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The Devil’s Cage – Capítulo 92

Estranho

 

O que havia atrás do portão?

Esse pensamento floresceu na mente de Kieran e acabou despertando sua curiosidade, mas ele não entrou imediatamente. Ele ativou seu [Rastreamento] e cuidadosamente olhou em volta em busca de alguma pista. Ele descobriu um total de quatro conjuntos de pegadas, as dele, as de Starbeck, Zywane e Carpal. As suas pegadas, de Starbeck e de Zywane ainda estavam frescas e limpas, mas as de Carpal estavam embaçadas, como se estivessem lá há algum tempo.

Ainda assim, esse não era o ponto. O ponto era que entre o lugar em que Kieran estava parado e a frente do portão, não havia vestígios no caminho. Em outras palavras, ninguém havia chegado perto do portão.

Pelo menos não ainda. Se alguém tivesse chego perto, com certeza não usou meios comuns.

Eles voaram? Eles estavam em forma de espírito? Kieran pensou em várias suposições.

Embora o [Conhecimento Místico] que ele havia adquirido era apenas nível básico, ainda assim foi suficiente para ampliar os seus horizontes.

O conhecimento em sua mente lembrou-lhe que aquelas maneiras, aparentemente impossíveis, eram possíveis sim. Embora ele não soubesse o caminho exato, o pensamento era suficiente para fazê-lo checar seus arredores em busca de algum mecanismo específico.

Kieran estava mais cuidadoso e preciso ao inspecionar a área. Depois de dez minutos, ele confirmou que não havia nenhum mecanismo por ali.

Ainda assim, não significava que ele pudesse passar pelo portão.

— Vou pegar algumas pedras. — Kieran disse a Starbeck.

— Eu ajudo! — Starbeck seguiu Kieran rapidamente.

Ele sabia que Kieran queria atirar pedras para verificar se o caminho estava seguro. Starbeck não era bobo e já conhecia esses métodos. Ele havia testemunhado alguns veteranos usando-os, mas era a primeira vez que ele se ofereceu para ajudar.

Obviamente, a única razão que ele tinha era porque estava com muito medo de ficar perto da entrada, naquele lugar frio e escuro, mas ele não ousava dizer isso.

Mesmo sabendo que ele era um covarde, dizer isso em voz alta era outros quinhentos.

Seu orgulho ainda o deixava tímido e envergonhado.

— Acho que aqui será mais seguro para você. — Kieran disse enquanto pegava algumas pedras. Ele tinha visto Starbeck sair para ajudar, e como seu guardião temporário, ele sentiu que tinha que aconselhá-lo.

— Acho que vou ficar muito mais seguro ao seu lado, 2567! Meu instinto nunca erra! — Starbeck disse teimosamente enquanto balançava a cabeça.

— Você acha que é algum tipo de animal cujo instinto vai vibrar quando está em perigo? Ou você realmente acha que é uma planta mimosa, afinal?

Ele não se importava mais. Ele apenas ignorou Starbeck. Ele iria dizer o que podia e deveria. Se Starbeck iria seguir seu conselho ou não, não tinha nada a ver com ele. Ele era apenas um empregado temporário, não uma babá em tempo integral.

Kieran voltou sua atenção para o caminho inexplorado, usando um estilingue para atirar as pedras em suas mãos com sua Força no Rank D-. As pedras bateram no chão sólido, fazendo um barulho alto.

Kieran deixou uma pegada para cada meio metro entre o local original e a frente do portão.

Não tem armadilhas?

Ele ficou um pouco surpreso. Ele pensou que tal lugar estaria cheio de armadilhas, mas ele não encontrou nada.

Será que este lugar não é importante? — Ele especulou inconscientemente.

Ele franziu a testa sobre o que ele havia descoberto. Afinal, ele esperava encontrar algumas recompensas extras lá.

Ainda assim, isso não o impediu de se aventurar.

— Espere aqui! — Ele disse a Starbeck.

— Eu posso ajudar! — Starbeck disse mais uma vez.

— Você tem certeza que pode?

Kieran virou a cabeça e olhou para Starbeck com um sorriso forçado no rosto. Starbeck percebeu que ele podia ver através de sua covardia e corou.

— Eu realmente quero ajudar! — Ele disse baixinho.

— Às vezes, boas intenções não são úteis. — Kieran respondeu.

O rosto de Starbeck expressou uma profunda decepção. Ele parecia uma planta mimosa acariciada pelo vento, com suas folhas finas balançando suavemente, prontas para fechar a qualquer momento.

Kieran olhou para o rosto sem esperança de seu empregador. Ele não pôde deixar de suspirar quando apontou para fora do portão.

— Espere aqui. Isso é o mais longe que você pode ir!

— Oh … tudo bem. — Starbeck assentiu.

Ele foi até o local designado antes que Kieran se virasse para olhar o portão. Depois de uma inspeção, ele confirmou que não havia armadilhas e empurrou com força o corpo, encostado no portão.

Quando o portão foi aberto, Kieran saltou para o outro lado.

Embora ele tenha confirmado que não havia armadilhas no portão, ele não tinha certeza se a abertura não provocaria nenhuma outra armadilha, como uma chuva de flechas ou algum tipo de ácido corrosivo.

Kieran estava pensando demais. Nada aconteceu quando o portão foi aberto. Nenhuma flecha ou ácido. Houve apenas uma série de sons, com um ritmo lento e poderoso, batendo ritmicamente. Soava um pouco como um batimento cardíaco.

Batimento cardíaco? — Chocado com o pensamento repentino, Kieran olhou para dentro do portão e seu queixo caiu.

Dentro do salão espaçoso, havia um caixão lustroso de bronze pendurado no ar. Era do tamanho de um caminhão pequeno, muito maior que um caixão comum, e feito de metal. Muitas palavras e símbolos estavam esculpidos, símbolos que [Conhecimento Místico] de nível básico não conseguia decifrar.

No topo do caixão, havia 13 correntes de metal enroladas em volta, como cobras com diferentes níveis de espessura. A corrente mais grossa era tão grande quanto a coxa de um homem adulto, e a mais fina era tão grande quanto o dedinho de um bebê. A visão excepcional de Kieran permitiu que ele visse a corrente mais fina, embora os olhos comuns não pudessem vê-la.

As 13 correntes estavam presas com força em torno do caixão de bronze, movendo-se sem vento. Elas não estavam fazendo nenhum barulho.

Havia apenas um brilho avermelhado de vez em quando, significando sua existência incomum.

— Mas.. mas que porra é essa?

Starbeck, que estava de lado, também viu a cena. Ele estava admirado. Sua personalidade covarde nem sequer lhe permitiu falar coerentemente.

— Esconda-se! — Kieran de repente gritou.

Uma série de ondas sem forma de repente começou a ondular do caixão de bronze, e uma figura humana começou a tomar forma nele.

Kieran sacou sua [M1905] e começou a atirar sem pensar duas vezes.

*Bang!* *Bang!* *Bang!*

 

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