Trash of the Count’s Family – Capítulo 166

Clique.

Algo ainda mais chocante do que o ar frio recebeu Cale, quando abriu a porta da carruagem.

— J-Jovem mestre-nim!

Havia alguém que parecia muito feliz em vê-lo, correndo em sua direção com os dois braços abertos.

Era o Anão-Rato Mueller. Ele nem vestia o casaco direito enquanto corria em direção a Cale parecendo prestes a chorar.

— O que há de errado com ele?

Cale olhou para Choi Han. No entanto, o herói encolheu os ombros como se também não tivesse ideia. Mueller chegou na frente de Cale naquele momento e começou a recuperar o fôlego.

— J-Jovem mestre-nim.

— O quê?

O Mueller normal se encolheria de medo na frente de Cale. Ele ficou confuso com o quão diferente Mueller estava agindo do normal.

Mueller agarrou a lateral da calça de Cale naquele momento.

“O que está acontecendo?”

A expressão desesperada de Mueller confundiu Cale, mas ele primeiro empurrou Mueller antes de perguntar.

“Algo está estranho.”

O valor de Mueller estava aumentando depois de projetar as muralhas do castelo e o Navio Tartaruga Dourada. Por que parecia tão assustado quando deveria estar andando com a cabeça erguida?

— Prefiro seguir você por aí! I-Isso é justo!

Cale fez sinal para Choi Han cuidar de Mueller por enquanto e entrou na Vila Harris.

Não havia guardas lá naquele momento.

Os soldados e cavaleiros que estavam ali antes retornaram ao Castelo Henituse.

Parte disso era porque era um segredo que Cale estava movendo a tribo dos Tigres para a Vila Harris, mas o mais importante, a tribo dos Tigres não precisava de soldados para protegê-los.

Além disso, aqueles soldados e cavaleiros estavam treinando sob o comando do Capitão Cavaleiro no castelo.

Cale olhou para a cerca de madeira que Mueller havia ajudado a projetar antes de entrar na vila cercada de neve.

“Parece divertido!”

Raon começou a falar.

A expressão de Cale ficou estranha.

— Hmm.

Ele podia ver jovens tigres, lobos e dois gatos rolando na neve.

“Eu também vou brincar!”

— Faça o que quiser.

Raon apareceu no ar e correu em direção às crianças que brincavam na neve.

— Gaah!

Cale ouviu um suspiro vindo de trás dele. Era Muller. O meio-anão parecia ter ficado chocado depois de ver Raon, quando se aproximou de Cale mais uma vez e apertou suas calças.

Cale não o afastou dessa vez. Olhou para o homem de trinta anos que parecia uma criança e começou a falar com simpatia.

— Tigres e gatos são da mesma família felina.

Mueller acenou com a cabeça tão vigorosamente que sua cabeça poderia cair.

Cale deixou Mueller se esconder atrás dele. Era porque havia Gatos e Tigres correndo em direção a eles.

— Uau! Faz tanto tempo!

— Você finalmente chegou!

On e Hong foram os primeiros a chegar a Cale. Choi Han, que estava ao lado dele, soltou uma risada. Porque podia ver os cantos dos lábios de Cale se contorcendo.

— Nós sentimos saudades de você!

O gato vermelho Hong, que usava roupas grossas, esfregou a cabeça na perna de Cale. Mueller escapou rapidamente para trás de Choi Han.

— Ouvimos dizer que você se machucou.

A gata prateada On, que cresceu um pouco mais, depois de completar doze anos, circulou em torno de Cale. No entanto, doze anos ainda era jovem, então respondeu à criança preocupada.

— Sim, tossi sangue.

On e Hong, assim como os jovens tigres e lobos ao redor deles, começaram a franzir a testa. Raon também começou a franzir a testa.

Cale não se importou quando engoliu em seco ao ver alguém se aproximando à distância.

— Bem-vindo, jovem mestre-nim.

— Sim, há quanto tempo.

Comparado com o Cale bem embrulhado, o xamã Gashan tinha apenas uma fina camada de roupas nele. Gashan começou a sorrir com os olhos fechados.

— O vice-mordomo Hans nos contou o que você fez no Império.

O que você fez no Império.

Cale foi contatado por muitos lugares por causa disso.

Todos os nobres do Nordeste, assim como nobres de todo o Reino, o convidaram para diversas comemorações. A única exceção era Eric, que havia enviado uma carta preocupada verificando a condição de Cale.

Cale respondeu casualmente, já que já tinha ouvido isso muitas vezes.

— É mesmo? A natureza não disse mais nada para você?

— Huuu.

Cale se encolheu ao ouvir o barulho saindo da boca de Gashan.

Ele se arrependeu de perguntar sobre a natureza.

Ele olhou fixamente para Gashan, que se agarrou a seu cajado. Naquele momento, Gashan inclinou um pouco a cabeça e começou a falar.

— A natureza disse que… O Norte estará cheio de ar quente neste inverno.

“Uau.”

Cale ficou maravilhado. No entanto, sua expressão estóica fez Gashan continuar a falar sem questionar.

— A Aliança do Norte não é nossa inimiga? Estou preocupado que o ar quente que enche o Norte signifique que coisas boas vão acontecer com eles.

— Não precisa se preocupar com isso.

A voz confiante de Cale fez os guerreiros que vieram com Gashan olharem para ele.

Cale sorriu gentilmente para eles.

— Só precisamos fazer o que precisamos fazer. As coisas correrão como desejamos.

— Entendo. Não há necessidade de se preocupar com coisas que estão tão distantes no futuro.

Gashan acenou com a cabeça enquanto Cale pensava consigo mesmo.

“A natureza é realmente psíquica.”

Tap. Tap.

Cale virou a cabeça para ver um Dragão Negro chocado batendo em seu ombro. O garoto de seis anos estava olhando para Gashan com espanto.

Cale ouviu a voz de Raon em sua cabeça.

“Humano! Isso é incrível! Tenho certeza de que o xamã Tigre não sabe sobre a ‘Fúria do Dragão!’”

Fúria do Dragão.

Esse era o nome do pilar de fogo que Eruhaben havia criado.

Cale apenas sorriu para Raon.

“É aquele sorriso de novo!”

Raon balançou a cabeça e voou em direção a On e Hong. As crianças, agora com uma média de nove anos de idade, sussurravam umas para as outras enquanto Cale as ignorava e começava a andar.

— Vamos para casa.

— Sim, senhor.

Casa.

Choi Han e Gashan seguiram atrás de Cale. Mueller se certificou de ficar o mais longe possível de Gashan enquanto os seguia ainda segurando as calças de Cale.

A casa da qual Cale estava falando era naturalmente a Vila da Super Rocha.

Algumas pessoas foram até a entrada dela para cumprimentá-lo. Cale começou a sorrir assim que os viu.

— Tão traiçoeiro!

— Sinto que ele está tramando algo de novo!

— Você está certo! É aquele sorriso de novo!

Hong, On e Raon. Os comentários rápidos desses três foram ignorados enquanto Cale olhava para as pessoas na entrada da caverna.

Normalmente, Lock, Hans e Rosalyn seriam aqueles a cumprimentá-lo na entrada. Era por isso que ele esperava que estivessem ali naquele momento também.

No entanto, as pessoas na entrada da caverna eram pessoas completamente inesperadas.

— Você está aqui?

Era a mestra espadachim, Hannah. Ela estava encostada na lateral da caverna com os braços cruzados. Cale não prestou muita atenção à curta saudação dela e, em vez disso, olhou para as duas pessoas que a fizeram se mover.

Mexe, mexe, mexe.

A sacerdotisa louca, Cage. Ela estava roendo as unhas enquanto se apoiava em uma perna e balançava a outra. Ela estava tão imersa em seus próprios pensamentos que nem percebeu que Cale havia chegado.

— Seu deus maluco. Por que continua aparecendo em meus sonhos e gritando?! Agarrar as calças do jovem mestre Cale? O que diabos você está tentando dizer?!

Cage não conseguiu dormir direito nas últimas semanas.

Ela ouvia a voz do Deus da Morte em seus sonhos todas as noites. Estava fungando e choramingando sem parar.

Como um deus poderia agir dessa maneira?

Ele sempre murmurava a mesma coisa também.

“Finalmente, finalmente! Cale, aquele humano realmente é incomparável! Agora posso compartilhar uma bela morte com o mundo!”

Essa declaração não era muito estranha.

No entanto, Cage não podia acreditar no que ele diria depois disso.

“Você quer tentar ser uma Santa Donzela?”

Cage acordava naquele momento todas as vezes e gritava de volta.

“Que besteira! Você acha que sou louca?!”

No entanto, ela ouviu a voz do Deus da Morte junto com uma forte dor de cabeça quando respondeu dessa forma esta manhã.

“Faça o que quiser. Esse é o caminho que você deve seguir.”

Ele estava dizendo a ela para fazer o que ela queria fazer.

Isso a deixou ainda mais desconfiada.

— C-Cage-nim.

Ela podia ouvir a voz trêmula do Santo Jack.

Santo Jack. Ele vinha reclamando de insônia, dor de cabeça e coração trêmulo nos últimos dias. Disse que não ouviu a voz de um deus e que apenas se sentia estranho todos os dias.

Cage olhou para Jack enquanto ele chamava seu nome antes que todo o corpo dela começasse a tremer.

Uma sensação sinistra de repente a dominou.

— Filho de uma—!

Ela xingou enquanto virava a cabeça na direção daquele sentimento sinistro.

Ela já havia sentido essa sensação sinistra antes.

Era a mesma sensação que sentiu quando fez um voto diante do Deus da Morte para se tornar uma sacerdotisa.

Não, foi mais intenso do que naquela vez.

O fato dela ter sentido isso quando fez seu voto era um segredo, como ninguém mais havia sentido.

— Me xingando assim que me vê? Eu realmente gosto desse tipo de saudação.

O olhar de Cage pousou em Cale assim que virou a cabeça.

Ela respirou fundo. Tinha ouvido falar das coisas incríveis que Cale havia feito no Império. Debateu se deveria começar a conversa falando sobre isso, porém, o que saiu de sua boca foi algo que nem ela esperava.

— Jovem mestre-nim, o que trouxe com você?

A mente de Cage clareou assim que perguntou isso.

— Que coisa terrível você trouxe com você?

Este sentimento ameaçador.

Embora a Igreja do Deus da Morte tente embrulhar a morte como algo quente, Cage sabia a verdade.

Não havia nada mais cruel do que a morte justa e injusta.

A morte visita todas as pessoas, independentemente de você ser rico ou pobre, poderoso ou fraco.

Por isso era justo.

No entanto, também era injusto, porque tiraria a vida de uma boa criança enquanto deixava um maldito malvado viver até que se tornasse um homem velho.

Cage percebeu que Cale havia trazido algo com ele. Naquele momento, ouviu a voz de Jack em seu ouvido.

— Hã?

O Santo Jack estava olhando para Cale com uma expressão confusa. Estava batendo no peito como se não pudesse entender o que estava acontecendo.

Cale começou a sorrir ainda mais depois de ver a reação de Jack.

“Como esperado.”

A sacerdotisa louca, Cage, era uma pessoa incrível como ele esperava.

Cage era mais impressionante do que o Santo, Jack.

Foi uma longa jornada do Império à Vila da Super Rocha.

No entanto, Cale não foi parado por nenhum dos sacerdotes da Igreja do Deus Sol nem da Igreja do Deus da Morte em seu caminho de volta.

No entanto, o Santo Jack estava hesitando em se aproximar dele enquanto Cage se aproximava rapidamente.

Ela então começou a falar.

— Jovem mestre Cale, por que está com uma aura tão perigosa? Não é bom para sua saúde!

Cale observou a expressão de Cage enquanto ela compartilhava suas preocupações com ele.

— Senhorita Cage e Jack-nim.

Cale apontou vagarosamente para a entrada da caverna.

— Vamos entrar primeiro antes de conversarmos.

Cale assumiu a liderança enquanto se dirigiam para a Vila subterrânea.

Um momento depois, uma xícara de chá foi colocada na frente de Cale. O vice-mordomo, Hans, também colocou alguns lanches na frente dele antes de sair silenciosamente do quarto de Cale.

Cale se recostou no sofá localizado em seu quarto no quinto andar da vila pela primeira vez em muito tempo enquanto começava a falar lentamente.

— Por favor, beba um pouco de chá, porque nossos corpos estão frios.

Cage e Jack observaram Cale por um momento antes de pegarem lentamente suas xícaras e beberem o chá. Cage se acalmou um pouco depois de beber o chá calmante.

Nesse momento, dois itens foram colocados sobre a mesa.

Um velho espelho compacto.

E.

— Pffff!

Cage cuspiu o chá em sua boca.

Um livro.

Autor: Uma morte cordial.

Ping. Ping.

Um pouco do chá que ela cuspiu escorreu de suas bochechas até o chão. No entanto, nem Cage, nem Cale estavam prestando atenção nisso.

Cale escondeu seu nervosismo quando começou a falar.

Um item divino.

Cale não sabia muito sobre itens divinos.

— O que você acha?

No entanto, a sacerdotisa louca, Cage pegou o livro sem responder. Cale falou assim que viu Cage hesitando.

— Por favor, dê uma olhada.

Ela imediatamente pegou o livro assim que ele disse isso.

Foi naquele momento.

Shhhhhhh—

O livro branco de repente ficou preto.

Bang. Bang.

Cale virou a cabeça ao ouvir alguém batendo na janela.

— Humano! O que você está fazendo? Sinto uma aura muito assustadora!

Ele podia ver Raon gritando com o rosto achatado como uma panqueca na janela. Ele voou em algum momento, depois de brincar com On e Hong do lado de fora.

Sua velocidade rápida chocou Cale, que então ouviu a voz de Cage.

— Este……

Cale voltou a cabeça para ela.

O coração de Cale estava começando a bater rapidamente.

“Quão incrível seria este item divino?”

Ele podia ver Cage engolindo em seco.

Ela então começou a falar.

— Este… este é um item de uso único.

“Hã?”

Cale ficou chocado.

— Perdão? Senhorita Cage, o que acabou de dizer?

“Ouvi errado?”

Cale olhou para Cage novamente.

Ela lembrou o que o Deus da Morte havia dito a ela em seus sonhos e começou a falar.

Cale começou a ficar cheio de expectativa mais uma vez enquanto esperava o que a sacerdotisa tinha a dizer. Ela continuou.

— Eu mesma não tenho tanta certeza.

— Como é…?

Realmente era um item de uso único.

Mesmo Cage não sabia de mais nada.

Ela então informou a Cale do que viu.

— Este livro só tem uma frase que eu possa ver.

Cale lembrou o que havia lido depois de ouvir as palavras dela.

<Todas as formas de vida do mundo são lindas depois de mortas.>

<Você quer morrer?>

<Siga-me!>

<Venha aprender sobre a maneira mais fácil de morrer!>

Isso foi o que ele leu.

Mas era apenas uma frase para Cage?

Cale agora a observava com uma expressão diferente. Ela olhou para ele e lembrou-se de algo que o Deus da Morte disse na noite passada, depois de semanas de intermináveis soluços e comentários.

“Os heróis são existências que nem mesmo os deuses podem prever. Agora é hora de um herói emergir.”

O Nascimento de um Herói.

A sacerdotisa louca, Cage, afastou esse pensamento enquanto explicava a frase que leu no livro.

— Você está curioso sobre o método para matar a morte?

O livro com centenas de páginas foi reduzido a essa frase.