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The Regressed Demon Lord is Kind – Capítulo 220

Capítulo 220

Lyla virou para a esfarrapada próxima página. Se colocasse um pouco mais de força, talvez rasgaria todas as inúmeras letras que estavam lá havia séculos. Assim, tomou muito cuidado. Estava onde a luz do sol não alcançava, e precisava ser iluminada por velas sobre a longa mesa.

Ela fechou o livro, levantando poeira. Então olhou para a capa do centenário livro, desgastada e áspera ao toque.

— Descobriu algo? — proferiu Zich, andando até ela por trás.

— Você veio?

— Ouvi dizer que está aqui desde cedo. Uma maga de curiosidade incontrolável, pelo visto. — Ele se sentou na frente dela.

— Isso lá é algo que deveria estar dizendo? Você também veio, mesmo que ainda esteja cedo. Como está?

Ele teve ferimentos graves na última batalha. Não eram mortais, mas não podia ignorá-los.

— Estou bem. E se não ficasse depois de tantas poções, teria ido aos karuwimans reclamar delas.

— Vindo de você, não duvido.

— É uma piada, uma piada. Não tenho a intenção de agir assim com eles.

Enquanto o Exterminador da Tásnia e a santa estivesse de olhos bem abertos, ele não iria se opor a eles.

— A propósito — com a resposta tanto brincalhona quanto série dele, ela riu —, não achei que você ficaria tão prejudicado depois da luta. Foi uma surpresa, considerando que quando você não batia, ele apanhava.

— Como falei, não foi por causa do Renu.

A razão foi a sua própria mana. Embora estivesse ciente disso até certo ponto, se embebedou tanto do poder que perdeu que se esqueceu do próprio corpo. A imensa mana com a qual não estava acostumado destruiu o inimigo, porém mostrou os dentes pro usuário.

— Mas foi emocionante. Toda vez que eu soltava uma explosão de mana, sentia como se cada veia do meu corpo estivesse estourando. Foi espetacular o resultado.

— Também acho, mas você tem um lado masoquista? — Ela empurrou a cadeira um pouco para trás.

— Só estou dizendo o quanto gostei de usar a minha mana original. Não curto dor ou ser atormentado. É o oposto, na verdade.

— Bem, é verdade — respondeu ela, voltando à posição de antes.

— Mas, e aí? Com isso tudo de livros, deve ter descoberto alguma coisa, não?

 — Não, nada ainda.

— O que quer dizer com “nada ainda”? — Ele olhou ao redor. — De qualquer forma, você conseguiria descobrir algo aqui?

Kalpunar, a biblioteca, foi uma das principais razões pelas quais decidiram participar da guerra. Era onde eles poderiam obter informações relacionadas às memórias de Lyla, o antigo império, Windur e assim por diante. Já haviam obtido permissão para entrar, já que não tinha rei que recusasse um pedido fácil do salvador de Adrowon.

Quando chegaram pela primeira vez, ficou claro que precisariam ficar lá por um tempo. Esperavam isso, já que era onde os longevos elfos armazenavam livros.

“Isso está além da minha imaginação.”

A expectativa passada deles que era pequena demais. Kalpunar era diferente. Quando Dronian disse que ela era “nada mais do que um lugar onde guardavam livros dos seus ancestrais”, não estava exagerando.

Os desordenados livros sequer eram categorizados ou postos em prateleiras. Pilhas ocupavam enormes espaços que só abriam um estreito caminho para andarem. A parte mais alarmante era que tinha mais quatro áreas assim que levavam ao porão.

Em suma, teriam que encontrar o livro certo em cinco andares de pilhas. Além disso, não havia garantia de que achariam o que procuravam. Lyla também não possuía uma medida especial para procurar, simplesmente estava folheando.

Então afastou o livro e tirou um novo da sua pilha, o abrindo.

— Não reconheço as letras. Você sabe como lê-las?

— Não. Mesmo com o que sei, eu conheço tudo. Estamos buscando por algo que deve estar relacionado ao antigo império, então, estou apenas procurando coisas semelhantes.

Ela tirou um pedaço de papel da caixa mágica dela, uma cópia que ela fez das letras do túmulo em Violuwin.

— Não é esse. — Afastou o livro, pegando outro.

Ela olhou para os fundos da biblioteca, soltando um suspiro. Com o grande número de manuscritos, até ela não tinha certeza de que encontraria as informações de que precisava.

— Por que tá tão nervosinha? Sem pressa. Relaxa um pouco aí que não tem nada acontecendo.

— Não podemos ficar aqui para sempre. Acima de tudo, você pode ficar entediado.

— Está preocupado comigo em primeiro lugar? Uau, estou mesmo comovido. Acho que as lágrimas estão prestes a sair — disse, pressionando as secas pálpebras.

— É porque você desistiu.

— Quê?

— Você seguiu a minha sugestão de não se tornar um Lorde Demônio — continuou, sem tirar os olhos das páginas —, pelo menos por um tempo. Então, eu deveria combinar com você o máximo possível… O quê? Por que está me olhando assim?

— Nada, não. É que fiquei um pouco surpreso.

— Por que está tão surpreso? Já que aceitou o meu pedido, devo equilibrar a balança. Se precisar de alguma coisa no futuro, me diga. Farei o meu melhor para te ajudar. Bem, sobre aquele… — Ela fez uma expressão de desconforto. — Aquele seu… passatempo estranho, também posso ajudá-lo com isso, então, sinta-se à vontade para me pedir ajuda.

O único passatempo que ela poderia achar desagradável subiu à mente dele, fazendo com que ele abrisse um sorriso malicioso.

— Calma, você também curte torturas? Olha, se está interessada, como posso ignorar? Primeiro, falarei sobre como você pode descobrir o que os seus alvos odeiam…

— Não estou interessada nisso, seu idiota!

Ela estava prestes a jogar o livro em mãos, mas se encolheu. Não era dela e era muito antigo. Se o jogasse assim, poderia ser danificado, o que levou ela a somente chutar a sua canela enquanto ele falava sozinho.


Ele teve que forçá-la a sair para comer, e os dois deixaram Kalpunar por volta da hora do almoço.

Sob o sol brilhante, Mentis estava cheia de vida. Vários soldados vagavam por toda a ilha, no entanto, a atmosfera local não era uma das melhores, até porque saíram de uma guerra recente. Os corpos horríveis dos companheiros deles ainda estavam espalhados.

Em silêncio, os dois passaram por eles.

— Aonde estamos indo?

— Para o castelo. O clima disso aqui tá horrível pra uma refeição. Pesado demais.

— Hã? Afinal, você tinha um lado sensível?

— Mesmo que eu não seja muito de entender o humor dos outros, tá meio escancarado. É senso comum, pô.

— Não posso acreditar que “senso comum” acabou de sair da sua boca — falou, os olhos mais trêmulos do que quando viu o gigante de fogo pela primeira vez.

Ele não disse nada. Foi a vitória dela agora.

— E quanto a Hans e Snoc?

— Eles disseram que queriam ajudar a limpar, então dei permissão. Se querem ser heróis no futuro, têm que estar pelo menos nesse nível.

— Eles são crianças gentis. E você?

— Os outros vão ajudar a limpar. Por que eu assumiria um trabalho tão problemático e nojento? E eu sou doido, é?

Os dois chegaram ao castelo, e os guardas abriram a porta. Todos os elfos sabiam quem eram, em especial Zich; olhavam para ele com admiração e medo. A visão dele derrotando o gigante deixou uma impressão profunda e chocante em todos.

Ambos entraram para aproveitar uma refeição simples. O castelo estava sendo usado como base de comando, porém o rei da Tribo da Planície e os outros oficiais estavam do lado de fora limpando.

— Ah, estavam aqui.

Nem todas as figuras importantes estavam do lado de fora, entretanto. Zich estava dando uma mordida no pão e Lyla estava tomando uma colher de sopa quando olharam para a direção do som ao mesmo tempo. Romanne, a xamã da Tribo do Lago, estava parada lá.

— Posso comer com vocês dois?

— Claro. — Ele se levantou, dando espaço para ajeitar a cadeira dela. Ela agradeceu.

— Ocorreu tudo bem em Kalpunar?

Os dois se entreolharam e negaram com a cabeça.

— Também desistimos de encontrar informações específicas naquele lugar. — Ela sorriu amargamente, entendo as suas lutas. — Esperem um pouco. Não sei o quanto podemos ajudar, mas após lidarmos com as consequências da guerra, poderemos enviar elfos para apoiá-los.

— Ah, obrigada.

— Não há de quê. É o mínimo que deveríamos fazer por vocês. Mas, senhorita Lyla, poderia eu obter um pouco mais de ajuda sua?

— Que tipo de ajuda?

— Decidimos trazer a Lágrima do Lago de volta para cá de novo.

— Deve ser por causa da árvore de fogo — acrescentou Zich.

— Sim. O rei da Tribo da Planície fez a sugestão oficial. Ao trazê-la, poderemos suprimir a árvore de fogo caso ela entre em fúria.

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