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The Zombie Knight Saga – Capítulo 13

Ó, sangue de origem nobre…

2° Juramento: Rainha e País



A sala de desenho estava bem quieto. Helen meramente continuou a ler em silêncio enquanto o jovem no outro lado larga se remexia desconfortavelmente pela décima segunda vez.

Helen esqueceu seu nome. Começava com “V”, talvez. Da nobreza. Ligado com seus primos da Casa de Carthrace. Ambos atributos que desqualificavam ele.

Depois de um tempo se remexendo, o jovem finalmente juntou coragem o bastante para fazer uma pergunta.

— Per-perdoe se pareço impertinente, Vossa Majestade, mas há um motivo para esta visita?

Ela sorriu. Vossa Majestade era como plebeus se dirigiam a ela. Ele devia ter dito Vossa Alteza. Claro, para ela não fazia diferença, além de prover entretenimento.

 — Qual propósito preciso ter? — Ela disse.

O rosto do menino exprimia dificuldade.

— Com a tua licença, Vossa Majestade, mas parece muito estranho que você convidaria tantos de nós para se sentar com você individualmente… sem propósito.

— Por que deveria ser estranho? — Ela disse.

Ele não tinha o que responder e o silêncio voltou.

Ela olhou para seu relógio delicadamente decorado em prata.

— Você pode ir agora. — Ela disse. Conforme o menino se levantava, ela adicionou, — peça para a próxima pessoa entrar, por gentileza. — Ela assistiu ele ir embora.

Finalmente, está na vez da garota, não está? — Mehlsanz disse. Por favor me diga que é. Estou de saco cheio dessa espera.

Helen olhou para a ceifadora perto do forno. Para ela, Mehlsanz era uma coisa cinza, fantasmagórica, com forma vagamente feminina e talvez até linda, de um jeito assustador.

De fato. — Helen disse. Eu honestamente não me importo muito de esperar também.

Você não podia ter bolado um plano que precisava de menos paciência?

Eu pensava que uma ceifadora sinistra devia ser ótima em tarefas que requiriam paciência.

Ótima. Não agradada.

Quando as portas grandes se abriram mais uma vez e uma jovem entrou, Helen se levantou para cumprimentá-la.

— Por favor, se sente. — Ela disse.

A garota se sentou. Ela removeu a espada presa em seu cinto e a colocou ao seu lado no chão, um gesto respeitoso, talvez um pouco antiquado devido ao declínio das espadas entre a Guarda da Rainha.

Lynnette Edith era seu nome. Com apenas dezenove anos, de acordo com seu arquivo, mas seus olhos afiados e maçãs do rosto severas a faziam parecer mais velha. Sua pele cor de caramelo, cabelos negros trançados em um rabo de cavalo que estava em cima de seu ombro e ela claramente não tinha medo de olhar para Rainha nos olhos.

— Você leva armas com você para todo lugar? — Helen perguntou.

— Sim, eu levo, Vossa Alteza.

Helen não deixou o silêncio durar.

— Está curiosa com o motivo de sua presença aqui, não?

— Sim senhora. Todos estão.

— É tudo estratagema. — A Rainha disse.

— Senhora?

— Para eu conseguir me encontrar com você. — Ela explicou. — Se eu tivesse me encontrado com você do nada, todos se perguntariam o motivo. Você receberia atenção demais, o que arruinaria tudo. Mas se eu me encontrar com todos cento e doze membros da minha Guarda, então essa reunião aqui se torna algo insignificante.

A postura de Lynnette se enrijeceu.

— Por que Vossa Alteza gostaria de se encontrar comigo em segredo? O que eu possivelmente…

— Você é uma das poucas pessoas nesse castelo na qual eu acredito que posso confiar. A maioria dos seus iguais possuem obrigações com suas famílias, os quais existem dentro de uma esfera de complicações e aborrecimentos, para dizer o mínimo. Porém, sua família não me traz tais problemas.

— Minha família, Vossa Alteza? — Lynnette disse. — Porque eu sou de origem plebeia.

— De fato. — Ela disse claramente. — Família plebeias são raras e ao passo que eu não sou ingênua o bastante para pensar que apenas isso te torna imune de ter ambições ou ser univocamente leal a mim, eu acredito que o fato de que você também é excluída pelos seus camaradas divide a diferença.

Os olhos azuis da jovem endureceram.

— Eles não em excluem, Vossa Alteza. Eu excluo eles.

— Oh? E qual o motivo disso?

— Porque… ah… eu devo me desculpar, Vossa Alteza. Falei sem pensar.

— Não. — Helen disse, voltando para sua cadeira de veludo e pau-rosa.

— Por favor fale livremente.

Lynnette levou um momento antes de falar novamente.

— Eles são tolos elitistas, sem disciplina, Vossa Alteza. Eles pensam que cada coisinha que eles fazem merece elogios e recompensas.

A Rainha juntou a ponta de seus dedos.

— Eu sabia que iria gostar de você. —  Ela conseguia ouvir Mehlsanz rindo.

A expressão da garota não mostrou seus pensamentos.

Helen decidiu prosseguir.

— Então. O que as pessoas estão dizendo sobre meu interesse repentino na minha guarda? Que rumores você ouviu?

Lynnette parecia relutante, mas respondeu mesmo assim.

— A maioria das pessoas acham que você está buscando alguém para investigar sua tentativa de assassinato em segredo, porque você não pode confiar nos investigadores oficiais.

— Ah. Imaginei. É o que você acredita também?

— Com toda sinceridade, senhora. Eu não escuto muito rumores. Acho eles entediantes.

— Que pena, porque você vai começar. — Helen disse. — Você é minha aliada secreta. Você vai me contar o que os outros tem medo. Ouvir rumores é algo muito importante para gastar o seu tempo.

— Mas Vossa Alteza…

— Eu acredito que fui bem clara.

Ela se endireitou e, então, assentiu.

—Sim, senhora.

— Você não pode contar para ninguém sobre seu trabalho. Nem para sua família. Seus amigos. Seus superiores. Ninguém pode te apoiar nessas empreitadas, exceto eu.

— Que empreitadas, senhora?

— Daqui a dois dias, você vai começar a observar os aposentos de meu irmão Nathaniel em segredo.

— Príncipe Nathaniel? Posso perguntar o motivo?

— Nesse momento, estou quase certa de que alguém vai tentar plantar evidências para implicar ele como o assassino. Eu quero que você remova tais evidências e, então, siga a pessoa que as plantou.

Lynnette piscou seus olhos.

— Por que alguém iria querer incriminá-lo?

— Porque ele é culpado.

Lynnette piscou seus olhos de novo.

— O-o que? Eu não entendo…

— Eu tenho sete irmãos. — A Rainha disse. — Nathaniel é de longe o mais tolo. E ao passo que isso não me permite perdoá-lo pelo que ele fez, não há dúvidas em minha mente de que alguém está usando ele. Eu quero sua ajuda para descobrir quem é o meu inimigo de verdade.

A expressão da jovem vacilou por um momento.

— Entendo, Vossa Alteza. Eu farei como você manda.

— Obrigada, Lynnette. Entretanto, eu preciso te contar, suas circunstâncias irão piorar temporariamente e eu não poderei melhorá-las sem levantar suspeitas para meus inimigos. Vou te rebaixar para patrulhas noturnas, onde sua ausência na Guarda será a menos problemática, mas isso não passará despercebido. Seus superiores podem te remover inteiramente da Guarda da Rainha.

— Eu entendo…

— Aguente essas dificuldades por mim e eu mostrarei minha gratidão como só posso. Você e sua família terão tudo que precisarem. Essa é a minha promessa.

— Obrigada, Vossa Alteza.

— Por favor, repita sua tarefa para mim.

— Em dois dias, eu começarei a observar os aposentos do Príncipe Nathaniel. Quando alguém chegar para plantar alguma evidência, eu a removerei e seguirei o perpetrador, onde irei tentar descobrir a identidade da pessoa responsável.

— Provavelmente, será um ou mais de meus irmãos. Eu meramente preciso saber quem.

— Sim, senhora.

— Agora vá. Se alguém perguntar o que aconteceu durante nossa reunião, diga a eles que você ficou sentada em silêncio comigo, assim como todos os outros.

— Como a senhora desejar. — Lynnette se levantou e voltou sua espada para seu cinto.

— Peça para a próxima pessoa entrar, por gentileza.

Lynnette assentiu e saiu da sala de desenho.

Helen olhou para a ceifadora.

Eu gostaria que você acompanhasse ela quando a hora chegar.

Você não confia que ela seguirá suas ordens?

Isso não é sobre achar meus inimigos. — A Rainha disse. Preciso de aliados novos. Eu espero que você vá conseguir me dizer se ela é tão confiável quanto acho que ela é.

Tudo certo. Imagino que eu não vá ter nada melhor para fazer.

O próximo membro da Guarda da Rainha entrou e Helen pediu para ele sentar, permitindo que o silêncio voltasse com força total.

Mehlsanz flutuou ao redor do novo convidado, olhando para ele e logo ficando entediada.

Você não tem ideia de quem convenceu Nathaniel a te matar? — Ela perguntou.

Temo que não conheça minha família tão bem quanto deveria. Eu com frequência me pergunto aonde meu pai estava com a cabeça na hora que me escolheu com sucessora dele. Certamente, ele devia saber a fúria que isso traria para mim.

Ele deveria realmente pensar que você era a melhor para o serviço.

Talvez. Helen disse. — Mas a tradição da primogenitura não pode ser ignorada tão facilmente.

Bom, sim. Eu dúvido que seu pai pretendia que você fosse assassinada pela sucessão.

Dada as minhas circunstâncias, parece mais provável que meu pai não me escolheu por acreditar que eu faria o bem, mas porque ele acreditava que os outros fariam o mal.

Hmm.

A parte mais irritante disso tudo é que eu vi o assassinato chegar a tempo e ainda assim não consegui me salvar. De repente, meus subordinados mais confiáveis não estavam por perto. Eu morri, porque não julguei os caráteres verdadeiros dos meus amigos.

Ah. Dessa forma, você não quer cometer o mesmo erro duas vezes.

Sim…


Sentado em sua sala, Hector coçou sua cabeça enquanto lutava para resolver seu exercício de álgebra. Garovel flutuava perto dele, lendo o jornal em uma mesa.

O resto do dia escolar prosseguiu de forma bem estranha. Seu novo grupo de amigos de lanche estava apologéticos demais, apesar dele não conseguir imaginar pelo que. Eles terminaram discutindo sobre televisão e pudim.

Mas foi o clube de carpintaria que foi a maior surpresa. Quando notícias que Hector caiu de uma escadaria se espalhou e quando ele mancou para dentro da sala do clube, pensando que conseguiria trabalhar um pouco mais em seu elmo, ele foi pego por uma onda de perguntas e preocupação quanto a sua saúde de todos do clube. Pessoas que ignoraram ele no último ano estavam de repente falando com ele de novo. Ele lidou com a situação do melhor jeito que sabia. Fugindo. Ou mancando rapidamente para longe pelo menos.

Vire a página por favor. — Garovel disse.

— Quanto você sabe sobre a Rainha?

Não muito. Eu sei que ela é bem jovem para um monarca funcional. Ainda no início dos trinta, eu acho. E sei que teve uma comoção muito grande quando ela foi indicava pelo pai.

— Ah sim, eu lembro disso. Foi a uns quatro anos atrás, não?

Sim, ela é a mais jovem dos oito descendentes diretos e todos seus sete irmãos são homens. O Rei quebrou a tradição real de Atreyana ao escolher ela.

— Isso é verdade… eu lembro porque todos pensavam que ela reinaria apenas em nome ou… ter o poder tirado dela assim que seu pai morresse… mas ele morreu tipo um ano depois e nada mudou. Bom… até agora, eu acho…

Acho que um dos seus irmãos seja o responsável pela pela tentativa de assassinato dela.

Hector franziu o cenho.

— Um de seus irmãos… ? Mas que merda…

Bom, quando você tem esse tipo de poder ao seu alcance e você  foi criado para acreditar que é o destino ou alguma merda burra dessa, só para ver isso ser dado a outra pessoa… quero dizer, quem sabe se é essa mesmo a causa?  Mas é difícil não imaginar, dado a confusão geral que ocorreu quando ela foi indicada inicialmente.

— Geez…

Outra coisa, você não devia estar se focando na sua matématica?

Hector suspirou.

— Eu devia estar meditando…

Você medita de um jeito profundo demais, seu maluco. Eu preciso que você vire as páginas para mim agora.

— E se eu… pendurar as páginas no teto e você flutua ao redor delas ou algo do tipo…

Só faz a merda do seu dever de casa. Meditar você faz depois.

— Ugh… cê sabe, pensei que você conseguia ler mais rápido do que isso.

Oh, me desculpe. Quantas línguas não nativas VOCÊ consegue ler mesmo? Porque eu sou só fluente em umas trezentas.

Hector piscou.

— Trezentas?!

Bom. Um bom número delas está morta, mas sim, trezentas.

— Hmm… mas você tem milhares de anos. Então, isso é tipo uma língua nova a cada cem anos. Isso não é muito impressionante não.

Ah, cala a boca.

Depois de agonizar em silêncio com alguns problemas de funções trigonométricas, ele ficou aliviado ao ouvir Garovel devanear novamente.

Hm…

— Qual o problema?

É só que, esse artigo…

— Você vai começar a montar teorias malucas agora?

Não. Um momento depois. Talvez.

— Ha.

Aqui diz que a Rainha informou seus próprios guardas do ataque uma hora depois do ocorrido.

— Huh… isso é estranho?

Bom. Mais ou menos. Você pensaria que a Guarda da Rainha seria um pouco atenta, não? Mesmo que eles não conseguissem impedir o atacante, eles não deveriam ter pelo saber que havia um? Se não na hora, então certamente dentro de uma hora?

— Bom… uh… talvez não houvesse um assassino. Talvez alguém tenha envenenado sua bebida ou algo do tipo e ninguém viu.

Hmm. Aqui diz que a Rainha estava “em um estado de confusão” e ainda não se lembra dos detalhes do ataque. Mas que caralhos isso significa?

— É, não sei sobre essa ai…

Aparentemente, ela marcou uma conferência pública em alguns dias a partir de hoje e eles estão esperando mais detalhes.

— Estranho… já faz três dias inteiros, certo?

Parece… que um ceifador pode ter se envolvido.

Hector ficou surpreso.

— O-o que? O que te faz pensar isso… ?

Principalmente, o fato que levou uma hora para relatar o ataque, mas também o fato de que ninguém mais parece saber mais nada sobre isso. Talvez a razão dela ter esperado tanto tempo foi porque o assassino conseguiu matar ela.

— Merda… um ceifador ressuscitou a Rainha?

Pode haver outra explicação que não estou conseguindo enxergar. Mas não é incomum para ceifadores escolherem pessoas em posições de poder e tentar usar essa pessoa para algum propósito.

— Puta merda… você está dizendo o que eu acho que você está dizendo?

Garovel olhou para ele seriamente.

Se um ceifador está controlando a Rainha, então seria bom que nós descobrissemos quais são suas intenções.

— Eles podem… começar a uma guerra, não podem?

É uma possibilidade.

— … o que nós fazemos?

Hmm. — Garovel se afastou do jornal. Vai ser perigoso, mas acho que a gente devia ir até a capital e tentar ver a Rainha.

— Sério? Mas, hmm… nós devíamos, uh… nós devíamos mesmo sair de Brighton? Quero dizer… e o Geoffrey? Ele podia começar a machucar mais gente. Eu acho que nós devíamos… uh, ficar e… matar ele…

É outro motivo de eu querer ir, na verdade. Eu estou me perguntando se o ceifador da Rainha pode nos contar algo sobre o que Geoffrey é. Se ele escolheu reviver a rainha, então ele está provavelmente mais informado sobre as circunstâncias do mundo do que eu estou atualmente.

— Hmm. Mas mesmo assim… sem chance de nós conseguir uma audiência com a Rainha. Quero dizer… mesmo se alguém não tivesse acabado de tentar matar ela…

Eu posso ir sozinho.

Hector só franziu o cenho.

Não me dê esse olhar. Encontrar com ela não vai ser perigoso. Se ela acabou de ser revivida, então ela não vai conseguir me ferir ainda. Mas eu definitivamente quero que você me escolte para qualquer outro lugar. Pode ser que nós não sejamos o único ceifador e servo indo se encontrar com ela.

— Você acha? Você, uh… você acha que estou pronto para lutar contra outro servo?

Garovel ficou em silêncio por um tempo.

Nós não vamos lutar contra ninguém, só se for absolutamente necessário. Mas mesmo assim, é melhor você começar a meditar.

— Certo…

Ah, mas antes de você começar, abra a página de classificados para mim.

— Para que?

Eu vou encontrar um transporte para você. Sescoria está a mais de quatrocentos quilômetros de distância. Você não pode só ir correndo para lá.

— Vou só pegar um trem.

Sim… o problema é que é provavelmente iremos precisar dar no pé da capital rápido. Se nós formos perseguidos, você não vai ter muito tempo para ficar esperando um trem chegar.

— Tá-tá bom, mas… eu nem tenho carteira de motorista…

Eu vou te dar um dia inteiro de prática.

— Oh, ah, um dia inteiro?

Vinte e quatro horas de prática deve ser mais que o bastante para aprender os básicos.

— Uh, mas isso é ilegal…

O ceifador deu de ombros.

Eh.

Ele suspirou.

— Isso vai terminar comigo empalado em uma cerca ou algo do tipo, não vai… ?

Provavelmente.

— Aff… — Hector esfregou seu rosto. — Isso parece um ideia péssima…

Eu sei. Mas uma porrada de vidas pode estar em perigo. Se não estiverem, então ainda melhor. Ainda pode ser uma oportunidade para conseguir um aliado valioso.

— Sim… acho que você está certo…

Nós só temos alguns  dias antes dela aparecer em público. Não vamos desperdiçar.

Hector assentiu.

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