Alice olhou para baixo do prédio e franziu a testa.
“Alguém está perseguindo-os…” ela murmurou.
Eilish olhou e viu pessoas fugindo de um homem.
O homem se moveu em alta velocidade, socando uma pessoa no peito, fazendo-a explodir. Sangue e órgãos espalhados pelo chão, criando uma visão grotesca.
“Eles estão caçando pessoas comuns”, disse Eilish.
O homem virou a cabeça em direção a um prédio próximo. De repente, ele brilhou e bateu nele, levantando fumaça e poeira.
–Bang!
Uma mulher saltou das sombras e lançou um feixe de chamas. O fogo derreteu imediatamente os andares inferiores do edifício, causando o desabamento do topo.
Alice e Eilish observaram os dois lutarem ferozmente. Eles sentiram que algo estava errado com o homem.
“Aquele homem… Sua energia e aura são bem diferentes dos humanos e Demis”, comentou Eilish, estreitando os olhos.
“É semelhante a um Golem”, acrescentou Alice em voz baixa.
Ela observou a batalha atentamente e percebeu que os movimentos do Golem humano eram diferentes daqueles dos Golems que ela havia encontrado antes.
Alice olhou para Eilish e disse: “Vamos. Não sabemos se existe apenas um Golem ou não. Temos que encontrar Souta e Amanda”.
Eilish concordou com a cabeça.
De repente, uma voz feminina soou atrás deles.
“Que pena, achei vocês primeiro… Agora não podem sair deste lugar.”
Eilish e Alice arregalaram os olhos enquanto se viravam simultaneamente. Elas viram uma mulher com longos cabelos pretos e olhos roxos. Elas não conseguiam sentir nada dela, e deve ter sido por isso que não a detectaram até que falasse.
“Você consegue lidar com ela, Alice?” Eilish perguntou.
“Talvez…” Alice respondeu, sua incerteza evidente.
“E as pessoas atrás dela?” Eilish acrescentou, com um sorriso irônico no rosto.
A mulher não estava sozinha; vários outros estavam atrás dela, fixados em Alice e Eilish como predadores observando suas presas.
“Corra!” Alice gritou, liberando sua energia.
Eilish reagiu rapidamente, pulando e conjurando um círculo mágico.
–Boom!
Em uma determinada região da Noite de Walpurgis, Souta travou um combate com o Golem chamado Lagius.
Souta agarrou o rosto de Lagius e o jogou no chão, criando uma enorme cratera. Sem pausa, Souta lançou várias teias vermelhas afiadas em seu oponente.
Lagius levantou-se rapidamente e esquivou-se habilmente de todas as teias, depois se agachou e impulsionou-se em direção a Souta.
–Whoosh!
“Quer bater comigo de frente? Qualé, você sabe que não dá conta!” Souta riu, cerrando o punho.
Sem medo, Lagius foi com tudo em Souta, a colisão criou uma onda de choque no ar quando Lagius foi arremessado e bateu em um prédio próximo.
–Bang!
Souta se impulsionou pelo ar, aproximando-se do alvo. Sua destreza física superava em muito a de Lagius, deixando o Golem em desvantagem.
Seu corpo colidiu com o prédio, observando Lagius enquanto ele lutava para se levantar. Souta rapidamente pisou no peito de Lagius, fazendo o Golem atravessar as paredes e cair em um prédio próximo.
–Bang!
Souta parou, seu olhar fixo na explosão resultante. Ele ergueu a mão e tocou sua bochecha, notando o pequeno ferimento infligido por Lagius.
“Ele conseguiu me cortar naquele momento…?” Souta murmurou, observando a ferida cicatrizar rapidamente. Sua expressão ficou solene quando concluiu sua avaliação das capacidades do Golem. Tendo identificado seus pontos fortes e fracos, Souta não viu motivo para prolongar a batalha desnecessariamente.
Tentado a se esforçar ainda mais, Souta lembrou do risco de usar seu Feram sem restaurar totalmente sua consciência interior.
Uma reverberação alta ecoou pelo ar, fazendo Souta olhar para cima e avistar um prédio vindo em sua direção.
“Ehe~ Você não aprendeu que esse tipo de ataque não funciona comigo!” Souta riu enquanto saltava no ar e tirava a Espada Vajra da bainha.
–Swoosh!!
Uma lâmina de energia carmesim emergiu, cortando o prédio em dois. Com o prédio dividido, a lâmina de energia continuou sua trajetória em direção a Lagius.
Lagius, percebendo que não poderia esquivar da lâmina de energia que se aproximava, levantou ambas as mãos para a desviar. Porém, Souta já estava ao lado dele.
Souta retirou um orbe do bolso, que emitia uma luz fraca – [Orbe do Selo Arcano].
Ele fez um movimento de agarrar no ar, invocando um poderoso campo gravitacional que prendeu Lagius no lugar. Então, com um movimento rápido de sua espada, uma explosão de energia disparou em direção a Lagius.
–Boom!!
Uma enorme explosão ressoou, sacudindo toda a área.
Lagius emergiu da fumaça, restando apenas metade de seu corpo após o ataque devastador. Apesar dos danos, começou a se regenerar ao cair no chão.
Olhando para Souta, Lagius comentou: “Nível de ameaça… Classificação SSS de primeira classe. A eliminação é impossível.”
Souta saiu da fumaça que se dissipava, observando as feridas de Lagius cicatrizando lentamente.
“Você conseguiu sobreviver ao meu ataque. Bastante surpreendente, considerando que eu ataquei com intenção de matar”, Souta refletiu, imaginando se havia se contido inconscientemente devido à sua consciência interior danificada.
Então, com um sorriso, Souta acrescentou: “Talvez minha avaliação inicial sobre você tenha sido errada. Você é mais forte do que eu pensava.”
–Whoosh!!
Com uma força poderosa, Souta atravessou as sombras e se materializou na frente de Lagius. Um campo gravitacional bloqueou a área enquanto a aura de Souta se intensificava.
“Desta vez… Você não sobreviverá!” Souta declarou em tom frio, balançando a espada na mão. Uma imensa escuridão varreu a terra, criando uma enorme ravina.
Num instante, tudo pareceu se fundir na escuridão.
As pessoas comuns que estavam fugindo não sabiam o que havia acontecido.
Sozinho no meio da paisagem destruída, Souta segurava em sua mão um orbe azulado crepitando de energia – o núcleo de Lagius.
“Vou levar isso comigo. Vou deixar Torkez estudar essa coisa”, Souta murmurou enquanto guardava o núcleo. Ele então voltou sua atenção para a área ao seu redor.
Durante a batalha, notou alguns pontos peculiares neste lugar.
–Whoosh!!
Ele se materializou em frente a uma pequena casa de madeira que de alguma forma permaneceu intacta apesar da destruição causada pela batalha.
“Se não me engano… esta é a parte superior…”
Souta abriu a porta e contemplou uma vasta extensão além. Uma floresta sem fim se estendia diante dele, habitada por criaturas estranhas que pareciam existir apenas em sonhos. Acima da floresta, uma cidade invertida flutuava no céu, com carros voadores zumbindo ao seu redor.
“Esta é a parte superficial…”
Souta examinou os arredores. As criaturas aqui eram seres etéreos, oníricos, que não poderiam existir na realidade, distintas das outras criaturas oníricas que havia encontrado.
Ele parou e virou-se para vários indivíduos que o observavam.
Um deu um passo à frente, dizendo: “Você está certo. Esta é a parte superficial dos sonhos. Quando as pessoas na realidade dormem e sonham, lugares como este se formam.”
Ele era um homem com cabelo castanho curto e uma lança longa e afiada pendurada nas costas. Ele continuou: “As criaturas vivas aqui são manifestações de sonhos. Para esclarecer, quando alguém sonha com você na realidade, um lugar como este aparece e uma criatura parecida com você é criada dentro do sonho dessa pessoa”.
Essas criaturas oníricas só poderiam existir dentro dos sonhos, e paisagens oníricas como essa eram abundantes em todo o Reino dos Sonhos. Embora invadir os sonhos de alguém fosse um desafio, uma vez realizado, as criaturas oníricas poderiam representar uma ameaça para o sonhador, a menos que o sonhador tivesse controle total sobre seu Mundo dos Sonhos.
Houve casos em que os sonhadores conseguiram se aprofundar em seus sonhos, chegando ao Reino dos Sonhos, onde puderam aproveitar o Poder dos Sonhos. Se o Mundo dos Sonhos representasse a superfície dos sonhos, então o Reino dos Sonhos e o Reino do Pesadelo eram camadas mais profundas do sonho.
“Então, o que você quer de mim?” Souta perguntou, percebendo que essas pessoas não faziam parte desse Mundo dos Sonhos. Eles pareciam diferentes, reais.
“Não podemos permitir que você ganhe pontos, então vamos tranca-lo aqui”, respondeu o homem, sua expressão ficando séria.
“Haha, essa é uma resposta direta. Achei que você poderia tentar encontrar uma desculpa”, Souta riu. Então, seu comportamento ficou frio quando perguntou: “Você entende as consequências de suas ações?”
“Eu não preciso entender nada. Você vai ficar aqui neste Mundo dos Sonhos. Os superiores nos ordenaram que impedíssemos que todos os convidados ganhassem pontos. Eu, Lorna, assumi essa tarefa”, respondeu o homem.
“Muito bem, então vamos começar!” Souta riu, sacudindo o dedo e enviando dezenas de teias vermelhas afiadas em direção a eles.
–Swoosh!!
O homem chamado Lorna saltou no ar, esquivando-se rapidamente das teias afiadas. Seus companheiros também se dispersaram para evitar o ataque.
“Bruxas! Venham todas!” Souta gritou com um sorriso largo. Ele estendeu os dois braços e milhares de teias vermelhas dispararam em todas as direções, cortando tudo em seu caminho.
–Bang! Bang! Bang!
O impacto das teias atingindo objetos próximos reverberou pelo Mundo dos Sonhos.