— … — A carranca de Gi Gyu se aprofundou conforme a energia mágica se aproximava. Como se reagisse a isso, a energia mágica dentro dele começou a ferver, o que indicava que pelo menos uma das figuras que se aproximavam era poderosa.
— Ele deve ser tão poderoso quanto os reis do inferno — murmurou Gi Gyu.
— Concordo, Mestre — respondeu El suavemente.
As outras figuras que cercavam esse ser poderoso eram comparativamente mais fracas, mas algo parecia estranho.
— Não sinto nenhuma hostilidade por parte deles — anunciou El. O grupo de fato não emanava nenhuma energia negativa; quase parecia que eles estavam se rendendo. À medida que o grupo se aproximava com cautela, começou a revelar sua energia gradualmente.
Mesmo assim, Gi Gyu não gostou disso.
‘Eu esperava ver El sorrir hoje. Já faz muito tempo que não a vejo feliz’, Gi Gyu estava chateado porque a chegada do grupo havia arruinado seu plano. O que eles queriam dele?
— Acho que não vou gostar deles — disse Gi Gyu.
— …? — El olhou para ele, confusa. O grupo que se aproximava claramente não tinha nenhuma hostilidade em relação a eles. Então, por que seu mestre estava chateado com um grupo que aparentemente queria se render?
‘Ele parece… desapontado?’ El pensou. Ela estava se perguntando sobre o humor de seu mestre quando ouviu a voz de Gi Gyu.
— Vamos embora — ordenou Gi Gyu. — Se este grupo enlouquecer, Roma será destruída novamente. Alberto se esforçou muito para restaurá-la, então não vamos estragar tudo. Devíamos ir para outro lugar.
— Sim, mestre.
Assim que Gi Gyu ouviu a resposta de El, ele começou a se mover.
— … — El olhou para as costas de Gi Gyu com um sorriso antes de segui-lo.
No escuro Coliseu, um portal azul, a porta para o Éden, dançava brilhantemente. O Coliseu se tornou o marco do Éden, por isso a entrada era estritamente proibida para não-jogadores. Algum dia, quando a situação se estabilizasse, esta atração turística reabriria, mas atualmente apenas um punhado de pessoas com permissão de Gi Gyu poderia entrar no local. Até a Associação de Jogadores Italianos já não estava aqui, pois estava mudando a sede.
As criaturas de Gi Gyu e jogadores leais a ele se esconderam na escuridão do Coliseu e no portal. Gi Gyu e El ficaram na frente dele.
— Eles estarão aqui em breve. — Gi Gyu levantou a mão. Quando ouviu suas criaturas falarem com ele em sua cabeça, Gi Gyu respondeu: — Vou ficar bem. Todos vocês podem retornar agora.
Eles lhe pediram que os deixasse ajudá-lo, mas ele ordenou que fossem embora. Nenhum deles protestou, e obedeceram rapidamente.
— Eles são tão obedientes — Gi Gyu sussurrou satisfeito. As criaturas de Gi Gyu e os jogadores escondidos nas sombras para proteger o Coliseu desapareceram rapidamente. Já que Gi Gyu estava aqui, não fazia sentido eles ficarem.
Depois que eles partiram, a energia mágica de Gi Gyu começou a ferver novamente.
— Eles estão me cumprimentando? — Gi Gyu se perguntou, sentindo o grupo desconhecido se aproximando. Quando o grupo entrou lentamente no Coliseu, sem hostilidade, Gi Gyu se sentou em uma cadeira e esperou com El.
Um momento depois, El anunciou: — Eles chegarem.
Um grupo de cem pessoas entrou no Coliseu. Todos eles eram poderosos, com uma quantidade incomum de energia mágica. Eles hesitaram momentaneamente quando viram Gi Gyu e El, mas depois caminharam em direção a eles.
À medida que se aproximavam, o luar brilhou sobre eles, revelando que eram demônios do inferno. Assim como suas energias, suas aparências apontavam para sua verdadeira identidade. Embora a maioria estivesse em sua forma humana, alguns pareciam abertamente demoníacos. Gi Gyu agora tinha muita experiência em usar seu Olho Maligno, então podia vê-los como eles eram.
O líder do grupo cumprimentou: — Como vão?
Este homem era magro e apesar de ter feições vagas, deixou uma grande impressão em Gi Gyu. Ele não gostava do cabelo comprido e sujo do homem, mas tinha que admitir que esse demônio era poderoso.
‘Ele é enorme.’ Gi Gyu pôde ver a forma original deste homem. A energia do demônio poderia preencher todo o Coliseu – outra prova de que ele era poderoso – e ele tinha uma cauda visivelmente longa.
‘Creio que ele seja mais forte que Belphegor, Leviatã e Asmodeus’, pensou Gi Gyu. Havia uma hierarquia clara entre os reis do inferno, então os de cima eram obviamente mais fortes do que os de baixo.
‘E este também não é um clone.’ Normalmente, os clones do rei do inferno ficavam paralisados ou não conseguiam pensar com clareza. Além disso, como a energia mágica deles era uma mistura de várias energias, era bastante fraca.
Mas o demônio diante deles não tinha as características de um rei clonado.
— Você é um rei? — perguntou Gi Gyu. Sua forma humana sugeria que ele era o mais fraco entre todos, mas ele era, na verdade, o mais forte do grupo.
O demônio se curvou com um gesto elegante e cumprimentou: — Olá.
Os demônios atrás dele seguiram o exemplo e se curvaram profundamente. O líder deles, ainda se curvando, ergueu os olhos para se apresentar: — Meu nome é Mamon.
Este demônio se ajoelhou diante de Gi Gyu e implorou: — Por favor, nos aceite, Nosso Verdadeiro Rei.
— … — Gi Gyu observou o demônio com um poder incomum. Então, ele se virou para Lou e murmurou: — Por que você insiste em estar nessa forma…?
Lou ainda estava em sua forma infantil, olhando para o grupo de demônios com os braços cruzados. Era uma visão engraçada à primeira vista, mas a energia que Lou emanava não era brincadeira.
— Ugh… — os demônios recém-chegados gemeram enquanto o poder de Lou os pesava. Era difícil acreditar que tal energia pudesse vir de um menino.
Mas um deles não parecia afetado. Ele murmurou: — Sua aparência mudou muito, Senhor Lúcifer.
— Então você nem vai mais me chamar de ‘Rei’? — Lou fez beicinho de aborrecimento.
— … — Mamon, o único capaz de suportar a energia de Lou, franziu a testa em confusão.
Lou olhou para ele e disse: — Bem, acho que aquele a quem você veio aqui para confiar seu corpo não sou eu. Então suponho que não queira criar um mal-entendido desnecessário.
— … — Parecia que o palpite de Lou estava correto porque Mamon olhou para baixo sem dizer uma palavra.
— Ugh… — No final das contas, até mesmo Mamon não conseguiu suportar a energia opressiva de Lou e se ajoelhou no chão como os outros do grupo.
— Humph. — A energia mágica de Lou se tornou ainda mais poderosa.
— Ugh… — Os demônios começaram a gemer de dor, mas Lou logo retraiu sua energia. Os demônios, incluindo Mamon, finalmente se levantaram.
— Bem, estou saindo agora. Tenho certeza que o resto… — Lou se virou para olhar para Gi Gyu — … ele vai cuidar.
Gi Gyu continuou a olhar para os demônios enquanto Lou se virava e ia embora. Coçando a cabeça, Gi Gyu caminhou em direção aos demônios. Essas criaturas não eram como aqueles demônios de baixo nível que ficaram do lado da guilda Caravan e roubaram os corpos dos jogadores. Todos eram demônios de alto nível, detentores de Assentos de Poder, com seus próprios exércitos. O grupo tinha apenas 100 demônios, mas ele tinha certeza de que muitos outros estavam por trás deles.
‘Os subespaços deles contêm incontáveis demônios.’ Ele podia sentir que havia mais demônios aqui do que conseguia ver. Gi Gyu chamou Lou por causa do líder deste grupo.
— Então você disse que seu nome é Mamon? — perguntou Gi Gyu condescendentemente. Ele não se incomodou em mostrar qualquer respeito. Ele era o mais forte aqui, então não fazia sentido.
— Sim… Meu Rei — disse Mamon.
— Por que está aqui? — perguntou Gi Gyu. Mamon ainda não havia explicado nada. Gi Gyu estava apreciando a vista de Roma com El quando este grupo chegou de repente. A única coisa que Mamon lhe disse até agora foi que ele e seus demônios queriam confiar seus corpos a Gi Gyu.
Então Gi Gyu trouxe todos eles para o Éden.
Ele os observou atentamente por um tempo, durante o qual os demônios sentiram como se estivessem sendo dissecados.
— Se veio aqui para pedir um favor, não deveria se mostrar primeiro? — O espaço começou a vibrar no segundo que Gi Gyu terminou sua frase.
— Ugh… — De repente, incontáveis mais demônios apareceram no Éden. Cada um deles estava ajoelhado no chão. Por estarem em um campo vasto, não parecia superlotado.
‘Dez mil deles…’ Gi Gyu contou rapidamente os demônios e ficou chocado com o número. Havia mais do que ele esperava. Era porque o grupo de cem demônios era tão poderoso que eles podiam esconder tantos mais fracos?
Gi Gyu forçou os demônios ocultos a se mostrarem, cujo número o surpreendeu. Mamon não tinha ideia de que Gi Gyu poderia destruir o subespaço e forçar o resto dos demônios a sair. Ele não conseguiu esconder seu choque e medo quando implorou: — Minhas desculpas… não tive a intenção de aborrecê-lo de propósito.
Mamon continuou: — Achei que trazer muitos demônios aqui poderia confundi-lo.
Ele não estava mentindo.
‘Ele está com medo.’ Gi Gyu presumiu que fosse em parte por causa dele, mas suspeitava que houvesse outro motivo.
Gi Gyu perguntou: — Por que você está tremendo? Isso tem algo a ver com o motivo de você estar aqui para confiar seu corpo a mim?
— V-você poderia… por favor, retirar seu poder primeiro? — Mamon implorou e Gi Gyu atendeu. Todos os demônios estavam ofegantes, provavelmente exaustos de suportar a demonstração de poder de Lou e Gi Gyu.
— Vá em frente. Explique-se. — O tom dele não foi áspero, mas também não foi gentil. Ele estava, de fato, interessado no que estava acontecendo aqui.
‘Quando procuramos por eles, não conseguimos encontrar vestígios deles em lugar nenhum. Mas agora, ele realmente veio até mim voluntariamente.’
Costumava haver sete reis do inferno, e Gi Gyu sabia o que havia acontecido com a maioria deles. Satã estava dentro do corpo de Ha Song-Su junto com Cronos. Belphegor e Leviatã estavam mortos. Asmodeus estava em pedaços, um dos quais pertencia a Shin Yoo-Bin agora.
E, claro, Lou estava com Gi Gyu.
Os dois últimos que eles não conheciam eram o rei da gula, Belzebu, e o rei da ganância, Mamon. E parecia que o rei da ganância havia levado seus demônios para se renderem a Gi Gyu.
Algo deve ter acontecido. Só então, Gi Gyu se lembrou do que Gabriel havia lhe contado.
— Andras e Cronos têm objetivos diferentes.
Gi Gyu estava planejando usar essa informação no futuro, mas então Mamon apareceu em sua porta abruptamente.
— Se há algo que queira, só diga — ordenou Gi Gyu.
Mamon se encolheu. Ele viveu muito tempo e ninguém falou com ele assim. Pelo contrário, ele sempre foi quem tinha autoridade. Ele esteve diante de demônios implorando por misericórdia inúmeras vezes. Em situações como essa, ele lhes diria que os deixaria viver se provassem o seu valor.
Como o rei da ganância, foi assim que Mamon encontrou demônios dignos de se juntarem a ele. Ele costumava exigir coisas dos outros.
Mas agora a situação havia virado. O homem parado à sua frente, Kim Gi Gyu, estava olhando para ele com uma expressão ilegível nos olhos. Mamon estava agora em uma situação em que precisava provar seu valor.
Gi Gyu exigiu novamente: — Pedi que você se explicasse.
Para Mamon, Gi Gyu parecia mais maligno do que qualquer demônio.