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The World After the End – Capítulo 21

Mundo de 1% (1)

“Existe um mundo que você não pode nunca alcançar apenas tentando.”

-Meikal Garnad.

No <Caos>, havia postos avançados que permitiam que os Adaptados descansassem enquanto caçavam. Os mais famosos entre eles eram as Quatro Fortalezas de Três Palácios. As quatro fortalezas tinham uma entrada consideravelmente mais fácil e permitiam assentamentos que vários Adaptados adoravam visitar. O Castelo de Gorgon era um desses quatro.

“Eu deveria só ter ido pra cima dele.”

Jaehwan pensou em Carlton lendo a lei para ele.

Jaehwan não confiava em ninguém que falava das leis. Até na época da torre, havia muitos que trabalhavam no campo das leis.

“Todos os humanos dentro da torre são iguais.”

Eles começaram criando leis para proteger os fracos. Parecia racional criar leis, pois a torre era completamente separada do mundo exterior. Fizeram muitas leis e algumas até pareciam proteger os fracos.

Mas era uma mentira.

As leis se tornaram algo que só aqueles que as criaram conseguiam entender, e as pessoas se tornaram vítimas de leis que nem sequer conheciam. Tinham que pagar grandes impostos e caçar em áreas controladas sob o pretexto de “proteção”. Eles também só podiam adquirir habilidades e armas fracas.

As leis que funcionavam considerando todos os humanos como iguais sucumbiram às habilidades, atributos, itens e níveis.

As leis eram fracas contra os fortes e cruéis contra os fracos, por isso se tornaram complicadas de continuar em vigor. Quando a torre estava no limite por causa da sociedade que as leis criaram, os que criaram aquelas leis desapareceram rumo ao passado. Eles foram abandonados.

Jaehwan criou uma lei depois do 85º andar.

Todos os “humanos” vivem hoje.

Essa era a lei que ele esteve seguindo todo esse tempo.

“Tanto faz, esse lugar é muito complicado.”

Jaehwan franziu as sobrancelhas. Ele também tinha um fardo. Minora ainda parecia estar atordoada. Ela, no entanto, seguiu Jaehwan enquanto ele caminhava. Era irritante levá-la com ele, mas ele não achou uma boa ideia deixá-la para trás, quando ela era a primeira “humana” que ele conheceu. Jaehwan decidiu dar uma volta até Minora recobrar seus sentidos.

Ele passou por comerciantes vendendo diversas ervas, equipamentos e vários alimentos.

— Não tenho visto o castelão ultimamente…

— Fiquei sabendo que ele está doente.

— Hmm…

Depois de uma longa volta por muitos comerciantes, Jaehwan percebeu que estava perdido. Agora ele estava em um beco do bazar. Ao longo do beco, pessoas que pareciam gangsters estavam inalando o “remédio” que Minora tomou.

“Que raio de lugar é esse?”

Jaehwan ativou a [Suspeita] e o [Entendimento]. Era para que ele pudesse pegar qualquer informação que ouvisse nos arredores. Entretanto, ele se meteu em problemas. Era a primeira vez que ele visitava um lugar cheio de pessoas. Acabou sendo bombardeado com informações e teve uma dor de cabeça. Foi quando ele conseguiu um pedaço de informação importante.

— Ei, já tá na hora de acordar.

Minora recobrou os sentidos devagar.

— Por que estou aqui?

— Não pergunte e mostre o caminho. Estou com dor de cabeça.

Minora olhou em volta e então guiou Jaehwan.

— Vamos por ali primeiro.

Enquanto caminhavam para fora do beco, chegaram a uma grande rua com menos pessoas. Jaehwan sentiu a dor de cabeça indo embora.

— Ótimo. Pode ir agora.

— Não acha que isso foi rude?

Agora ela lembrou de tudo que havia acontecido. O rosto de Minora ficou vermelho.

— Você é um pé no saco.

Minora gritou: — Eu só estava tentando te provocar!

Minora então sentiu cada fio de cabelo arrepiar enquanto Jaehwan a encarava.

— Sinto muito.

Era exagero para uma simples provocação. Afinal, Jaehwan salvou a vida dela. O incidente pelo qual acabaram de passar poderia ter sido evitado, se Minora não tivesse tentado provocá-lo.

— Sinto muito mesmo.

Minora olhou para Jaehwan, mas ele não respondeu. Ela esperou por uma resposta, mas percebeu que ele nunca respondia. Ela nem sabia quem ele era.

A única coisa que ela sabia era que ele era humano.

Ele era do tipo que perguntava, não que respondia. Ele perguntou se ela voltaria para o passado, e também perguntou por que precisaria de um certificado para se identificar. Ele fazia perguntas que ela nunca tinha ouvido falar.

Isso era tudo que Minora sabia sobre Jaehwan.

— Para onde está indo agora?

— Não te interessa.

— Me fala assim mesmo.

Minora pareceu magoada com uma resposta tão fria.

— Preciso encontrar uma coisa.

— O que é? Talvez eu possa ajudar.

Jaehwan parou por um segundo e respondeu,

— [Pesadelo].

Era um nome que Minora não ouvia há muito tempo. Os seres que eram chamados de [Criadores] nas <Grandes Terras>. O começo de cada pesadelo.

— O que vai fazer quando encontrá-los?

Jaehwan não respondeu.

— Se vingar deles?

Minora achou que Jaehwan realmente fosse fazer isso.

— Você não entenderia mesmo que eu explicasse.

Minora abriu a boca para falar, mas fechou. Ela percebeu que fazer mais perguntar poderia irritar Jaehwan e ela provavelmente não entenderia mesmo se ouvisse o motivo.

— Até nas <Grandes Terras> é difícil de encontrá-los. Eles nunca ficam em um lugar só.

— Então não estão aqui?

— Pode ter um se você procurar pelo <Caos>. Eles são uns dos poucos que podem entrar na Árvore da Miragem sem morrer.

Era uma informação interessante, mas fazia sentido. A Torre dos Pesadelos era uma parte da Árvore. Mas havia um Demônio no 100º Andar. Ele tinha certeza que esses [Cultivadores] ou [Criadores] sabiam como acessar a árvore sem morrer.

— Ahm… Não posso garantir nada.

Minora falou depois de hesitar por um bom tempo.

— Eu sei de um lugar onde um [Pesadelo] pode estar.

— Onde?

— Tem uma oficina de ferreiro. Aquela feita pelo [Pesadelo].

Jaehwan olhou para a Espada do Dragão de Gelo dele. Ele precisava parar em um ferreiro mesmo.

— Ah.

Minora assentiu. Carregar aquele tipo de espada valiosa sem uma bainha chamaria muita atenção.

— Eu mostro o caminho então?

Jaehwan concordou enquanto segurava a espada.

— Sim, mas só depois que eu chutar a bunda desses caras que estão nos seguindo há um tempo.

Jaehwan se virou. Na esquina, havia os rufiões que estavam cheirando o remédio nos becos. O cara que parecia ser o líder se aproximou.

— Líder! É ele!

— Haha! Agora te pegamos. Passa essa espada pra cá…

Enquanto eles pegavam as espadas, Jaehwan estocou com a espada dele.

A cabeça do líder deles virou poeira branca e se dissolveu.

Depois de um momento, dez rufiões desapareceram em poeira branca e sumiram.

“Acho que tinha um se escondendo que não era um rufião…”

Um estava o observando do topo da estrutura. Ele foi percebido quando Jaehwan usou a [Suspeita]. Jaehwan também o deixou inconsciente enquanto lidava com os rufiões. Ele não o matou porque não era uma ameaça.

Minora falou impressionada.

— Toda vez que eu vejo é realmente incrível. Como consegue fazer tudo só estocando?

— Essa é a única habilidade que eu tenho.

— Tá brincando.

— Não.

— Não existem vários tipos de estocadas?

— Sim. Estocava leve, estocada normal, estocada forte.

— Qual acabou de usar?

— A leve.

Os rufiões eram fortes, considerando que eram só idiotas que ficavam nas ruas. A maioria eram Não Adaptados, mas alguns pareciam estar no 1º estágio. Entretanto, eles foram mortos por uma estocada “leve”. Minora se lembrou de quando Jaehwan exterminou o Clã Raposa Vermelha e perguntou:

— Só usou a “estocada leve” até agora?

— Não, usei a “estocada normal” uma vez.

Minora achou que tivesse sido quando ele exterminou o Clã Raposa Vermelha, mas não foi.

“Matei aquele lobo de cinco chifres com uma ‘estocada normal’.”

Jaehwan também se lembrou que tinha o chifre daquele lobo de cinco chifres. Foi o inimigo mais forte que ele havia enfrentado depois de vir para o <Caos>. O lobo não morreu mesmo depois de ser atingido por várias “estocadas leves”. Mas morreu com uma “estocada normal” assim mesmo.

— Bem, já vi alguém que usa apenas uma habilidade, tipo você.

— Tipo eu?

— Sim. Mas ele usa “retaliação”.

Um Adaptado que só usava retaliação. Jaehwan se interessou e estava prestes a fazer uma pergunta, mas foi interrompido pelo fraco som de metal sento martelado à distância.

Fazia um bom tempo desde que ele ouvia esse som. Jaehwan lembrou de seu amigo Jay e sua oficina.

Jaehwan adorava ouvir o som das marteladas da oficina de ferreiro do Jay enquanto mergulhava na água sagrada do Templo. Não era música, mas era um som calmo que trazia paz para ele.

Mesmo depois de Jay desaparecer, a lembrança daquele som ficou na mente de Jaehwan.

Talvez tenha sido aquele som que permitiu que Jaehwan avançasse e eventualmente chegasse no 100º andar.

— Essa é a maior oficina de Gorgon.

<Queda do Crepúsculo>

Esse era o nome do lugar.

As pessoas das <Grandes Terras> já tinham discutido isso.

— Quem são os melhores artesãos das Grandes Terras?

Os melhores artesãos, depois de uma longa discussão, foram decididos por unanimidade como os [Pesadelos]. Se os Monarcas eram os seres mais poderosos nas <Grandes Terras>, os [Pesadelos] eram os melhores artesãos nela. Quinhentos [Pesadelos] que foram chamados de [Artesãos Superiores], e os treze [Pesadelos] que foram chamados de [Mestres Artesãos], foram considerados os melhores [Criadores] nas <Grandes Terras>.

A <Queda do Crepúsculo> era uma ferraria feita por um dos melhores [Artesãos Superiores], “Ignell da Queda Profunda”.

Jaehwan olhou em volta e assentiu satisfeito. Essa era uma ferraria muito melhor que a de Atopos. O interior era grande e todas as ferramentas eram de alta qualidade. Dezenas de artesãos estavam trabalhando em vários projetos e a fornalha no centro irradiava um calor intenso.

— Então um [Pesadelo] fez esse lugar?

— Sim.

— Então deve estar aqui.

— Talvez.

Um dos aprendizes, que estava encarregado de falar com os clientes, veio e os cumprimentou. Era um rapaz jovem e saudável.

— Bem-vindos—

— Você é um [Pesadelo]?

O aprendiz franziu as sobrancelhas. [Pesadelo] só podia significar uma pessoa. Minora rapidamente se aproximou para interromper:

— Sinto muito, ele não é bom com essas coisas.

— Ah, entendo.

Minora abriu um sorriso e o aprendiz aceitou as desculpas.

[Ele é um humano não importa a maneira como olha.]

Jaehwan não respondeu.

— O que os trazem aqui?

— Vim para encontrar o [Pesadelo].

— Se refere ao Ferreiro Chefe.

O aprendiz pareceu preocupado.

— Ele não está no momento.

— Para onde ele foi?

— Bem… Ele gosta de visitar diversos lugares. Está aqui com um pedido para ele?

Jaehwan parou para pensar.

— Pode ser uma boa ideia.

— Se não se importar, o que está tentando pedir a ele…

— Uma bainha.

— …

O aprendiz olhou para e espada sem bainha de Jaehwan e balançou a cabeça.

— Mesmo que ele estivesse aqui, não aceitaria seu pedido.

— Por quê?

O aprendiz olhou para Jaehwan e zombou.

“Ele realmente não é bom nisso.”

Ele continuou: — A especialidade dele não é fazer armas. Talvez não esteja ciente, mas a especialidade de [Pesadelos] é fazer “outras” coisas.

Jaehwan queria perguntar que coisas, mas percebeu que sabia a resposta. Era porque ele havia passado 30 anos com essas “outras coisas” que eles costumam fazer.

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