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The Beginning After The End – História Secundária – Capítulo 18

Chances na Balança

JASMINE FLAMESWORTH

Puxei Camellia em reflexo para o meu lado quando o comando do mago alacryano para disparar soou pelo campo, com cuidado para manter a ponta das minhas lâminas longe dela. As duas macieiras avançaram em guarda na frente do grupo.

Nada aconteceu de imediato. “Vai!” Ordenei.

Quando o povo de Greengate avançou, liderados pelas árvores, um dos tubos explodiu, enviando uma nuvem de fogo branco para o céu. Uma onda de poeira soprou sobre nós, mas nada mais.

Pela maneira que as forças alacryanas congelaram, era fácil adivinhar que não pretendiam aquilo.

“É a nossa chance” disse sem fôlego. “Vamos enquanto estão distraídos!”

Um segundo tubo explodiu, e os três que o usavam desapareceram nas chamas brancas, e o resto entrou em pânico. Soldados corriam em nossa direção, enquanto outros recuavam em direção às carroças. Então o restante explodiu.

As macieiras se inclinaram para nos proteger do pior da onda de choque, contudo a parede de calor e poeira foi o suficiente para me fazer recuar um passo, e uma das meninas de Xyrus soltou um grito ao cair. Os alacryanos que não foram incinerados estavam quase todos jogados no chão, e alguns não se levantariam de novo.

De repente, as chances pareciam muito mais equilibradas.

“Ataquem!” gritei, correndo com uma rajada de vento.

Os soldados distantes das explosões foram os primeiros a se levantar, mas minhas adagas já estavam girando em direção a eles. Dois engasgaram no nervosismo e caíram mais uma vez, e uma enxurrada de feitiços voou por trás de mim, rasgando o resto da linha de frente indefesa.

Em poucos segundos, os alacryanos do nosso lado das crateras morreram.

Pude ouvir ordens no ar, pedidos de ajuda e gritos doloridos além da nuvem de fumaça e poeira, porém não tinha uma linha clara de visão do resto da força deles. Ainda havia cinquenta soldados treinados lá atrás, talvez mais.

“Jarrod, envie a nuvem direto para eles” falei antes de sair do caminho.

Ele ergueu as duas mãos, já girando com mana de atributo vento, e fechou os olhos, concentrado no feitiço. Sentia a mana ao redor, um vendaval crescendo entre os braços estendidos. Enfim, o liberou, enviando uma parede de vento à crescente fumaça e poeira.

O vendaval levou a nuvem obscura para longe de nós, de volta aos rostos dos alacryanos restantes. Eu já estava sobrevoando as crateras antes que soubessem que eu estava chegando. Gritos soaram por toda parte e vários escudos mágicos surgiram.

Aterrissei no meio de quatro soldados não magos que estavam abaixados para verificar os pegos pela explosão. Um gritou, e todos correram em minha direção, as espadas e lanças para cima. Desviei de um golpe de lança usando uma adaga e fui para longe do alcance de uma espada. Uma segunda foi segurada pela camada de mana agarrada a mim antes que minha lâmina entrasse nas suas costelas, perfurando as juntas de corrente da armadura.

Infundindo as pernas em mana, pulei direto sobre as cabeças deles e de novo me apoiando no ar condensado. Conjurando um casulo de vento circulante, girei. Um raio de energia verde voou até mim por trás de um dos escudos de mana, mas foi apanhado pelo vento e desviado.

Embora fosse difícil ver algo específico girando ali de cima, minha atenção foi atraída por um rosto familiar.

‘Gideon!’

Conheci o velho inventor algumas vezes ao longo dos anos, mas o que ele fazia no meio do ataque a Greengate?

Quando caí de volta no chão entre os meus três atacantes, o vento afastou as armas deles e as adagas os cortaram que nem foices debulhando trigo. Um momento depois, um estrondo forte brotou nas proximidades, como a explosão de um fogo de artifício, mas não tive tempo de me perguntar o que foi.

O resto estava se juntando. Pelo que pude ver, sobravam apenas alguns magos ao lado dos defensores. Todos os outros soldados não eram magos e se retiraram para se esconder atrás de uma parede de escudos de mana.

Dois grupos de batalha avançaram na frente dos outros, cada um composto por três alacryanos.

‘Um conjurador, um atacante e um defensor’ Lembrei do que nos ensinaram quando os Chifres Gêmeos assumiram o dever de guarda para embarques à Muralha.

Outro raio verde disparou contra mim, mas o evitei sem dificuldades e esperei que meus aliados me alcançassem. O conjurador era uma mulher de olhos escuros com um rosto amedrontado e nervoso, e ao lado dela, outra, facilmente com dois metros de altura, envolta em uma armadura congelada. Ela bateu as luvas de gelo e rosnou quando nos encaramos.

Alguns feitiços vieram de trás de mim, acertando à toa as barreiras protetoras, e os alunos da Academia Xyrus e os agricultores de Greengate chegaram lá.

“Precisava ir tão rápido?” Camellia perguntou logo atrás de mim. “Estas árvores são meio lentas.”

Bufei. “Tente acompanhar, criança.”

Uma ideia veio a mim os observando. Pareciam hesitantes em atacar, e apesar do treinamento e números superiores, deviam estar à beira de quebrar a formação e correr. “Envie as árvores primeiro e foque nos escudos.”

Ambas as macieiras avançaram, os arcos se curvando em direção aos inimigos, quebrando o momento de tensão, e raios verdes e vermelhos de mana dispararam contra. Onde quer que os projéteis verdes atingissem, as árvores secavam e morriam, e o raio vermelho cortava os galhos rapidinho.

Camellia apontou para as linhas inimigas e gritou: “fogo!”, e maçãs voaram dos ramos, estourando nos escudos de mana tipo pequenas bombas.

Quando as árvores chegaram aos dois grupos de batalha, os atacantes saltaram para a frente, uma cravando os punhos cobertos de gelo no tronco de uma árvore, e o outro balançando um mangual em chamas.

Os defensores liberaram os feitiços e recuaram quando as árvores se curvaram, os galhos ignorando os conjuradores e atacantes para alcançar os defensores. Atrás deles, os não magos se romperam para ambos os lados, circulando em torno das árvores em nossa direção.

Uma adolescente soltou um grito de guerra enquanto conjurava manoplas de pedra que cobriam os braços até os ombros, bateu as luvas e saltou à frente para atacar os não magos.

As adagas voaram, envoltas em vento. A primeira foi desviada por uma barreira de ar rodopiante que a fez voar para longe, mas a outra cortou a parte de trás do pescoço de um soldado antes de voltar a mim.

Agarrando a arma restante no ar, avancei, fugindo de um raio verde e me esquivando de um soco da atacante blindada de gelo. Girei, enviando uma rajada de ar que derrubou os magos em volta, depois golpeei a lateral da atacante o mais forte que pude.

A adaga lascou o gelo, mas não a feriu. Para piorar as coisas, o gelo condensou-se ao redor da lâmina, prendendo-a lá e me forçando a soltá-la para que minha mão não fosse pega.

Com apenas o som de chamas ardentes para me avisar, me abaixei sob o flamejante mangual, depois rolei para longe do pé da atacante. Uma lenta onda de fogo a atingiu nas costas um instante depois — conjurada por um dos órfãos de Xyrus — e a envolveu feito uma serpente, derretendo rápido a armadura.

Vacilei quando um raio vermelho me acertou. Sem olhar, joguei uma rajada de vento na direção do conjurador.

À minha esquerda, a maga de manoplas soltou outro grito quando uma lança a perfurou. No mesmo momento, um tridente foi arremessado e bateu desajeitadamente no peito da atacante, derrubando-a. O rosto de Jarrod se contorceu de fúria enquanto lançava feitiços atrás de feitiços, tentando chegar perto o suficiente para puxar a garota a um lugar seguro.

Pelo canto do olho, vi Camellia. Seu olhar lacrimejante seguiu a jovem, que tropeçou na terra, as mãos agarrando em vão a ferida bombeando sangue para o chão.

Os defensores se juntaram ao redor, mantendo os não magos a salvo da maioria dos feitiços do nosso lado. Os órfãos eram mais capazes do que eu imaginava, mas não do mesmo calibre que os soldados treinados.

Me virei para a linha de defensores assim que o atacante com mangual se aproximou de mim.

O alacryano musculoso estava coberto da cabeça aos pés em uma armadura de metal pesado, e o mangual ardente girava acima de sua cabeça. Painéis de mana flutuavam a poucos metros dele, mantendo-o protegido de feitiços.

Com a ameaça dos conjuradores ainda nas minhas costas e os soldados não magos pressionando os aldeões e estudantes, não pude esperar para que ele viesse até mim. Saltando, fintei para a esquerda e depois cortei para a direita. Como esperava, sua arma foi à minha esquerda. Condensei ar sob o meu pé para me empurrar antes de me envolver num ciclone de vento, como já fizera antes.

Uma pulsação irradiou pelo meu corpo quando meu ombro bateu em sua armadura pesada, mas a explosão do ciclone o fez ser jogado. Ao mesmo tempo, uma das árvores se inclinou e caiu sobre um defensor gigante, esmagando-o.

Um vislumbre verde surgiu na minha visão periférica, porém vi tarde demais para me esquivar. O feitiço acertou meu braço, queimando a camada protetora de mana. Usei mais mana a fim de minimizar os danos, mas já sentia a pele queimando.

Verifiquei o campo de batalha, procurando pelo conjurador.

A atacante de gelo morreu, queimada viva pela própria mana evaporando. O conjurador que esteve disparando os raios vermelhos morreu também; a lâmina de vento que joguei formou um sangrento corte em seu rosto. Os não magos se juntaram, protegidos por vários defensores. Mas eu precisava lidar com o último conjurador antes de fazer mais algo.

Mais dois raios verdes vieram até mim, mas me esquivei e me joguei no alacryano trêmulo. Uma parede grossa de vento surgiu entre nós. Lancei um olhar ao defensor, porém uma segunda parede surgiu, me impedindo de avançar nessa direção também.

Cobrindo meu corpo com minha própria mana de vento, a manipulei para empurrar a barreira protetora a fim de atravessar, meu feitiço neutralizando o do defensor.

O conjurador, que estava juntando mana para algum feitiço mais poderoso, gritou quando meu punho envolto de vento bateu na lateral da cabeça dela, a derrubando.

A parede do vento desapareceu quando o defensor começou a recuar, tentando se proteger atrás das carroças. Como não era mais uma ameaça, o deixei lá, voltando minha atenção para os meus aliados.

A primeira coisa que vi foi o corpo da prefeita deitado no chão, os olhos sem luz apontados pro céu e sangue manchando metade do rosto. Camellia recuou para se esconder atrás de Jarrod. Seu rosto estava enlameado de suor e sujeira, e ela estava focada na sua árvore restante, redirecionando ela para o resto dos defensores.

Jarrod estava focado nos aldeões. Talvez tomando alguma inspiração do nosso inimigo, usou feitiços de vento como escudo para manter os atacantes desequilibrados e bloqueá-los, permitindo que os agricultores revidassem.

Dardos de fogo saíam das mãos de outro aluno de Xyrus, girando em torno das barreiras mágicas que continuavam aparecendo e atacando soldados que nem flechas.

Os defensores lutavam para lidar com a árvore viva, sem nenhum ataque eficaz contra ela. De dentro aglomerado de estudante, Camellia a dirigiu para balançar os galhos e pisar com as raízes, derrubando e esmagando os defensores inimigos.

Quando o primeiro partiu e fugiu, estava tudo acabado.

Em instantes, o último dos magos estava correndo para longe do campo de batalha, indo direto pro sul. Sem os escudos para protegê-los, os não magos eram alvos fáceis para os estudantes.

Notei que Gideon se agachou sobre uma forma inclinada perto dos carrinhos, porém os gritos ao sul chamaram minha atenção de volta aos magos em fuga. A terra rachou sob os pés deles, os fazendo tropeçar e cair, e uma saraiva de flechas e feitiços caiu acima.

Reconheci aquelas flechas.

Esquecendo todo o resto por um segundo, corri em direção aos defensores caídos; três silhuetas se aproximavam.

Um sorriso grande, estúpido e sentimental apareceu no meu rosto quando reconheci Helen Shard, Angela Rose e Durden. Helen tinha seu arco em mãos e mirado nos cadáveres, e os dois me davam sorrisos igualmente grandes e estúpidos enquanto corriam.

Forcei uma expressão neutra no meu rosto quando cheguei aos meus velhos companheiros. Erguendo uma sobrancelha, olhei para Angela. “Quem convidou vocês para a minha festa?”

Seus sorrisos se tornaram confusos, e eles lançaram um ao outro um olhar preocupado. “Estávamos a caminho da Muralha, na verdade…”

“Vieram me repreender de novo?” perguntei frio.

“Não, claro que não” disse Durden, parecendo surpreso e um pouco chateado. “Nós…”

“Ela está enrolando vocês.” Helen falou naquele tom de mãe resignada que eu conhecia tão bem.

Bufei e entendi a mão para ele. “Seu imbecil gigante.”

Ele balançou a cabeça e sorriu de novo e praticamente engoliu a minha mão na dele. Angela me agarrou e puxou contra o peito dela. Tentei me libertar, mas ela prendeu meus braços.

“Sem abraços, lembra?”

“Desculpe, um pouco.” murmurou, apertando mais forte. “Oh, quem é esta?”

Me livrei do abraço e virei; Camellia caminhava, hesitante, em direção ao nosso grupo, a cabeça girando para frente e para trás enquanto examinava o campo de batalha. Ela estava atenciosa em relação à perna esquerda, e eu podia ver marcas de queimaduras nas calças largas e na túnica. Parecia bem o suficiente.

“Venha aqui.” Acenei. Ela acelerou o passo, parando com a cabeça apoiada no meu braço. A agarrei de leve pelo queixo e levei o rosto para cima para que olhasse nos meus olhos. “Está bem?”

A menina assentiu, mas pude ver seu lábio começar a tremer. Enrolei o meu braço em volta do ombro dela. “Camellia, estes são os Chifres Gêmeos. Pessoal, esta é a Camellia. Bem, eu estava tentando levar ela até vocês.”

Helen me deu uma tapinha no ombro avaliando por cima a elfa. “Foi muito corajosa. Você me lembra alguém, sabia?”

Os olhos grandes em excesso da garota quase se submergiram naquele oceano de lágrimas querendo sair. “Quem?”

Sorriu calorosamente. “Tessia Eralith. Na verdade, ela está liderando um grupo de valentes guerreiros elfos em Elenoir agora para salvar o seu povo dos alacryanos. Podem até já ter voltado. Quer conhecê-la?”

“Meu Deus, sério?” Se virou para mim e puxou meu braço, a fadiga desaparecendo com a ideia de conhecer a princesa elfa. “Vamos com eles, né?”

Dei um sorriso irônico. “Pensei que queria ficar aqui e ser delegada ou coisa do tipo.”

Oh” disse fazendo beicinho.

“Claro que virá conosco” Olhou para mim. “Não será mais seguro aqui. E quem sabe, talvez, alguns da sua família estejam à sua espera no…” Parou, as palavras morrendo quando franziu a testa.

Durden e Angela trocaram olhares incertos. Camellia se envolveu em torno do meu braço, os olhos mudando nervosamente ao horizonte além das Grandes Montanhas.

Algo estava acontecendo com a mana, algo que nunca senti antes. Pude dizer pelos rostos que os outros também perceberam, como se a pressão aumentasse no ar antes de uma tempestade. Os pelos do meu pescoço arrepiaram.

O chão começou a tremer.

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Karthus
Membro
Karthus
1 ano atrás

Show!

ShinigamiGOD🔥D
Membro
ShinigamiGOD🔥
1 ano atrás

… será que isso é do momento do asura limpando do mapa a floresta dos elfos ?
Por que eles ainda tavam com a ideia da tessia indo resgatar os elfos …

_0ricardoo_
Visitante
_0ricardoo_
11 meses atrás
Resposta para  ShinigamiGOD🔥

Acho que é um pouco antes disso

AlyssonD
Membro
Alysson
10 meses atrás
Resposta para  ShinigamiGOD🔥

Deve ser

fiD
Membro
fi
3 meses atrás
Resposta para  ShinigamiGOD🔥

A Helen disse que a Tessia estava naquele momento tentando resgatar os elfos, então não faz sentido ser isso. A menos que tenha passado alguns e a Helen tenha saído logo após a tessia ir em missão e não voltou para a base aind

Arthur LeywinD
Membro
Arthur Leywin
1 ano atrás

Perguntaria pelo Arthur, mas acho que é o Nico desta vez

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