Han Sen podia ser o primeiro a recuar, mas não se sentiu seguro. Ele sentiu um calafrio assustador e imaginou o olhar redondo e penetrante do corvo que o perseguia.
‘Merda! O que está acontecendo?! Por que os outros demoraram tanto tempo para se mover?‘ Han Sen ficou perplexo, mas não podia perder tempo pensando nisso. O melhor que podia fazer agora era escapar com vida, indo para longe da montanha.
Ele não se atreveu a invocar suas asas para voar, porque era uma esperança tola acreditar que podia super uma Super Criatura especializada em voar.
Todos agora estavam correndo pela montanha o máximo possível. Não viram nem mesmo outra criatura, enquanto desciam rapidamente. Havia apenas o corvo preto zombando deles do céu, observando todos fugirem aterrorizados.
Ficou claro que era de fato o imperador dos céus. Com a presença da criatura, nada mais ousaria sair do esconderijo para aparecer.
Ele olhou para trás e avistou a sombra do corvo preto acima. Embora não fosse uma criatura particularmente grande, assustava Han Sen como qualquer outra Super Criatura.
O corvo planou casualmente pelo ar, nem mesmo exercendo o esforço de bater as asas, só que não fazia diferença, porque a criatura ainda ficaria na cola deles por mais que corressem.
Eles correram menos de um quilômetro quando o corvo olhou cruelmente para sua presa e crocitou de um jeito de parar o coração.
Cuá!
O ruído agudo ecoou por toda a terra. No segundo seguinte, o corvo atingiu uma velocidade que parecia teletransporte e voou atrás do último evoluído no grupo deles. As asas pretas como tinta pareciam capazes de absorver a luz e, em um piscar de olhos, acertou o pescoço do Evoluído.
A velocidade do corvo não deu uma chance da vítima reagir, e tudo o que precisou foi um corte rápido. Assim, a cabeça do Evoluído foi cortada do pescoço dele. A criatura girou no ar após o corte, pintando a trilha rochosa de carmesim.
O corvo, com sua velocidade, poderia facilmente ter evitado o sangue que jorrou da cabeça cortada e da garganta exposta. Só que, em vez de desviar, preferiu ser banhado de sangue, enquanto seus olhos semicerravam de prazer. Ele estendeu a língua vil para saborear a chuva de sangue que desceu da sua caça cruel, até parecia gostar.
Os na frente viram isso acontecer e logo sentiram suas peles formigando dos pés à cabeça. A vítima infeliz não era um Evoluído de elite, mas nem sequer teve tempo para revidar, não importa o quão desesperada tal ação seria. Remover a cabeça tão facilmente era pouco mais do que uma demonstração de poder para o corvo.
Ninguém se atreveu a desacelerar, e eles continuaram descendo a toda velocidade. Mas o corvo não estava interessado em deixar nenhum deles escapar tão cedo. Com seus olhos assassinos, dilacerou mais alguns dos Evoluídos em fuga.
— Socorro! — O Evoluído que estava mais atrás conseguiu sentir o que estava por vir e não pôde fazer nada além de pedir ajuda com uma voz trêmula.
Mas, com o que acabou de ocorrer, quem poderia ser culpado por não desacelerar para tentar salvar o colega? Todos foram abalados pelo inimigo, e ninguém se atreveu a desacelerar com medo de ser o próximo alvo. O corvo, com sua velocidade insondável, quase se teleportou atrás do Evoluído anterior para decapitá-lo, e ninguém queria sofrer o mesmo destino.
Foi tão rápido que não seriam capazes de se esquivar de qualquer ataque potencial, muito menos lutar contra o inimigo.
Han Sen ativou seu bloqueio genético para ativar seus sentidos superiores, mas até mesmo ele não conseguiu testemunhar o voo em descida do corvo. Quando o corvo desapareceu, a asa já estava cortando o pescoço do Evoluído.
A distância que cobria, para ir do céu ao Evoluído correndo, não poderia ter sido cruzada apenas pela velocidade. Han Sen estava começando a acreditar que realmente possuía capacidades de teletransporte. Caso contrário, não poderia ter escapado dos seus sentidos.
Cuá!
Outro crocito soou, e a cabeça do corvo se virou para a trilha da montanha mais uma vez. Desta vez, Han Sen aplicou maior foco nos seus sentidos para analisar o movimento do corvo.
Porém, não conseguiu ver nada. O corvo escapou dos seus sentidos assim que voou em descida. No momento em que o corvo se revelou, a cabeça de outro Evoluído estava em processo de ser cortada.
Neste momento de medo, ele ficou abalado com a visão de Chen Ran passando por ele e pela Rainha.
‘Os talentos da família Chen não são subestimados.’ Han Sen cerrou os dentes para continuar correndo e tentou o melhor que pôde, mas não conseguiu acompanhar Chen Ran, que superou todos eles.
Pouco tempo depois, outro crocito soou. Era como o toque do próprio sino do jantar do Satanás. Ao ouvir isso, todos agarraram seus peitos na esperança de que não fossem os próximos “sacrifícios do ritual”.
Quanto mais estava atrás no grupo, maior o aperto de medo dominando o coração.
Uma pessoa que era mais fraca do que o resto agora estava ficando para trás. Neste momento, ele notou sua posição entre seus companheiros. Três pessoas foram alvos das asas do corvo a essa altura, e assim que esperava que uma asa acertasse seu pescoço, suas pernas trêmulas tropeçaram em uma raiz de árvore exposta.
— Não! Socorro! Aaaargh!
O grito de outra vítima infeliz sufocou as esperanças esgotantes de fuga daqueles que permaneceram. Na verdade, eles agora estavam fugindo através de um vale da morte. Han Sen estava começando a perceber que na velocidade em que estavam correndo, todos seriam mortos antes mesmo de descerem a metade da montanha.
O corvo estava brincando com eles e parecia ter prazer em matá-los, de modo que a morte deles era inevitável se assim fosse o seu desejo. Se tivessem sorte, só continuariam vivos por mais um quilômetro.
— Vamos todos morrer desse jeito! — Han Sen diminuiu a velocidade para correr ao lado da Rainha.
— Se não pudermos vencer a besta, não temo como escapar dessa situação — disse a rainha, e Han Sen entendeu o que ela estava insinuando.
A Rainha chegou à mesma conclusão ao analisar a velocidade do corvo. Por mais que tentasse, não conseguia rastrear os ataques da criatura, ou seja, não poderiam lutar contra o corvo desse jeito. Se ele viesse atrás deles, apenas a morte se seguiria rapidamente.
— Que tal nos separarmos? — Han Sen sugeriu, franzindo a testa.
— Não! Que bem isso traria? — A Rainha se opôs veementemente. Não faria diferença por causa da velocidade aterrorizante do corvo. Qualquer coisa só resultaria em uma morte ainda mais rápida.
— Você se lembra da criatura montada em uma nuvem vermelha, mais abaixo na montanha? — a Rainha disse.
— Você está sugerindo que o inimigo do nosso inimigo é nosso amigo? Não tenho certeza se vai funcionar. Pelo que sabemos, vamos simplesmente ficar presos entre os dois. E aí uma morte miserável vai ser inevitável! — Han Sen entendeu o que a Rainha estava sugerindo.
— Bem, temos que fazer alguma coisa. Se continuarmos só correndo, vamos acabar morrendo de qualquer jeito — a Rainha se opôs.
Ele reconsiderou a sugestão, pensando que ela poderia realmente estar no caminho certo. Continuar correndo resultaria em morte certa, pois estavam sendo pegos um por um; uma simples fuga estava fora de questão.
— Mesmo que a gente tente, a Criatura que vagueia por esse declive está muito longe. Pelo que sabemos, podemos ser mortos antes de chegar nela. — Alguém gritou detrás em meio à discussão.
Antes do Evoluído ser morto, ele parou na tentativa de lutar contra o corvo. Só que, antes que pudesse atacar, as asas dele estavam cortando seu pescoço, deixando um cotoco miserável jorrando sangue sobre seus ombros.
Os olhos da Rainha ficaram frios, e sua marca registrada de luz roxa começou a fluir dentro e ao redor do corpo dela. De repente, um longo guincho soou no ar, mas desta vez não foi obra do corvo, mas de outra coisa. O som era ensurdecedor, abafando o barulho das montanhas e das paisagens circundantes.
Enquanto Han Sen ponderava a razão para a Rainha usar sua luz roxa, subitamente ouviu o som de um cavalo relinchando mais abaixo na montanha e depois ouviu a debandada de cascos se aproximando. Algo assustador estava vindo em sua direção, e sua velocidade não podia ser rivalizada.
Fudeo
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