A manhã estava brilhante, e a luz do sol brilhante exibia a tragédia à vista. A Casa de Leilões Tyroul, que havia se erguido sobre seus edifícios circundantes com sua presença imponente, não estava em lugar algum. Montes de pedra estavam empilhados no chão, e apenas as partes da estrutura que mal permaneciam eretas mostravam traços de sua glória passada.
Muitos cavaleiros e soldados estavam reunidos no lugar onde a casa de leilões costumava estar. O edifício, que simbolizava Tungel, foi completamente esmagado em uma noite. Claro, as pessoas começaram a investigar. E entrevistando os sobreviventes, os investigadores desenterraram a verdade do assunto: um cara que andava por aí montado em uma carruagem dourada de repente enlouqueceu. O suspeito era um homem chamado Wips Midas.
— Ha! Não é perfeito? — Zich tomou um gole da cerveja — Vão pensar que foi o Midas quem causou. Bem, é verdade. Não bati em ninguém ou danifiquei um prédio desta vez.
— Eu pensei que você mesmo tivesse a destruído mais tarde — comentou Lyla.
— Não pôde ser evitado. Ele estava se esforçando para me matar. Não é como se eu pudesse ficar parado. Bloqueei desesperado, e você não vai acreditar o quão rápido ele evitou todos os meus ataques. Você sabe, eu não queria levar o prédio junto.
— E eu não sei? — Bufou ela — Mas estou feliz que tudo deu certo e de acordo com seus planos.
— Não foi muito difícil. Na verdade, nem era um plano perfeito. Fiquei mais relaxado por conta de um elemento principal ao nosso favor: a confiança absoluta de Midas em sua habilidade.
Lyla lembrou o que sabia sobre Midas. Mesmo que nunca tivesse conversado ou interagido com ele, sabia do seu tipo arrogante.
— Quando ele nos espionou da barra de ouro, deve ter pensado que nos tinha completamente. Então, mesmo quando notou algo errado, ignorou, resultando na devastadora humilhação e derrota dele.
Naquele momento, ouviram uma batida. A porta se abriu e Hans e Snoc entraram.
— Estamos de volta!
— Como foi?
Hans e Snoc colocaram os lanches que haviam comprado do lado de fora na mesa. Então, relataram a atmosfera geral da cidade.
— Está caótica, senhor. As únicas coisas que as pessoas falam quando se reúnem são a razão por trás da destruição da casa de leilões, ou se este incidente irá prejudicá-los. Eles até se preocupam com as perdas econômicas da cidade.
— Chegaram em alguma razão?
— Há muitos rumores de que encontraram itens perigosos dentro. Dizem que alguns dos funcionários sobreviventes foram presos.
No máximo, os rumores não eram confiáveis e circulavam pelo mercado. No entanto, se houvesse alguma evidência circunstancial combinada com esses rumores, forneceria uma base lógica para uma investigação mais aprofundada.
— Suponho que nem todas as pessoas de alto escalão de Tungel faziam parte dela.
— Parece que a prefeitura também está chocada, senhor. E não só porque ela foi destruída.
Uma pessoa normal ficaria chocada ao ouvir que um leilão estava ocorrendo tarde da noite, quando não deveria estar aberto, e mercadorias incomuns estavam sendo trocadas lá.
Zich havia deixado para trás todos os bens que ainda não haviam sido vendidos no mercado negro. Enquanto guiava os ataques de Midas, se moveu de uma forma que não infligiria nenhum dano ao local onde as mercadorias estavam armazenadas para que pudesse ler os movimentos dos investigadores depois que as achassem.
— Eu tenho que verificar um pouco mais, mas os caras que dirigem o mercado negro com certeza sofrerão por um tempo agora.
— Você vai encerrar o assunto com isso? —perguntou Lyla.
— Por quê? Acha que vou para a prefeitura e matar todos os envolvidos?
— Te conhecendo, definitivamente vai — respondeu, e Hans e Snoc endireitaram o pescoço.
— Não é como se eu saísse por aí dizendo que iria exterminar toda a injustiça do mundo. Estou satisfeito em destruir a casa de leilões e ferrar com Midas, e os participantes também foram presos. Além disso, não parece que toda a cidade seja ruim.
— Terminou os negócios em Tungel, então?
— O importante, sim. Por quê? Quer dar uma olhada nas ruínas?
Lyla assentiu. Ele, sabendo da curiosidade dela em relação às ruínas, deu o aval.
— Não temos mais problemas para resolver, então não importa. Mas como nem tudo acabou ainda, vamos fazer isso depois.
— Ainda tem o que fazer?
— Apenas duas pequenas coisas. — A porta do quarto se abriu naquela hora, atraindo a atenção dele — Provavelmente terminarei com uma delas em breve.
— Eu achei!
Era Leona. Ela havia chegado com tanta pressa que seu cabelo estava uma bagunça. No entanto, seus olhos geralmente puros e até ligeiramente atordoados pareciam enfurecidos.
— Bom. Vamos — disse Zich.
— Encontrou alguém ou algo assim? — questionou Lyla, os seguindo. Hans e Snoc também tentaram descobrir a situação olhando em volta.
— É algo simples— respondeu Zich enquanto tirava a Windur — Suponha que tropecei em um tesouro muito caro e deixei em uma loja para que vendessem para mim. Cheio de esperança e antecipação da futura riqueza, deitaria na cama. Mas então, vem a terrível notícia de que a loja desabou.
A essa altura, ela havia descoberto do que ele estava falando.
— Então o que aconteceria?
— Sem mesmo colocar minhas roupas corretamente, eu correria como um louco para a casa de leilões, para verificar se os rumores eram verdadeiros — continuou Zich.
— Encontrou? A pessoa que roubou a Lágrima do Lago? — Olhou para Leona; estava ainda mais segura de sua resposta quando viu o rosto vermelho da elfa.
A elfa assentiu. Zich se moveu ao lado dela e se virou para Lyla, Hans e Snoc, perguntando: “há alguém que queira vir? Só estou perguntando. O pior que é provável de acontecer que eu enterre um ladrão, então vocês não precisam se preocupar muito com isso.
— Eu vou. — Lyla levantou o cajado que eles haviam comprado recentemente.
— Senhor, nós também vamos — disse Hans, e Snoc acenou com a cabeça em concordância.
— É mesmo? Então vamos todos juntos— disse Zich enquanto olhava para Leona. — Sra. Leona, por favor, nos guie. Vamos matar o cara.
O homem estava cheio de desespero. Os pedestres estavam cercando a casa de leilões — não, onde a casa de leilões costumava estar. Vários guardas estavam bloqueando as pessoas de entrar além de uma área definida, mas o homem ainda podia ver facilmente o estado devastador da casa de leilões. Ele passou por multidões de pessoas e mal conseguiu alcançar um dos guardas.
— Ah! — Mesmo que vários pensamentos estivessem girando dentro de sua mente, este foi o único som que saiu de sua boca. Toda a força saiu de suas pernas e ele mal conseguiu impedir que seu corpo caísse.
“M-meu…!”
Seu trabalho, conexões e relacionamentos foram todos destruídos por suas próprias mãos, e a única coisa que restou foi sua vida lamentável. Ele havia dado tudo para viver o resto de sua vida em riqueza. Para aquele acerto, fez uma aposta perigosa, e foi bem-sucedida. Tudo o que restava para ele era transformar os resultados em dinheiro. Ele também estava confiante sobre isso. A mercadoria da tribo de elfo requer tanto?
Não era como se ele nunca tivesse pensado que falharia em alcançar seu objetivo. Era só que, em todas as possibilidades que ele havia imaginado, ele nunca havia imaginado um cenário em que toda a casa de leilões estivesse em ruínas como essa. Sua aposta de trocar tudo o que tinha para viver uma vida de riqueza no futuro havia voltado para ele com o pior resultado possível.
Talvez ele pudesse pelo menos recuperar o item que colocou em leilão. Mas as vozes por trás dele acabaram com esse pensamento desejoso.
— Ouvi dizer que um leilão aconteceu ontem à noite. Por que haveria um leilão no meio da noite?
— Aparentemente, itens perigosos e horríveis estavam sendo colocados em leilão na noite passada. É por isso que os funcionários estão sendo capturados e as coisas estão ficando loucas.
— É por isso que a casa de leilões desabou?
— Eu não sei. Mas você não acha que está relacionado a isso? Se não, por que uma casa de leilões comum se transformaria em ruínas como esta durante a noite?
— Então, o que eles vão fazer com os itens para leilão na noite passada?
— Alguns deles foram confiscados, e alguns parecem ter desaparecido. Alguns deles podem ter sido enterrados sob esses escombros.
— Os proprietários provavelmente não conseguem encontrá-lo, certo?
— O que você quer dizer com encontrar? Como um leilão como esse é ilegal, todos que participaram do leilão na noite passada estão sendo investigados.
— Droga! — pensou o homem.
Em vez de encontrar seu item, ele pode ser capturado pelos funcionários da cidade. Ele reprimiu as lágrimas e se virou. Mesmo que ele tivesse investido toda a sua vida nesta aposta e as coisas tivessem acabado assim, ele não poderia jogar sua vida fora. ‘Eu tenho que viver”. Se eu continuar vivendo, outra oportunidade surgirá com certeza.
O homem deixou Tungel no mesmo dia. No início, ele estava preocupado que um funcionário da cidade pudesse vir pegá-lo, mas quando ele se afastou da cidade, sua preocupação desapareceu. Foi quando ele chegou a um caminho de montanha, no entanto… Algo de repente deu um soco na cara dele. Ele nem teve tempo de gritar, e seus arredores giraram. Toda a força deixou seu corpo e ele desabou no chão. Alguém estava caminhando em direção a ele.
O indivíduo puxou o homem por cima do ombro e o arrastou para a floresta. Seu movimento áspero e descuidado não mostrou nenhuma preocupação com o sustento do homem. O homem estava pendurado sobre o ombro do indivíduo, e vários galhos e plantas o atingiram diretamente no rosto.
O homem foi jogado em um lugar aleatório na floresta. Ele ainda estava desorientado, então ele rastejou como um cachorro grande. Mas depois de algum tempo, seus olhos se concentraram e ele voltou a si. Havia pessoas ao redor dele.
— Q-quem é você?! —gritou o homem, tremendo de medo. Era óbvio que eram seus sequestradores. O grito era apenas um grito desesperado para se proteger, e ninguém se assustava com eles.
— Uau, o mundo realmente se tornou melhor, para os vigaristas serem capazes de gritar tanto — Alguém falou, caminhando a Zich, que “massageou” o cabo da espada, observando: — Victor Scholl. Estou certo?
— Ele me conhece? — Scholl pensou.
Não foi um grupo de bandidos aleatórios que o sequestrou para conseguir algum dinheiro. O medo no rosto de Scholl aumentou em outro grau. Ele deixou escapar: “e-eu posso perguntar… quem vocês são?”
— Ah, você não precisa saber. É que temos alguém aqui que quer te conhecer. — Zich deu um passo para trás.
— Já faz um tempo, Scholl — falou uma das pessoas que o cercou.
— Você…! — Ele ficou chocado. Estava muito familiarizado com a elfa na frente dele.
— Sim, sou eu. Leona. Você ainda não me esqueceu, não é?
— L-Leona… — Com medo intenso em seus olhos, ele olhou para ela, sorrindo de um modo estranho — Q-quem… essas pessoas são suas amigas? Então tudo isso deve ser uma brincadeira. Mas espero que você possa parar com essa pegadinha. Eu realmente pensei que tinha sido sequestrada e quase mijei nas calças.
— Não, isso não é uma brincadeira. — Ela balançou a cabeça e olhou para Scholl enquanto dizia: — Assim como não foi uma brincadeira de verdade quando você me disse para roubar a Lágrima do Lago.