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The Great Mage Returns After 4000 Years – Volume 2 – Capítulo 379

Capítulo 379

A areia caiu e alguém apareceu.

Foi nesse momento que as expressões animadas dos Miglings se tornaram decepção. Abaixando as mãos estendidas, eles murmuraram desanimados.

— Não, Trawman.

— É. Não.

— Aquele, branco.

Branco?

Lukas deu uma olhada mais de perto na pessoa que havia caído do céu.

— Isso…

Era um homem.

Ele tinha cabelos brancos esvoaçantes, mas não era velho. Ele nem parecia de meia idade.

Era um homem de rosto jovem. Na verdade, era um rosto que Lukas conhecia.

— Schweiser?

Sem dúvida.

Havia algumas diferenças sutis, mas esse homem era definitivamente o amigo de Lukas, Schweiser Strow. Mas ele não parecia muito bem naquele momento. Seu corpo inteiro estava uma bagunça como se ele tivesse caído em um moedor, e o sangue escorria como a chuva.

Ele parecia estar inconsciente, seus membros tremendo violentamente como galhos de árvores em um furacão. Isso provou que não havia a menor tensão em seus músculos.

Seria perigoso cair nesse estado.

Lukas conjurou uma magia.

Em um instante, uma brisa suave pareceu soprar, e o corpo de Schweiser, que estava acelerando perigosamente para o chão, perdeu a maior parte de seu impulso em um instante. Logo depois, ele caiu no chão tão leve quanto uma pena.

— Uau!

— Magia! Magia! Magia!

— Ai meu Deus! Magia! Magia! Magia!

— Ai meu Deus! Ai meu Deus! Ai meu Deus!

Ignorando os miglings animados, Lukas olhou para Schweiser. E engoliu um bocado de saliva sem perceber.

De perto, sua condição parecia muito pior.

Sangramento intenso, fraturas, hematomas… Se isso fosse apenas o dano visível por fora, ele não poderia deixar de imaginar o quão séria seria a situação por dentro. Ele pensou em enfaixar as feridas primeiro, mas vários miglings cercaram Schweiser.

Ao contrário de antes, todos eles tinham expressões sérias. Ele olhou para eles cuidadosamente para ver se iriam tratá-lo seriamente, mas um migling simplesmente tirou algo do bolso.

Era algo que parecia carne seca… Não, não parecia, era carne seca.

Os miglings então a enfiaram na boca de Schweiser.

— O que…

Assustado, Lukas tentou detê-los. Em sua condição atual, Schweiser teria dificuldade em engolir água, quanto mais comida.

Mas Pale, que estava ao lado dele, o deteve.

— Deixe-os.

— Por quê?

— Esse é o melhor método.

— Essa carne seca é eficaz?

— Talvez?

Pale deu de ombros com uma resposta incerta.

Engolindo sua saliva mais uma vez, Lukas se virou para olhar para os miglings novamente. Eles estavam todos sentados e conversando entre si.

— Feridas graves.

— Sim. Muito sério.

— E o branco perdeu a luta.

— Sim. Perdi muito feio.

— Por que não, Trawman?

— Não sei.

— Pense, pense que algo aconteceu.

Nesse momento, um dos miglings ergueu a cabeça e falou com voz séria.

— Devemos relatar ao Lorde.

Então os miglings pegaram Schweiser e começaram a correr em direção à cidade. Lukas percebeu que eles estavam indo para Michael.

Em um piscar de olhos, restavam apenas dois deles, Lukas e Pale.

— Hmm.

Pale cantarolou baixinho e parecia estar atordoada, mas depois de um tempo, se virou para Lukas com uma expressão inocente.

— Então, qual é a sua resposta?

Demorou um pouco para Lukas perceber que ela estava continuando a conversa antes que os miglings os interrompessem.

A proposta para eles irem à caça ao tesouro.

Parecia que Pale realmente não se importava com o que estava acontecendo na cidade subterrânea.

Isso o surpreendeu. Ele nunca tinha conhecido uma mulher assim antes. Até mesmo logo depois de se conhecerem, Iris não foi tão indecifrável para ele.

No entanto, Iris e Pale eram fundamentalmente diferentes.

Se parecia que Iris estava se escondendo intencionalmente atrás de uma persona falsa, para Pale, era difícil entender os princípios por trás de seu pensamento ou sua sinceridade, mesmo quando ela revelava tudo como era.

— Se deixarmos este lugar, podemos voltar?

Lukas perguntou cautelosamente.

— Poderíamos solicitar um guia e a permissão do Lorde novamente. Mas por quê?

— Estou me perguntando se existe algum outro lugar neste mundo tão seguro quanto aqui.

— Ah. Então é com isso que você está preocupado. Claro que existe.

Pale respondeu em voz baixa.

— Além disso, não há lugar absolutamente seguro! Este lugar também é bastante perigoso. Olhando para a condição do irmão branco, ele deve ter participado de uma guerra de fronteira.

— Guerra de fronteira?

— O lado perdedor perde tudo.

— …

Ela estava dizendo que eles estavam em guerra.

Se esse fosse o caso, então Pale estava certa. Seria mais perigoso neste lugar do que no deserto cinzento.

Claro, julgando pelas palavras de Michael, Schweiser provavelmente não era o mesmo Schweiser que Lukas conhecia. Não. Era seguro dizer que não era apenas provável, era quase certo…

Ele provavelmente era uma possibilidade diferente de Schweiser, de um mundo paralelo.

“Se esse era o caso, então por quê?”

Por que ele queria encontrar Schweiser?

Michael sabia sobre Trawman. Os miglings também.

Agora ele entendeu.

A razão pela qual os miglings foram tão gentis com ele desde o início.

E a razão pela qual Michael estava interessado apenas no sobrenome Trawman.

Nesta cidade deve haver outro Lukas Trawman.

Claro, que Lukas e ele seriam diferentes. O mesmo provavelmente era verdade para Schweiser. Ele tinha uma aparência semelhante ao Schweiser que Lukas conhecia, mas não podia garantir que seriam iguais por dentro.

Ele poderia dizer isso depois de ver Lorde, não, Michael.

No entanto, apesar de saber disso.

Esse Schweiser ainda pode se lembrar de ‘um’ Lukas. Ele pode não ter sido esquecido.

Não apenas Schweiser. Havia uma boa chance de que outras pessoas se lembrassem de Lukas.

Pode haver muitos ‘seres com diferentes possibilidades’ que compartilham o mesmo ‘universo fundamental’ que ele.

Lukas sentiu uma onda de emoção ao pensar nisso.

Desgosto, raiva, curiosidade e, acima de tudo, ciúme.

Foi uma sensação estranha.

Não havia como ele ter ciúmes de seu outro eu.

Balançando a cabeça, Lukas falou com Pale com uma voz firme.

— Concordo.

— Hein?

— A caça ao tesouro. Vamos fazê-la juntos.

Esse lugar.

Não era um lugar onde Lukas deveria ficar. Não era mais um lugar que permitia que Lukas ficasse ali.

Porque, no final das contas, havia apenas um motivo para Lukas querer encontrar Schweiser.

Ele queria ouvi-lo falar seu nome.


Não foi muito difícil voltar ao deserto.

Havia dezenas de buracos no teto, e Lukas havia memorizado de onde eles haviam saído. Só faltava ir na direção oposta, mas a passagem acabou sendo muito mais longa do que ele esperava.

“Eu não percebi naquela hora.”

Felizmente, eles não tiveram problemas para respirar, então não foi difícil passar, desde que pudessem suportar a textura áspera da areia.

— Huwa!

Quando ela colocou a cabeça para fora do chão, Pale respirou fundo.

— Ah. Doce ar…

Ela falou com uma expressão feliz no rosto antes de puxar o resto do corpo para fora do buraco e tirar a areia do corpo.

Lukas foi o primeiro a sair do buraco.

O deserto cinza ainda estava tão vazio quanto antes. O simples fato de olhar para aquilo enchia seu coração com uma sensação de solidão e o fazia sentir-se sufocado.

— O que é um guia?

Lukas perguntou.

Quando perguntou se era possível retornar à cidade, Pale disse que era possível com a permissão do Lorde e um guia.

O Lorde em questão era Michael, mas ele não parecia se importar com sua presença.

Então, tudo o que restava era um guia.

— Um ser que pode encontrar o caminho até aqui.

Pale respondeu em sua maneira indireta usual.

— O caminho…

Ele olhou ao redor.

Era quase certo que não havia mapa deste mundo.

Afinal, se alguém olhasse para o céu, tudo o que veria seria a mudança constante de cores, como uma mistura de tinta. Não havia limite entre a noite e o dia, então também seria impossível usar o céu noturno como guia. Provavelmente não haveria nenhuma estrela em primeiro lugar.

— Os miglings também são guias?

— Hã?

— Aqueles caras vieram diretamente até nós antes.

— É. Acho que não. É possível que eles tenham sentido seu cheiro. Certamente é possível se você for do mesmo universo.

— Do mesmo universo…

Quando Lukas murmurou essas palavras como se não pudesse entender, Pale acenou para ele.

— Me siga.

Sem esperar por uma resposta, ela virou o corpo e começou a se afastar. Lukas a seguiu.

Depois de dar cerca de dez passos, Pale se virou. E voltou para onde tinham saído.

Apenas dez passos.

Ela bateu os pés no chão.

— Não está aqui.

Lukas entendeu o que ela estava tentando dizer.

Estava dizendo que, embora pareça que voltaram para o mesmo lugar, não voltaram.

O lugar em que eles estavam agora era completamente diferente de onde estavam antes.

Qual era a razão?

Não era porque estavam alucinando ou simplesmente enganados.

“Incontáveis espaços se sobrepõem uns aos outros…”

Os espaços sobrepostos constantemente ondulavam e mudavam. O significado de um passo neste deserto não era leve. Pode-se pensar que eles se moveram apenas uma curta distância, mas a realidade é que poderiam entrar em um espaço completamente diferente com aquele simples passo.

Foi só naquele momento que ele entendeu por que os anões, os miglings, se moviam perfeitamente um atrás do outro em linha reta.

“No entanto…”

Teve uma sensação estranha.

Lukas semicerrou ligeiramente os olhos e mudou de ponto de vista.

Então, a visão de inúmeras coordenadas entrelaçadas apareceu na frente dele.

O número de fios de pensamento ultrapassava facilmente dezenas de milhares.

Todos se entrelaçaram, criando um novelo que era mais grosso que uma pedra.

Tentar interpretar as coordenadas sobrepostas era como tentar entender completamente como cada fio era entrelaçado no novelo.

Isso era algo além do domínio de cálculos simples, mas…

— O que você está fazendo?

Ele ignorou a pergunta. Precisava usar toda a extensão de sua concentração.

A análise era uma especialidade dos Magos. E a capacidade de cálculo de Lukas provavelmente estava entre os cinco primeiros entre todos os seres dos Três Mil Mundos.

Claro, essas coordenadas eram tão complicadas que ele hesitava até mesmo em tentar decifrá-las, mas era possível, porque nada no mundo estava entrelaçado desde o início.

“Os miglings.”

Eles foram até Lukas primeiro.

Embora não fossem guias, sabiam sua localização e sabiam o caminho de volta para a cidade subterrânea.

Cheiro…

Ele sentiu que finalmente poderia entender o que Pale queria dizer.

Lukas gesticulou levemente para ela com o queixo antes de caminhar primeiro.

— Ah. Para onde você está indo?

Pale gritou com uma voz assustada, mas ela parecia estar seguindo ele. Lukas não tinha tempo para responder, então continuou andando.

— Em vez de cheirar.

Pode ser mais apropriado chamá-la de corda.

Em qualquer caso, ele não poderia fazer isso por muito tempo. Não tinha certeza de como seria com um corpo Absoluto, mas com seu corpo atual, se mantivesse esse estado por muito tempo, seu cérebro seria incapaz de suportar a pressão e queimaria até sobrar apenas cinzas.

Ele naturalmente aumentou a velocidade de seus passos.

Então Lukas finalmente alcançou a origem do fio.

— Huu…

Ele não pôde deixar de soltar um suspiro. Sua cabeça latejava.

Ele sentiu que queria se sentar mais do que tudo, mas suprimiu a sensação por enquanto e regulou sua respiração primeiro.

Depois que sua condição melhorou um pouco, Lukas levantou a cabeça. Foi só então que percebeu como o ambiente estava silencioso.

E Pale? Ela não o tinha seguido?

Lukas olhou em volta. Felizmente, não parecia que ela teve problemas para acompanhá-lo.

Estava parada a uma curta distância, olhando diretamente para Lukas.

Seus olhos se estreitaram ligeiramente, e havia um brilho de interesse neles, como se estivesse olhando para um brinquedo que conseguiu surpreendê-la.

No momento em que seus olhos se encontraram, Lukas sentiu um arrepio na espinha.

Essa era realmente Pale?

A aura dela mudou tão drasticamente que ele não pôde deixar de se perguntar. A sensação fofinha de antes havia desaparecido completamente.

— O tio consegue ver o caminho.

Sua voz ainda era a mesma.

Quando Lukas olhou para ela novamente, Pale havia retornado à mesma maneira despreocupada de antes.

— Talvez você esteja qualificado para ser um guia.

— Não… Acho que vim ao lugar errado.

Depois de dizer isso, ele se virou para olhar para o chão.

Lukas tentou voltar para a cidade dos miglings. Mesmo que não precisassem entrar na cidade subterrânea, ele queria a certeza de que estava na direção certa.

Mas esta não era a entrada da cidade subterrânea.

Virando os olhos, Lukas olhou para a origem da corda.

Uma mulher estava deitada em uma cratera no chão. A corda que Lukas estava seguindo estava conectada a ela.

Em outras palavras.

Essa mulher também era um ser que compartilhava um universo fundamental com Lukas.

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