“Resumindo a história toda, depois de entrar no exército conheci um cara maravilhoso, Kron. Ele era de uma rica família de comerciantes e pretendia subir nas patentes do exército para ajudar a família a desenvolver o negócio.”
“Ele era bonito, bondoso, gentil e estava disposto a pagar pela poção anticoncepcional. Eu era jovem, cheia de tesão e estúpida. Me senti lisonjeada pela atenção que ele me dava e queria me vingar de meus pais arruinando seus planos sobre minha castidade.”
“Caí na dele igual uma burra e quase não aguentei o choque. Quando ele conseguiu o que queria, Kron me largou e fez seu movimento na minha parceira de beliche bem na minha frente. Eu chorei tanto e meu desempenho ficou tão ruim que quase fui expulsa do acampamento.”
“O que ele fez já foi ruim, mas a pior parte foram as pessoas zombando da minha burrice e me lembrando que um homem rico jamais levaria a sério uma mulher que foi deserdada pela própria família.”
“Depois que eu falhei no campo de treino e comecei a trabalhar como balconista, as coisas melhoraram. Eu tinha amigos, dinheiro e um pequeno apartamento. Meus colegas e eu compartilhávamos uma camaradagem profunda porque todos nós não tínhamos para onde voltar.”
“O exército era nossa única casa e éramos a família um do outro. Conheci Rufo, meu segundo namorado, depois de ser transferida para Ynca por falta de pessoal na base. Eu tinha acabado de perder todos os meus amigos, o novo lugar me assustava e me sentia sozinha.”
“Ele não era rico nem bonito, mas me ajudou a me estabelecer e me apresentou a todos os seus amigos, me fazendo sentir como se eu pertencesse àquele lugar. Ele era muito doce e nunca me pressionou, então depois de um tempo acabamos ficando juntos.”
“Nosso relacionamento durou mais de dois anos e até começamos a planejar nosso casamento. Tudo ia bem até que nós dois nos candidatamos à bolsa oficial da academia e só eu consegui. A partir daí, tudo foi ladeira abaixo.”
“No começo, Rufo fingiu estar feliz por mim e disse que faria o possível para apoiar minha carreira. Só que no momento em que consegui minha promoção e ele reprovou na bolsa de novo, azedou.”
“Rufo sempre reclamava do pouco que ganhava e queria que eu pagasse o aluguel integral. Começou a gastar toda a sua renda em coisas estúpidas, me pedia dinheiro e depois me xingava se eu recusasse.”
“Tentei ajudá-lo a estudar, fiz tudo o que pude para mostrar a ele que não me importava com posição ou renda, que só queria que ele voltasse a ser o homem por quem me apaixonei. Depois de beber demais, Rufo me disse que nunca me amou.”
“Aconteceu que ele me convidou para sair porque era a única do nosso grupo a ter sido deserdada. Saber que eu tinha ainda menos do que ele, fez Rufo se sentir melhor consigo mesmo. Ele não podia aceitar minha promoção nem seus repetidos fracassos.”
“Foi então que entendi que Rufo nunca tinha valorizado nosso relacionamento. Ele só o usou como muleta para seu ego, sentindo-se feliz só porque eu era mais miserável do que ele. No dia seguinte, terminei com Rufo e pedi outra transferência.”
“Não havia um único lugar em Ynca que não me lembrasse dele e Rufo teve facilidade para convencer meus ex-colegas de que eu o abandonei porque me considerava boa demais para ele.”
“Ele falou pelas minhas costas desde que me mudei para um escritório diferente devido à promoção, então ninguém acreditou em mim.” Kamila fungou enquanto apertava o guardanapo com força. “As mesmas pessoas que até o dia anterior me ajudaram a planejar nosso casamento agora me culpavam por tudo.”
“Eu diria que são lembranças tristes o suficiente para uma noite.” Lith segurou sua mão até que ela conseguiu se acalmar. “Sinto muito por arruinar nosso encontro.”
“Não, você fez a coisa certa.” Kamila usou um lenço para secar as lágrimas e assoar o nariz. “Eu sou a única que pode lutar contra meus demônios internos, mas mantê-los em segredo cria uma distância entre nós.”
“Falar sobre eles com você deixa meu coração à vontade. Obrigado por ouvir meus problemas em vez de tentar consertá-los para mim.”
O sorriso radiante de Kamila deixou Lith feliz por ter esperado antes de se oferecer para encontrar e matar seus ex.
Vila de Lutia, ao mesmo tempo.
Nalrond não tinha uma armadura Multiforme, então, depois de sair da torre, ele precisava voltar para casa para tomar banho e trocar de roupa. Seu guarda-roupa já era limitado e o treinamento de Faluel o obrigou a renová-lo com frequência.
Seus membros finos se tornaram musculosos e ele ganhou vários quilos de puro músculo, tornando suas roupas velhas tão apertadas que Nalrond não podia mais usá-las. Levaria apenas uma respiração profunda para rasgá-las em pedaços.
‘Graças aos deuses Selia é melhor que a maioria dos alfaiates. Toda aquela costura por causa dos filhos fez dela uma profissional.’ pensou Nalrond. ‘Mesmo assim, suas criações são simples demais para meu primeiro encontro em cinco anos.’
‘Felizmente, Lith aceitou um plano de pagamento da minha dívida, então nem toda a minha parte das minas vai para os bolsos dele e eu posso comprar algumas roupas.’ Ele vestia uma simples camisa branca de algodão e calça marrom de algodão.
Nem ele nem Brina eram ricos e, para um encontro em Lutia, até uma jaqueta seria exagero. Nos últimos dois anos, a vila triplicou sua superfície, mas ainda estava longe de se tornar uma pequena cidade.
No entanto, agora fervilhava de pessoas mesmo depois do pôr-do-sol e vários estabelecimentos haviam expandido ou aberto seus negócios.
Nalrond se teletransportou para os arredores da vila para não revelar seus talentos mágicos e caminhou o resto do caminho até a casa de Rena para pegar Brina.
A casa de Zekell havia sido reformada recentemente. O Ferreiro tinha comprado a casa do vizinho, transformando-a numa oficina nova e melhor equipada depois de converter a antiga ferraria em habitação.
Lith trouxe a maior parte de sua prata não vendida para Lutia, entregando-a a Zekell, que criou todos os itens que Lith encantaria em sua torre. O negócio corria tão bem que Zekell dividiu a oficina em uma ferraria e uma oficina de ourives.
O primeiro cuidaria das ordens de Oricalco, enquanto o último fabricaria as finas ferramentas e encantos de prata que Lith precisava para seus experimentos. Senton, marido de Rena, era jovem e forte, tornando-o perfeito para lidar com o metal mágico.
Zekell estava ficando velho e o negócio muito frenético. Depois de trabalhar toda a sua vida, ele só queria fazer uma pausa e curtir seus netos. Zekell ainda ajudava seu filho a lidar com os procedimentos mais complexos relacionados ao Oricalco e elaborava pessoalmente os pedidos de Lith, mas delegava todo o resto a seus aprendizes.
Zekell não era o homem mais rico de Lutia, mas certamente era o mais feliz. Quando o rei deu a Lith um nome de família, Zekell se certificou de que Rena e sua neta mantivessem o nome Verhen.
O brasão da família foi pintado em todas as portas e janelas da casa de Zekell para que ninguém se atrevesse a mexer com ele, nem mesmo os nobres locais. Ele podia deixar as portas da loja abertas à noite e encontrar tudo onde havia deixado.
Nota:
[1] “skinwalker”. Troca-pele provavelmente seria a melhor opção em termos de sentido, mas vou usar multiforme mesmo. Acho que é bom o bastante
Skinwalker faz mais sentido só pq é o nome de uma criatura, é tipo eu traduzir sei lá Iron lizard para Lagarto de ferro, e Metamorfo seria bem melhor
Mesmo que Metamorfo e Skinwalker sejam criaturas diferentes
Essa troca de nome de skinwalker não tem sentido, passar centenas de capítulos se acostumando lendo o nome de algo em uma língua pra dps trocar é horrível, isso teria que ser feito com com nomes novos pra não gerar estranheza.
As palavras quando estavam em inglês estavam mais legais, depois de 1000 capítulos, uma mudança assim vai causar bastante confusão
zekell um homem sabio
Obrigado pelo capitulo! S2