— !!
Quando Lukas começou a girar a maçaneta, de repente ele ouviu um barulho dentro do quarto. Ele parou por um momento, a maçaneta na mão, antes de abrir a porta ligeiramente.
— A-Ah. V-V-Você está aqui.
Joanna o chamou com uma expressão estranha. Ela estava sentada na cama e parecia um pouco nervosa.
Lukas fingiu não notar.
— Como você está se sentindo?
— E-Eu estou bem. Err. Mas, meu núcleo de mana parece ter se tornado um pouco maior.
— A experiência de ontem deve ter feito com que seu núcleo de mana se expandisse. Isso é um bom sinal.
Provavelmente traria bons resultados mais cedo ou mais tarde. Quando ele disse isso, Joanna respondeu com uma expressão brilhante.
— Sim!
— …
— Ah…
Então, sua expressão ficou nervosa mais uma vez.
Ela continuou olhando para Lukas com o canto do olho antes de respirar fundo e se virar para ele com uma expressão determinada.
— Ei, teria como—
— Frey, você está aí?
A porta se abriu e Elijah entrou.
Se olhares pudessem matar, Elijah morreria milhares de vezes enquanto Joanna olhava para ele com uma mão em seu coração acelerado. Ele não podia ter entrado em uma hora pior.
Mas Elijah não percebeu a reação dela quando se aproximou de Frey com uma expressão séria.
— Aí está você.
— Qual é o problema?
— Finalmente restauramos os equipamentos de comunicação aqui em Zinga. Usando os canais que você nos disse, estabelecemos linhas de comunicação com a Europa e a América do Norte.
— Entendo.
Elijah não veio aqui apenas para relatar isso. O olhar de Lukas lhe disse para continuar.
— E imediatamente recebemos uma ligação de emergência da América do Norte.
— Da América do Norte?
— Do presidente da associação, Neil Prand.
Elijah falou com uma expressão séria.
— Ele está procurando por você urgentemente.
— …
Depois de dar sua explicação, Elijah não disse nada por um tempo. Em vez disso, ele olhou para Lukas antes de falar com uma voz cautelosa.
— Há equipamento de dobra em Zinga também. É um modelo antigo e desatualizado, mas ainda deve ser funcional. Se você quiser sair agora, vamos começar a manutenção imediatamente… O que você pretende fazer?
O Quartel da América do Norte já havia dado sua aprovação. Eles ainda não reconheceram verdadeiramente a existência da Sol Cinzento, mas sob as ordens do Presidente da Associação, eles não expressaram nenhuma resistência em abrir um portal entre os dois lados.
Na opinião de Elijah, isso já poderia ser considerado bastante benéfico. Mesmo que fosse apenas temporário, eles conseguiram formar uma conexão com a América do Norte.
Ele ainda não gostava da atitude e comportamento deles, mas não negava a força do Quartel da América do Norte.
Ele não podia. Ele tinha que colocar sua razão na frente de suas emoções.
“Use o que estiver disponível.”
Para trazer a paz ao continente africano, ele estava disposto a jogar fora seu orgulho mil vezes.
Lukas curvou-se para ele e falou.
— Vou ter que pedir sua ajuda.
— Eu serei eternamente grato a você. Isso não é nada.
Elijah riu baixinho antes de sair do quarto.
— …
Depois que ele saiu, um silêncio pesado caiu sobre a sala. Lukas parecia perdido em pensamentos sérios.
Joanna olhou para ele por um momento antes de falar com cautela.
— Leo é o garoto que veio com você, não é?
— Sim.
Lukas respondeu com um aceno de cabeça.
Joanna ficou em silêncio depois disso, porque não sabia mais o que dizer.
Não. Na verdade, ela também estava bastante chocada.
“A filial canadense caiu.”
Claro, era apenas Toronto, Canadá, e não todo o território canadense que havia sido ocupado.
No entanto, essa notícia não foi menos chocante. Afinal, Joanna sabia quem era o Gerente da Filial de Toronto.
Marcel Morgan.
Um Guerreiro de Rank Mestre e Presidente da Filial Canadense. Ele também era um dos membros mais influentes do conselho que realmente controlava a América do Norte.
Ela só o encontrou uma vez durante uma reunião no Quartel da América do Norte. Naquela época, ele refutou diretamente as palavras de Neil Prand e compartilhou seus pensamentos sem recuar. Parecia também que Neil estava relutante em ir contra ele abertamente. Mas ficou claro que a relação entre os dois não era boa.
O fato de poder se opor diretamente ao Presidente da Associação mostrava que ele não era um homem fraco. Ele não era um homem que morreria facilmente.
Ou, pelo menos, teria sido esse o caso se seu oponente não fosse um dos Cinco Duques…
Joanna estremeceu.
Foi apenas por um momento, mas ela sentiu o poder que Gullard liberou quando ficou sério.
A única expressão que ela conseguia pensar para descrevê-lo era “desastre natural”. Para ser honesta, Joanna ainda não conseguia acreditar que aquele monstro estava morto.
Depois de desmaiar, ela teve um pesadelo terrível. Ela sonhou que se tornara um cadáver enrugado depois de todo o seu sangue ter sido sugado por Gullard.
“É por isso que eu queria voltar para a América o mais rápido possível.”
Depois de ter esse pensamento, Joanna não pôde deixar de se sentir um pouco deprimida com o quão covarde ela era.
“Os Cinco Duques…”
Os Demônios de classificação mais alta, que estavam se movendo nas sombras antes que sua existência fosse finalmente revelada não muito tempo atrás.
Era um bom sinal? Ou era ruim?
Ela se virou para olhar para Lukas mais uma vez.
— …
Ao contrário de Joanna, que estava apavorada, não houve mudanças na expressão de Lukas. Mesmo que ele tenha ouvido tudo o que Elijah disse.
A expressão dele a fez se sentir estranha.
Ela não conseguia dizer se ele estava chocado, chateado, ou se ele não se importava.
Lukas então virou os olhos para olhar para Joanna. Mas assim que seus olhares se encontraram, Joanna desviou o olhar, seu coração batendo forte. Como ela estava agora, não se atrevia a encontrar o olhar de Lukas.
Depois de tossir um pouco para recuperar a compostura, ela abriu a boca.
— Primeiro… Devemos voltar para a América.
Lukas assentiu.
— O quê?
Rose, a Duquesa Rose, perguntou enquanto olhava para a figura sombria de um homem diante dela.
Suas pupilas estavam dilatadas por causa da notícia chocante que acabara de ouvir.
Azazel, a figura borrada na frente dela, repetiu suas palavras.
[Gullard está morto.]
— Isso…
Ele estava falando sério?
Rose se conteve antes que pudesse fazer essa pergunta. Porque ela sabia que o homem na frente dela nunca mentiria ou brincaria. Especialmente sobre algo tão sério como a morte de um dos Cinco Duques.
Rose mordeu o lábio antes de perguntar.
— Quem diabos fez isso?
[Lukas Trawman.]
Rose congelou um pouco quando ouviu esse nome. Ela olhou para Azazel com uma expressão incrédula.
— O que você disse?
[Lukas Trawman matou Gullard. Rose, se você descobrir a localização daquele homem, não tente enfrentá-lo sozinha. Não somos páreo para ele.]
— …
[Esta é uma ordem direta do próprio Rei. Matar aquele homem é trabalho do Rei.]
No entanto, a expressão de Rose não mudou muito. Ela mordeu a unha e parecia perdida em pensamentos.
Lukas Trawman. Esse era um nome familiar.
Ela sabia quem ele era. Claro que sabia.
Aquele homem era alguém que ocupava uma posição que Rose desejava muito.
“Mas por que o rei quer matá-lo?”
Ela não pôde deixar de ter uma sensação estranha sobre isso, mas foi rapidamente seguida por uma profunda sensação de prazer.
E se…
E se ela matasse aquele homem?
Não só ela seria capaz de satisfazer seu próprio desejo, mas até mesmo ajudar o rei…
Ela cortou esse pensamento antes que pudesse ir mais longe.
[Você está conosco há muito tempo…]
Rose estremeceu levemente quando ouviu a voz profunda de Azazel.
[E houve muitas vezes em que você não seguiu as ordens do rei.]
Quando ela levantou a cabeça, seus olhos frios a fizeram congelar.
[Neste caso, tal atitude não poderá ser descartada como uma individualidade ou um desvio. Será considerado como desobediência total. Entendido? Este assunto é muito delicado para o Rei, então não faça nada estúpido. Este é o meu primeiro e último aviso para você.]
Rose engoliu em seco antes de forçar um pequeno sorriso.
— Você não precisava dizer tudo isso. Eu sei.
[Espero que sim.]
Depois de dizer essas palavras, a figura embaçada de Azazel começou a desaparecer.
— Azazel, espere. Você está com Sua Majestade agora?
[O Rei não está aqui agora.]
De novo?
— Ele entrou em reclusão novamente?
— Não é isso. Eu não sei os detalhes. Só que ele foi para a Ásia. O que foi? Há algo que você precisa relatar ao rei?
— Aquele…
Rose de repente fechou a boca antes de balançar a cabeça.
— Não. Não é nada.
[…]
Ela fez uma careta quando Azazel lhe deu um olhar silencioso.
— Vou contar a ele pessoalmente mais tarde. Tem algum problema, Lorde Grão-Duque?
[Claro que não. Você também é um duque. Você naturalmente tem o direito a uma audiência.]
Azazel provavelmente percebeu que Rose estava escondendo algo, mas ele não tentou pressioná-la. Ele já tinha dito a ela. Este era seu primeiro e último aviso. As consequências do que quer que Rose fizesse seriam dela.
Sss…
Não foi até Azazel ter saído completamente que Rose se virou.
Lá, ela viu Leo, que estava coberto de vinhas.
— …
Essa situação.
Ela pode ser capaz de fazer uso dele.
Um sorriso agradável se estendeu pelos lábios de Rose.
Nas instalações subterrâneas abaixo da Torre Pilsky.
Este não era um espaço subterrâneo comum. Era um espaço que se estendia vários quilômetros abaixo da superfície.
Poucas pessoas conheciam esse lugar. Vários dos construtores que construíram este lugar foram deliberadamente selecionados, e até tiveram suas memórias alteradas posteriormente.
Claro, Neil Prand, o Presidente da Associação, conhecia este espaço, bem como o seu propósito.
Esta instalação subterrânea tinha até um elevador especial que ligava diretamente aos aposentos do presidente no 177º andar.
E esse elevador estava atualmente em uso.
Ding—
O elevador parou e a porta se abriu.
Um corredor áspero com iluminação fraca foi revelado. O destino de Neil era a sala de comunicação, que ficava no final desse corredor.
Mas ele parou de andar antes de chegar muito longe. Isso porque ele encontrou alguém parado no meio do corredor.
Imperturbado, Neil simplesmente olhou para ele antes de finalmente abrir a boca quando as portas do elevador se fecharam.
— O que você quer?
— Só estou curioso. Por que você está aqui?
Depois de dizer isso, Letip deu um passo à frente.
— Você tem uma pergunta? Achei que você fosse onisciente.
— A omnisciência não é um conceito sobre o qual os mortais devam falar descuidadamente.
— …
Letip sorriu por um momento antes de apontar para a sala de comunicação.
— Você não esteve nesta [Sala de Comunicações] onde você contata Demônios por um tempo. O que o traz aqui agora?
— Você espera que eu responda?
— Não. Mas pelo que eu sei, você disse a Lukas que não entraria mais em contato com os Demônios.
— …
Isso não era algo que ele tinha falado na presença de Letip.
Mas Neil não ficou surpreso. Em vez disso, ele falou com uma expressão aborrecida.
— Você espionou.
— Eu não queria ouvir. Suas vozes vazaram e aconteceu de eu estar por perto.
— Neste mundo, isso se chama espionar.
— Entendo.
— E isso não é algo que você tem que se preocupar.
A voz de Neil estava fria.
— Se você não tem mais nada a dizer, pode ir embora? Estou com pressa.
— Certo.
Não se importando com sua atitude, Letip sorriu antes de dar um passo zombeteiro para o lado e desaparecer.
Neil não tinha certeza se ele realmente tinha saído ou se ainda estava por perto.
Se Letip quisesse se esconder, Neil Prand não teria como encontrá-lo.
Então ele decidiu parar de se preocupar com isso.
Letip, como sempre, era alguém movido apenas por seu interesse pessoal. Tentar entender suas intenções só lhe daria uma dor de cabeça. Era melhor deixá-lo fazer o que queria sem se importar com isso.
Felizmente, ele nunca parecia estar muito interessado no que Neil estava fazendo.
Depois de escanear sua impressão digital, escanear sua íris, e a senha, a porta se abriu.
Dentro desta sala havia um pequeno computador. O monitor era do tipo de monitor CRT que foi descontinuado à medida que a ciência avançava.
Clique.
Quando ele clicou em um botão, o monitor se acendeu. Como se estivessem esperando, a figura de uma pessoa apareceu na tela.
[Já faz tempo desde a última vez que entrei em contato com você. Você está atrasado.]
A qualidade do vídeo estava muito ruim e a imagem estava embaçada. No entanto, as feições da figura lhe permitiram reconhecer imediatamente quem eram. Era ninguém menos que Rose, a Duquesa Rose, que apareceu na tela.
— Você esqueceu a situação?
[Eu matei alguns, mas não muitos.]
— …
O olhar de Neil afundou ligeiramente. Então, ele falou seco, indo direto ao ponto.
— Me diga o que você quer.
[Você vê esse menino?]
A imagem virou ligeiramente e ele viu Leo pendurado em vinhas.
[Eu quero que você encontre a pessoa que lhe ensinou o Punho do Rei Guerreiro e mande-a aqui.]
Neil não sabia o que era o Punho do Rei Guerreiro.
Mas ele sabia quem era o Mestre de Leo.
— Ele não é alguém com quem você possa lidar.
[Eu te perguntei isso?]
A voz de Rose tornou-se desagradável.
[Você só precisa responder. Assim como antes. Você vai fazer isso ou não?]
Neil pensou por um momento.
— Ele não está na América agora. Vai ser um pouco difícil, mas vou mandá-lo o mais rápido possível.
[Bom garoto, Neil Prand.]
Rose sorriu brilhantemente para Neil.
[Nosso acordo continuará por enquanto.]
— …
Neil não respondeu, e o monitor ficou em branco mais uma vez. Ele ficou sentado na escuridão por um tempo.
— Tudo pela América.
Depois de solidificar sua determinação, Neil se levantou de seu assento.