O corvo continuou observando as presas, como se não tivesse motivação para se mover. A mula da nuvem vermelha agora seguia Han Sen, que tinha mais pessoas, e se aproximava deles de vez em quando.
Vendo a mula da nuvem vermelha se aproximar, Xu Dongjin se sentiu à vontade, porque o perigo seria muito pior se fosse o corvo que escolhesse vir atrás deles.
Havia uma chance de sobreviver à perseguição da mula assassina, mas não do corvo, ao ponto que não haveria esperança de sobrevivência se fosse atrás deles.
Eles sentiram um grande remorso pela ação altruísta que Chen Ran havia proposto, mas cada um deles queria viver. E foi por causa disso que ficaram gratos e com o coração aliviado.
Quando o temporizador atingiu zero, Chen Ran gritou — Corram!
Ele saiu em disparada dos ossos tão rápido quanto a luz da manhã.
Vendo Chen Ran correr, Xu Dongjin recuperou a energia, então ele e os outros também saíram dos ossos.
A Rainha estava prestes a sair com eles, mas Han Sen a puxou de volta. Ela se virou com um olhar perplexo, sem entender por que não queria correr.
Só que a Rainha percebeu rapidamente o que estava acontecendo. O corvo tinha voado, mas seu alvo não era Chen Ran, visto que tinha voado em direção ao crânio.
Xu Dongjin e os outros já tinham partido, e a mula estava na cola deles, o que impedia o retorno em segurança aos ossos. Sem nenhuma maneira de voltar atrás, eles não tinham escolha a não ser continuar descendo a montanha como haviam planejado.
A Rainha se virou para olhar para Chen Ran e notou que ele já havia corrido uma distância de duzentos metros.
— Parece que o corvo segue o grupo maior. — A Rainha franziu a testa com o pensamento.
— Desgraçado! — Han Sen falou friamente: — O desgraçado do Chen Ran nos enganou! A cauda pareceu uma saída mais perigosa no início, mas olhe com atenção. O esqueleto de uma criatura tão grande só teria uma cauda de alguns metros de comprimento? Está arrancada. O resto do cóccix provavelmente reside abaixo do solo, e é por isso que Chen Ran ficou feliz em seguir nessa direção. Podemos não ter notado, mas as criaturas sem dúvidas conseguem sentir. É por isso que elas preferiram nos seguir.
A Rainha ficou morrendo de vergonha. — Ele levou seu próprio povo a um massacre?
Agora, ela estava começando a entender a situação, por mais que não quisesse. Chen Ran estava disposto a sacrificar seus próprios seguidores por apenas um pouco mais de tempo na tentativa de escapar.
— Esse cuzão — a Rainha acabou xingando, porque tudo bem se Chen Ran enganasse apenas os dois, mas era uma coisa miserável trair as pessoas que jurou liderar e nutrir. Ele era louco; um homem disposto a fazer o que fosse preciso para sobreviver.
— Mas não se preocupe. Ele nos deu uma chance de sobreviver por causa do que fez — Han Sen falou friamente, observando Chen Ran fugir sem parar.
A Rainha reconheceu o significado das palavras dele. Eles não tinham para onde ir dentro da caixa torácica. Quando ouviram gritos de longe, perceberam que Xu Dongjin e os demais estavam encontrando um fim terrível.
Assim, os gritos pararam após dez minutos; provavelmente, já estavam todos mortos.
O corvo e a mula da nuvem vermelha voltaram depois que os finalizaram. Elas observaram friamente Han Sen e a Rainha, que continuavam se escondendo entre os ossos da caixa torácica. Acreditando que eles não estavam dispostos a sair tão cedo, a dupla de criaturas sedentas de sangue dispararam na direção do Chen Ran.
— Vou contar até cem. Vamos correr juntos pelo crânio quando eu falar “100”. Esta será nossa única chance de escapar — Han Sen começou a contar e desbloqueou o bloqueio genético para saber onde o corvo e a mula estavam.
O fato de terem ido atrás do traiçoeiro Chen Ran trouxe um mínimo de alegria aos seus corações. Assim que as criaturas estivessem longe o suficiente, Han Sen estava preparado para fazer uma última corrida para escapar ao lado da Rainha.
Quando contou até cem, não conseguia mais ver onde o corvo e a mula estavam. Han Sen sabia que estava na hora ao reconhecer que deveriam estar a uma grande distância agora.
Ambos saíram de baixo dos ossos como flechas. Pouco tempo depois, o coração do Han Sen sentiu como se fosse pular para fora do peito. Apertando a mão da Rainha, ele gritou para ela voltar.
A Rainha olhou em volta e não notou nenhum perigo próximo, mas passou a confiar muito no julgamento dele. Sem hesitar, voltou para o crânio com ele.
Han Sen recuou e olhou em volta para confirmar se tinha ou não algum perigo, só que não conseguiu ver nada. Ainda assim, confiou nos instintos, que estavam avisando para voltar. Havia algum perigo iminente na área, um que poderia matá-lo.
Correndo o mais rápido possível de volta aos ossos, a sensação de perigo começou a sufocá-lo, ficando cada vez mais intensa. Com seu bloqueio genético na capacidade máxima, a sensação de morte iminente era insuportável.
No momento seguinte, algo passou brilhando rapidamente pelo pescoço do Han Sen. Ele não ouviu nada, mas pulou para a frente. Nessa hora, viu a sombra preta que pairava sobre ele, enquanto o sangue jorrava como um buquê de flores.
Han Sen sentiu como se suas costas estivessem queimando e estava suspeitando que um dos ossos estava fraturado. Porém, a ferida era a menor das suas preocupações agora, enquanto rolava e subia em direção aos ossos da caixa torácica mais uma vez. Era uma jogada de vida ou morte, e o que parecia ser uma curta distância para percorrer durou a vida toda.
O corvo ficou furioso por não conseguir matar Han Sen, então bateu as asas e desapareceu mais uma vez. Quando reapareceu novamente, as lâminas das asas do inimigo alvejaram a nuca dele.
Han Sen gritou com medo: — Acabou.
O corvo era muito poderoso, e essa velocidade lhe negava a capacidade de se esquivar.
Contudo, naquele exato momento, quando parecia que Han Sen estava prestes a perder a cabeça, as videiras secas que estrangulavam os ossos ganharam vida.
Cada uma delas era como cobras tóxicas, atacando o corvo que tinha se aproximado demais da caixa torácica. Elas prenderam o corvo que não conseguiu se libertar, mesmo bicando e batendo as asas o mais forte possível.
Ele teve calafrios. O corvo queria tanto matar Han Sen, e agora seu corpo estava sendo arrastado para a caixa torácica, onde os dois tinham procurado abrigo anteriormente. As videiras da cabaça estavam sufocando o corvo, enquanto se debatia para se libertar.
Han Sen congelou e nunca imaginou que as videiras aparentemente sem vida tivessem tanto poder ao ponto de conter uma Super Criatura dessa forma.
Ele entendeu tudo agora. As criaturas não tinham medo dos ossos, mas sim das videiras que estavam enroladas em torno deles.
Tendo conseguido remover a cabaça delas mais cedo, Han Sen esperava que as videiras aparentemente conscientes não pensassem mal dele.
No bolso do peito dele, ela começou a pulsar mais uma vez, e estava mais forte do que nunca desta vez.
Ele pegou a cabaça para segurar nas mãos e realmente teve a sensação que era um batimento cardíaco. Han Sen agora sabia, com certeza, que isso não era um truque da mente. O pulso fraco era como o batimento cardíaco de um bebê. Podia ser fraco, mas estava vivo mesmo assim.
Sabia que ele ia usar eles de iscas kkk