— O que você tem que poderia me interessar? — disse Lucien suavemente com um sorriso.
— Meu senhor… Se você estiver interessado em minhas informações, peço que me perdoe, por favor. — Chris quase caiu em prantos.
— Isso depende de quão valiosas suas informações são. — Lucien manteve a espada firme.
— Eu… Eu consegui um convite há alguns dias, — gaguejou Chris.
— Você conseguiu? — Lucien inclinou a cabeça ligeiramente.
— Eu roubei… Eu roubei o convite. — Chris se corrigiu, sem graça, mas ele então explicou apressadamente: — Parece que é um convite para uma reunião de feiticeiros negros.
Lucien não respondeu, embora seu coração tivesse de repente parado por um instante.
— Meu senhor… É uma reunião de feiticeiros de baixo nível, e seria uma oportunidade excelente para qualquer cavaleiro conseguir feitos heroicos e valorosos.
— Mostre-me o convite. — Lucien escondeu sua emoção e ordenou severamente.
Sob o olhar de Lucien, Chris tirou um pequeno pedaço de papel cuidadosamente dobrado de dentro de seu bolso.
— Aqui está, meu senhor. Alguns dias atrás, um viajante misterioso chegou à cidade e a maneira como ele gastou o dinheiro foi imprudente demais. Então, eu o segui quando ele deixou a cidade e testemunhei o momento em que ele matou um monte de bestas que estavam atacando ele, usando uma magia negra maligna! Foi terrível!
Lucien pegou o pedaço de papel e o desdobrou com a mão esquerda. Apenas com um breve olhar, ele registrou o convite em sua biblioteca espiritual:
“Na segunda sexta-feira do Mês do Fogo, quando a lua prateada estiver no céu, nós convidamos vocês, feiticeiros e aprendizes, para vir para a terra que anteriormente pertencia a Wilfred, para participar de um banquete da morte, que será realizado no Castelo Carendia, no intuito de dar as boas-vindas a um senhor da sede do Congresso de Magia.”
Nenhuma saudação, nem assinatura. Era um convite estranho. No entanto, ele fisgou o grande interesse de Lucien como um feiticeiro.
Vendo que Lucien não mandou ele ficar calado, Chris voltou a falar para fornecer mais informações para agradá-lo:
— Quando eu estava seguindo ele, eu não sabia que ele também era o alvo de um outro grupo de aventureiros. Após várias rodadas de combate contra as bestas, o grupo atacou o viajante. O viajante não estava em desvantagem no início, já que sua magia negra era ainda mais poderosa do que eles pensavam, até que todos eles foram cercados por um grupo de ladrões quando estavam exaustos, e tanto o viajante quanto os aventureiros foram mortos.
Ouvindo as palavras de Chris, Lucien estava certo de que o viajante era um aprendiz de feiticeiro.
— Então, você aproveitou a oportunidade e pegou esse convite? — perguntou Lucien.
— Sim… é isso mesmo, meu senhor, — respondeu Chris obedientemente.
— Por que você não relatou à Igreja, então? — O nome Wilfred não era estranho para Lucien. Wilfred foi um dos vários necromantes de nível lendário na história. No entanto, ele foi morto durante o cerco da Igreja realizado pelos principais cardeais, e até mesmo sua torre mágica construída em um demiplano foi destruída. — E o que você sabe sobre o Castelo Carendia?
— Eu sou um ladino que caminha pelas trevas e comete crimes. Se a Igreja descobrisse, eu seria condenado à morte na forca, — Chris respondeu honestamente. — Mas eu não sei nada sobre esse castelo. Na verdade, eu mencionei o nome do castelo para algumas pessoas um par de vezes em Korsor na Associação dos Aventureiros e na Guilda dos Ladinos, mas ninguém nunca ouviu falar deste lugar antes. Veja bem… meu palpite é que ele é um código entre os feiticeiros negros. Bem… é assim que os ladinos fazem, pelo menos.
Lucien estava um pouco decepcionado, já que havia apenas poucas pistas para ele encontrar aquele lugar em um país que era totalmente estranho para ele.
— Entendo. Alguma vez você contou isso para alguém? — Um sorriso gentil apareceu no rosto de Lucien.
— Nunca. Eu ainda estava à procura de um comprador. — Chris deu um suspiro de alívio. Parecia que suas mãos estavam a salvo agora. — É um prazer lhe ser útil, meu senhor.
Lucien assentiu.
— Bom trabalho.
Então, Lucien enfiou a espada na garganta de Chris sem qualquer hesitação. Os olhos de Chris estavam abertos, mas ele não conseguia fazer nenhum som. Seu sangue borbulhava de sua boca e garganta. Lucien tirou calmamente a espada do pescoço dele.
— Você sabe demais.
Embora Lucien não achasse que seria capaz de encontrar o chamado Castelo Carendia, ele não queria correr qualquer tipo de risco ali, por via das dúvidas, especialmente porque ele não confiava nem um pouco em Chris. Quem sabia se o malandro não iria vender essas informações para outra pessoa depois?
Embora no início ele tivesse se sentido mal ao matar uma pessoa, Lucien teve que admitir que agora se sentia muito menos culpado por matar alguém que poderia representar um grande perigo para ele, contanto que a pessoa não fosse seu amigo ou inocente.
O corpo de Chris bateu no chão de madeira da carruagem e fez um baque.
Uma pequena chama apareceu na ponta do dedo de Lucien e rapidamente queimou o pedaço de papel completamente. Então, sem hesitação, Lucien abriu a janela da carruagem e chamou o nome de Betty suavemente:
— Betty, você poderia vir até aqui?
Embora sua voz tivesse sido baixa, Betty ainda foi pega de surpresa.
— Sr. Evans! Você me assustou um pouco! — Embora ela estava reclamando, havia um sorriso doce em seu rosto.
Em seguida, Betty se levantou e caminhou em direção à carruagem e, neste momento, o que uma vez foi mencionado por Joanna e Simon de repente lhe veio à mente: não era incomum ter alguns clientes pedindo alguns serviços… “extras” se a sua guarda fosse bonita ou tivesse um belo corpo. Se o cliente fosse generoso o suficiente e não fosse chato com a guarda, alguns dos mais flexíveis quanto a sexo estariam dispostos a ter um relacionamento íntimo com seus clientes. Afinal de contas, eles também tinham necessidades fisiológicas, e haveria uma quantidade razoável de dinheiro envolvida.
No entanto, Betty se considerava muito conservadora e, embora o Sr. Evans fosse muito bonito e generoso, ela ainda não iria concordar. Quando Betty estava refletindo sobre como recusar a proposta do Sr. Evans, o jovem senhor lhe disse calmamente:
— Um ladrão se infiltrou na carruagem.
— O quê?! — Betty levantou o tom de voz e imediatamente cobriu a boca. Felizmente, nenhum dos outros acordou com sua exclamação. Ela rapidamente entrou na carruagem e viu um corpo deitado no chão. — Chris…?! Ele é um ladrão? — Os olhos de Betty se arregalaram. — Ele está… morto?
— Eu acho que sim, — Lucien respondeu em um tom sem emoção.
— Sr. Evans… — Betty se virou e olhou para ele. —Você o matou?
— Sim. — Lucien sorriu. — Ele estava tentando roubar a minha espada, e ele falhou. Acordei durante o processo e o matei.
Como Betty sempre tinha considerado que Lucien fosse apenas um jovem nobre que nem sequer se atreveria a matar uma galinha, a reação dele depois de matar uma pessoa e o sorriso no rosto meio que assustaram ela, mas logo ela se acalmou.
— Sr. Evans, você é mais forte do que eu pensava, — disse Betty. Ela acreditava agora que este jovem nobre sentado em frente a ela deveria ter pelo menos o poder de um escudeiro de alto nível.
— Você pode lidar com o corpo, Betty? — Lucien não respondeu ao comentário de Betty, mas apontou para o corpo no chão.
— Claro, isso é culpa minha… Eu deveria pedir desculpas por deixar um ladrão se esgueirar em seu carruagem. — Betty abaixou a cabeça brevemente e então olhou para Lucien novamente com seus grandes olhos. — Sr. Evans, você pode manter isso em segredo da minha irmã e Simon? Ela ficaria bastante desapontada e furiosa se descobrisse que eu não estava fazendo um bom trabalho ao proteger o nosso cliente.
Lucien inclinou a cabeça e sorriu.
— Eu não vou contar à sua irmã. Basta ter cuidado. Não a acorde quando estiver dando fim ao corpo.
— Muito obrigado, Sr. Evans! — Betty estava muito grata, uma vez que este tipo de falha poderia ser muito ruim para seu registro como um guarda na Associação dos Aventureiros se o cliente decidisse se queixar para a organização. — Eu prometo que não vai acontecer novamente!
Betty começou a puxar o corpo para fora da carruagem. Ela não ia com a cara de Chris havia muito tempo, e nenhum guarda iria ter compaixão por um ladrão que estava tentando atacar o seu cliente.
— Espere um segundo, Betty. — Lucien perguntou: — Você já ouviu falar sobre um castelo chamado Carendia?
— Umm… — Betty franziu as sobrancelhas um pouco enquanto estava pensando, mas depois sacudiu a cabeça. — Não, nunca.
— Entendo. Obrigado. — Lucien assentiu com um pouco de desapontamento.
Embora Betty ainda fosse uma menina jovem, para sua idade ela era relativamente experiente como uma aventureira. Com muita cautela, ela fez um ótimo trabalho na tarefa dada por Lucien.
Na manhã seguinte, embora as outras pessoas, incluindo os dois bardos, estivessem bastante surpresos por Chris ter deixado o acampamento sem dizer nada a ninguém, ninguém realmente se importou. Por outro lado, Betty, que se sentia bastante grata a Lucien por guardar seu segredo, estava agora mostrando ainda mais respeito e entusiasmo para com ele.
Na noite do terceiro dia, a carruagem chegou a uma bifurcação na estrada. A estrada para o norte levava para dentro da floresta, para Neblinosa, conhecida pelas pessoas nesta região pela sua produção madeireira, e a que ia para o noroeste seguia em direção a uma cidade mineradora chamada Neese.
Ambas as estradas poderiam levá-los a Korsor, embora a do norte era o caminho menos movimentado, mas também mais acidentado. Como Lena precisava ir para Neblinosa, eles escolheram a estrada para o norte.
Po espero que essa merda de ele não ser reconhecido acabe logo