não pode comer isto. É ruim para a sua saúde. Te darei um pouco de ração depois.
Emoções conflitantes brilharam nos olhos de Dollar e choramingou.
Não havia nada que Selina pudesse fazer também: — Bom garoto, você não pode comer isto. Tem açúcar e sal demais. Daremos um pouco de pasta de carne depois, okay?
Dollar ficou desesperado.
Após o jantar, Luke e Selina estudaram os casos na sala de estar.
Selina finalmente não estava mais com fome. Embora não parasse de comer, não reclamou mais que estava faminta.
Após aproveitar uma refeição enorme, Dollar finalmente se deitou perto dos pés dela e dormiu silenciosamente.
— Pedi a Sonia para averiguar isto. Houve dois casos similares recentemente — Luke falou. — Então, incluindo o primeiro caso e este, são quatro em um mês.
Selina perguntou: — O FBI não agiu?
Luke respondeu: — Parece o mesmo modus operandi, mas as armas são diferentes e não tem como confirmar que a mesma arma branca foi usada. O departamento então não juntou os casos e estão sendo resolvidos por diferentes detetives, que não fizeram nenhum progresso.
Selina perguntou: — Então, o que planeja fazer?
Luke respondeu: — Nada, deixa assim. Este homem é muito eficiente. Não tem sobreviventes ou testemunhas e nenhuma câmera nas cenas dos crimes. Encontrá-lo é praticamente impossível.
Ao ouvir isso, Selina não prestou mais atenção no caso.
Luke expressou: — Okay, não tem treinamento hoje, pode se divertir sozinha. — Com isso, ele se levantou para sair.
Por outro lado, Dollar levantou imediatamente a cabeça e olhou para as costas de Luke.
Ele se virou de repente: — Não dê petiscos ao Dólar. Seu sistema digestivo não é muito bom.
Selina riu baixinho e não discutiu com ele.
Ela alimentou Dollar com alguns petiscos por acidente de dia. Se Luke não a lembrasse, ela não teria percebido.
Era principalmente porque Dollar tinha a observado comer com uma expressão lamentável o tempo todo. Incapaz de aguentar, ela jogou a comida que tinha ao cachorro, que comeu tudo.
No porão, Luke hesitou por um momento antes de finalmente pegar uma imagem de vigilância no seu celular falso.
Era o quarto de Selina.
Ele nunca montou nada no quarto de Selina porque nunca houve necessidade.
Contudo, o comportamento incomum de Selina e Dollar hoje, junto de várias outras pequenas dicas, o obrigou a montar uma câmera de vigilância no quarto dela. Colocando o celular falso ao lado, ele voltou ao trabalho.
À meia-noite, Selina falou que estava indo dormir.
Luke olhou para a tela e desviou imediatamente o olhar.
Nela, Selina estava se trocando.
Luke deu outra olhada minutos depois e viu que Selina já estava na cama e Dollar estava na casinha de cachorro ao lado.
Ele parou o que estava fazendo e guardou tudo. Ele então começou a ler os arquivos no laptop.
Seu celular falso permaneceu ao lado do laptop para que pudesse ver o que estava acontecendo.
O tempo passou e já era duas da madrugada. O celular falso vibrou de repente e Luke olhou rapidamente. Ele desapareceu instantaneamente do porão como um feixe escuro. Segundos depois, a porta do quarto de Selina abriu e Luke tinha uma expressão indiferente enquanto olhava… para o Dollar: — Saia, ainda quer se esconder?