Supreme Magus – Capítulo 1188

“Por que você acha que o Rezar que Nalrond viu nunca compartilhou seu conhecimento com os membros de seu clã? Os Teriantropos são uma comunidade unida, não faz sentido.” Ela perguntou.

“Eu tenho alguns palpites sobre isso.” As palavras de Solus fizeram todos arregalarem os olhos.

“Primeiro, Mogar tem o hábito de mudar sua aparência com base no convidado. Lembrem-se de que Arthan e Menadion representavam as respostas respectivamente sobre mim e Lith, enquanto o Rezar foi a única pergunta que Nalrond fez para si mesmo.”

“É possível que, assim como Mogar assumiu sua aparência humana, a resposta assumiu a forma da parte de si mesmo que ele rejeita.”

“E quanto à segunda hipótese?” Friya perguntou.

“Se a sombra não era o próprio Nalrond, então talvez o Rezar fosse uma Besta Imperador.” Solus respondeu. “Talvez eles tenham tentado ajudar os Teriantropos, mas falharam em encontrar a Margem para passar a resposta. Se eu estiver certa, então talvez a resposta esteja por aí, em algum lugar.”

“Mesmo que Nalrond tenha falhado, ainda aprendemos muito com sua tentativa. A resposta de Lith está na pesquisa de Arthan, a minha no passado de Menadion, e a de Nalrond nos seus primos Bestas Imperador.”

“E se você estiver errada?” Friya perguntou.

“Então é ainda melhor. Significa que todos os Teriantropos têm o potencial de se tornar uma, assim como todos os Despertos têm o potencial de alcançar um núcleo violeta. É apenas uma questão de entender como.” disse Solus.

“Eu tenho uma ideia.” Vindo da boca de Morok, essas palavras soaram como algo de outro mundo.

“E se eu tentar uma ligação mental com Mogar enquanto o senhor chorão se recupera? Se a namorada de Lith estiver certa, fazendo duas perguntas para os outros e uma para mim, podemos verificar se as respostas mudam de aparência com base em quem faz as perguntas.

“Além disso, sou o único que não tem problemas de auto-estima, então posso chutar umas boas bundas.” Ele apontou para as Projeções da Alma dos outros que expressavam o quão pesado eles sentiam seu respectivo fardo.

“O que Morok quer dizer com não tem problemas?” Solus perguntou.

Friya explicou a ela o fenômeno das Projeções da Alma, deixando Solus tão curiosa que ela ativou a função do holograma depois de se esconder nas costas de Phloria. Infelizmente, eles não eram mostrados pelo amuleto.

Quylla resolveu o problema usando Maestria da Luz para projetar hologramas de suas respectivas Projeções de Alma.

“Droga. Eu gostaria de estar aí com vocês. Poderíamos finalmente ter resolvido muitos mistérios.” Solus se perguntou se o dela teria mostrado como ela se parecia e se o de Lith esclareceria o segredo por trás de suas forças vitais.

“O que você acha da minha idéia, mulher invisível?” Morok perguntou enquanto olhava em volta da projeção da sala da torre sem conseguir encontrar a origem da voz.

“Acho que você tem razão. Com base em suas projeções e como o ancião da aldeia as interpretou, você é o único que pode explorar todo o seu potencial no Reino Mental. Lembre-se de que sua verdadeira força não é o limite.”

“Se você se achar invencível, você pode tornar isso real.” Solus respondeu.

“Obrigado. Faremos uma segunda tentativa assim que recuperarmos nossas forças. Se Mogar for o babaca que você falou pra mim, então acho que posso usar uns truques para conseguir ganhar. Especialmente se usarmos os círculos da Quylla em vez dos normais.” disse Morok.

Solus não fazia ideia do que ele queria dizer, mas ela estava cansada demais para continuar falando. Depois de desejar boa noite aos amigos, ela encerrou a ligação.

“Vou voltar a dormir. Você vai ficar aqui?” perguntou Phloria.

“Sim. Quanto mais perto eu estiver de Lith, mais rápido vou me recuperar. Além disso, sua força vital ainda não se estabilizou. Se sua condição piorar, sou a única que pode cuidar dele.” Solus disse enquanto repousava em seu peito para usar Revigoramento em Lith.

Ela podia ver a dúvida nos olhos de Phloria, mas não podia culpá-la por questionar seus verdadeiros motivos, já que suas palavras também não convenceram nem ela mesma. A torre era seu corpo, ficar na mesma sala não faria seus sentidos místicos mais precisos nem sua resposta mais rápida no caso de algo dar errado.

“Tente descansar um pouco. Não há como saber quando você vai precisar de toda a sua força.” Phloria fechou a porta e voltou para seu quarto com a mente confusa.

‘Depois do ataque de Balkor, eu fiquei ao lado dele o tempo todo junto com Solus, mas naquela época eu não sabia da existência dela. Agora, no entanto, a mesma situação seria estranha.’

‘Não só porque ele já tem namorada, mas também porque quanto mais tempo passo com eles, mais percebo o quanto do nosso relacionamento compartilhamos com Solus. Não consigo acreditar no quanto as coisas ficaram complicadas em apenas alguns anos.’ Ela suspirou interiormente.

Dentro do quarto de Lith, Solus pensou as mesmas coisas, mas chegou a uma conclusão diferente.

‘Eu esperava que quanto mais perto eu chegasse de obter um corpo humano, mais claros meus sentimentos se tornariam, mas eles só estão ficando mais confusos. O único lado positivo é que meu relacionamento com Lith não pode se tornar mais complicado do que isso, não é?’ Solus pensou.

Enquanto isso, nas ruas de Reghia, uma figura humanóide solitária caminhava pelas ruas enquanto olhava para o que parecia ser uma bússola cuja agulha era feita de um cristal branco puro.

‘Droga, eu não consigo acreditar que Ripha estragou tudo desse jeito. O Desbravador (Pathfinder) deveria conseguir me levar para a torre dela no momento em que eu chegasse a um raio de 1000 quilômetros, não importa se a torre tivesse sido impressa ou não.’

‘Mesmo assim a agulha continua girando como se não pudesse reconhecer o sinal do núcleo da torre.’ Assim como Menadion, Lochra Silverwing não fazia ideia de que a fusão de uma pessoa viva a um artefato alteraria sua assinatura de energia a ponto de tornar o Desbravador inútil.

Depois de várias tentativas, Silverwing parou de xingar sua má sorte e começou a pedir informações. Afinal, o número de Wyrmlings que haviam vindo do continente Garlen e residiam temporariamente em Reghia só ia até um.

Assim que encontrou o prédio, Lochra ficou impressionada com as camadas de matrizes que tornavam sua Visão da Vida inútil e anulavam todos os seus feitiços de detecção.

‘Quem fez isso com certeza tem talento e astúcia, mas também deve ser muito jovem. Suas formações têm poder, mas carecem de estabilidade.’ Ela pensou enquanto usava Magia Espiritual para alterar o fluxo de energia mundial nas runas e esticá-las apenas o suficiente para passar pelas matrizes sem acionar nenhum dos alarmes.

‘Se a torre pudesse extrair todo o poder do gêiser de mana e o garoto que a roubou dominasse suas defesas, isso teria sido muito mais difícil. Sorte que…’ Assim que ela abriu a porta do prédio, Lochra congelou ao ver como a torre de Menadion estava em ruínas.

Memórias e realidade se sobrepuseram por um segundo, fazendo-a chorar de emoção.

‘Bons deuses. A torre nunca foi tão pequena, nem mesmo quando Ripha tinha acabado de terminar o processo de fabricação e ainda não havia absorvido a energia necessária para explorar todo o seu potencial.’

‘Isso é tudo minha culpa. Se eu não tivesse entrado em reclusão por cem anos só para terminar um de meus experimentos, eu teria atendido aquela maldita ligação. Minha discípula e sua filha ainda estariam vivas.’ Lochra pensou.