A partida iniciou o incêndio, começando o fogo, que queimou rapidamente. Quando ele atingiu o fosso que estava com querosene, as pequenas chamas se transformaram em um fogo ardente e dançante.
Fumaça espessa subia bem alto no céu, formando uma grande nuvem escura. Herbert e Pierre estavam fazendo uma oração pelos mortos. Até o gordinho estava de pé respeitosamente.
O fogo enorme queimou por quase duas horas. Depois que as chamas diminuíram, Kieran pegou uma pá. Ele não ia encher o buraco. Iria enterrar os ossos não queimados.
Eles ainda poderiam ser desenterrados por um animal, mas fizeram o que podiam. Pierre, o gordinho, e Herbert se juntou a ele. O grupo continuou enterrando ossos até o céu ficar escuro.
— Eu juro que nunca mais vou comer um Bife de Bizel! — Pierre, que estava descansando ao lado da fogueira, disse em um tom sério.
— Eu acho que não vou comer costelas por um tempo também. Nunca comi antes mesmo. — Kieran seguiu com uma piada de sua autoria.
O bife que Pierre mencionou era uma iguaria local de masmorra, então é claro que Kieran nunca comeu antes. Herbert começou a descrever o bife em grande detalhe.
— Bife de Bizel, hein? A parte onde os ossos estão ligados, aquela carne tenra e suculenta, é conhecida como a melhor parte da vaca. Especialmente o suco vermelho. Realmente da apetite…
— Ugh! Pare, Herbert! Você fazendo eu ficar com dor de barriga. — Pierre gritou com um olhar de desgosto antes que Herbert terminasse de provocá-lo.
Kieran também não aguentou. Graças à descrição de Herbert, ele se lembrou dos ossos sangrentos dentro do fosso. Kieran rapidamente empurrou o pensamento de sua cabeça. Ele não queria que essas lembranças afetassem o sabor de sua comida. Imediatamente mudou o assunto.
— Então, quando vamos começar, Herbert? —Ele perguntou.
— Agora mesmo, obviamente!
Herbert terminou sua refeição e levantou-se imediatamente. Segurando uma lâmpada de querosene, ele se aventurou na direção da área desconhecida do centro da cidade. Kieran, Pierre e o gordinho seguiram logo atrás.
— De acordo com as tradições de Neegor, a maioria dos nobres, cavaleiros e realeza residiam no centro da cidade. Plebeus como empresários, não importa o quão ricos eles fossem, não podiam entrar nesta parte da cidade. Vamos combinar, a dinastia Neegor tinha um sistema de hierarquia muito rigoroso. Se um plebeu queria avançar para um nível nobre, quase não havia outro jeito senão tendo grandes realizações no campo de batalha, uma pessoa teria que matar pelo menos 30 inimigos, sendo um deles um comandante.
Quando o grupo chegou a um campo cheio de buracos, Herbert explicou o que aconteceu ali.
— Esta deve ser a parte interna da cidade. Os prédios da cidade tinham uma arquitetura mais alta do que casas comuns nas favelas. Com o passar do tempo, os edifícios afundaram no chão, fundindo-se e tornando-se um. Embora eu odeie aqueles garimpeiros que destruíram artefatos históricos, tenho que agradecer a eles porque nos pouparam muito tempo.
Herbert ergueu a lâmpada de querosene, foi em um buraco e desceu imediatamente. Acabou por não ser um buraco aleatório. Quando Kieran o seguiu até o buraco, e confirmou sua hipótese.
Depois de caminhar por uma passagem estreita com encostas íngremes cheias de poeira, eles viram um amplo espaço aparecer diante deles. Não havia necessidade de se curvar, pois o ar não era abafado. O espaço subterrâneo era muito mais amplo e melhor ventilado do que imaginavam.
— Esta deve ser a mansão de um nobre. O cômodo em que entramos deve ter sido seus aposentos. Vamos lá e ver o que ele tem em seu escritório! — Herbert disse enquanto caminhava em direção a ele.
Ele parecia extremamente confiante, como se o lugar onde ele estava não fosse remanescentes históricos antigos de 1.500 anos atrás, mas seu próprio quintal. Ele estava familiarizado com todos os cantos e recantos da casa.
A partir da mansão nobre, o grupo passou uma semana inteira explorando a cidade de Isogu. Além das refeições e do tempo de descanso, Kieran ficava atrás de Herbert o tempo todo, ouvindo suas explicações sobre o lugar.
Kieran observava o local com uma sensação de vigilância, caso houvesse algum perigo em potencial. Ele sabia muito bem o que era melhor para ele.
Na verdade, ele não sabia nada sobre a história da cidade de Isogu ou da dinastia Neegor antes da expedição. Se não fosse pelas explicações de Herbert, ele nem poderia identificar o que estava olhando.
Da perspectiva de Kieran, tudo o que ele viu era praticamente o mesmo. Pedras e sujeira, e alguns utensílios domésticos quebrados.
Kieran não podia processar isso com seu conhecimento limitado, mas isso não o deixava triste. Ele sabia em que nível estava. Honestamente falando, até mesmo os garimpeiros no acampamento sabiam mais do que Kieran sobre o lugar antes de morrerem.
Caso contrário, Kieran não teria seguido Herbert. Ele era um verdadeiro profissional. A melhor prova disso era a visão de Kieran, onde as notificações sobre a exploração continuavam aparecendo sem parar.
Mesmo que não tenha chegado a 1%, como quando entrou pela primeira vez na cidade de Isogu, durante essa semana, [+0,1%] e [+0,2%] de notificações apareciam de tempos em tempos, quando Kieran seguia Herbert.
Quando sua taxa de conclusão chegou a 15%, Kieran ficou encantado. Mais 5% antes que ele completasse sua Missão Principal.
No entanto, durante os últimos dois dias, as notificações cresceram cada vez menos. Kieran sabia que, se quisesse aumentar sua porcentagem de exploração em um curto período, precisaria de uma grande descoberta. Seguindo os buracos cavados pelos garimpeiros, não aumentaria mais.
Vamos combinar, Herbert estava fazendo o mesmo. Toda vez que deixava um buraco cavado pelos garimpeiros, ele anotava algo. Kieran não conseguia entender suas anotações. Tinha linhas e números, então ele sabia que Herbert estava tentando localizar a arma.
Não era uma tarefa fácil. Se fosse, os guardiões ou a Raça Noturna já teriam encontrado. Eles não esperariam que Herbert fizesse isso por eles.
Kieran não apressou Herbert. Ele apenas esperou em silêncio. O mesmo aconteceu com Pierre, embora estivesse à espera dos Monstros Noturnos.
Dentro de uma semana, Pierre encontrou algumas coisas no acampamento dos garimpeiros que achava que poderiam ser úteis, como pistolas de pederneira, uma grande quantidade de munição, espadas, facas e pacotes de explosivos.
O uso dos explosivos era auto-explicativo naquela época.
…
Durante a noite, uma fogueira estava queimando na parte interna da cidade de Isogu. Todo mundo estava colocando comida em suas bocas.
Pierre estava arrumando as armas novamente, Herbert estava usando a luz vinda do fogo, anotando coisas que só ele e seus alunos podiam ler.
Kieran estava nas sombras, examinando seus arredores. Ele precisava estar preparado, mesmo que fosse apenas para vigiar.
No dia anterior, Kieran sentiu um olhar mais de uma vez. O olhar malicioso era tão afiado quanto uma espada.
Não consegue esperar mais? — Kieran adivinhou.
A Raça Noturna era menos paciente do que imaginava, mas isso era uma boa notícia para ele.
Isso significava que os monstros eram incapazes de agir de forma desenfreada. Eles experimentaram ansiedade também.
Por que a Raça Noturna se sentiria ansiosa? Talvez seja por causa dos guardiões da cidade de Isogu ou de algumas outras forças hostis.
Não importava qual fosse a resposta, era uma boa notícia para Kieran, que estava lutando sozinho. Logo, ele recebeu mais algumas boas notícias.
Herbert, que estava sentado ao lado da fogueira, levantou-se de repente. Ele parecia muito cansado depois de toda aquela pesquisa, mas seus olhos pareciam felizes.
Ele fez um sinal para Kieran e Pierre cuidadosamente, sem emitir nenhum som.
Herbert estava preocupado que a Raça Noturna pudesse possuir sentidos sobre-humanos, então um acordo havia sido feito entre o grupo.
Esse sinal só tinha um significado.
Ele havia encontrado!
A arma foi encontrada!