Roman a soltou e a esfera quicou no chão. Cavidades distorciam seu formato e e Hector e Roman ambos se matavam para manter aquilo suprimido.
Você não pode suavizar uma explosão assim. — Garovel disse. Você vai ter que tentar e redirecionar ela.
Como?! — Hector perguntou.
Um funil. De cabeça pra cima. Faça agora.
Ele não estava certo se conseguia fazer algo assim, mas não havia tempo para duvidar de si mesmo. Ele fez o melhor que pode, girando suas mãos entre si conforme sua mente moldava a esfera de metal, adicionando paredes cruas entre o topo como uma coroa mal formada. Ela cresceu desajeitadamente em direção ao teto, o preocupando por causa de sua forma estranha. Mas chegou lá. E era só isso que importava.
Hector aniquilou o topo da esfera dentro das paredes e assentiu para Roman, que já parecia entender o objetivo aqui.
A explosão estava livre para ir para cima, de volta para o buraco que Desmond tinha jogado ela.
Hector aniquilou o resto do funil improvisado, libertando uma nuvem de fumaça e poeira.
Uou, Roman. — Garovel disse. Eu não percebi que você conseguia suprimir explosões como aquela.
Roman deu de ombros.
— Honestamente, eu não tinha certeza também. Bom trabalho com 0 –
Um segundo braço caiu do buraco, mas Roman estava pronto dessa vez. Ele pisou no chão e o Corvette voou direto pelo teto, levando o braço com ele. A explosão abalou o prédio, fazendo as paredes racharem.
Roman sorriu como um maníaco.
— Hora de ir galera.
Hector montou na moto e todos os outros entraram na caminhonete preta com Lynnette dirigindo. Ela subiu primeiro na rampa e desapareceu no lado de fora e quando Hector subiu a rampa ele viu a caminhonete de novo, estava virado e derrapando na rua.
O homem grande estava lá. Como também estava Geoffrey.
Ele não precisou de tempo para processar ou questionar. Hector foi direto para Geoffrey com determinação resoluta.
Tentáculos vermelhos foram a frente, enrolando a moto e Hector, os desacelerando e conforme a força do impacto empurrava Geoffrey para trás, os dois jovens se viram frente a frente.
Os olhos de Geoffrey se arregalaram e ele sorriu enquanto a bagunça enrolada parava, a pneu dianteiro da moto ainda roçando inofensivamente contra seu escudo vermelho.
— É você!
— Sou eu. — Hector se libertou da sombra e agarrou o rosto de Geoffrey. Carmesim ficou entre eles, mas Hector só cobriu o rosto do jovem ferro.
Geoffrey caiu no chão, arranhando a máscara sólida. Vermelho batia no metal, tentando quebrá-lo, mas não tendo muito sucesso.
Hector reuniu seu foco e socou Geoffrey no peito. Ele quebrou o escudo de sombra e sentiu uma costela quebrar. Geoffrey gritou de dor.
O som de passos pesados fez Hector virar bem a tempo de ver um punho massivo acertá-lo. Ele voou e acertou a caminhonete virada, a balançando conforme os outros tentavam sair de lá. Garovel ainda estava ao seu lado e pegou seu ombro. Hector sentiu sua fatiga iminente desaparecer por completo.
O cara grande ajudou Geoffrey a se levantar e arrancou o metal como se fosse um papel laminado.
Hector se levantou e viu Roman sair do veículo.
— Sr. Roman! — Geoffrey disse, segurando seu peito, mas ainda sorrindo. — Um prazer te rever!
Roman apertou seus olhos. — Voreese, é quem eu acho que é? Eu não consigo ver bem o rosto dele.
É sim. — Voreese disse. Mas que porra você tá fazendo aqui, moleque vermelho?!
— Estou aqui para matar a Rainha.
Voreese gritou.
Agh! Eu odeio pra caralho aberrações! Mas não! Deixe a coisa viva, disse ele! Porra Vincent! Nós nunca mais vamos ouvir aquele merda de novo!
— Funciona pra mim. — Roman olhou para suas palmas. Elas começaram a tremer e queimar.
O que são aberrações? — Garovel disse.
E Hector não podia parar para ouvir a resposta da outra ceifador. O homem grande avançou na direção deles, cuspindo ácido. Roman levantou o pavimento como um escudo e quando o ácido o devorou, ele jogou fogo no buraco, queimando o gigante vivio. Mas não era o bastante para parar o homem, então Hector aproveitou sua chance com um direto no queixo com um punho de ferro. O gigante cambaleou voou no ar e caiu em um carro estacionado.
Porém Geoffrey não estava mais à vista.
Ele deu a volta! — Garovel disse.
Então, veio um grito agonizante do outro lado da caminhonete e Hector sabia que pertencia a Lynn. Ele correu.
Uma torrente de carmesim engoliu ambas as mulheres, as segurando no ar. Era uma sombra maior do que Hector tinha visto Geoffrey soltar, mas ele mergulhou na massa de cabeça mesmo assim. O vermelho se enrolou em seus membros, o desacelerando, mas não o parando. Então, ele começou a cavar sua carne e o levantando do chão, tirando toda sua alavanca.
Geoffrey se virou de Lynn para olhar para Hector.
— Por que você trouxe essa garota normal? — Ele disse. — Ela é sua amiga? — Ele levantou um olho recém removido. — Por favor me diga que ela é.
Sangue e sombra obscureciam o rosto de Lynn. Geoffrey cobriu sua boca para tapar seus gritos e um corte ensanguentado ocupava o lugar onde o olho direito dela devia estar
Porém, Rainha agiu antes de Hector conseguir. Com uma lança de sombra atravessada em sua barriga, ela se puxou para baixo junto com a sombra enquanto a atenção de Geoffrey estava focada em Hector. Ela deu um murro de cima em sua cabeça. Ele acertou o chão de cara e a massa inteira de carmesim tremeu e soltou todos – mas ela não desapareceu por completo.
Geoffrey se levantou rápido e Hector estava lá para encará-lo. Ele balançou seu punho em direção ao peito de Geoffrey de novo. A massa vermelha se enrolou ao redor de seu braço e o segurou, lutando.
— Eu devia transformar ela em minha amiga também.
— Geoffrey disse. E o carmesim começou a expandir.
Hector usou seu outro punho para dar um murro em seu rosto. Não foi um golpe focado e não quebrou a sombra, mas mandou Geoffrey voando de ponta cabeça pela rua e até um prédio próximo.
— Lynn?! — Hector correu até ela.
Ela segurou sua mão por cima de sua cavidade ocular, se encolhendo.
— Estou bem. — Ela rosnou entre dentes.
— Por favor fique perto. — Hector disse.
Ela só gemeu e assentiu, derramando mais sangue em seu uniforme.
Desvira essa merda! — Mehlsanz disse.
Helen a escutou e os pneus da caminhonete arrasada acertaram o chão de novo.
Roman veio voando com a moto de Hector em cima dele. Ele acertou o chão e moto explodiu suas entranhas como um balão, espalhando suas tripas por toda a rua.
O gigante voou até a caminhonete também e começou a pisar em Roman, mas então ele avistou Mehlsanz e tentou bater nela. Ela desviou de sua mão e entrou no chão. Ácido logo foi atrás dela, derretendo a rua.
Hector e Helen se juntaram contra ele. Hector cobriu o rosto do homem com ferro e deu a ela a abertura para socar ele com toda sua força. O cara grande voou até um poste e até a garagem de Gerald.
Todos na caminhonete agora! — Garovel disse. Mehlsanz apareceu atrás dele, fumegando um pouco, mas não reclamando.
A Rainha entrou no assento do motorista enquanto Hector foi pegar Roman e a moto.
Lynn entrou na traseira. Uma cobra constritora verde-amarela gigante se levantou na borda da caminhonete, sibilando para ela.
— Você vai ser minha amiga! — Veio o grito distante de Geoffrey.
A cobra avançou nela e ela cortou sua cabeça.
Geoffrey abriu sua boca como se fosse dizer algo, mas só acabou franzindo em vez disso.
Helen parou perto dos meninos. Roman mal conseguia se levantar, então Hector o ajudou a entrar nos fundos com Lynn.
Eu vejo Desmond! — Mehlsanz avisou.
Hector subiu também e Helen pisou no acelerador. Ele olhou para trás a fim de manter seus olhos em Desmond, mas o que ele viu foi uma sombra vermelha, voando em direção a Garovel. Ela o pegou e o levou para trás.
Hector pulou do veículo conforme ele ia embora.
— Hector?! — Lynn gritou com ele. — O que você tá fazendo?!
Antes mesmo dele acertar o chão, ele cobriu Garovel em ferro. A sombra de Geoffrey perfurou o metal, mas só um pouco, e Hector correu em direção a eles, tentando cobrir Geoffrey também.
Metal e sombra competiam. Vermelho cortava o cinza, ambos contraindo e expandindo um sobre o outro, lutando em busca de dominância sobre Geoffrey. A sombra venceu no momento que Hector se aproximou e parou seu soco.
— Então, seu nome é Hector, é mesmo? — Geoffrey cortou o corpo de Hector em múltiplos pontos. — Eu não achava que nós nos encontrariamos tão cedo.
Hector arrancava as lanças vermelhas toda vez que elas o perfuravam. Ele cobriu suas pernas e pés em metal para manter seu ponto de apoio e conseguir passar.
Mas era simples para Geoffrey manter sua distância. A sombra não podia parar Hector, mas o desacelerava o bastante para Geoffrey conseguir se afastar.
E, então, Desmond estava lá.
— Me permita. — Ele deixou um braço no ferro que protegia Garovel. Ele afastou Geoffrey enquanto este endurecia.
Hector rasgou o restante das sombras vermelhas e pegou o braço. Não havia mais tempo para jogá-lo.
Geoffrey assistiu a explosão deixar uma cratera na rua. Ele usou sua sombra para afastar a nuvem de poeira. Partes de corpo espalhadas por todo lado da rua, mas o elmo de metal de Hector permanecia na cratera.
— Ahh, eles estão mortos?
— Acho que não. — Desmond disse conforme eles se aproximavam. — É, vê? o Ceifador sobreviveu por pouco. A criança ficou no caminho.
O som de um veículo atraiu a atenção deles e eles viram a caminhonete voltar de ré. Roman e Lynnette estavam juntos. Ela os encarou com seu único olho.
— Eles voltaram mesmo por ele? — Geoffrey disse.
Desmond enfiou uma mão em seu peito.
— Eu vou lidar…
Uma espada acertou seu rosto.
Geoffrey assistiu Desmond cair no chão, morto.
— Uou. Não me admira que Hector sempre use um elmo.
O caminhão parou com um chiado. Geoffrey atacou com o vermelho.
Roman foi cortado e parou os tentáculos que iam para Lynnette. Ele pegou dois tentáculos, um em cada mão e os fez tremer. Eles explodiram e seus restos voltaram para Geoffrey. Roman pulou da caminhonete, batendo no pavimento com ambos os pés.
O chão jogou Geoffrey para cima. E ele voou pelo ar.
O homem grande o pegou. Ele deixou Geoffrey no chão e correu em direção à caminhonete, cuspindo ácido conforme ela começava a ir embora. O ácido teria acertado a menina se Roman não a tivesse protegido com suas costas.
E, então, eles foram embora.
Geoffrey foi até o homem grande e o afagou no ombro.
— Ótima tentativa, Sr. Gigante.
Ele devolveu um afago próprio na cabeça de Geoffrey.
— Esse dia terminou uma decepção. Perdi meu chapéu de balão. Perdi minha cobra. Nem consegui matar a Rainha. Aquele conselheiro vai ficar bravo, se nós o vermos de novo. Eu queria alimentar minha cobra com ele depois que ele me pagasse, mas eu acho que isso não vai mais acontecer também.
O cara grande só continuou afagando ele na cabeça e Geoffrey começou a se sentir como um cachorro.
— Você não fala muito, fala?
O gigante deu um olhar indiferente para ele.
— Que tal um nome? Você tem um?
O ceifador do homem chegou, descendo dos céus junto com Ezmortig.
O nome dele é Moss. — O ceifador disse. E o meu é Ozmere. Moss não consegue falar. E mesmo se ele conseguisse, não teria muito a dizer. Ele é um cara bem simples, mas ele é bom em seguir ordens e é isso que importa.
Eles esperaram e, logo, Desmond reviveu. Eles começaram a andar de volta para o Castelo de Belgrant juntos.
— Tudo bem mesmo não perseguirmos eles? — Geoffrey disse.
Nós podíamos. — Ozmere disse. Mas eu e Ezmortig teríamos que viajar e manter um olho neles por longas distâncias enquanto esperamos vocês chegarem. E isso poderia ser perigoso para gente.
Ezmortig assentiu.
Se precisassemos mesmo da Rainha morta a todo custo, então talvez valesse o risco, mas não precisamos. Contanto que ela fique escondida, ela não vai conseguir nos atrapalhar politicamente.
— E se ela for burra o bastante para tentar algo, então nós vamos caçar ela. — Desmond disse. — Mas talvez seria bom pedir reforços. Um pouco de precaução não machuca ninguém.
Verdade. — Ezmortig disse. Nós encontramos mais resistência do que o esperado.
Desmond estalou seu pescoço.
— De qualquer jeito, Geoffrey, tudo certo contigo? Você não regenera como nós e aquela criança te acertou em cheio.
Geoffrey esfregou seu peito.
— Dor é um sentimento interessante. Eu não desgosto completamente, mas distrai um pouco imagino.
— Não é isso que eu quis dizer. Aberrações nunca parecem ligar muito para dor. Mas isso não te torna imune a ela. Se esse corpo começar a ficar lerdo, você devia encontrar um novo.
Geoffrey inclinou sua cabeça.
— Um corpo novo?
— Oh, você ainda não consegue fazer isso? Bom, estou certo de que você vai descobrir em breve.
— Sério? Todas as aberrações possuem habilidades como as minhas?
Desmond passou a palavra para Ezmortig.
Seus poderes com sombras, sim. Sua habilidade de controlar coisas, não. Aberrações tem habilidades secundárias diferentes. Nós chamamos a sua Dominação. Infelizmente, não é terrivelmente útil contra servos. Pelo menos, não até você a desenvolver a graus vertiginosos.
— Quais outros tipos de habilidades nós podemos ter?
Elas sempre se baseiam no consumo de almas. E elas podem ser bem estranhas. Eu conheço uma aberração que consegue criar fogo negro. E uma que consegue transformar pessoas em vidro. Oh e o exemplo mais famoso é provavelmente a que conseguia criar singularidades localizadas. Mas ele está morto agora. Eu acho que Sermung teve que abater ele pessoalmente.
— Hmmm. Entendo.