O edifício tinha um estilo que ele nunca tinha visto antes em sua vida.
Tinha a aparência de centenas de moedas de ouro empilhadas umas sobre as outras. A luz artificial da rua refletia no edifício, criando um esplendor indescritível.
Parecia que o prédio era realmente feito de moedas de ouro.
Claro, como estava sendo referido como um ‘edifício’, ficou claro o quão enorme era a pilha de moedas de ouro. Na verdade, este estranho edifício era muito maior do que os edifícios circundantes. Além disso, embora tenham sido feitas para serem discretas, várias janelas e portas podiam ser vistas no prédio.
Olhando para a superfície brilhante do prédio, Lukas murmurou.
— A Casa Dourada. Nome bastante intuitivo. Gostei.
— Não é feito de ouro verdadeiro.
— Eu acho que pode ser banhado do lado de fora.
— Acho que ninguém tentaria tirá-lo.
Peran apontou para um canto do prédio.
Lá, alguns homens grandes estavam de pé. Eles tinham expressões rígidas e estavam todos equipados com armas letais. Pareciam mercenários.
— De fato…
Parecia que se alguém perambulasse sem motivo, esses caras provavelmente nem deixariam seus ossos para trás.
Bem. Do ponto de vista de um cassino, era natural que eles contratassem mercenários e guarda-costas.
— O Lorde de Yuterdam…
De acordo com Hector, ele estaria em algum lugar deste prédio.
Não lhes disse nada sobre sua aparência ou personalidade. Isso não foi por falta de tentativa.
Ficou claro que Hector o conhecia bem, mas por algum motivo parecia não querer revelar nenhum detalhe sobre o Lorde.
Isso foi uma surpresa para Lukas.
Ele nunca tinha visto Hector odiar tanto uma pessoa.
— Você sabe algo? Sobre o Lorde da Cidade.
Lukas virou-se para perguntar a Peran, que era sempre bem informado, mas, surpreendentemente, ele balançou a cabeça.
— O Lorde da Cidade de Yuterdam é o Marquês Mikhail, mas não acho que seja dele que o Sr. Hector está falando.
— …
— Vamos entrar primeiro.
Depois de dizer isso, Peran entrou primeiro no prédio.
O interior do edifício era luminoso, colorido e espaçoso. Se o exterior fosse ouro, então o interior poderia ser chamado de platina. (N/T: Moedas de platina valem mais que as de ouro no império)
Não apenas as paredes do corredor, mas até os candelabros pendurados no teto estavam cobertos de joias que não pareciam falsas.
Podia ser sentido pela entrada aberta, mas não parecia que eles se importavam se os clientes estavam indo ou vindo.
Mas isso não significava que não havia segurança. As grandes armaduras que estavam situadas em ambos os lados da entrada pareciam segui-los com olhares afiados.
Não havia limite de entrada, mas parecia que se pessoas inferiores pusessem os pés neste lugar, seriam bloqueadas.
— Então… Como vamos encontrar o dono deste cassino?
— Isso não é muito difícil.
Peran sorriu confiante.
Ao olhar em volta, também não havia desconforto em seus olhos.
— Você não tem experiência em cassinos, tem?
— Já joguei um pouco de roleta, dados e cartas antes.
— …
Embora ele dissesse isso como se não fosse nada, os jogos que Peran acabou de mencionar eram todas as coisas centrais que praticamente representavam os cassinos.
Peran vasculhou sua bolsa por um momento antes de dizer…
— Lukas, me dê sua mão.
— Minha mão? Assim?
Clink.
Algo pesado repousou em sua palma.
Era um punhado de moedas brilhantes de platina.
Não moedas de ouro, moedas de platina.
— Isso deve ser o suficiente para você brincar por um tempo. Eu venho te buscar mais tarde.
— Nunca fiz nada assim antes na minha vida…
— Em primeiro lugar, não jogue nenhum jogo mais de cinco vezes. Em segundo lugar, nunca aposte todo o seu dinheiro de uma só vez. Terceiro, se você perdeu três vezes seguidas para a mesma pessoa, saia desse jogo sem hesitar.
— …
— Se você seguir essas três regras, essa quantidade de dinheiro é mais do que suficiente. Boa sorte.
Com essas palavras, Peran realmente se virou e saiu.
Lukas nunca teria esperado que ele gostasse de algo como jogos de azar… Pelo menos não parecia gostar de álcool. Por um momento, Lukas sentiu falta do jovem puro e firme de dez anos atrás.
— Huu.
Ele não acabou de lhe dizer para brincar?
Lukas se virou para olhar ao seu redor. Ele podia ver o dinheiro sendo transferido para frente e para trás em todas as direções.
Como esperado do lugar chamado Cidade do Prazer. O valor de abertura para cada jogo era bastante alto.
Mesmo assim, Peran deu a ele doze moedas de platina antes de partir. Se fosse trocá-las, seriam mil e duzentas moedas de ouro, uma quantia que poderia durar mais de um mês no cassino, sem falar um único dia.
“Vou economizar algum dinheiro para ele.”
O jogo era baseado em cálculos de probabilidade e batalhas de inteligência.
Embora fosse difícil garantir uma vitória, se ele aprendesse os truques, pelo menos não perderia.
Além disso, Lukas seria capaz de ver através da maioria dos truques, então não precisava se preocupar em ser enganado.
Mas antes disso, decidiu dar uma olhada.
A Casa Dourada era o maior cassino de Yuterdam, mas o prédio não era apenas um cassino.
Um palco deslumbrante foi montado no centro do espaçoso saguão, onde belos rapazes e belas moças vestidos com ternos e vestidos dançavam elegantemente.
Enquanto assistia a essa cena, um homem de terno dourado se aproximou dele com uma taça de vinho.
— Senhor, gostaria de uma bebida?
— Estou bem.
— Então, por favor, diga-me se precisar de alguma coisa. Espero que você aproveite seu tempo aqui…
— Ah. Eu gostaria de trocar algum dinheiro…
— A casa de câmbio fica logo na entrada. Você gostaria que eu o guiasse até lá?
— Por favor.
O homem guiou Lukas até a frente da casa de câmbio antes de sair. O sorriso em seu rosto não saiu do começo ao fim.
Lukas não tinha certeza, mas achava que eles provavelmente prestavam muita atenção ao treinamento de seus funcionários.
Decidindo que não era necessário, Lukas trocou apenas uma moeda de platina…
Clink—
Ele balançou levemente a pesada bolsa de dinheiro.
100 moedas de ouro.
Se tivesse trocado o dinheiro por fichas, poderia desfrutar de uma variedade maior de jogos no cassino, mas não sentia necessidade disso.
— Então…
Ele se perguntou quanto dinheiro faria.
De longe, os jogos mais populares no cassino eram aqueles que envolviam cartas.
Havia tantas variedades de jogos de cartas que seriam necessárias duas mãos para contá-los, mas em Yuterdam, o jogo que era, de longe, o mais popular era a ‘Luta Numérica’.
— C-Cresceu tanto.
— Aquela mesa, quantas pilhas têm agora?
— Se contarmos apenas o lado do conde Boboru, já são três mil moedas de ouro.
— Ah! Esse é o preço de uma casa.
— …
O conde Boboru, um homem coberto de joias coloridas, roía as unhas.
Continuar. Parar. Continuar. Parar.
Um conflito que qualquer um que se sentasse em uma mesa de jogo havia experimentado estava ocorrendo dentro dele naquele momento.
O conde Boboru, cujas bochechas tremiam nervosamente, fechou os olhos por um momento antes de finalmente gritar.
— Continuo!
— Ele continuou!
— Uau!
Os arredores entraram em erupção.
Sem ser arrastado pela atmosfera, Boboru revelou sua mão.
— Par de Cincos!
Outro aplauso explodiu da multidão.
— Um par apareceu agora.
— Há uma razão pela qual ele segurou até o fim.
— Hmm. Acho que o Conde vai ganhar desta vez…
Mesmo assim, Boboru ainda não relaxou.
Par de Cincos.
Não era de forma alguma uma mão fraca. Na verdade, era uma mão boa o suficiente para que ele pudesse dizer com confiança que não perderia.
No entanto, essa confiança foi reprimida repetidamente…
Por ninguém menos que o belo homem loiro sentado na frente dele.
— Sinto muito por isso.
— I-Impossível…
— Par de Setes.
Assim que essas palavras foram ditas, outra onda de gritos varreu a multidão de espectadores.
— Uau!
— Tornou-se uma batalha de pares!
— Kya. Há uma razão pela qual a mesa se tornou tão grande!
Contrário ao ambiente entusiástico, o conde Boboru parecia alguém que havia perdido a alma.
Todo o dinheiro que ele ganhou em três semanas na Casa Dourada desapareceu completamente em menos de dez rodadas. Ele não tinha mais nada.
“Impossível…”
Isso era um sonho. Tinha que ser um sonho. Huhu. Hahaha…
Enquanto Boboru lutava para aceitar a realidade, Peran se concentrava em calcular seus ganhos após receber as pilhas de fichas no tabuleiro.
“Ganhei cerca de cinco mil moedas de ouro.”
Era uma soma de dinheiro grande o suficiente para fazer até os nobres fraquejarem, mas ainda não era o suficiente.
O que Peran precisava era de dinheiro suficiente para atrair o dono deste lugar, o Lorde desta cidade.
— Vou parar… Acho que vou parar por aqui…
O conde Boboru cambaleou de seu assento.
Bem, ele ganhou quase três mil moedas de ouro apenas deste homem. Ele provavelmente não colocaria os pés em qualquer lugar perto de um cassino por um tempo.
Claro, Peran não sentiu nenhuma simpatia por esse fato.
“Agora que ganhei dinheiro suficiente, devo mudar de jogo.”
Não adiantava ganhar dinheiro dos clientes.
Para fazer o dono aparecer, ele precisaria tirar dinheiro dos dealers, o dinheiro do cassino. (N/T: dealers são os funcionários do cassino responsáveis por administrar os jogos)
Dados ou roleta seriam melhores.
No entanto, era contra as regras deixar um jogo imediatamente após ganhar um pote tão grande. Claro, isso era apenas uma regra implícita, mas era um tipo de etiqueta que os jogadores seguiam.
Seria bom se ele perdesse duas ou três rodadas primeiro.
No momento em que Peran tomou uma decisão e estava prestes a embaralhar as cartas.
— Este assento está ocupado?
— Ah. Não. Por favor, sente-se, minha senhora.
— Obrigada.
Uma súbita voz suave fez Peran estremecer ligeiramente.
A dona dessa voz… Impossível…
Ele olhou para a pessoa sentada na frente dele.
Cabelos roxos que desciam até a cintura e traços delicados. E os olhos escuros e misteriosos que a faziam parecer tão inacessível.
Quando seus olhos se encontraram, a mulher assentiu levemente.
— Hehe. Quem diria que eu iria encontrá-lo em lugar como este.
— …
— Que coincidência, Peran Jun.
Iris Phisfounder sorriu gentilmente ao dizer essas palavras.