Trash of the Count’s Family – Capítulo 173

Cale e o grupo voltaram para a pousada em que haviam se hospedado anteriormente. Ele parecia estar fora de si assim que se sentou e recostou-se na cadeira.

“Humano, foi muito divertido! Eu realmente sou grande e poderoso!”

Por outro lado, o invisível Raon estava extremamente agitado. A Orca, Archie, murmurou para si mesmo em descrença.

— Aqueles malditos perversos.

Os malditos perversos de que estava falando eram os Elfos da Vila do Fim.

Cale olhou para o teto e lembrou-se da visão dos Elfos dando-lhes uma despedida chorosa.

–V-Você está indo embora depois de ficar tão pouco tempo? Estou muito triste.

–Foi como se tivéssemos visto o lindo sol sob este lago congelado pela primeira vez em muito tempo. Nunca esquecerei nosso tempo abençoado juntos pelo resto da minha vida.

Os elfos estavam chorando enquanto diziam coisas assim para Raon.

–Não se preocupem! Voltarei novamente com o vovô Douradinho!

Os elfos comemoraram depois de ouvir o comentário animado de Raon.

Cale estava cansado depois de ter que atravessar os Elfos e os Elementais para sair do Lago do Desespero. Cale então se lembrou do chefe elfo de meia-idade que continuou a acariciar sua mão.

–Não é como se fôssemos estranhos.

–Como acabei me tornando um coletivo, ‘nós’, com os Elfos?

Cale não sabia como isso tinha acontecido, mas decidiu que não era uma coisa ruim e deixou isso de lado em sua mente.

Clack!

Uma taça de vinho foi colocada na frente dele.

— Para que serve isso?

Esta era a pousada em que Cale se hospedou antes de entrarem no Lago do Desespero. Cale perguntou o significado daquela taça de vinho enquanto olhava para a dona da pousada.

A velha olhou para o grupo de Cale antes de resmungar para si mesma.

— Parece que voltaram vivos.

Cale havia dito o seguinte para a velha que havia perdido a filha e o genro no Lago do Desespero.

–Voltarei vivo e beberei todo o seu álcool.

Os cantos dos olhos da mulher tremiam. Cale perguntou brincando.

— É grátis, certo?

— Menino mau! Você parece rico!

A velha sorriu antes de espiar o lado da cabeça de Cale e acrescentar casualmente.

— Bem, parece que você já está quente e não precisa beber para se aquecer. Apenas um copo deve ser suficiente.

“Quente?”

Tanto Cale quanto Raon se encolheram.

“Humano! Essa vovó humana é estranha!”

No entanto, a velha voltou para a cadeira perto da lareira antes que Cale pudesse dizer qualquer coisa. O neto da velha, Sully, aproximou-se enquanto Cale continuava a observá-la.

— A vovó me pediu para lhe dar alguns petiscos também.

Ele moveu lentamente os pratos para a mesa. No entanto, sua expressão parecia complicada.

Ele estava muito curioso sobre o Lago do Desespero e como conseguiram voltar com vida, pois ele havia perdido seus pais no lago.

Também estava curioso sobre quem eram e também estava feliz por terem voltado vivos.

Mas, o mais importante, havia algo que chamava sua atenção.

— Perdão.

Ele não pôde deixar de perguntar.

Ao contrário de Cale, cujo cabelo era castanho graças à magia, aquele garoto na verdade tinha cabelos castanhos e sardas, o que o fazia parecer inocente.

Sully, que nunca havia saído daquela pequena vila perto do Lago do Desespero, esfregou os olhos quando começou a falar.

— Com licença, convidado-nim.

Cale começou a se sentir desconfiado.

O menino não estava olhando para ele, mas ligeiramente para o lado. Se olhasse de perto, poderia dizer que ele estava olhando para o espaço vazio ao lado da cabeça de Cale.

Pelo menos parecia vazio aos olhos de Cale.

Sully começou a falar.

— Me desculpe, não tenho certeza se há algo de errado com meus olhos. Ah, isso é muito estranho.

Ele murmurou um pouco antes de apontar para o ponto entre a cabeça de Cale e Choi Han.

— Parece haver uma pequena e redonda bola vermelha que parece uma bola de pelo vermelho? E-Estou tendo alucinações? Ah, o que há de errado comigo?

Sully esfregou os olhos.

No entanto, parecia haver uma bola de pelo vermelha flutuando ao lado de Cale, não importava quantas vezes ele esfregasse os olhos.

Cale começou a pensar naquele momento.

“Isso está me deixando louco.”

“Ele é um Elementalista?”

Cale não conseguia acreditar.

Raon começou a falar naquele momento.

“Humano, parece que ele consegue ver o Elemental!”

Cale naturalmente não conseguia ver aquela bola de pelo vermelha ao lado de sua cabeça. Raon e os outros também não conseguiam.

Isso porque o Elemental estava economizando energia por causa do ar frio.

No entanto, viram aquela bola de pelo vermelha embaixo do Lago do Desespero quando a sacerdotisa Elfa sorriu desajeitadamente e mostrou a eles.

–Com licença, Cale-nim.

A sacerdotisa elfa, Adite, tinha um olhar preocupado em seu rosto enquanto mexia os dedos.

–Se estiver tudo bem com você, um dos nossos, hmm, este bebê Elemental-nim que nasceu há menos de um ano gostaria de acompanhá-lo até a entrada da vila fora do lago. Tudo bem?

A bola de pelo vermelha semi transparente flutuou para o lado de Cale naquele momento. Cale olhou para Adite enquanto se perguntava que tipo de bagagem estava sendo colocada nele enquanto ela explicava rapidamente.

–Este Elemental-nim ainda não escolheu sua forma, mas ficará quente se o tiver ao seu lado. Os elementais mudam de forma quando determinam seus próprios caminhos.

Aquela bola de pelo vermelha que ainda não havia determinado seu caminho era um Elemental de fogo. Adite acrescentou rapidamente depois de ver Cale começando a franzir a testa.

–O Elemental-nim disse que respeita Cale-nim e realmente quer acompanhá-lo, a ponto de choramingar, não, sinceramente pediu.

–Ele me respeita?

Adite respondeu como se fosse óbvio.

–Sim, senhor. Ele disse que nunca tinha visto um fogo tão destrutivo e louco antes! E quer ser igual!

Cale respondeu imediatamente depois de ouvir por que esse Elemental de fogo bebê o respeitava.

–Vamos seguir caminhos separados assim que chegarmos à aldeia. Entendido?

–Sim, senhor!

Adite respondeu energicamente e a bola de pelo vermelha flutuou para o lado da cabeça de Cale antes de ficar transparente. Ele os seguiu até a pousada enquanto permanecia naquele estado transparente.

“Mas ele pode ver este Elemental transparente?”

Cale olhou além de Sully, que ainda esfregava os olhos como se tivesse visto um fantasma, e olhou para a velha.

Ele se lembrou do que ela acabara de dizer.

–Bem, parece que você já está quente e não precisa beber para se aquecer.

Cale se encolheu ao se lembrar dessa declaração. A palavra ‘Elementalista’ estava presa na mente de Cale. Ele voltou seu olhar para Sully.

— Ahhh!

Sully de repente cobriu o rosto com os braços em estado de choque.

Clang.

A bandeja caiu no chão.

— A bola de pelo de repente está flutuando em minha direção!

Sully tinha uma expressão chocada no rosto enquanto continuava a olhar em volta e a bola de pelo vermelha flutuava ao seu redor.

Cale imediatamente se virou para a velha. Ela estava sorrindo brilhantemente com os dentes à mostra.

— Meu marido me contou, quando disse a ele que podia vê-los. Ele falou que eles eram Elementais.

A velha olhou para Cale e continuou a falar.

— Fiquei aliviado por minha filha não poder vê-los. Eu me preocupava que ela fosse como eu.

Eles. Ela estava definitivamente falando sobre os Elementais.

Cale podia ver o arrependimento em seus olhos.

— Por ter sido seduzida por eles, me estabeleci nesta Terra do Desespero para poder vislumbrá-los quando aparecessem. Mas esse maldito lago seduzia as pessoas mesmo que não pudessem ver os Elementais.

A velha voltou o olhar para o neto.

Ela ficou aliviada por não os ver por décadas.

Era doloroso ver vislumbres desses belos Elementais que se recusavam a se aproximar dela.

No entanto, seu neto podia vê-los.

— Acho que podem acabar abordando as pessoas primeiro também.

Ela nunca tinha visto algum deles tomando a iniciativa de se aproximar de um humano.

A velha olhou para trás e para frente entre Sully, o Elemental, e Cale, com quem o Elemental veio originalmente, quando começou a sorrir.

— Você mostrou algo inútil para o meu neto, então pague pelo álcool.

Cale balançou a cabeça.

— Vou abusar da sua generosidade, já que disse que a bebida era por sua conta.

Choi Han e Archie olharam para Cale depois desse comentário. No entanto, Cale não se importou enquanto continuava a falar com a velha que ainda sorria.

— No entanto, vou pagar bem pelos salgadinhos.

— Hehe, que garoto engraçado. Você claramente parece um nobre.

O grupo se encolheu com as habilidades de observação da velha, mas Cale não se importou ao olhar para Sully.

“Não esperava que ele fosse um Elementalista.”

Cale se envolveu com uma existência inesperada. A voz de Raon podia ser ouvida na mente de Cale.

“Humano! Ele irá conosco também?”

“Não. Por que ele faria isso?”

Cale não queria se envolver com outras pessoas sem motivo.

Não havia razão para alguém como ele, que tinha poderes antigos de todos os elementos, ter um Elementalista ao seu lado.

“Embora eu realmente não tenha todos os elementos.”

Cale tocou o colar com a Água Supressora de Fogo dentro. Ele então relembrou a conversa que teve com a sacerdotisa Adite.

–Você sabe quem é o juiz?

–O juiz?

–Sim. Aparentemente, há um juiz que foi para o continente oriental.

O juiz que a Árvore do Mundo lhe disse para encontrar. Cale pensou em perguntar a Gashan e Ron que eram originalmente do continente oriental, mas perguntou a Adite apenas por precaução.

Adite passou a mão pelo cabelo antes de balançar a cabeça.

–Não. Nunca ouvi esse nome antes.

–É mesmo?

Cale não esperava muito.

–Sim, senhor. Mas ouvi falar da Água do Julgamento.

–O quê?

Ele acabou ouvindo algo inesperado.

Adite parecia preocupada enquanto continuava a falar.

–A Água do Julgamento é um poder antigo.

Adite trouxe uma velha tábua de madeira da biblioteca da aldeia em vez de explicá-la.

–Lembro-me porque a informação na tábua era bastante chocante.

–Posso pegar emprestada?

–A tábua?

Adite olhou para Cale como se perguntasse se ele estava falando sério antes de finalmente acenar com a cabeça.

–Sim, senhor. Por favor, faça o que quiser.

Cale entendeu por que Adite teria ficado chocada ao lê-la.

Havia três linhas de texto na tábua. Esta era a primeira linha.

<Carta de Renúncia>

E então a segunda linha.

<Árvore do Mundo, sua idiota estúpida! Agora estou livre!>

Parecia intenso.

Cale teve um pressentimento naquele momento.

“A Água do Julgamento. Essa também parece uma lunática.”

Ele teve certeza depois de ler a última linha.

<A Água do Julgamento? Sou um espírito livre agora!>

“Posso acabar tendo que pegar outra coisa estranha.”

Foi isso que passou pela cabeça de Cale depois de ler as declarações na tábua.

Ele tomou um grande gole de álcool para aliviar sua frustração. Então observou silenciosamente a bagunça que Sully e o Elemental de fogo invisível estavam criando.

“Vou me encontrar com eles de novo?”

Havia esse elemental de fogo bebê que tinha uma boa chance de crescer de uma maneira ligeiramente destrutiva, Sully que era extremamente inocente a ponto de parecer um pouco estúpido e a avó esperta.

Cale previu que não os encontraria novamente no futuro.

No entanto, não conseguia ouvir o que o elemental de fogo estava dizendo no ombro chocado e confuso de Sully.

“Raio de fogo. Respeito. Mar de fogo. Força.”

A forma do Elemental de fogo que murmurava continuamente essas palavras lentamente começou a mudar. No entanto, ainda era apenas uma bola de fogo, tornando todos incapazes de prever sua forma futura.

No entanto, o Elemental do fogo não fugiu de Sully.

Cale não tinha como saber, pois não podia ver ou ouvir o Elemental.

— Finalmente chegamos.

Choi Han observou a cidade de dentro dos portões do castelo.

Os telhados pontiagudos estavam cobertos de neve branca. Os telhados brancos faziam com que parecesse um reino de neve.

Choi Han, que atualmente usava uma túnica branca de sacerdote, virou a cabeça para o lado.

Um homem de cabelos brancos.

Cale estava arrumando seu manto de sacerdote e sorrindo gentilmente.

— Nosso destino não é longe. Vamos todos juntos.

Cale havia entrado na capital do Reino de Paerun, Bago.

Ele não teve problemas para entrar com a carteira de identidade que o príncipe herdeiro Alberu havia criado para ele ao entrar vestindo o manto de sacerdote.

Raon começou a falar em sua mente.

“Humano, está tendo um festival aqui?”

Telhados brancos e neve branca. O castelo branco à distância. Havia muitas decorações no castelo.

Rosalyn se aproximou de Cale e começou a falar.

— Sacerdote-nim, a cidade de Bago está tão decorada. Está acontecendo um festival?

Ela olhou em volta enquanto fazia a pergunta. Parecia haver muitas pessoas passando pelos portões. As ruas da capital estavam lotadas, apesar do frio.

Choi Han também viu isso e olhou para Cale em busca de respostas. A Baleia de meio-sangue, Paseton, começou a falar naquele momento.

— Vocês vieram aqui sem saber?

— Sobre o quê?

Rosalyn tinha sido uma princesa herdeira no passado, mas não tinha motivos para memorizar os festivais do reino mais ao norte.

Paseton olhou para Cale depois de ouvir sua pergunta.

Cale começou a falar com uma expressão calma.

— O Reino Paerun tem um festival único em janeiro.

— Miaaaaau.

O gatinho vermelho Hong deu um tapinha no braço de Cale e o incentivou a contar a eles. Cale acariciou o pelo de Hong enquanto continuava a falar.

— Eles trazem oferendas ao lago que supostamente contém as lágrimas do deus, a fim de rezar para que ele leve embora um ano de tristeza com antecedência. Há celebrações em toda a cidade de Bago também.

Choi Han se encolheu.

Parecia um momento importante.

Mas iriam iniciar um incêndio no lago com as lágrimas do deus.

Ele tinha a sensação de que isso se sobreporia a este festival.

Choi Han olhou para Cale. Ele sussurrou baixinho para evitar que outros ouvissem.

— Não queremos prejudicar ninguém, por isso não o faremos no dia da oferenda. Aparentemente, todos eles se reúnem na praça para dançar na última noite.

A última noite. As pessoas vão se reunir na praça para a finalização, a fim de dançar e cantar a noite toda.

Ninguém estaria no lago, exceto os guardas. Era fácil se mover sem ferir alguns guardas.

Cale sorriu enquanto fazia uma pergunta ao grupo.

— O festival não deveria terminar com fogos de artifício?