‘Lord Runesmith’
Roland parou enquanto olhava para a pixel art em movimento que tinha apenas três quadros. Parecia uma variação mais blindada da classe Runesmith, era claramente algum tipo de versão evoluída e estava disponível para ele.
‘Eu não li nada sobre isso…’
Voltando para o seu tempo na Casa Arden, ele passou pela biblioteca várias vezes. Sem internet ou jogos, não havia muito o que fazer neste mundo. Como adulto, ele já havia passado de seus dias de infância para ficar perdendo tempo com jogos infantis como pega-pega. A única coisa que lhe restava era treinar e ler livros.
Ele lembrou que um desses livros tinha uma passagem sobre algumas classes especiais ‘ocultas’. Uma delas eram as classes relacionadas a mana como ‘Guerreiro de Mana’. Elas eram bem fáceis de obter com uma aptidão correspondente a mana. Além dessas tinham as classes de prestígio como Escriba Rúnico ou Ferreiro Rúnicoque ele obteve ao longo do caminho.
Depois, haviam aquelas que eram ainda mais raras. A forma como essa classe apareceu nesta tela aqui mostrou a ele que era uma dessas. Ele não tinha como saber o quão boa essa classe era, poderia ser pior do que um Armeiro Rúnico ou um Armeiro para fins de fabricação. Não poderia trazer muito para a mesa para ele que já tinha uma habilidade de trapaça na forma de depuração.
Mas lá estava, o que parecia ser outra opção de classe rara que ele não achava que estaria lá. Ele esperava obter uma classe que misturasse combate e artesanato de alguma forma, poderia ser essa?
Roland examinou as outras opções de classe, havia outra que ele originalmente esperava obter. Era a classe de Ferreiro Rúnico de Batalha, estava lá com a variante básica também. Depois de subir de nível suas proficiências básicas com armas e ganhar muita experiência lutando contra monstros, isso também foi desbloqueado. Agora não parecia mais a escolha óbvia, havia um novo concorrente.
Isso o deixou com cinco opções: Escriba de Mana Rúnico Avançado, Armeiro Rúnico, Ferreiro de Armas Rúnico, Ferreiro Rúnico de Batalha e, finalmente, Lord Runesmith. Ele nem levou em consideração a classe original de Runesmith, pois não lhe daria nada de novo. Não havia classes do tipo mago disponíveis para ele e, dependendo de sua classe de nível 2, poderia aumentar algumas das habilidades básicas além do limite com uma classe diferente.
‘Este Lord Runesmith me deixará avançar minhas habilidades de escrita além das básicas? Eu sinto que a parte do ‘Lord’ implica algo…’
Ele pairou com o cursor do mouse sobre esta classe, mas também olhou para o Ferreiro Rúnico de Batalha. Depois de alguma deliberação, ele decidiu ir com a variante ‘Lord’. Este mundo tinha uma coisa sobre colocar títulos nobres acima de todas as outras coisas, então poderia ter sido o mesmo com essas classes.
‘Eu sempre posso falhar no teste de mudança de classe de propósito se parecer sem brilho…’
Com a infusão de dinheiro, ele poderia simplesmente comprar outro cristal de mudança de classe. Era normal que algumas pessoas analisassem os testes e julgassem se a a classe era adequada para eles. As tentativas mostravam mais ou menos sobre o que seria a classe. As classes de artesanato exigiam que uma pessoa moldasse itens de vários tipos, enquanto as classes de batalha exigiam que você combatesse. O que esta o forçaria a fazer?
Talvez ele precisasse criar um conjunto completo de armadura rúnica junto com uma arma? Na verdade, isso não seria uma coisa ruim, pois obteria alguma experiência e conhecimento gratuitos com o teste.
‘Aqui vai…’
Ele acenou com a cabeça e clicou no ícone, o PC fez sua parte e o fone de ouvido VR apareceu. Parecia um pouco diferente, porém, como um modelo mais avançado. Roland olhou por cima antes de colocá-lo em cima de sua cabeça. Ele não tinha certeza se era por causa do teste de nível 2, mas esse pode ter sido o caso.
Roland não vinha aqui há alguns anos, a última vez foi sua mudança de classe de ferreiro. Ele teve que se acostumar com o flash de luz branca enquanto era transportado para a próxima sala de teste. A primeira era uma biblioteca menor onde ele só precisava escrever uma simples runa brilhante. Depois havia uma oficina de ferreiro onde ele tinha que produzir uma concha mágica. Ambas as classes o fizeram produzir algo e por isso ficou confuso sobre a área de teste que seria produzida desta vez.
Ele olhou ao redor e notou que estava em algum tipo de grande arena. Era semelhante a um coliseu romano que ele viu em alguns filmes. Havia diferenças, porém, por um lado, não havia lugar para a audiência em qualquer lugar, apenas paredes.
Esta arena era de forma circular, o chão estava coberto de areia plana. Tinha algumas coisas aqui. Uma delas eram os quatro grandes portões de cada lado, dois eram feitos de madeira, enquanto os outros dois eram de metal. As paredes eram bem altas e se estendiam até o teto por uns bons cem metros. A área interna era do tamanho de um campo de futebol. Havia muitas tochas nas paredes arqueadas que iluminavam muito bem o lugar.
Havia outra coisa que estava fora do lugar. Uma coluna solitária estava perto do centro desta arena. Depois de olhar ao redor, Roland não conseguiu identificar nada que fosse semelhante aos outros dois testes. Não havia instruções, nenhum livro que ele pudesse ler, nada que indicasse qual seria esse teste.
A única dica era este lugar, sendo uma arena indicava que esta seria uma tarefa relacionada ao combate. Se isso fosse verdade, então havia outro problema. Ele não tinha nenhuma arma, o que ele estava vestindo era apenas uma túnica aleatória. Ele tinha botas de couro junto com calças, mas não conseguia identificar nenhuma arma em nenhum lugar, deveria lutar aqui com as próprias mãos? Essa classe de Lord Runesmith era algum tipo de classe de batalha corpo-a-corpo?
‘Isso não faz sentido… há algo nessa coluna.
Ele viu algo vermelho saindo daquela coluna mal colocada. Depois de caminhar, ele o reconheceu como um grande botão vermelho. Essa coisa parecia bem fora do lugar, era vermelho brilhante e colocada em um pilar rochoso.
Tinha uma certa sensação magnética. Quanto mais ele olhava para ele, mais sentia vontade de pressioná-lo.
‘Se eu pressionar isso, o julgamento provavelmente começará…’
Ele caminhou de volta por enquanto, antes de apertar aquele botão vermelho ele levou algum tempo examinando toda a arena de cima a baixo. Ele olhou por cima de cada portão, até encostou o ouvido nele para ver se podia ouvir alguma coisa. Mas todos eles tinham uma sensação semelhante ao prédio de apartamentos, ele não podia realmente tocá-lo e a textura parecia madeira.
O resto da arena foi semelhante, ele começou a correr contra paredes invisíveis, e escalar as que subiam também era impossível. Logo voltou para o grande botão vermelho, sentindo como se tivesse perdido dez minutos com nada.
Com um leve suspiro, ele moveu o dedo no botão. Foi empurrado facilmente e levou um momento para ver uma reação. Todo o espaço em que ele estava começou a roncar. O pilar com o botão começou a afundar no chão enquanto outra plataforma bem no meio da arena apareceu.
Roland deu um passo para trás e observou. O chão começou a se mexer, parecia que a terra no meio dessa arena se partia para os lados. Apareceu um grande buraco, antes que ele pudesse ir ver se havia algo lá embaixo uma plataforma começou a se erguer. Nele havia vários itens com os quais ele estava muito familiarizado.
“Huh? Isso é equipamento de ferraria?”
Ele gritou surpreso quando viu uma grande forja de trabalho junto com ferramentas de ferreiro aparecerem diante dele. Nesta plataforma móvel, podia ver uma forja, fundição, bancada de trabalho, bigorna e todas as outras coisas que sempre usou para fabricar.
O estrondo continuou, aparentemente isso ainda não tinha acabado. O barulho desta vez vinha do teto acima. Ele olhou para cima para ver outro buraco se abrindo ali, então um objeto familiar apareceu. Era uma versão gigante da ampulheta que ele tinha visto nos dois testes anteriores que ele fez. Esta era bem grande, a areia estava caindo lentamente o que indicava que ele teria algum tempo antes que o cronômetro acabasse. A grande questão era: para que isso?
“É diferente desta vez…”
Havia uma coisa que o incomodava. Não havia livros nesta oficina que apareceram aqui. O que ele deveria fazer? Os outros testes tinham instruções para construir itens, mas desta vez não havia nada. Havia todos os recursos e ferramentas para criar armas e armaduras, mas nenhuma indicação clara de que tipo.
Começou a pegar as ferramentas e a examiná-las. Não havia indícios ou pistas, era como se este julgamento quisesse que ele criasse algo, mas a escolha cabia a ele. Ele parou por um segundo para repensar isso, se demorasse muito o cronômetro acabaria antes que ele fizesse um único item. Felizmente para ele, a resposta à sua pergunta veio na forma de um som vindo de longe.
“Huh?”
Ele olhou para um dos portões de madeira, havia um som estranho vindo dele. Ele ouviu atentamente enquanto se perguntava se estava ouvindo coisas, mas lá estava novamente. Algum tipo de som de arranhar ou morder vinha de uma daquelas grandes portas.
“O que é isso… que esta lá?”
Ele se deu conta, então, do que se tratava este teste. Os sons vindos de lá provavelmente eram monstros, esta era uma arena destinada a luta. Ele juntou um e um e obteve sua resposta. Ele deveria criar suas próprias armas e armaduras, então enfrentar os monstros que espreitam atrás daquele portão.
“Este vai ser um daqueles testes não convencionais…”
Ele tentou se lembrar dos livros que havia lido. Todos eles afirmaram que os testes eram específicos da classe, mas na maioria eram segregados em algumas categorias, como tarefas de criação, tarefas de combate e tarefas de busca. Este último consistia em ter que passar por um percurso para adquirir um item.
Este parecia ser um não convencional que combinava duas profissões distintas. Mesmo a classe Ferreiro de Batalha não exigiria fabricação para passar pelo teste. No máximo, o ferreiro teria que ser capaz de consertar as armas que lhe foram dadas.
Havia também outra peculiaridade desse teste em relação aos demais. Roland não recebeu nenhuma habilidade temporária que pertencesse a esta classe de Lorde Runesmith . Ele não tinha ideia do que era essa classe sem elas. O teste, pelo menos, estava apontando para ser uma classe híbrida de artesanato e combate
Roland não tinha mais tempo para ficar parado. Agora sabia que havia algo escondido atrás daquela porta e que ele precisaria matar. Não tinha armas ou armaduras, esse problema resolveria fabricando uma.
“O que devo fazer… uma espada ou uma maça?”
Essas eram as duas armas nas quais ele era mais proficiente. Uma espada seria melhor em alvos mais suaves e também mais ágeis. A maça era boa para inimigos maiores, mais lentos e blindados.
“Eu preferiria uma espada… mas terei tempo suficiente?”
Ele se perguntou enquanto examinava os materiais. Sentiu que uma espada poderia ser melhor pelo fato de poder utilizar as runas de espada que conhecia. A maça tinha uma vantagem, seria mais fácil de fazer e não exigia afiação ou artesanato de precisão. Era mais ou menos um porrete metálico sem corte.
Fazer uma espada adequada, exigiria muito mais tempo. Com a maça, nem precisaria fazer uma alça ou pomo separado. Provavelmente poderia pegar um cabo de madeira e apenas produzir uma cabeça de maça. Isso tudo dependia de quais materiais tinha, além da maça ele precisava de alguma proteção.
“Uma maça… e um escudo por enquanto.”
O plano estava feito, ele precisava desses dois itens no mínimo. Se tivesse mais tempo, poderia tentar fazer algumas peças de armaduras com runas adicionadas para lançar feitiços. Ele também esperava ter tempo suficiente para algumas varinhas mágicas.
Agarrou um martelo pela lateral e notou que era feito de aço profundo. Era melhor do que o martelo que estava usando em sua casa. Os metais com os quais trabalhava aqui eram bronze, ferro e aço. Havia algumas hastes de aço aqui e ali, mas eram um pouco finas demais para serem usadas como alça. Parecia que este teste queria que trabalhasse com os lingotes mais grossos.
Havia várias ferramentas resistentes com as quais poderia fazer furos predefinidos aqui, mas primeiro ele precisaria moldar a alça. Isso pode ser feito moldando diretamente um lingote através de golpes de martelo precisos. A próxima parte seria a parte da coroa, também poderia ser feito assim, mas tinha outras opções.
Havia vários moldes aqui ao lado. Ele poderia economizar algum tempo usando um deles para a parte da cabeça. Por que faria isso se o produto final pudesse sair mais quebradiço do que por meio de um método de forjamento regular? A resposta era a reutilização.
Tinha muitos desses portões ao seu redor. Sentiu que este teste teria vários estágios em que as portas se abririam uma a uma, talvez até muitas vezes. Se ele fizesse um molde para a coroa da maça, poderia usá-la novamente. Pelo menos a parte de madeira que foi feita para a marca da bola pontiaguda.
Ele escolheu o aço, pois era um material superior em comparação com o bronze e o ferro. Com os moldes aqui, também poderia tentar lançar uma espada diretamente deles. O problema ainda seria com a afiação dela, uma maça cega com alguns espinhos seria muito mais fácil de modelar. A ampulheta estava bem lenta, o que significava que tinha muito tempo, pelo menos por enquanto.
Primeiro veio o martelar de um dos lingotes de aço aquecidos. Graças às suas habilidades de ferreiro sendo maximizadas, o processo de martelagem foi bem suave. Roland achou surpreendente como as habilidades neste mundo funcionam. Elas mantinham a habilidade de um pessoa, sempre que ele pegava um martelo ou uma espada, tudo voltava para ele. Sabia onde acertar e quão forte fazê-lo, dependendo do item em que estava trabalhando.
Com o tempo o eixo começou a tomar forma. Em seguida vinha o grifo junto com o guidão que ficava na parte superior e inferior da maça, entre a parte do grifo. Isso tudo foi feito com golpes de martelo habilidosos enquanto o metal era aquecido. Ele já havia trabalhado em algo assim antes, então o movimento era praticado e natural. Com o tempo ele estava pronto e poderia passar para a fase de moldagem. Precisava que a bola cravada da maça se encaixasse no eixo e é por isso que fez isso primeiro.
Por alguma razão, havia vários objetos de madeira aqui também. Um deles já era semelhante em forma a uma cabeça de maça cravada. Talvez o teste estivesse tornando as coisas um pouco mais fáceis para ele. Havia também várias facas de trinchar que eram suficientes para ele obter uma forma de espiga adequada para sua próxima arma.
O tempo continuou a passar, mas havia falta de materiais de escrita aqui. Roland teria que abrir mão de seus pergaminhos de feitiço para este teste. Em vez disso, poderia fazer algumas varinhas mágicas que funcionassem de maneira semelhante, o problema eram suas reservas de mana. Havia uma certa falta de pedras de mana aqui, então teria que esquecer de diminuir a tensão em seu MP.
Com o tempo, a versão de madeira da cabeça de maça cravada ficou pronta. Ele a encaixou no cabo mais grosso da arma por baixo para ver se estava tudo em ordem antes de colocá-la no molde. A fundição foi aquecida por ele de antemão, fez isso para economizar algum tempo.
O metal incandescente escorria para dentro do molde preparado que estava bem fechado. Era uma caixa de molde semelhante à que ele usou para fazer sua primeira espada de bronze. Enquanto estava esfriando, ele deu a volta para pegar uma chapa de aço grossa o suficiente. Faria um escudo rápido com o tempo restante.
Este escudo não precisaria de muita formação, pois ele poderia apenas aderir a um design de escudo de torre e precisaria apenas rebitar a parte da alça na parte de trás. No final, estaria preparando as estruturas rúnicas, sem elas essas ‘armas’ que ele fez realmente não serviriam para muito.
O tempo era essencial, a grande ampulheta acima de sua cabeça era um lembrete constante disso. Logo ele teria que enfrentar o que quer que estivesse por trás daqueles portões e as armas que ele teve tempo de produzir não seriam nada de especial. Só podia esperar que os encantamentos rúnicos adicionados as deixassem em um nível mais alto…