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Sword Pilgrim – Capítulo 49

Capítulo 49

Os Trolls eram os filhos bastardos dos gigantes.

Ou um ser que poderia ser chamado de falha.

Deus lhes deu forte vitalidade e força física, mas nenhum intelecto.

A extinção deles foi natural.

Mas, entre esses penhascos desertos…

Neste abismo isolado, tal existência ainda estava viva e bem.

— Um troll? Você está falando dos filhos bastardos dos gigantes que desapareceram durante a Era do Crepúsculo?

— Você está vendo um agora.

Kugugugung!

Grooooooowl!

Empunhando uma clava gigantesca de origem desconhecida, ele avançou, quebrando cada pedaço de pedra que estava no caminho.

— Pensar que uma criatura que eu só li sobre ainda existe.

Lutheon, cujo espírito de luta estava queimando agora há pouco, só podia fingir um sorriso enquanto olhava para a forma gigantesca do troll.

Claro, era natural.

Um filho bastardo daqueles que uma vez reinaram como deuses.

Os trolls, que herdaram o sangue, os ossos e a carne de seus ancestrais, eram fortes o suficiente para quebrar até mesmo as montanhas mais altas, suas peles eram duras como aço, e seus majestosos corpos gigantescos tinham mais de sete metros.

Para os humanos, tal existência não era nada menos que uma encarnação transcendental da violência. Enfrentando um predador nato como um troll, qualquer ser na cadeia alimentar não poderia fazer nada além de perder o espírito, como um rato se encolhendo na frente de um leão.

Kwadadak!

Ele encontrou um lobisomem escondido sob uma pilha de pedras, agarrou de uma vez e colocou na boca.

– Kiyyyyiiiing!!

Houve um grito lamentável, mas, logo, kwadkwadadak.

Junto com o som estridente de ossos e carne sendo mastigados, os gritos do lobisomem ecoaram.

Em seu lugar, apenas um som estranho de algum líquido não identificável pingando no chão ecoou pelo vale silencioso.

Como chacais na presença de um predador muito mais poderoso, o grupo de lobisomens havia desaparecido há muito tempo.

Naturalmente, os olhos amarelos do troll agora se voltaram para Lutheon e Callius.

— Lutheon! Você sabia?

— O que você está balbuciando nesta situação?

Apenas de frente para as pupilas do troll, seu corpo se enrijeceu como um rato na frente de uma cobra.

O que diabos o cara estava perguntando em tal situação?

Lutheon olhou para Callius com a testa franzida.

Mesmo ao ver o troll, a aparência do maníaco não havia mudado, e ele ainda bostejou.

— Dizem que os trolls comem pouca comida em comparação com seu tamanho enorme.

— E desde quando isso é uma boa informação nesta situação…? Você tem mesmo uns passatempos estranhos.

— Não faz mal me ouvir.

— Então me diga.

Quanta comida eles comem por dia.

Enquanto estava resmungando, Callius mostrou seu conhecimento.

— Dizem que são menos de cem quilos. Ele provavelmente não é um adulto, então talvez metade disso seja suficiente.

Enquanto um elefante de quatro toneladas come cerca de cem quilos por dia, um troll pesando quase dez toneladas come pouquíssimo em comparação.

Tem algumas funções biológicas muito estranhas.

— Só isso? Como você ao menos sabe disso? Não acho que a Enciclopédia de Monstros de Hetaira mencione esse tipo de detalhe.

Ignorando as dúvidas do Lutheon…

Callius continuou falando.

— Não é muito comparado ao tamanho do corpo do troll. Ele comeu três lobisomens aqui, então já quase atingiu a quantidade diária recomendada. Provavelmente, vai ficar satisfeito com alguém do seu tamanho

Ele vai se sentir cheio o suficiente assim que comer outra porção do tamanho do Lutheon.

Isso é exatamente o que Callius queria dizer.

Trolls, como outras bestas, não caçam quando estão cheios.

Então ele estava dizendo para ser comido.

Foi uma piada.

— Não diga besteira, Callius. Mesmo que eu não possa usar um braço, não vou simplesmente morrer aqui. Nem mesmo para ela.

Ela, hein.

Talvez o “ela” a quem estava se referindo…

— Eu não tenho medo dos trolls. É tarde demais para fugir com este corpo de qualquer jeito. Mas não é o seu caso também? As chances são muito ruins, mas você e eu podemos ser capazes de derrotar o troll.

Até mesmo os remanescentes dos gigantes eram, afinal, criaturas vivas.

Em uma época, cavaleiros que caçavam trolls eram considerados os exemplos a se seguir.

A maioria daqueles, que haviam subido às fileiras dos Mestres no mundo atual, já se encontrou com Trolls.

— Teremos que esperar para ver!

— Está com medo, Callius? Você tinha a mesma expressão no rosto quando Esther cortou você com uma espada quando era um monge.

— Cale a boca, Lutheon. Nunca fui derrotado por ninguém.

— O que você está dizendo, você não costumava perder todos os dias?

Apesar dos resmungos, Lutheon curvou os lábios como se estivesse se lembrando dos velhos tempos.

No entanto, de repente, isso se transformou em uma risada amarga.

— Callius.

Kung! Kung! Kung

O troll começou a pular.

Toda vez que seus pés batiam no chão, pedras quebradas se espalhavam e um violento terremoto percorria o vale.

— O quê…

— Por favor, não me interprete mal. Eu nunca vou te perdoar.

— Podemos conversar sobre essas coisas menores mais tarde, ele está vindo!

– Grooooooooooooowl!

O troll gritou e empunhou sua clava.

Lutheon deu um passo à frente com o seu poder divino girando ao redor.

E naquele exato momento…

Callius correu com o poder divino ao redor dele!

— Hã?

Lutheon, que tinha um rosto vazio por um momento, virou-se e olhou para trás, falando algumas palavras que não deveriam ter saído da boca de um crente.

— Seu desgraçado do caralho! Você não é um nobre?

Callius, ainda correndo, respondeu calmamente.

— Eu sou um Peregrino. E quando foi que eu disse que lutaria contra o troll?

— Seu maníaco! É claro que devemos lutar juntos aqui!!!

Kwaang!!

Lutheon, que conseguiu evitar a empunhadura do troll rolando ao cair, pisou no chão pegando impulso. Não importa o quão ferido estivesse, seus reflexos incríveis ainda permaneciam.

Enquanto minimizava os danos, ele começou a correr, forçando o poder divino nas pernas.

— Se eu puder sair daqui, vou te matar imediatamente, Callius!

— O que você esperava de um inimigo, Lutheon? Da mesma forma, se eu puder sair daqui, sem dúvidas vou te matar com as minhas próprias mãos!

Um vale sem luz, apenas escuridão. Um lugar onde animais antigos com formas e hábitos estranhos ainda coexistiam em um ecossistema com seus próprios habitats.

Neste vale deserto, onde plantas luminosas e pedras brilhantes embutidas em vários lugares emitiam uma luz misteriosa, os animais começaram a escapar causando uma comoção intempestiva.

Kwang! Kwaaang! Kuuuung.

Junto com um tremor enorme, houve uma explosão intermitente. Quando o troll apareceu através da nuvem de areia e poeira, dois homens fugiram como se suas vidas dependessem disso.

Eram Lutheon e Callius.

— Droga! Como ele sabe exatamente onde estou me escondendo! Aquele idiota preguiçoso!

— A luz do sol não chega a este lugar desde sempre. Então é natural que o olfato dele ficou mais sensível em vez da visão…!

Antes mesmo de terminarem de falar…

Lutheon e Callius se jogaram, um tão rápido quanto o outro.

Naquele momento, uma grande clava atravessou o ar.

Kwaang! Enquanto eram atingidos pelos detritos espalhados, eles forçaram suas pernas rangendo mais uma vez e correram.

Kreung! Kekung!

— Saiam, seus cães!

Uma explosão vinda da Lança Explosiva de Lutheon, e a Espada de Callius cortaram outra besta.

Kwang! Chwaak!

Ao contrário da cena das bestas sendo derrotadas em um instante, os rostos dos dois homens não eram tão bons.

— Droga.

Eles fugiram cortando todas as bestas no caminho e correram por tanto tempo, mas o que encontraram no final foi um muro enorme.

Era um beco sem saída.

Gwoooooooooo!

Kuung.

Aquele que os seguia também parecia estar bastante cansado, pois de sua boca saia muita baba branca.

— Que cheiro de merda.

Antecipando a próxima refeição, saliva viscosa pingava de seus lábios como um animal esperando por sua presa.

Seus lábios formavam um sorriso.

Mas confrontando aquele olhar sujo e nojento, Lutheon apenas franziu a testa, e Callius apenas ergueu a espada.

— Lutheon!

— O que foi agora?

— Acho que ele tem pouca ou nenhuma visão.

— É o que… eu também acho. Ele parecia depender mais da audição e do cheiro do que da visão.

Eles já haviam tido algumas rodadas de confronto seguidas de fuga, o suficiente para ter um vislumbre do estilo do predador.

Este lugar era escuro e intocado pela luz do sol, então, embora o troll tivesse olhos, seu método de caça dependia mais do cheiro e da audição do que da visão.

Ele vive aqui no escuro há muito tempo. O suficiente para ser chamado de fóssil vivo, então era seguro assumir isso.

— A pele de um troll é tão dura quanto o aço, é verdade… mas nem todas as partes de seus corpos são.

— Você está falando que as narinas e os canais auditivos são diferentes, é isso?

— Vale a pena tentar.

Eles estavam em um beco sem saída de qualquer maneira.

Era tudo ou nada.

Não tinha outro jeito.

Em primeiro lugar, esta era uma área onde o atual Callius não deveria ter pisado.

Este era um lugar onde você teria dificuldades, mesmo se carregasse uma espada de visão, mas o que Callius estava carregando em vez disso nem era uma espada espiritual adequada; piorando ainda mais, caiu aqui com Lutheon de brinde.

Isso já era um plano ruim desde o início.

Só que já aconteceu.

Agora tinha que fazer o que pudesse para sobreviver.

— Droga, então eu tenho que fazer isso no final? Está me dizendo para fazer a parte mais perigosa? Ainda não estou tão louco.

— Lutheon, com minha espada e habilidade, conseguir a atenção dele é o limite.

Os fatos são inegáveis.

Espada Predadora, Loas, que não era nada mais do que uma espada espiritual semiacabada, não podia infligir feridas profundas na pele de um troll.

Mesmo que ferisse, seria um arranhão que se regeneraria num instante.

Contudo, a Lança Explosiva era diferente.

Se alguém inserisse aquela lança parecida com uma bomba nas narinas do troll e a explodisse, provavelmente poderia causar muito dano.

— Mas isso não vai matar. Ele vai se recuperar em breve de qualquer maneira.

Os trolls eram chamados de filhos bastardos dos gigantes, mas havia uma área na qual eles eram superiores.

Habilidade regenerativa.

— Não tem como saber qual é o limite da regeneração de um troll.

Pode ser justamente chamada de graça de Deus.

Dizem que até mesmo os dragões da era antiga comeriam um troll para se recuperar se ficassem doentes ou gravemente feridos. Qualquer outra explicação é desnecessária.

— Mesmo se cortar um braço ou dois, eles se curarão rapidamente, só para ter uma noção.

Lutheon estava certo.

Com esse poder de regeneração, até mesmo os ataques que penetravam a pele do troll seriam curados rapidamente.

— Não, é tudo que preciso.

Mesmo que fosse um tempo muito curto.

Era o suficiente se pudessem parar seus movimentos por apenas um instante.

— Droga, se isso não funcionar, eu vou te matar antes que o troll possa te comer.

— Eu não tenho intenção de morrer por sua causa.

Assim que a conversa terminou…

Como se esperasse por esse momento, o ataque do troll começou.

Kwaang!!

Ele tentou esmagá-los com sua enorme mão, mas um bufo ressoou quando os dois fugiram imediatamente.

E ele brandiu a clava com a mão direita com a velocidade de um raio.

Kwang! Kwaaang!

Hududuk.

Toda vez que o troll se movia, fragmentos espalhados de pedra voavam em direção a dupla.

Um fragmento de rocha afiada atingiu Callius no rosto, e sangue jorrou.

Mas Callius viu uma oportunidade.

Espada de Onda da Flor Prateada: Primeira Habilidade Marcial.’

— Onda de Flores Furiosas…

O oponente não segurava nenhuma espada que pudesse ser erodida.

Portanto, Callius dispersou suas energias de espada para confundir o oponente.

E depois a próxima habilidade marcial, Névoa Branca.

Com uma espada extremamente rápida em todas as direções, ele pintou a técnica no chão.

As energias se espalharam da espada aninhada no chão, inverteram as direções e voaram de volta para cima inúmeras vezes mais rápido.

Terceira Habilidade Marcial: Lírio-da-aranha-vermelha.’

As energias dispersas de Onda de Flor Furiosa e Névoa Branca se misturaram requintadamente e deram um único golpe.

Ainda era uma técnica inacabada, mas foi executada o mais precisamente possível com as correções do Olho Tricolor.

Energias de espada prateada atingiram todo o corpo do troll de todas as direções, e uma explosão ondulada da Onda de Flor Furiosa atacou seu rosto.

Logo, as pétalas prateadas e a névoa translúcida se fundiram na espada de Callius. As energias agudas condensadas na lâmina tremiam bruscamente, e algo estranho se libertou dela.

Uma habilidade de espada imbuída de mil mudanças, mas unificada como uma.

Espada de Onda da Flor Prateada: Lírio-da-aranha-vermelha.

No entanto, naquele instante…

Huuung!!

Como se os ataques apenas o fizessem cócegas, o troll brandiu sua clava em um simples golpe que destruiu ambas as habilidades e atingiu Callius enquanto passava.

Kwaang!!

— Ugh!

Whirlik, kwang!

A clava do troll, apesar de ser um golpe de relance, jogou Callius na parede oposta de uma vez.

‘Meu braço…’

Seu ombro esquerdo cedeu.

Tinha sido completamente distorcido.

Pelo menos conseguiu compensar o choque o suficiente com a técnica das Flores de Seis Pontas, caso contrário, um golpe direto o teria matado instantaneamente.

O poder do troll era forte demais para meros humanos resistirem facilmente.

Porém…

— Lutheon!!!

Callius exclamou com o rosto distorcido de dor

Nessa hora…

— Olha aqui, seu monstrengo de merda!

A Lança Explosiva de Lutheon, Ames, que havia subido alto no céu, explodiu com uma chama carmesim.

A expressão feliz no rosto do troll desapareceu, e ele gritou com a luz brilhante, fechando os olhos com força.

Mas Lutheon foi um passo mais rápido.

— Versículo do Berserker!

Kwaaaaaang!!

Uma grande explosão floresceu da ponta da lança.

Como se a maior parte do poder divino tivesse sido coletada, condensada e explodida, a explosão encheu toda a área e a devastou.

Não se podia nem ver um centímetro à frente dentro da fumaça. Porém…

– Graaaaaaaaaaah!

Um grito cheio de dor soou.

Kuuung!

Quando a forma gigante caiu, uma nuvem de areia e poeira mais uma vez encheu o vale.

— Callius! Pare de enrolar e vai logo! Fiz tudo o que você me disse para fazer!

— Você… Sim!

Hududuk.

Callius saiu correndo de onde havia batido na parede, agarrando algo em suas mãos, deixando Loas para trás no chão.

— Depressa! Ele está se levantando!

Kwang! Kwang! Kwang!

A fim de ganhar ainda mais um pouco de tempo, Lutheon espremeu o último de seu poder divino restante e desencadeou outro golpe da Lança Explosiva.

No entanto, o poder regenerativo dos trolls era ainda maior do que tinham previsto.

– Grrrruaaaaa!

Whirlik, pug!! Kwaaang!

— Kkaahaaah!

Lutheon foi surpreendido com um único gesto que era semelhante a esmagar uma mosca.

No entanto, ele não se esqueceu de empunhar a lança mesmo naquele momento.

– Grrruaa!

Foi a primeira vez que sentiu dor?

Os olhos do troll se romperam devido a várias explosões, e as lágrimas agora fluíam livremente deles.

Mas, mesmo assim, os órgãos estavam se recuperando rapidamente a uma velocidade visível a olho nu.

Mas uma coisa estava diferente.

Seu olhar. Seus olhos estavam diferentes de antes.

Eram os olhos de uma presa, não os de um predador.

Medo.

Terror.

Os olhos continham tal emoção.

Talvez porque como era algo desconhecido, a primeira experiência de dor sofrida em sua vida encheu seus olhos de terror.

Era por isso que ele não conseguia se levantar e estava lutando agora.

Este momento foi sua única e última oportunidade.

— Callius!!!

Ao grito do Lutheon, Callius espremeu todo o seu poder restante e subiu no rosto do troll.

Em seguida, jogou o frasco da sua mão na mandíbula da criatura.

Um frasco contendo a substância mais preciosa que ele já criou.

A água benta de Valtherus.

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