Coletiva de imprensa.
Isso era algo que Min Ha-rin nunca havia experimentado em sua vida relativamente curta.
— Haa…
Ela suspirou.
Ela nem percebeu quando terminou. O piscar constante das câmeras e a rápida rajada de perguntas fizeram com que sua mente ficasse entorpecida.
Depois de um tempo, ela nem conseguia se lembrar das respostas que deu. Se não fosse por Lukas, ela poderia ter dito algo errado.
“Estou tão cansada.”
Era diferente da fadiga que vinha com a caça aos Demônios. Parecia que sua energia havia sido esgotada.
Quando ela olhou para Leo, percebeu que ele também estava cansado, embora não demonstrasse.
“Eu só quero descansar por 5 minutos.”
E água. Ela queria beber uma água tão gelada que faria seus ossos doerem.
— O que você está fazendo? Não há tempo para relaxar.
Mas a maga não parecia ter nenhuma intenção de deixá-los descansar.
Joanna deu-lhe um olhar como se perguntasse se ela estava cansada apenas com isso.
— Viajaremos de carro, então você pode descansar durante a viagem.
— Carro?
Ela estava falando de um veículo?
Nesse momento, uma limusine preta entrou na praça e graciosamente parou na frente deles.
O queixo de Min Ha-rin caiu inconscientemente.
Sorrindo, Joanna embarcou na limusine com graça e elegância antes de dizer.
— Entrem.
— Ah… sim.
Lukas, Min Ha-rin e Leo embarcaram na limusine.
No momento em que sua bunda tocou o assento macio, ela sentiu como se fosse afundar completamente. Seria apenas um pequeno exagero dizer que parecia que seu corpo havia se tornado um com o assento.
Também existia veículos na Ásia, onde ela foi mais ativa. No entanto, eram principalmente veículos militares ou caminhões usados para transportar pessoal ou suprimentos.
Ela tinha visto carros danificados algumas vezes em cidades em ruínas durante as explorações, mas nunca tinha visto um carro tão limpo como esta limusine em sua vida.
“Parece que estou flutuando.”
Quase não havia barulho e a viagem foi tranquila. Havia até uma pequena geladeira no carro.
Joanna pegou algumas bebidas enlatadas da geladeira antes de entregá-las a eles.
— Peguem.
— Ah… Obrigado.
— Obrigado.
Ela não gostou dessa mulher desagradável, mas sua consciência não permitiu que ela recusasse.
Então ela simplesmente inclinou a cabeça ligeiramente e aceitou a lata. Era uma marca de refrigerante que ela nunca tinha visto antes.
Quando ela tomou um pequeno gole, o sabor doce e o leve borbulhar fizeram suas papilas gustativas formigarem.
Estava uma delícia…
A atenção de Leo parecia estar travada no cenário lá fora. Para Leo, que nasceu na Grã-Bretanha e nunca saiu da Europa, a floresta de arranha-céus que ele podia ver pela janela era literalmente um mundo novo.
— Aonde estamos indo?
Foi Min Ha-rin quem perguntou.
— Para o quartel.
— Achei que o quartel estaria próximo, já que o portal ficava na praça. Mas acho que não.
— A América do Norte é diferente das outras regiões.
— Certo…
Min Ha-rin murmurou baixinho antes de tomar outro gole da lata.
Joanna olhou para ela com uma expressão ligeiramente solene.
Caçadores da Europa. A Europa deveria ser a linha de frente onde os caçadores lutavam contra os Demônios constantemente. Então, por causa disso, ela pensou que os caçadores europeus seriam um grupo habilidoso e poderoso.
Claro, ela não achava que eles seriam páreo para os caçadores americanos que continuaram a crescer explosivamente devido a ter os melhores recursos e apoio da associação. Mas ela, pelo menos, esperava encontrar um herói.
Essa expectativa foi ainda maior desde que ela soube que esse caçador era convidado do presidente da associação, Neil Prand.
Então, por que era apenas isso?
Uma mulher, um menino e um mago autoproclamado.
Min Ha-rin era uma caçadora novata que fez seu nome na Ásia. Mas havia uma coisa que ela achava estranha.
“Ouvi dizer que a Flor Branca é uma espadachim, então por que posso sentir flutuações de mana?”
Min Ha-rin tinha cheiro de maga. No início, ela pensou que era apenas uma ilusão, mas agora, ela não pensava mais assim.
Esta mulher era pelo menos uma maga de 3 estrelas. Ela tinha feito algo para encobrir, mas era impossível enganar os olhos de uma arquimaga como Joanna.
Em primeiro lugar, ela deixou de lado sua agenda lotada para vir cumprimentá-los. Afinal, não havia como ela recusar uma ordem vinda diretamente do presidente. Por causa disso, suas expectativas eram bastante altas antes de vir para cá.
Ela nunca teria imaginado que esses três fossem os convidados pelos quais ela sacrificou seu valioso tempo.
“Mesmo que o presidente tenha dito para ser educada com eles…”
Ela pensou que era estúpido.
Não havia necessidade de ser educada com caçadores de baixo escalão.
Os olhos de Joanna se voltaram para o homem grisalho.
Ela só conseguia pensar em uma coisa enquanto olhava para este homem.
Ao contrário dos outros dois, que estavam entusiasmados com todas as vistas, este homem permaneceu calmo desde o início. No entanto…
“Ele obviamente está blefando.”
Sem dúvida, este homem era o mais patético dos três.
Sua identidade era um mistério, mas ao contrário de Min Ha-rin, que tinha feito um nome para si mesma, ou Leo, que claramente tinha uma boa base, ela não conseguia sentir nada daquele homem.
Era desagradável.
Ele não parecia ter nenhuma mana, mas ainda se atrevia a se chamar de mago.
Era como se ele pensasse que era fácil ser um mago. Para pessoas assim, ela achava que era melhor destruir seus núcleos de mana para que não pudessem usar feitiços pelo resto de suas vidas.
— …
Foi nesse momento que uma ideia interessante surgiu em sua mente.
— Ei. Seu nome é Frey, certo? Em que nível você está?
— Adivinhe.
Era a mesma resposta que ele tinha dado antes.
Joanna zombou.
— Ah, é mesmo? Então eu acho que você deve ter pelo menos 5 estrelas.
Embora ela geralmente achasse que 3 estrelas era o limite da maioria dos magos medianos, Joanna deliberadamente aumentou seu palpite.
Na verdade, não importava se ela dissesse 3 estrelas ou 5. Em primeiro lugar, ela não conseguia sentir nenhuma mana desse homem.
Então, ou esse homem não tinha talento nenhum ou ele era 1 mísera estrela e sua mana era tão lamentável que ela não podia sentir.
— Você pode pensar assim.
— …
As sobrancelhas de Joanna se ergueram com isso.
Este homem tinha acabado de admitir ser um mago 5 estrelas.
Ela teve que se conter à força para não rir.
Ainda havia algum tempo até chegarem ao quartel-general, então ela decidiu matar o tempo. Ela se perguntou até onde esse homem poderia blefar.
— …
Então Lukas se virou e olhou Joanna nos olhos pela primeira vez.
Naquele instante, Joanna sentiu como se todo o seu corpo tivesse congelado por algum motivo e, sem perceber, agarrou a bainha do vestido.
— Não aja de forma imprudente.
Era um murmúrio que estava perto de um sussurro. Era tão suave que parecia que ninguém conseguiria ouvir se não estivesse prestando atenção. No entanto, Joanna ouviu a voz de Lukas tão claramente como se ele estivesse gritando.
Lukas continuou.
— Não haverá uma segunda vez.
Hup.
Ela sentiu uma pressão indescritível, como se uma mão invisível estivesse segurando seu coração.
Por um momento, Joanna não conseguiu respirar. Suas pupilas tremeram.
Ela olhou para Lukas com os olhos arregalados, mas ele já havia desviado o olhar e agora estava olhando pela janela mais uma vez.
E.
Nenhuma outra palavra foi dita até que eles chegaram ao quartel-general norte-americano.
O quartel norte-americano ficava em um arranha-céu extremamente alto. Mesmo que eles inclinassem suas cabeças em 90 graus, era difícil verem o topo.
Joanna tossiu um pouco antes de abrir a boca.
— Este é o quartel da filial norte-americana. Também chamada de Torre Pilsky.
Depois de dizer isso, ela olhou para Lukas. A atitude de Joanna era diferente de antes.
Quando eles entraram no prédio, Min Ha-rin olhou ao redor do primeiro andar antes de murmurar.
— É tão tranquilo.
Isso a lembrou de um shopping center. Haviam restaurantes, cafés, lojas de roupas e até fliperamas.
As pessoas se sentavam em mesas espalhadas pelo chão. Suas expressões não mostravam nenhuma tensão.
— Eu não acho que eles sejam caçadores…
— Você tem bons olhos. Essas pessoas não são caçadoras.
Ao ouvir as palavras de Joanna, Min Ha-rin inclinou a cabeça para o lado.
— Ah. Então eles são civis que trabalham na associação?
— Não. São apenas pessoas comuns.
— O público pode entrar no quartel norte-americano?
— A Torre Pilsky é o quartel norte-americano, assim como também é uma das principais atrações turísticas de Manhattan. O acesso público é permitido até o 50º andar.
— …
O queixo de Min Ha-rin caiu com essas palavras.
O quartel dos caçadores era uma atração turística?
Parecia que seu bom senso estava sendo desafiado. No entanto, isso não era incomum na América do Norte, onde os ataques de demônios eram raros.
Joanna os levou a um elevador à esquerda, que tinha um scanner de identificação. Parecia que este era um elevador que só poderia ser usado por caçadores.
Então, um homem que parecia ser um segurança se aproximou deles e deu a Joanna um fone de ouvido sem fio.
— Joanna, você chegou.
Joanna não respondeu, em vez disso simplesmente pegou o fone de ouvido e entrou no elevador.
Clique.
Um dedo comprido apertou o botão do 125º andar. Era muito alto.
Joanna de repente ficou em silêncio, e parecia que ela estava ouvindo algo do fone em seu ouvido.
Quando chegaram ao 60º andar, ela falou novamente.
— Agora que me lembrei, vocês já comeram?
— Não.
— Bom. Estou com um pouco de fome, então vamos comer primeiro. Ainda temos algum tempo sobrando.
Eles não tinham tempo sobrando.
Min Ha-rin reclamou internamente, mas não disse nada.
Depois de um tempo, o elevador parou e Joanna desceu primeiro enquanto falava.
— O 125º andar é a área de descanso dos caçadores. Tem restaurante, lounge, biblioteca, sala de karaokê, sala de jogos… Ah. Eles são um pouco pequenos, mas também há um campo de golfe e um cinema.
Hã? Parecia que não havia fim para as surpresas.
Ela não esperava que a área de descanso tivesse tantas instalações. Provavelmente apenas a América do Norte era assim em todo o mundo.
Olhando para Min Ha-rin e Leo que estavam olhando ao redor, Joanna continuou.
— Cada região esconde ao máximo informações sobre os caçadores americanos. Vocês sabem o porquê?
— Eu não…
— É porque a maioria das pessoas não gostariam de sair se viessem aqui. É claro que não impediríamos que os caçadores viessem. Afinal, este é um mundo onde a quantidade de terra é grande, mas as pessoas são escassas.
As pessoas também eram um recurso. Isso era basicamente o que Joanna estava dizendo.
Então eles viram os restaurantes.
Havia muitas variedades diferentes.
Ocidental, chinês, japonês. Havia até restaurantes coreanos.
Apenas o leve cheiro que emanava deles fazia suas bocas encherem de água. Os chefs desses restaurantes eram definitivamente de primeira classe.
Quando finalmente se sentaram à mesa, Min Ha-rin e Leo tentaram decidir o que comer. Então, Joanna deu um tapinha no ombro de Lukas.
— Posso falar com você por um minuto?
— …
Imaginando o que ela estava tramando, Lukas virou-se para olhar para Joanna, mas ela evitou fazer contato visual com ele. Parecia que o que aconteceu na limusine ainda estava em sua mente.
Ela queria falar sobre isso?
Não. Ela não tinha coragem de fazer isso no momento.
Ela preparou uma armadilha para ele?
Isso era ainda mais improvável.
Talvez ela realmente só quisesse conversar.
Lukas se levantou de seu assento.
— Vocês comam primeiro.
— Sim…
Min Ha-rin e Leo pareciam curiosos, mas escolheram ouvir seu Mestre.
Lukas e Joanna dirigiram-se para um salão a uma curta distância do restaurante. As paredes de vidro do salão davam aos clientes uma visão clara da cidade.
Haviam muitas cadeiras ali, mas Joanna não se sentou. Parecia que a conversa terminaria em breve.
— O presidente entrou em contato comigo. Ele disse para você encontrá-lo sozinho.
Joanna apontou para sua orelha enquanto dizia isso.
— Sozinho?
— Sim.
— …
Ele conhecia a personalidade de Neil. Então não estava surpreso por ele querer encontrá-lo sozinho sem Min Ha-rin e Leo.
Parece que ele queria ter uma conversa em particular.
— Você pode ir para o 177º andar. Bem, então. Isso é tudo.
Então, como se sua tarefa estivesse completa, ela se virou e tentou sair.
— Você não vai me acompanhar?
— O 177º andar é a sala privada do presidente. Não é permitida a entrada de pessoal não autorizado. Eu inclusa.
— …
— Eu cuidarei de seus companheiros. Então você pode voltar aqui quando terminar.
Lukas a seguiu com os olhos por um momento, então foi até o elevador e apertou o botão do 177º andar.
Quarto privado de Neil Prand.
Quando o elevador subiu, parou em outro andar.
Um homem entrou do 159º andar.
Era um homem de meia-idade vestindo uma jaqueta de motoqueiro e jeans. Ele tinha cabelos compridos que chegavam aos ombros, e sua barba crescia das costeletas até o queixo.
Mas assim que Lukas viu esse homem, ficou sem palavras.
Ele foi surpreendido.
Pode-se até dizer que ele ficou chocado.
— Uaaah.
O homem bocejou cansado enquanto levantava a mão para apertar o botão do térreo antes de baixá-lo novamente.
Vendo isso, Lukas rapidamente recuperou a compostura. Seus olhos se estreitaram ligeiramente.
Apenas o botão do 177º andar estava pressionado.
Em outras palavras, este homem também estava indo para o 177º andar.
Para a sala privada do Presidente da Associação que pessoal não autorizado não podia entrar.
Não… Esse não era o problema.
Olhando para as costas deste homem, Lukas falou.
— Ei.
— O quê?
O homem respondeu sem rodeios e sem olhar para trás.
— Qual o seu nome?
Só então o homem se virou para olhar para Lukas. Seus olhos pareciam calmos e desinteressados.
— Letip.
Ding—
Com o som da chegada, o elevador parou.