N/T: correção de tradução, mudando de pessoal das plantas para povo planta ao se referir a dita espécie.
“Você correria o risco de ser atacado mesmo sem a atual luta pelo poder, mas como está agora, você pode muito bem andar com um alvo nas costas.” Lyta disse.
“Entre o povo das plantas ressentindo-se dos humanos, os infectados morrendo de fome devido ao parasita e os seguidores de Erlik disfarçados entre a multidão, ser um dos convidados de honra pode não ser suficiente para garantir sua segurança.”
Lyta era muitas coisas, mas rude com as amigas não era uma delas. Ela estava educadamente tentando alertar Kalla que, mais uma vez, sua natureza poderia lhe trazer muitos problemas. Erlik estava fadado a considerá-la uma traidora, enquanto o Povo planta só veria sua metade morta-viva e consideraria Kalla uma inimiga ou uma propagadora da praga.
“Obrigado por sua preocupação, mas vou me arriscar.” Kalla voltou a sua forma Wight completa.
Era uma massa de sombras tão grande quanto uma pequena casa, que continuava mudando de forma até se parecer com um urso. Suas únicas características distintivas eram seus olhos vermelhos brilhantes e seu enorme esqueleto que vislumbrava de vez em quando sob a escuridão em constante mudança que formava o corpo de Kalla.
“Onde você quer ir?” Lyta perguntou, se perguntando por que tantas pessoas apenas olhavam para a aparência assustadora de sua amiga e eram incapazes de ver seu caráter amoroso.
Apesar de todas as Dríades terem uma aparência estonteante, não era uma questão de serem vaidosas, nem uma tentativa de agradar aos olhos dos humanos.
Assim como aconteceu com a primeira forma que as Bestas Imperadoras aprenderam a se transformar, quando uma flor evoluiu para uma Dríade, elas simplesmente tomariam a aparência física com que se imaginaram.
“Eu não vou fazer turismo, então nos leve para a última posição conhecida do quartel general de Erlik.” Kalla respondeu. “Se os tecidos que criam a doença fossem feitos de seu corpo, seria simplesmente perfeito.
“Teremos até um bom motivo para participar da luta pelo poder, embora a lei do povo vegetal exija que apenas o cidadão da cidade-estado possa participar.”
“Mas isso seria perigoso!” Lyta disse. “Eles provavelmente se mudaram do último ataque, mas se virem você, eles vão tentar derrubá-la.”
“Qual é o sentido de eu ficar aqui? É melhor se os seguidores de Erlik me encontrarem, pelo menos eles vão me dar algo para estudar.” Kalla respondeu com um sorriso de lobo. Desde que Lith e Solus lhe ensinaram magia de luz, sua pesquisa para alcançar Lichhood progrediu aos trancos e barrancos.
Kalla não era tão habilidosa quanto Scarlett no uso da magia da luz, nem podia transformar a escuridão em luz à vontade, mas aos poucos foi entendendo o quão profundo era o vínculo entre os dois elementos aparentemente conflitantes.
Se ela conseguisse capturar alguns mortos-vivos, ela seria capaz de estudar seus núcleos de sangue sem o ato de brincar de deus com sua própria essência de vida perturbando sua consciência. Kalla foi gentil, mas não estúpida.
Ela enterrou todos os seus oponentes anteriores e uma vez que ela resolveu matar alguém, como e quanto tempo isso levaria eram apenas detalhes sem sentido.
“Uma última coisa. Podemos usar magia dimensional dentro de Laruel?” Kalla perguntou. Em uma cidade cheia de perigos potenciais, teria sido uma tolice se mover sem ter um caminho de retirada claro.
“Tecnicamente, não. As matrizes são configuradas de forma que apenas o povo planta possa usar tanto o sistema de transporte público quanto os itens dimensionais. No entanto, vocês são convidados de Leannan, e isso lhes concede privilégios especiais.” Lyta deu a cada um deles o que parecia uma pequena noz.
“Canalize sua mana através deste focus e seus feitiços funcionarão normalmente. Tenha cuidado, porque até amuletos dimensionais são selados para estrangeiros.”
No momento em que os dois Despertos seguraram suas respectivas bolotas, eles puderam sentir o poder residindo dentro do Revigoramento. Não era um dispositivo mágico, mas uma parte ainda viva de algo maior.
Não tinha núcleo de mana, mas tanto sua força vital quanto o fluxo de mana eram visíveis.
– Ótimo pra caralho! Pensamento de Lith. ‘Esta é a melhor bolota que alguém poderia imaginar. Quem quer que tenha gerado esta bolota aparentemente inofensiva, pode estar ouvindo e observando tudo o que estamos fazendo, talvez até mesmo escaneando nossa mana.
“Além disso, não posso armazená-lo dentro de minha dimensão de bolso porque preciso da bolota para usar meu armazenamento dimensional. É uma pegadinha perfeita 22! ‘
– Você acha que ele pode me sentir? Solus perguntou.
“Improvável, mas não vou correr riscos.”
O grupo praticou um pouco como abrir e fechar portas dimensionais através das bolotas antes de partir. Kalla guardou a sua dentro de um pequeno cinto de utilidades que usava no pescoço.
Então, Lyta abriu um portão que levava ao destino deles e lhes desejou boa sorte.
Mesmo que os Despertos estivessem irritados com a tentativa sutil de espioná-los, mesmo que todos os membros do grupo estivessem tensos com a ideia de entrar na cova dos leões, o espetáculo diante de seus olhos era de tirar o fôlego.
O sol estava alto há algumas horas, mas de alguma forma ainda havia orvalho nas folhas das árvores altas que cobriam o céu acima de Laruel como um teto, evitando que a cidade fosse avistada por qualquer observador voador.
O orvalho refletia a luz do sol de modo que, embora a folhagem densa tornasse impossível olhar para o céu, a cidade estava perfeitamente iluminada. O orvalho também criou vários pequenos arco-íris que se moviam junto com os olhares do grupo, dando a Laruel uma aparência digna de um conto de fadas.
Seus edifícios não foram esculpidos ou construídos, e sim crescidos, fazendo com que cada quarteirão da cidade não fosse diferente de um trecho de árvores. Algumas casas eram próximas umas das outras, enquanto outras ficavam distantes, como se quem as plantou agisse por capricho.
No entanto, havia harmonia e beleza em cada esquina. Laruel não parecia uma cidade, e sim um tesouro natural que se estendia até onde a vista alcançava. O ar fresco estava cheio de aromas há muito esquecidos que rejuvenesceram seus pulmões.
As cores vibrantes das flores que cresciam em quase todos os lugares acalmavam seu espírito inquieto e a visão dos habitantes mágicos da cidade, com seus corpos de formas estranhas, mas lindas, quase fizeram o grupo esquecer a importância de sua missão.
Quase.
Até Lith achava difícil não parar e cheirar as rosas, mas o conto de fadas ficava sombrio se alguém se importasse em olhar além da superfície das coisas. Várias anomalias alertaram seus sentidos. A falta de todos os cheiros característicos de uma cidade permitiu-lhe perceber que algo estava errado.
Sob o aroma fragrante de flores, o ar cheirava a podridão. Os prédios onde Erlik e seus seguidores haviam se escondido foram revelados por manchas verdes murchas. Os sinais da luta que se seguiu depois que eles foram encontrados pelos guardas de Leannan ainda eram visíveis.
Apenas as casas contaminadas pelo toque dos mortos-vivos ainda tinham que se recuperar, enquanto o resto da vizinhança estava em perfeitas condições.
Solus examinou os arredores, garantindo a Lith que de alguma forma as casas da árvore vivas não haviam sido afetadas pela praga, mas o mesmo não podia ser dito sobre os cidadãos de Laruel.
Ela identificou várias plantas com núcleo de sangue e isso a fez pensar.
“Kalla, a luz refletida conta contra mortos-vivos?” Lith perguntou em nome de Solus.
“Sim. A enorme quantidade de energia luminosa que ele carrega tem efeitos negativos em muitas espécies de mortos-vivos. Já sabemos que os tecidos infectantes não têm uma reação adversa à luz solar.
Obrigado pelo cap