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The Zombie Knight Saga – Capítulo 14

Almas imundas, reúnam vossa astúcia…

Timothy Swank se escondeu num beco e segurou seu fôlego. Suando frio, ele escutava o som de passos.

— Está tentando se esconder de mim?

Ele viu a algo e gritou.

— Por favor… Nã-não…

— Ah, para de gritar. — Geoffrey disse. Só que, não era Geoffrey. Era um de seus fantoches sem expressão. Era uma garota e ela podia ter sido fofa antes, mas agora sua pele pálida, doentia e olhos apáticos só faziam Swank querer fugir. — Não vou te matar Sr. Swank. Você é muito mais útil para mim vivo. — O resto de seu rosto não combinava mesmo com as palavras saindo de sua boca.

Ele engoliu o nó em sua garganta e tentou se encolher na parede atrás dele.

— Você pode fazer eles falarem. — Ele disse, tentando não tremer visivelmente. — Você não conseguia fazer isso ontem.

— Sim, eu sei. — O sorriso da fantoche fez Swank estremecer.

— Eu a-ainda não descobri onde Colt está… então, h-mm… quero dizer, eu estou procurando. Claro que estou procurando. Mas ele só… Ninguém viu ele, então, ah, eu-eu não… por favor.

— Entendo. Que pena. Eu só queria checar. Estou indo para uma reunião agora, mas por favor continue procurando. — Um vapor vermelho saiu da pele da garota como um bule fervendo e ela caiu no chão, tremendo.

Swank achava que ia vomitar.

Os últimos dias foram um inferno. Ele mal conseguiu escapar da mansão de Rofal com vida. Entre Geoffrey, Colt e aquela criança estranha de máscara, aquele lugar se transformou num campo minado, mas de algum jeito, cagar nas calças num canto da sala foi o bastante para fazer ninguém notar ele.

Geoffrey definidamente não era o tio dele. Joseph Rofal entendia que matar seus empregados por uma falha não servia para nada. Geoffrey não. Ou talvez ele sabia e só não ligava, porque simplesmente estava fora de cogitação. Dois homens tentaram fugir da cidade no outro dia. Geoffrey tinha a cabeça deles na sua sala agora.

A procura por Colt não tem dado muitos frutos. Dos três homens que Swank enviou para pegar o arquivo de Colt da delegacia de polícia, só um voltou, entregando uma mensagem para pararem de procurar pelo homem. Geoffrey matou o pobre coitado mesmo assim.

Ele não fazia ideia do que fazer agora. O império Rofal era um navio afundando e seu novo capitão não dava a mínima, porque ele era um tubarão.

Swank deixou o corpo da garota onde estava. Levantou seu colarinho e enfiou suas mãos em seus bolsos enquanto ia embora. Ele estava indo para o bar e agora a ideia de ficar bêbado parecia ainda mais tentadora. Não iria ajudar muito seu estômago, mas esse nunca foi mesmo o ponto de qualquer maneira. Ele voltou para seu lugar de sempre, o letreiro de neon escrito Bart’s Bar. Era um estabelecimento mixuruca, mas ele ainda não encontrou um lugar com bebida mais barata. Ele pegou o primeiro lugar que viu e pediu ao barman uma garrafa de vodka.

Porém, pouco tempo depois, um homem do outro lado do lugar se levantou e foi até ele.

— Você é Swank?

Swank quase mandou ele se foder, mas depois de refletir por um momento em sua sorte de ultimamente, ele decidiu não tentar irritar um estranho completo.

 — Sim. Quem é você?

— Ah, eu não sou ninguém importante, — o homem disse — mas fiquei esperando aqui porque ouvi por aí que é você que tenho que pedir para certos trabalhos serem cumpridos.

Swank não conseguia imaginar uma resposta mais irritante. Ainda, ele se segurou com outra golada de vodka e disse.

— É mesmo?

— Eu ouvi que seu chefe é um homem com interesses discretos.

Swank revirou seus olhos.

— Eu acho que você não ouviu que ele está morto agora.

Por algum motivo, o homem viu aquilo como um convite para se sentar.

— Sinto muito em ouvir isso. Isso significa que você está no comando agora?

— Não.

— Então você tem um novo chefe. Talvez eu possa me encontrar com ele.

Ele segurou a risada.

— Confie em mim, cara. Você não vai querer encontrar meu novo chefe.

— Ah, mas eu quero. Quanto mais rápido melhor, na verdade.

Swank olhou o cara. Algo no rosto desse cara irritava ele, mandíbula esculpida, barbeada e um olhar condescendente em seus olhos. Swank bebeu um gole mais longo.

— Pensando melhor, eu gostaria de ver vê-lo também.

————-

Geoffrey inclinou sua cabeça quando viu a casa de panquecas isolada. Ele não estava certo do que esperar. Sair de Brighton para ir a uma cidadezinha chamada Chesterville era estranho o bastante para atrair sua atenção, mas quando ele viu que o convite era do CEO da Corporação Boulder, Geoffrey ficou positivamente cheio de curiosidade. Sozinho sob a luz do luar, ele entrou no estabelecimento.

Cinco pessoas estavam sentada em um par de mesas juntas. Todos se viraram para olhar para ele, que nem os cinco ceifadores acompanhando ele.

Geoffrey deu um sorriso boquiaberto enquanto olhava para todos.

— Se sente menino. — Um homem mais velho na direita disse.

Geoffrey se aproximou deles e todos os ceifadores se afastaram. Para ele, cada ceifador pareciam bem humanos, porém um pouco borrados e tremeluzentes como uma gravação de vídeo antiga.

— Por que vocês me convidaram? — Ele perguntou.

— Porque eu gostava do seu tio. — O homem disse. — Agora fique quieto. Você não ganhou o direito de falar na nossa mesa.

O sorriso de Geoffrey enrijeceu.

— Eu não gosto de que me digam o que fazer.

O homem levantou sua mão aberta e a cerrou o punho.

— Eu disse fique quieto.

Ar escapou dos pulmões de Geoffrey. Seus olhos se esbugalharam enquanto ele lutava para respirar e não havia como puxar ar. Ele encarou o homem e correu para frente, mas uma pressão invisível o parou, dura como se uma parede estivesse lá.

Geoffrey atacou com sua sombra vermelha, dando a volta no cômodo e até o ceifador do homem.

O homem se levantou e acertou a sombra com apenas um dedo indicador. A sombra quebrou e morreu.

— Eu não sabia que você era um monstro quando te convidei. —  O homem disse. — Mas isso não muda nada. Você vai aprender o que é respeito, menino.

Geoffrey caiu de joelhos, conseguindo respirar de novo. Ele fez careta para todos, mas eles não ligaram muito.

— Sobre o que nós estávamos falando? — Alguém disse com uma voz baixa, rouca. Este era um homem ainda mais velho, manchas oleosas por todo seu rosto e um macacão desbotado. — Vincent?

O homem de antes reconheceu seu próprio nome.

— O lance com a Rainha. — Ele disse. — Cada um dos nossos negócios provavelmente vai sofrer se a culpa do ataque for transferida para um corpo criminoso.

— Você acha? — Um homem mais novo disse. Este parecia mais um trabalhador de escritório comum vestindo um terno cinza e óculos de armação preta. — Não é por isso que nós recusamos o pedido daquele príncipe idiota para começo de conversa?

— Sim. — Vincent disse. — Mas se os investigadores não virem que foi culpa dele, então o resultado é o mesmo. E eu estou apostando que o príncipe vai se certificar de que eles não vão notar isso.

— Justo. — Uma das duas mulheres na mesa disse. Ela era mais jovem também, com um rosto rosado, cheio. — Se o público acreditar que algum criminoso tentou matar a Rainha, então haverá uma onda de apoio para uma legislação e aplicação das leis mais rígidas por todo lado. As coisas só vão ficar mais difíceis para gente.

— Mas a Rainha deve ter seus próprios planos também. — A outra mulher disse. — Ela claramente está levando seu tempinho com esse negócio todo. Talvez ela mesma consiga expor o verdadeiro culpado.

— Talvez. — Vincent disse. — Se a gente conseguir ajudar, vamos ajudar. Ou pelo menos, garantir que um bode expiatório apropriado leve a culpa.

— Você quer que a gente ajude a Rainha? — O homem mais velho de todos disse. — A gente?

— Ela é jovem. — Vincent disse. — E provavelmente uma serva também. Se ela ficar devendo uma, nossa posição melhoraria muito, você não concorda?

— Você está falando sério? — O homem com óculos disse. — Aquela mulher vai ter um alvo nas costas dela e não vai ser só dos irmãos dela. Se ela realmente tem um ceifador agora, então a Vanguarda e a Abolir vão estar vigiando ela. Uma ou as duas podem mandar alguém para matá-la. Você está sugerindo que a gente se meta nessa merda toda?

— Não estou dizendo que nós devíamos colocar nossas vidas em risco por ela. — Vincent disse. — Mas eu acho que um de nós devia ir para capital e observar a situação. Se as coisas derem muito mal, talvez seja melhor tirar nossas raízes e ir para outro país.

— Nem fodendo! — O homem de óculos disse. — Atreya é o meu lar. Eu não vou sair daqui por nada.

Todos olharam para ele.

— Essa escolha é sua.

— Nós já temos muitos olhos na capital. — A mulher gorda disse.

— Sim, mas só os olhos de um servo não vão servir. Tem que ser um de nós.

Um silêncio breve caiu sobre o grupo.

— Você está se voluntariando? — O homem mais velho de todos perguntou.

— Se é o desejo de todos. — Vincent disse. — Para falar a verdade, eu estava esperando que Roman fosse.

O homem de óculos levantou uma sobrancelha.

— Por que eu? Gerald vive na capital.

— Ele pode te apoiar, mas a sua habilidade é ideal para tarefa. Se você precisar matar alguém, vai ser mais fácil para você fazer o corpo sumir.

Roman franziu o cenho.

— Você sabe que eu tenho negócio, certo?.

— Eu estou certo de que seu segundo em comando consegue lidar com tudo enquanto você está fora. — Vincent disse.

— Tá bom. — Roman olhou para o homem de macacão. — Se importa se eu ficar no sua garagem então?

Gerald olhou igualmente desagradado.

— Só em uma cobertura, certo? Você não vai trabalhar mesmo, vai?

— Eu não trabalho mesmo nem no meu trabalho de verdade. Você acha que eu quero tocar nos seus carros de merda?

— Contanto que isso fique claro. Eu tenho uma clientela de verdade que depende dos meus mecânicos.

Roman riu.

— Certo. Você só gasta tempo com a gente porque você gosta muito das nossas personalidades.

— É mais fácil manter uma reputação boa quando parte do negócio é ambos legal e pública. — Gerald disse.

— Tanto faz, velhote. — Roman disse. — Vincent aqui é o único de nós que realmente precisa de um negócio legítimo.

— Um certo grau de independência é importante também. Mas eu não espero que um ladrão vá entender o pensamento de um homem de negócios.

Geoffrey odiava ter que ouvir essa ladainha. Nada disso interessava para ele. Olhando para os ceifadores de novo, ele se perguntou o motivo de nenhum nunca falar nada. Talvez eles estivessem escondendo suas vozes uns do outros por algum motivo. Ou dele. Diferente de seus associados humanos, os ceifadores pareciam particularmente cautelosos de sua presença, o que o agradava muito.

As pessoas continuaram falando, mas Geoffrey parou de prestar atenção. Em vez disso, ele estava brincando e encarando os ceifadores, tentando ver quão desconfortáveis ele conseguia fazer eles se sentirem. Porém, seu jogo terminou abruptamente, conforme Roman agarrava ele pelo pescoço e o prendia no chão.

— Minha amiga aqui não gosta de você. — Roman disse. — E eu estou inclinado a concordar com ela.

— Pare. — Vincent disse. — O menino Rofal é meu convidado.

— Essa coisa nem é humana. — Roman disse. — Eu não vejo razão para deixar ele vivo. — Os dedos de Roman passaram pela sombra vermelha e chegaram na pele de Geoffrey.

Seu pescoço começou a queimar. A mão do homem parecia ácido contra sua pele. Geoffrey se encolheu em agonia. Mas depois de um momento, ele começou a rir.

— Você consegue mesmo me machucar! — Ele disse, com seus olhos se arregalando ansiosamente. — Aha! Mais!

Roman escuto e a risada de Geoffrey se transformou em tosse.

Vincent foi a frente, mas não interferiu.

— É verdade que ele precisa de mais disciplina, mas ele podia ser um bichinho útil. E nós podemos usá-lo para conseguir o apoio dos Rofals. Matar ele certamente queimaria essa ponte.

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