Embora estivesse lidando com os híbridos, a atenção de Lukas permaneceu em Kran e Gullard.
À primeira vista, parecia que ambos estavam travando uma batalha feroz, mas Lukas podia dizer que os dois ainda estavam escondendo trunfos.
Kran era definitivamente forte.
Lukas tinha a vaga impressão de que ele poderia ser um híbrido, mas algo nele era diferente quando comparado aos outros híbridos que ele acabara de exterminar.
Talvez Kran fosse realmente uma pista importante de como ele poderia enganar as leis do mundo.
Assim que ele teve esse pensamento, Kran desapareceu.
“Suas asas.”
No último momento, as asas de Gullard bateram com um som estranho. Então, ele se moveu a uma velocidade que nem mesmo Lukas conseguiu reagir antes de desaparecer com Kran.
Lukas não entrou em pânico quando isso aconteceu. Em vez disso, ele apenas procurou por quaisquer vestígios que Gullard havia deixado para trás.
Eles eram fracos, mas traços de sua energia demoníaca ainda estavam lá.
E Lukas concluiu que era o suficiente para localizá-lo.
— Urgh…
Kran cambaleou para ficar de pé. Seu corpo inteiro estava dolorido naquele momento.
Foi estranho. Sua condição não estava tão ruim pouco tempo atrás.
“Nós viajamos para um lugar muito distante.”
Ele foi trazido para lá pelo misterioso [teletransporte] de Gullard.
Era um quarto escuro e úmido, o que fazia parecer uma caverna gigante.
De repente, Kran sentiu alguém atrás dele. Desembainhando sua espada, ele rapidamente se virou.
— Hã?
Havia estátuas enormes. Se não fosse por sua excelente visão noturna, a pouca iluminação teria feito com que ele as confundisse com gigantes simplesmente por causa da pressão que cada uma delas exercia.
Havia um total de cinco estátuas. No entanto, apesar de seu enorme tamanho, cada uma delas foi delicada e elaboradamente esculpida.
Cada detalhe o fazia sentir que os melhores artistas do século colaboraram para fazer essas obras-primas.
Suas roupas eram únicas. Pareciam ter vindo da Idade Média ou como se fossem heróis de livro de fantasia.
Foi só então que Kran, que estava paralisado pelas estátuas, percebeu algo estranho.
— Adore-os.
Gullard emergiu da escuridão.
Toronto, Ontário, Canadá, América do Norte.
A maior cidade e centro econômico do Canadá estava agora em ruínas. Os prédios haviam desmoronado, uma fumaça ácida poluindo o ar.
As ruas estavam cheias de veículos capotados e cadáveres.
Para os canadenses, que viviam pacificamente há muito tempo, essa era uma visão horrível, mas para a Duquesa Rose, essa cena era tão familiar quanto o ar que ela respirava.
Ela tomou um gole de uísque escarlate enquanto calmamente olhava para a cidade em ruínas.
Com o copo na mão, ela desfrutou do banquete da matança que estava acontecendo abaixo dela. Quanto mais claramente ela se lembrava da aparência original deste lugar, mais estimulante era essa destruição.
Só de pensar nisso, um arrepio de prazer percorreu sua espinha.
— Vocês realmente são como baratas, não são?
Ela não estava falando sozinha.
Quando ela olhou para trás, seus olhos caíram sobre um menino que estava completamente amarrado e tremendo levemente.
Leo Freeman permaneceu em completo silêncio, sem reagir à voz sedutora de Rose.
Franzindo os lábios ligeiramente, Rose caminhou até Leo, seus saltos altos estalando suavemente no chão.
— Minha analogia está muito desatualizada? Ouvi dizer que os humanos descreviam oponentes persistentes como baratas.
Esse não era o caso. A expressão ainda estava em uso.
No entanto, as “baratas” de quem este Demônio estava falando eram os humanos na cidade que estavam tentando desesperadamente sobreviver.
Leo nunca concordaria com essas palavras.
— Por que… Por que você não me mata?
Leo mordeu o lábio ao dizer essas palavras.
Ele xingou internamente enquanto tentava parar de tremer. Isso porque o massacre que ela havia desencadeado estava claramente inscrito em sua mente.
Essa mulher, esse Duque Demônio que apareceu de repente em Toronto, destruiu quase todos na área assim que apareceu. Videiras vermelhas como sangue brotaram do chão e rapidamente drenaram o sangue de qualquer um que tivesse o azar de estar perto delas.
As vítimas também incluíam a pessoa que deveria ser o professor de Leo. Ele era um excelente Mestre que não estaria em desvantagem quando comparado aos famosos Guerreiros do Oriente. Infelizmente, seu oponente era um duque.
Com seus poderes transcendentes, ela simplesmente enrolou uma videira ao redor do corpo do homem antes de estourá-lo como um balão de água.
Em menos de um segundo, o caçador mais forte de toda a cidade se tornou uma poça de sangue.
Esta mulher era provavelmente um dos Cinco Duques.
Leo instintivamente percebeu esse fato. Ele só tinha ouvido falar deles por rumores. Seres que poderiam ser chamados de Grão-Duques. Seres que eram um nível superior aos Duques.
Ele não tinha pensado que eles realmente existiam, mas cada célula de seu corpo gritou no momento em que viu esta mulher.
Esta mulher era um dos Cinco Duques.
Em um curto período, ela aniquilou todos os caçadores na Filial Canadense antes de eliminar todas as outras pessoas na cidade.
Exceto por uma pessoa.
Leo era o único que restou.
“Patético.”
Ele pensou que tinha mudado.
Depois de conhecer seu Mestre, conhecer Min Ha-rin e derrotar Gerard.
Mas Leo sabia o que tinha feito quando Rose começou sua matança.
Ele congelou, como todas as outras vezes no passado, e só conseguiu mover seu corpo no fim.
Mesmo agora, Rose não havia liberado nenhum tipo de aura ou pressão intimidadora.
E, no entanto, Leo sabia que desmaiaria se relaxasse por um momento.
No entanto, de certa forma, isso era natural.
Afinal, este era Leo Freeman, alguém que congelava mesmo que seu oponente fosse uma Besta Demoníaca. E aquela que estava diante dele agora era alguém que estava no auge dos Demônios neste mundo.
Ele não desmaiou instantaneamente. Isso foi uma grande melhoria.
Claro, esse conhecimento não confortou Leo nem um pouco.
— Por que diabos você está fazendo isso? Você sabe quantas pessoas matou?
A voz de Leo tremeu um pouco enquanto ele falava.
Rose inclinou a cabeça para o lado com a pergunta dele, como se não tivesse certeza do que ele queria dizer.
— Do que você está falando? Eu não matei tantos. Na melhor das hipóteses, matei apenas alguns caçadores aqui.
Essas palavras deixaram Leo sem palavras por um momento.
O que ela quis dizer com não muitos?
Leo testemunhou pessoalmente centenas de pessoas morrendo nas videiras. E se ele contasse aquelas que não tinha visto, ele sabia que haveria pelo menos alguns milhares.
Toronto era uma cidade densamente povoada cujos moradores não estavam familiarizados com as medidas de evacuação a serem tomadas em caso de emergência.
Esta foi uma visão triste para Leo, que passou a maior parte de sua vida na Europa.
Eles desfrutaram da paz por tempo demais.
Quando Rose apareceu, o medo não foi a maior emoção que apareceu nos olhos das pessoas da cidade. Em vez disso, a descrença em seus olhos era maior.
Suas expressões diziam a mesma coisa, simultaneamente.
“Por que um Demônio está aqui?”
— Então por que você não me matou ainda?
— Porque há algo que eu quero perguntar a você.
— O que foi?
— Você.
Os olhos de Rose brilharam com uma luz sangrenta.
— Onde você aprendeu o Punho do Rei Guerreiro?