“Alguns deles ousaram responder à nossa hospitalidade com exigências e desprezo como se fôssemos bichos de estimação que deveriam obedecer a um mestre. Expulsamos essas pessoas de volta para a natureza, o que piorou as coisas para aqueles que ficaram.”
“Mesmo depois de todo esse tempo, apenas alguns deles perceberam que o mundo que eles conheciam acabou. Eles têm medo de nós e têm dificuldade em entender nossa maneira de fazer as coisas.”
“No começo, eu os deixei sofrer, depois os forcei a sair de sua casca e ganhar a vida. Se quiserem trabalhar com humanos, podem lhes ensinar sua língua, trabalhar no berçário, como policiais ou curandeiros. Vocês decidem.” disse Aren.
“Que tal trabalhar como Forjadores? Se você me der os materiais certos, eu poderia criar algumas ferramentas que tornariam a vida de todos mais fácil.” Lith descreveu a Aren eletrodomésticos como fogões, aquecimento central, banheiros autolimpantes e água encanada que ele poderia fornecer.
“Idéias interessantes.” Aren assentiu.
“Para uma Besta Imperador, todas essas coisas exigem apenas um estalar de dedos, mas para bestas mágicas ou humanos elas podem ser realmente úteis. Você se tornaria um Magus aqui, se os humanos ainda pudessem conceder tal título e se eu permitisse que você fizesse tais Ferramentas.”
“O que você quer dizer? Você acabou de dizer que elas poderiam funcionar.” Lith perguntou.
“Sim, mas elas funcionariam contra tudo o que estamos tentando fazer aqui.” Aren balançou a cabeça.
“Aqui não é Garlen e essas pessoas não estão em paz. Eles pertencem a diferentes países que guerrearam uns contra os outros por séculos. Esses humanos têm crenças diferentes e falam línguas diferentes.”
“As pessoas que hospedamos aqui são sobreviventes que estão tentando superar o choque de perder tudo o que tinham enquanto resistem ao desejo de culpar o vizinho pela praga e matá-lo.”
“Eu não lhes dei água porque assim eles têm que confiar em nós ou naqueles com poder mágico suficiente para conjurá-la. Isso os faz se abrir e procurar ajuda em vez de se afogar em autopiedade.”
“Eu não lhes dei aquecimento porque eles devem aprender a apreciar o que têm agora, em vez de ficarem obcecados com o que perderam. Além disso, toda vez que eles pedem a um de nós para dormir na casa para receber calor com magia ou simplesmente ao contato, seu medo do estranho diminui um pouco.”
“A confiança é algo que só pode ser construído lentamente e compartilhar dificuldades é a melhor maneira de fazê-lo. Suas invenções seriam ótimas para uma comunidade, mas agora só temos um cadinho de indivíduos diferentes que se afastarão no momento em que não precisarem mais um do outro.”
Lith ponderou as palavras de Aren, achando-as verdadeiras.
“Graças a este alfinete, posso falar a maioria dos idiomas de Jiera. Você precisa de um intérprete?” Ele perguntou.
“Que invenção maravilhosa.” Por uma fração de segundo, os olhos do Jǫrmungrandr brilharam de inveja enquanto olhavam para o presente de Leegaain. “Às vezes eu realmente acho que nós demos azar com nossos Guardiões.”
“Quanto ao intérprete, não há necessidade, mas poderíamos ter alguém capaz de ensinar a linguagem universal da Grande Mãe às diferentes comunidades.”
Aren chamou um Tyr (fera mágica do tipo touro) que lhes deu um tour por Reghia no caminho para o distrito humano.
O Tyr falava um idioma diferente de Aren, permitindo que o grupo de Lith percebesse que cada vez que precisavam acessar um novo idioma, a repentina inundação de informações lhes causava uma breve dor de cabeça.
A cidade estava sossegada, sem carruagens circulando pelas estradas nem a agitação dos mercadores. O dinheiro não tinha significado para os animais. Em sua sociedade, apenas comida e recursos importavam.
“Vocês não tem coisas como padarias ou restaurantes aqui?” perguntou Phloria.
Ela podia ver muitas matrizes, cristais de mana e Portões da cidade de curta distância espalhados por Reghia. Apesar da presença de várias maravilhas mágicas, ela ainda não tinha visto uma única loja.
“Aqueles que gostam de pão são livres para fazê-lo e para comer você deve primeiro capturar sua presa. Por que alguém se daria ao trabalho de cozinhar e servir você em vez de simplesmente comê-los?” Meno, o Tyr, respondeu.
Tista não podia discutir com sua lógica, mas ao mesmo tempo, ela achou a cidade de Reghia sombria e fria. Pelo menos até saírem da zona fortificada e entrarem no distrito das oficinas.
Enormes laboratórios mágicos de todas as disciplinas substituíram os pequenos prédios atribuídos aos de guarda. De suas portas abertas, Tista e os outros podiam ver grupos de pessoas bonitas demais para serem humanos que discutiam diferentes tópicos mágicos e trocavam seus trabalhos entre si.
Matrizes, ferramentas alquímicas, artefatos e até feitiços eram compartilhados em plena luz do dia, fazendo com que o grupo parasse mais de uma vez para ouvir essas conversas. Bestas não tinham problemas em divulgar feitiços até o nível quatro, exceto aqueles pertencentes à Gravidade e Magia Espiritual.
Dríades e outros do povo planta transformaram suas casas em jardins abertos que, juntamente com sua capacidade de se mover livremente pelo solo, forneciam a Reghia ar fresco, flores e frutas à vontade.
Crianças de todas as raças corriam e brincavam no meio da estrada, parando apenas de vez em quando para beber nas fontes colocadas em cada quarteirão da cidade. Cada um tinha três torneiras, fornecendo uma opção diferente em vez de água.
Um rosa para curar quem estava machucado, um roxo para melhorar o corpo e permitir que todos jogassem em pé de igualdade, e um branco de nutrientes que tinha gosto de leite com mel para quem estava com fome.
‘Devíamos pedir a receita.’ Lith pensou depois de provar a poção de nutrientes. ‘Sem ofensa, Solus, mas o seu tem gosto de ovos crus misturados com carne picada.’
‘Pois ofendeu. Desculpe se não sou uma chef e se, quando inventei, estava mais preocupada em te manter vivo do que em ofender seu paladar sofisticado.’ Solus respondeu enquanto fazia beicinho.
“Se você precisar de prata, as minas estão localizadas no distrito sul, enquanto se você precisar de cristais de mana, você deve ir para o extremo norte do distrito.” Meno mostrou a eles como operar os Portais de Dobra.
Ao contrário daqueles que Lith usava em Belius, não havia sistema de segurança. Até chegar às minas de cristal exigia apenas um simples toque na tela holográfica. O único problema era navegar com sucesso no menu de idiomas.
“Você realmente dá cristais e prata de graça?” Lith tentou parecer educado, mas a descrença em sua voz deixou claro que ele considerava tal política estúpida além da crença.
“Claro que não. Você vai lá, explica porque precisa e quanto vai levar. Então, só se o seu pedido for aprovado é que você pega exatamente a quantia solicitada sob supervisão.” disse Menon.
“Não é perigoso construir uma cidade tão perto de uma mina de cristal?” Depois de sua experiência em Feymar que a levou ao Despertar, Phloria não se sentia confortável estando tão perto de um gêiser de mana tão poderoso.
“Quero dizer, cristais brutos e feitiços não se dão bem. Um único inimigo disfarçado poderia explodi-los. Além disso–” Uma pressão repentina em seu ombro cortou Phloria.
Obrigado pelo capitulo! S2
Mono… eles são comunistas kk
Quem manda somos nós porra, pau no c do patrão!
Pra mim tá mais pra panfleto de testemunha de Jeová, com anarquismo