Enquanto conversavam, já haviam adentrado a caverna de gelo e viram uma construção escura pairando silenciosamente no meio de um espaço subterrâneo enorme.
A construção gigantesca era feita exclusivamente de rocha negra. Havia esculturas complicadas por toda parte, de vários padrões e designs antigos, e incluía figuras e objetos.
Velho, misterioso, desgastado e requintado — esta foi a sensação que este edifício magnífico dava.
Escalando as escadarias enormes feitas de rocha negra, Luke comentou surpreso: — Esta descoberta chocará o mundo, não vai?
Nenhum dos companheiros falou algo. Eles claramente pensavam o mesmo.
Ele pensou por um momento antes de perguntar: — Esta coisa parece com uma pirâmide, certo?
Stafford foi quem respondeu: — Sim. Segundo os especialistas, contém elementos das pirâmides astecas e daquelas no Camboja e Egito. Esta pode ser a primeira pirâmide.
Luke entendeu o que ele queria dizer.
Ele estava implicando que as outras pirâmides eram simplesmente cópias desta.
Logo, os três chegaram no topo das escadarias e viram a entrada de pedra magnífica.
Lendo o aviso deixado num aparelho perto da passagem, Stafford falou: — A equipe de exploração já desceu nas ruínas e está no centro do complexo. Eles agora estão explorando o local. Temos que nos apressar e nos juntarmos a eles.
Luke assentiu.
Stafford e Weyland tinham acabado de entrar, mas a equipe de exploração já estava no coração das ruínas.
Sem seus chefes por perto, era difícil dizer se fariam algo de engraçadinho.
Luke, Weyland e Stafford se moveram o mais rápido que podiam pela descida.
Naquele momento, Weyland percebeu que fez a escolha certa ao contratar Luke.
Luke era muito forte. Ainda conseguia se mover rápido enquanto segurava a fivela nas costas de Weyland e suportava metade do peso.
Weyland nem mesmo teve que usar muita energia. Ele só precisava dar passadas leves.
Ele não sabia que, de acordo com a prática normal de Luke, ele só estava usando força dentro do alcance de uma pessoa normal; caso contrário, poderia correr enquanto carregava Weyland e Stafford.
Após percorrerem cem metros pelo túnel sinuoso, todo o local começou a tremer de repente.
Luke franziu a testa.
Não era um terremoto. Seus fortes atributos lhe deram sentidos aguçados. Da vibração, podia dizer que não era um terremoto.
De repente, um portão de pedra pesado atrás deles caiu com um estrondo e bloqueou o caminho de que vieram.
Parte da parede de pedra ao lado também começou a se projetar.
Vários segundos depois, o caminho adiante também foi bloqueado por uma parede saliente, mas uma abertura tinha aparecido num lado.
Luke esperou por um momento antes de perguntar: — Stafford, seu dispositivo de navegação está funcionando?
Stafford olhou para o relógio e comparou com os arquivos no outro dispositivo antes de balançar a cabeça: — Não, o mapa produzido pelos membros da equipe de exploração não combina com nossas coordenadas atuais. É inútil agora, graças à mudança nas ruínas.
Luke: — E quanto ao equipamento de comunicação? Pode conectar a equipe de exploração?
Stafford ativou o walkie-talkie no ombro e mexeu nele por um momento antes de balançar a cabeça de novo: — Nenhum sinal. Existem obstáculos demais aqui.
Luke olhou para Weyland: — Sr. Weyland, seguimos em frente ou saímos? Você decide.
O tremor e a transformação subsequente das ruínas aumentaram significativamente os riscos desta operação. Luke tinha que ter certeza.
Ponderando por um momento, Weyland respondeu: — Vamos seguir.
Luke não ficou surpreso pela escolha dele.
Um homem morrendo muitas vezes pensava de forma diferente de uma normal.
Na verdade, Luke também estava curioso sobre as ruínas subterrâneas.
Quanto ao risco? Não havia local absolutamente seguro neste mundo. As chances eram de que uma frota alienígena viria conquistar a Terra um dia.
Eles entraram no túnel cujo acabou de aparecer e caminharam nele por alguns minutos. Então, Luke parou de repente e silenciou seus companheiros.
De uma rachadura ao lado, conseguiram ouvir os sons fracos de gritos e disparos.
Estes eram ecos de um lugar bem longe.
Luke ouviu com calma e, após os sons sumirem, falou suavemente: — Pelo menos cinco homens abriram fogo e os gritos eram de cinco a sete pessoas.
Weyland franziu a testa e decidiu um momento depois: — Vamos dar uma olhada. Se pudermos ajudar…
Luke assentiu levemente: — Ajudarei se puder, mas não posso garantir que seja de muito uso.
Weyland não falou mais nada.
Se Luke tivesse se gabado com a situação incerta, Weyland teria começado a duvidar.
Após a transformação das ruínas, o túnel espaçoso anterior agora estava estreito e sinuoso.
Luke recebeu um relógio multifuncional como parte do equipamento padrão para a equipe de exploração. Poderia exibir muitas informações e registrar suas coordenadas.
Ele olhou para o relógio e falou: — Estamos andando em círculos. Nós estamos nos movendo devagar demais. É difícil dizer quando chegaremos à área central desse lugar.
Stafford perguntou: — O que sugere?
Luke soltou um suspiro: — Carregarei o Sr. Weyland nas costas e assumirei a liderança. Siga-nos num raio de dois metros e não fique muito para trás.
Ele colocou Weyland nas costas enquanto prosseguia: — A partir de agora, por favor, tente ficar quieto e não diga nada a menos que seja absolutamente necessário.
Os dois assentiram em silêncio.
Sem Weyland os desacelerando, os três imediatamente se moveram mais rápido.
Luke não foi especialmente rápido enquanto se movia pelo túnel, mas mal hesitou.
Ele apenas desacelerou brevemente em cada bifurcação para determinar a direção correta. Então, avançaria rapidamente.
Stafford checou a posição, direção e velocidade no relógio multifuncional também. Ele ficou admirado.
Se mantivessem o ritmo devagar desde o começo, teriam sorte de sair das ruínas à meia-noite.
Mas agora, provavelmente levaria uma hora ou duas para chegarem na área central e voltar, desde que não houvesse contratempos.
É claro, isso era impossível.
Um contratempo já aconteceu e as ruínas subterrâneas começaram a agir misteriosamente.
A transformação substancial do salão subterrâneo era muito difícil de realizar, mesmo com tecnologia moderna.
Porém, testes mostraram que estas ruínas tinham milhares de anos, no mínimo. Era incrível de verdade.
Após correr por alguns minutos, Luke parou de novo e levantou a mão direita para eles pararem. Ele franziu a testa.
Weyland e Stafford não disseram nada.
Luke fechou os olhos e ativou totalmente o Olfato Aguçado.
O cheiro espesso de sangue, misturado com um cheiro podre e azedo estranho, veio do fundo do túnel.
Porém, não havia ninguém lá.
O que deixou Luke mais cauteloso era que o cheiro de sangue e aquele odor estranho vinham de mais de um lugar.