“Caramba, aposto que Morok nem sabe o que é uma Margem.” respondeu Quylla.
“Eu não sei e não me importo.” Morok disse com um olhar indignado. “O que eu sei é que um Lith é mais do que suficiente. Eu não vou deixar esse pervertido sozinho com Quylla tanto tempo assim. Todo mundo sabe como esse tipo de coisa acontece.”
“Um homem vai em uma missão com várias garotas, merdas que levam a várias situações de vida e morte acontecem, e antes que você perceba um harém nasce.”
“Como você se atreve a me chamar de pervertido? Nós nunca nos conhecemos antes. Além disso, as coisas sobre as quais você está divagando só acontecem em contos baratos de bardo!” disse Nalrond.
“Você pode me olhar nos olhos e me dizer que você nunca desenvolveu sentimentos por Lith depois de tudo que vocês passaram juntos na academia?” Morok perguntou a Quylla, ignorando seu suposto rival.
“Eu meio que tinha uma queda por ele, mas não tinha nada a ver com perigo.” Quylla corou até as orelhas.
“Talvez Lith fosse muito cavalheiro ou muito jovem para tirar vantagem delas, mas eu não sei nem confio em você.” isse Morok.
“Espere, por que você perguntou a Quylla sobre os sentimentos dela, tendo como certo que eu tinha uma queda por Lith?” Friya conseguiu não corar, mas quase não conseguiu evitar que seu pé direito batesse na cabeça de Morok.
Quase.
“Vocês dois são tão edgy[1] que ou foram separados no nascimento ou ‘esfregaram’ suas atitudes um no outro. Já que vocês não se parecem nem um pouco, chuto a opção número dois.” Morok disse, fazendo Friya desejar que assassinato não fosse contra a lei.
Cansado de ouvir tanta bobagem, Nalrond se transformou em sua forma de Rezar.
“Responda minhas perguntas. Você realmente não está ciente das Margens e está vindo só para proteger Quylla de mim?” Como todos os Teriantropos, os sentidos de Nalrond eram tão aguçados que lhe permitiam perceber até mesmo a aura de coisas como matrizes e cristais, mesmo enquanto ele estava em sua forma humana.
Uma vez que ele se transformasse em sua outra metade, suas percepções podiam literalmente cheirar o medo.
“Respectivamente não e sim.” Morok disse enquanto olhava Nalrond nos olhos e mudava de forma também, combinando com sua altura.
“Deixe-me aqui e eu pedirei ao meu mestre para me teletransportar para o seu mesmo destino e então usarei todos os poderes da minha espécie para rastreá-lo.”
‘Seu batimento cardíaco está estável, sem queda no tom de sua voz nem hesitação. Ele está dizendo a verdade.’ pensou Nalrond.
“De um homem que não tem mais nada para outro, eu respeito sua dedicação, mas não conheço nem confio em você também. Não estou trazendo comigo meu próprio mestre, por que deveria deixar um completo estranho me seguir?” Ele disse.
“Porque elas são duas e você é um. Se as Cortes dos Mortos-vivos atacarem de novo, um único mago verdadeiro não pode afastar tantos mortos-vivos enquanto dois têm uma chance. Ou talvez você estivesse planejando fugir por conta própria no caso de algo ruim acontecer?” disse Morok.
Essas palavras fizeram Nalrond juntar-se ao rubor, mas suas escamas impediram que fosse notado. Na verdade, ele havia planejado a primeira opção. As meninas, em vez disso, se sentiram impotentes, lembrando das palavras de Lith sobre elas serem uma desvantagem na batalha.
Magos falsos precisavam cantar seus feitiços, o que significava que eles não podiam falar nem usar armas porque também precisavam usar sinais de mão, enquanto um mago verdadeiro poderia fazer tudo com a mente.
Além disso, nenhum deles poderia usar a conexão mental sem a varinha dos Forjadores Reais, impossibilitando qualquer tipo de comunicação silenciosa também.
“Tudo bem. Você pode vir conosco e acampar, mas eu não vou te levar para dentro da Margem. Eu não sei se ainda está lá, mas se for esse o caso, eu não vou correr nenhum risco.”
“Você pode alcançar a iluminação dentro de uma Margem e eu não confio em você com mais poder do que você já tem.” disse Nalrond.
“Tudo bem por mim, mas eu tenho uma condição.” Morok disse a Quylla. “Se essa tal de Margem não estiver mais lá, seria uma perda de tempo ir lá e voltar em um único dia. Durante minha estadia no Deserto, conheci alguns mercadores simpáticos que me deram isso.”
Ele entregou a ela um pequeno livreto intitulado “Guia para os oásis mais românticos”.
“Você realmente colocou essa farsa só para convidá-la para sair?” Nalrond não podia acreditar em seus próprios ouvidos.
“Claro! Obrigado por me ajudar a parecer legal, irmão.” Morok piscou com dois de seus quatro olhos.
“Primeiro, eu não sou seu irmão. Segundo, Quylla está bem aqui, ouvindo tudo o que você diz!”
“Você pode, por favor, esquecer essa última parte? Você não deveria saber disso.” Morok perguntou a Quylla enquanto Friya se acabava de rir.
“Deixe-me saber se você precisar de uma carona de volta.” Faluel já havia tido o suficiente de morok pra uma semana, então ela os Dobrou para o covil de Asphodus, o Roca.
A Fênix menor reconheceu Morok de sua última viagem e os dobrou para o ponto de referência mais próximo sem sequer deixar o grupo dizer uma palavra.
‘Não dou a mínima para a hospitalidade calorosa entre os animais do deserto. Além disso, aquele Tirano quase esvaziou minha adega de cerveja. Se ele tocar em outro barril, eu mato ele!’ Ele pensou.
Nalrond não tinha ideia do que tinha acontecido nem se importava. O ponto de referência lhe deu o sinal necessário do qual ele poderia entender sua posição no mapa. Levou apenas alguns minutos antes que ele pudesse abrir a primeira de muitas Dobras Espaciais que os levaria ao seu destino.
Depois de fechar cada corredor dimensional, o Rezar usou um feitiço dimensional que sua tribo havia inventado para restaurar o espaço e limpar qualquer vestígio de sua passagem. Mesmo que ele não usasse nenhum canto nem sinal de mão, Friya o reconheceu.
“Quylla, isso é Restauração. O feitiço que você usou para salvar nossas vidas quando Nalear sabotou a sala de treinamento de magia dimensional. Eu pensei que só servia pra consertar fendas dimensionais. Nalrond, o que você está fazendo?” Ela disse.
“Os magos dimensionais podem rastrear seus passos e segui-los. Este feitiço que chamamos de Cobertura torna tal eventualidade impossível.” Nalrond disse, maravilhado com a consciência dimensional de Friya.
“Sério? Isso é incrível.” Ela começou a pensar nas possibilidades que a revelação de Nalrond implicava e como transformá-la em uma arma.
“Tá mais pra aterrorizante quando você está tentando fugir.” Ele disse enquanto abria o próximo corredor dimensional.
Nalrond se recusou a revezar e fez tudo sozinho para que ninguém mais soubesse seu caminho ou destino. Quando eles chegaram, ele havia esgotado sua mana. Seu corpo parecia que tinha corrido uma maratona e sua cabeça latejava.
“É isso?” Os outros perguntaram juntos, dando-lhe uma dor de cabeça lancinante.
Ao redor deles não havia nada além de dunas. O vento seco do deserto carregava uma areia fina que os estava fazendo tossir até usarem sua armadura Multiforme para cobrir a boca e o nariz.
“Eu esperava um grande oásis transbordando de energia mundial ou um coro de ninfas. Isso é decepcionante.” disse Friya.
Morok estava prestes a concordar com tudo, especialmente sobre as ninfas, quando se lembrou de que Quylla estava bem ao lado dele e calou a boca.
“Se fosse assim, Margens seriam fáceis de encontrar.” Nalrond apertou a cabeça tentando fazer a dor parar.
Nota:
[1] Virou gíria no Br tbm então tô deixando em inglês, mas é tipo obscuro, sombrio, tenebroso, irritadinho e etc
Kkkkkkkkkkkk todas as bestas não aguentam mais o Morok
Pq o tradutor vive mudando o nome das coisas? A gente se acostuma com um nome ele vai lá e muda kk tava acostumada com franja, aí botou margem -_-
Geralmente isso acontece porque mudou o tradutor.
mais odiado em todos os cantos que o morok, só o manohar kkkkkkkkkkkkkkk
Obrigado pelo capitulo! S2