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The World After the End – Capítulo 174

Ruptura (9)

Sétimo local do Abismo, Eepoche.

Yoo Surha, que estava encostada no terraço do Palácio Central – <Edmunt> olhou para a paisagem do local e lembrou-se de um parágrafo do livro que leu.

–O tempo deste lugar foi interrompido. Deuses, espíritos e tudo mais. Assim como o nome, seres que desistiram de pensar se reuniram aqui…

Era um parágrafo do livro escrito pelo Deus da Trapaça, Pierre: [Assegurando o Desespero].

Deus da Trapaça, Pierre. Ele era um Deus estranho que passou a vida inteira ajudando os de nível baixo

Deuses do <Abismo>.

Yoo Surha conhecia Pierre. Quase todos os deuses que viveram o suficiente dentro do <Abismo> o conheciam. Ele havia escrito muitos livros que ajudaram muitos novos deuses.

O livro, [Assegurando o Desespero], foi o último livro que Pierre escreveu, e era sobre o sétimo local, Eepoche.

Como diziam os rumores, Pierre encontrou o sétimo local e escreveu seu último livro ali antes de enfrentar seu último momento. O último parágrafo do livro dizia o seguinte:

–Onde a esperança do <Abismo> encontra seu fim.

Yoo Surha pensou sobre o que aquilo significava enquanto observava. Pessoas falando sozinhas em meio ao cenário tranquilo chegaram aos seus ouvidos. Dois homens conversavam entre si.

— Ei, você também sabe né? O <Abismo> está uma loucura agora.

— É, uma loucura.

— Me pergunto para onde o mundo está indo.

— Já era.

— O mundo vai acabar.

— Sim, vai.

— Então tchau.

— Tchau para você também.

Os dois homens se separaram e, após cinco minutos, voltaram para onde se encontraram novamente e recomeçaram.

— Ei, você também sabe né? O <Abismo> está uma loucura agora.

— É, uma loucura.

— Me pergunto para onde o mundo está indo.

— Já era.

— O mundo vai acabar.

— Sim, vai.

— Então tchau.

— Tchau para você também.

Eles falaram da mesma forma e se separaram, apenas para retornar após cinco minutos novamente. Era uma discussão sem fim.

Yoo Surha sentiu tristeza ao ouvir as palavras. Havia uma certa emoção há muito perdida nesses homens, um desespero muito antigo, ou uma sombra de algo que outrora se chamava desespero.

O sétimo local, Eepoche.

Cada ser que vivia naquele lugar era como aqueles dois homens. A discussão que Surha testemunhou naquele momento estava acontecendo em todos os lugares do sétimo local. Esses seres repetiam a mesma coisa na mesma hora todos os dias como se fossem doentes mentais.

E, na verdade, eles eram doentes.

Eepoche — o nome vinha da doença que esses espíritos e deuses estavam sofrendo.

Eepoche era uma doença que fazia parar de pensar e recusar o futuro.

Deuses e espíritos que contraíram a doença, Eepoche, apesar dos milhares de anos de suas vidas, vagaram por um longo tempo até se reunirem em um só lugar. Daí o nome veio depois.

“Eepoche… É semelhante ao [Isolamento] dos Despertados, mas também diferente.”

Se o [Isolamento] era uma doença em que os Despertados fechavam os ouvidos e os olhos contra o influxo de informações, Eepoche era uma doença em que alguém se perdia em um influxo de desespero por não fechar os olhos e os ouvidos.

Surha então virou para a última página de [Assegurando o Desespero].

–Eepoche. –Onde a esperança do <Abismo> encontra seu fim.

Esta foi a última frase que Pierre escreveu e a frase que Surha tinha que recusar. Ela estava ali para encontrar a ‘última esperança’ do <Abismo> que ainda existia no sétimo local.

Era por isso que ela estava ali nos últimos três meses, para ter essa mesma esperança.

“Está na hora.”

Surha então foi até a sala do trono, para o governante do sétimo local.

Ele usava roupas brancas e tinha a pele pálida de cima a baixo. Ele era branco dos cabelos às sobrancelhas. Surha franziu a testa quando o homem falou.

— Já faz um tempo, Surha.

— Faz um tempo? Eu te vi ontem. Pare de falar essa besteira.

— Ainda assim. Faz um tempo.

— Você disse isso ontem também.

— Bom te ver de novo.

— Acho que já ouvi isso umas cem vezes nos últimos três meses.

— Entendo.

— Ugh, você está me dando dor de cabeça. Quando vai parar de se repetir?

O homem riu, mas Surha nem mesmo sorriu.

— Anônimo. Você está copiando seu pessoal? Porque não está sofrendo de Eepoche.

Ela sabia sobre o homem. Na verdade, quase ninguém sabia sobre esse homem. O <Abismo> o chamava de—

Anônimo, o Deus da Loucura.

Ele era um dos oito Deuses do <Abismo>, o governante de Eepoche.

“Tenho que ganhar o apoio dele.”

Quando Surha deixou a Ruptura e se separou dos ‘Portadores do Fim’ temporariamente, ela foi diretamente para aquele local. Anônimo era o único que tinha o poder de lutar contra a Ruptura naquele momento. Surha tinha certeza disso. Se ele interferisse, ainda haveria uma chance naquela luta injusta. Mas era difícil persuadir esse homem. Surha estava ficando estressada conversando com o Anônimo, que vinha evitando seu pedido por três meses.

— Haah…

Surha respirou fundo e decidiu ser paciente. Isso precisava de tempo e ela sabia disso.

— Falei ontem também, mas vou contar isso pela última vez.

— Continue.

— A Ruptura começou a invadir o <Abismo> junto com os Monarcas. Você sabe disso, certo?

— Sim.

— Três locais foram atacados. O terceiro, o quarto e o quinto. E pela minha informação, o segundo local também está à beira do colapso.

— Entendo.

— Não, você não entende nada! Não vê o que está acontecendo aqui?

A voz de Surha encheu a sala vazia ruidosamente.

— De quem você acha que a Ruptura irá atrás?! Eles virão para cá! Seu sétimo local!

— Eles não virão aqui.

A expressão de Surha mudou.

— Por quê? Por que acha isso?

O Anônimo não respondeu e Surha zombou.

— Ah, porque você já fez parte da Ruptura uma vez?

— …

— Não, quer dizer, porque você foi o fundador da Ruptura?

Havia três homens que começaram a Ruptura. Myad, o Mestre, o primeiro Capitão, Budda. E tinha mais um. O Anônimo.

— Eles não virão.

— Não, eles virão. Destruirão seu local e o levarão de volta à Ruptura.

— …

— Você não está nem preocupado? Foi você quem me tirou da Ruptura em primeiro lugar! Não era para lutar contra eles?

Era um dos maiores segredos da Ruptura, mas Surha, que era uma capitã, sabia disso. Ela não foi a primeira pessoa a deixar a Ruptura viva. Havia um Despertado poderoso que havia feito isso muito antes dela. O homem abandonou seu nome quando deixou a Ruptura e se tornou o Anônimo. No entanto, ele ainda era tão forte que se tornou um dos oito Deuses do <Abismo>.

Yoo Surha gritou com raiva:

— Temos que formar uma aliança agora! Eu tenho uma equipe! Existem alguns Deuses e Despertados que se oporão à Ruptura! E também entrei em contato com os Seguidores do segundo local! Se for com você, nem mesmo a Ruptura poderá—

— É inútil.

— Não é inútil!

Anônimo então fechou lentamente os olhos e os abriu novamente.

— Isso é estranho, Surha.

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