— O departamento de limpeza limpou os quartos como eu falei?
— Sim, vice-chefe Edrea. Eu chequei e os quartos estão limpos.
— E quanto ao departamento da lavanderia?
— Sim. Elas lavaram todas as roupas e atualmente estão sendo enviadas aos seus locais.
— Bom trabalho.
— Sim, obrigada, vice-chefe Edrea.
— Hmm.
— V-Vice-chefe Edrea?
— Sim?
— P-Posso sair agora? Ainda tenho trabalho para fazer…
— Tudo bem, você pode sair. — Edrea assentiu.
— S-Sim, obrigada! Vice-chefe Edrea! — A empregada se curvou e saiu apressadamente do quarto de Edrea.
Ela estava em pânico.
Estava com medo!
Foi só após sair do quarto de Edrea que suspirou de alívio e fugiu.
Logo, a empregada encontrou sua amiga que parecia tão preocupada quanto ela.
— Você não a ofendeu, né?
— N-Não. Fiz tudo que ela me disse — respondeu à empregada.
— Bom. — Sua amiga assentiu.
— Só espero que não chame a atenção dela. Não quero acabar como a empregada-chefe Edda… — falou a empregada com um rosto pálido.
— Xiu!! Não diga isso alto! E se ela ouvir!? Você morrerá também! — Sua amiga colocou o dedo nos lábios e sussurrou.
— S-Sinto muito… — O rosto da empregada ficou ainda mais pálido e as duas saíram rapidamente da área.
Edrea, que ouviu tudo atrás, suspirou.
Era o quarto dia após receber a mensagem de Alger sobre a captura de Edda e em vez de ficar melhor, as coisas estavam piorando.
“A vice-chefe Edrea matou a empregada-chefe Edda só porque a puniu um pouco.”
Este rumor se espalhou pelo local e, com o passar do tempo, mais forte ficou.
Em apenas quatro dias, todas as empregadas sabiam disto e a evitavam como uma praga.
Na verdade, não teria importado para Edrea se ela apenas fosse evitada pelas outras, mas as coisas não pararam ali.
Se o rumor ganhasse mais popularidade, as autoridades poderiam ouvir sobre isto…
E se isso acontecesse, poderiam-
Toc toc toc
Enquanto Edrea pensava sobre tudo isto, alguém bateu na porta.
— Entre — falou Edrea.
Então, um homem com um pequeno sorriso entrou no seu quarto, seguido por dois soldados.
— Edrea Fox?
— Sim, sou eu.
— O departamento de segurança lhe convoca. Espero que me siga sem resistência.
O homem expressou com um pequeno e gentil “sorriso” no rosto.
Edrea engoliu saliva internamente.
Isso é o que a preocupava.
Se as autoridades ouvissem sobre isto, poderiam agir.
E foi o que aconteceu.
— Sim, seguirei vocês.
No entanto, Edrea não podia entrar em pânico.
Ela era inocente.
Não fez nada.
— Tudo bem. — O homem sorriu.
Então, Edrea seguiu os três para fora do quarto.
Alguns minutos depois, Edrea estava sentada numa sala e na sua frente estava um homem usando roupas refinadas, com um sorriso no rosto.
Ele tinha um olhar acadêmico, porém, Edrea não ousou subestimá-lo.
Ele era um cultivador do Estágio Grande Mestre.
— Então, Srta. Edrea, não perderei muito do nosso tempo. Você ouviu sobre o rumor, certo?
— Sim.
Edrea foi honesta.
— Então, o que você tem a dizer?
— Não sei como este rumor começou, mas posso garantir que não fiz nada. Honestamente, nem acredito que a empregada-chefe Edrea esteja morta.
— Só acho que ela saiu.
— Saiu? Sem informar as autoridades?
— Não é como se nunca tivesse feito isto antes, ela apenas usou suas conexões para esconder e deu uma saída “oficial” — revelou Edrea.
O homem a interrogando não exibiu uma expressão surpresa. Com a influência de Edda, ela poderia fazer algo assim com facilidade.
Entretanto, ele notou algo muito mais interessante.
— Hmmm. Mas Srta. Edrea, mesmo que a empregada-chefe Edda faça algo assim, como você sabe?
— Seu relacionamento com ela não era exatamente o melhor, então não há como ela ter contado algo assim. Estou certo em presumir que estava de olho na empregada-chefe?
— …
Edrea ficou quieta.
Na verdade, ela estava em pânico por dentro.
Porra!
Ela falou demais!
Não havia motivo para fazer algo idiota!
Porém, logo se acalmou e respondeu.
— A empregada-chefe era minha concorrente, então é claro que fiquei de olho nela — retrucou Edrea.
— Concorrente? — O homem a interrogou, estreitando os olhos.
— Bem, admito, queria me tornar a empregada-chefe. No entanto, acredito que seja perfeitamente natural mirar posições maiores.
— É claro, isso não significa que usarei meios antiéticos para alcançar o que quero.
Edrea explicou.
Ela sabia que não podia enganar este homem, portanto, parou de mentir e começou a dizer meias verdades.
Desta maneira, seria muito mais difícil encontrar falhas na sua história.
— Hmm, entendo, Srta. Edrea. — O homem interrogando assentiu.
Da sua investigação, podia dizer que algo estava errado com esta empregada. Entretanto, não tinha certeza se foi ela quem matou Edda.
É claro, uma vez que começasse a investigar, tudo ficaria claro como o dia.
De repente, um sorriso apareceu em seu rosto quando indagou.
— Então, Srta. Edrea, você não se importa se investigarmos um pouco, certo?
— É claro que não, senhor. Sou uma mulher inocente, então logicamente me incomodo se me investigarem — respondeu Edrea.
Ela já esperava que isto acontecesse, então não reagiu muito e assentiu.
Ela era inocente, afinal de contas.
— Tudo bem, Srta. Edrea, agradeço a cooperação. Peço para que não saia do Palácio Real pelos próximos dias — expressou o homem.
Ele então apontou para um homem forte e se virou para Edrea.
— Ele ficará com você pelos próximos dias, espero que se deem bem.
— Eu entendo. — Edrea assentiu enquanto olhava para o homem que ia “ficar” com ela.
— Espero que seja comprovado que é inocente, Srta. Edrea.