Trash of the Count’s Family – Capítulo 179

Porém, a voz da Super Rocha sumiu assim que ele pousou no campo.

— Isso não é um campo?

— Este é o lugar certo.

Cale respondeu à pergunta do invisível Hong enquanto se aproximava do ponto mais silencioso da propriedade.

“Não há dispositivos mágicos!”

Era possível, porque Raon já o havia informado com antecedência.

A família do Cavaleiro Guardião de Sekka.

Cale naturalmente reuniu todas as informações que pôde sobre a casa. Por isso sabia sobre este local.

Ele poderia dizer imediatamente que este era o ‘campo’ sobre o qual ele havia descoberto.

A pessoa que foi o primeiro Duque da família Sekka, bem como o primeiro Cavaleiro Guardião. Essa pessoa criou um jardim na frente, um jardim nos fundos e um pequeno campo no canto.

Ele pessoalmente manteve o campo quando ficou velho. Cultivava todos os tipos de vegetais, fertilizando-os, regando-os e repelindo insetos para mantê-los saudáveis.

A maneira como ele cuidava do pequeno campo parecia tão simples e modesta que se tornou outra maneira de descrever o comportamento do homem.

Foi por isso que a família usou esse campo mesmo após a morte do homem.

No entanto, o número de pessoas que usavam pessoalmente esse campo diminuiu com o passar dos anos e, no final, agora permaneceu apenas uma parte da história, sendo mantido para parecer limpo, mas não usado para mais nada.

Mas o fato deles cuidarem desse campo inútil por causa da história e mantê-lo por tanto tempo ainda era uma ação louvável.

— Isso é legal.

Foi por isso que Cale apenas caminhou pelo campo e comentou sobre sua condição decente.

“Humano, vamos cavar?”

Ele ignorou a pergunta de Raon.

Swooooooosh—

Em vez disso, se concentrou no som do vento.

Cale olhou em volta. Ele podia ver o jardim dos fundos, bem como os prédios da propriedade que estavam bem iluminados, mas calmos, ao contrário da praça caótica. Claro, as pessoas lá dentro provavelmente não conseguiam dormir.

Ele também podia ver o campo.

Finalmente, ele pôde ver um pequeno galpão ao lado do campo.

Era um galpão pequeno e antigo.

— Deve ser isso.

Cale começou a sorrir.

Ele rapidamente se dirigiu para o galpão. Era tão pequeno, que Cale precisou se agachar para entrar.

Choi Han observou Cale olhar para o galpão antes de ficar de pé no campo para manter a guarda.

Tap. Tap.

Choi Han olhou para baixo depois de sentir algo bater em seu sapato. Não havia nada lá.

— Miaaaau.

Ele então ouviu o miado de On. A névoa começou a aparecer lentamente para cobrir a área ao redor do local.

Choi Han estendeu a mão em direção a aquela aliada invisível e confiável e On subiu em seu braço para se sentar em seu ombro.

Cale não prestou atenção aos arredores escuros e enevoados quando parou na frente do galpão e se agachou. Ele viu uma porta enferrujada.

Tentou puxar a porta com toda a sua força.

Kriiiik, kriiiiiiik!

— Hmm.

Ele não se mexeu.

Parecia estar muito enferrujado para se mover.

— Sim.

— Miaaaaau.

Ele ouviu o suspiro de Raon e o miado de incredulidade de Hong. Cale ignorou e abriu a porta.

— Raon.

“Entendi, nosso fraco humano. Eu nem preciso usar magia nisso. Minha pata dianteira é suficiente.”

Cale não pôde deixar de pensar no comentário de Raon.

“Você pode abrir portas com essas suas patas curtas?”

Aparentemente, ele podia.

Crack!

A porta tinha duas marcas no formato das patas de Raon ao ser facilmente aberta. Não, quebrou. Cale olhou para a porta mal pendurada e começou a falar.

— Vamos apagar essas impressões.

“Tudo bem.”

Crack, crack, bang!

Raon agarrou a porta e chutou mais algumas vezes. No final, as impressões desapareceram e um grande buraco as substituiu. As pessoas nunca esperariam que fosse a pata de um dragão agora. Parecia mais que um orbe de mana foi usado para arrombar a porta.

— Eu poderia ter derretido com veneno.

Cale ignorou a voz triste de Hong.

Ele então deixou as duas crianças para trás ao entrar no galpão. Não conseguia nem ficar em pé ali.

— Raon, luz.

Uma pequena esfera de luz apareceu para iluminar o galpão. A expressão de Cale ficou estranha.

— Ferramentas agrícolas…?

Ele só podia ver ferramentas agrícolas.

Havia uma pá que parecia bem nova, uma enxada que parecia ter alguns anos e uma picareta velha. Havia muitas outras ferramentas diversas também.

Cale pegou a enxada. Havia uma em sua bolsa mágica também.

Embora desejasse que esta velha enxada fosse o item divino, infelizmente, o vento apontava para o canto.

Cale olhou para o canto cheio de itens diversos.

— Haaaa.

Ele suspirou antes de se agachar para limpar os itens. Embora parecesse cafona ao afastar os itens, Cale estava concentrado no trabalho.

No entanto, ele franziu a testa e começou a falar.

— Hora de pagar.

— Miaaau.

Hong veio para ajudar.

— Humano, vamos soprar com o vento! Uhh, o galpão também voará se fizermos isso?

Raon estava falando alto enquanto estavam dentro do galpão.

— Sim, vai.

— Entendi! Mas algo está estranho aqui!

“Estranho?”

Cale jogou um prato de cobre para o lado enquanto olhava para Raon.

Raon notou os itens divinos da última vez com base nos sentimentos que teve.

— O que está estranho?

Raon respondeu alegremente à pergunta de Cale.

— Raiva! Destruição!

“O quê…?”

— Um rancor!

“Um rancor?”

— Essas são as coisas que consigo sentir!

Clang.

Uma pequena pinça na mão de Cale caiu no chão. Ele havia encontrado o item que o Som do Vento estava tocando naquele momento. A voz de Raon continuou também.

— Sim! Esse é o item! Sinto um rancor frio como o inverno vindo dela! Parece a vingança da neve! Ah, esse é um bom nome! A vingança da neve!

“Isso está me deixando louco.”

Cale olhou para o item que Raon estava chamando de ‘Vingança da Neve’.

Era um regador.

Parecia um regador azul comum.

Ele só tinha um design desatualizado devido à idade.

Cale cobriu o rosto com as duas mãos.

Isso não parecia ser as ‘Lágrimas de Deus’.

“Raiva e rancor? Soa mais como ‘Fúria de Deus’ do que Lágrimas de Deus.”

— Hã?

Cale baixou as mãos do rosto.

Não havia razão para que toda a lenda fosse verdadeira.

— Talvez?

Cale olhou para Raon, que piscou os olhos redondos algumas vezes antes de dizer ‘ah!’, como se percebesse o que Cale estava pensando.

— Humano, não acho perigoso para nós! Não está com raiva de nós!

Cale imediatamente pegou o regador depois de ouvir o comentário de Raon.

Ele então o inspecionou minuciosamente. Não havia nada do lado de fora, no fundo, nem no topo. Nada mesmo. Ele não viu nenhuma escrita.

— Eu estava errado?

Cale lembrou-se do livro do Deus da Morte. Ele esperava que algo estivesse escrito naquele regador também. Claro, havia itens divinos como o item divino do Deus Sol que Cale não conseguia ver nada.

Clique.

Cale abriu a tampa do regador com decepção. Também não havia nada dentro dele.

“Não tem nada aqui?”

Ele suspirou antes de fechar a tampa.

— Ah.

Ele então abriu de volta e virou a tampa.

— Ha, haha—

Cale começou a rir.

Havia uma linha de texto muito tênue embaixo da tampa. Quase parecia ser uma decoração com padrão de renda.

Cale apontou para as palavras e fez uma pergunta a Raon.

— Você pode ampliar com magia?

— Claro que posso! Eu sou grande e poderoso!

Raon olhou para as palavras na tampa e começou a falar.

— São palavras!

— Leia.

Cale ordenou imediatamente a Raon, que lentamente começou a ler.

— A mesma coisa se repete! Parece ter pelo menos cem repetições!

Cale estava curioso sobre o conteúdo do pequeno texto que estava escondido na forma de um padrão.

A voz de Raon ecoou dentro do pequeno galpão.

— A vida acaba sem nada. A água eventualmente transbordará, mesmo que você construa uma represa. Eu criei um rio para a terra congelada, mas todos vocês o impediram de fluir.

Cale percebeu que havia algo errado desde o início.

O lago da lenda das ‘Lágrimas de Deus’ não era realmente um lago.

Era um rio.

Raon continuou a ler.

— Há apenas uma conclusão para todos vocês que afugentaram minha criança preciosa para satisfazer sua ganância.

“Criança preciosa? A lenda diz que o deus deixou para trás um Cavaleiro Guardião?”

A declaração final saiu da boca de Raon.

— Tudo voltará ao normal assim que o rio finalmente fluir.

Raon terminou de ler e olhou para Cale.

— Raon, que tipo de letras você vê?

— É uma língua rúnica!

— Sério?

Raon havia lido a linguagem rúnica semelhante ao que eles viram no livro do Deus da Morte. O fato de não ser um item mágico, embora a linguagem rúnica estivesse escrita nele, tornava provável que a verdade estivesse escrita neste regador.

Claro, esta era a verdade da perspectiva do deus.

Cale pensou nas informações uma de cada vez.

O deus originalmente criou um rio para o norte congelado. No entanto, as pessoas que viviam nesta terra no passado transformaram o rio em um lago para acumular água para si.

Isso fez o deus se enfurecer e deixar para trás esse item divino.

Além disso, o povo afugentou o precioso filho do deus antes de criar o lago.

Se essas afirmações fossem verdadeiras, isso significava que a lenda atual havia mudado muitas informações.

“O Cavaleiro Guardião não é alguém que o deus selecionou.”

O Cavaleiro Guardião que os cidadãos do Reino de Paerun e até o próprio Clopeh acreditavam ser escolhido pelo deus tinha uma história completamente diferente.

“Essa criança preciosa é rival do Fogo da Destruição?”

Ele lembrou o que a Super Rocha havia dito.

“Você está tentando destruir os vestígios do eterno rival do fogo?”

Ele estava se sentindo como se um monte de coisas complicadas tivesse se reunido.

Mas Cale logo parou de pensar nisso.

Não havia razão para descobrir tudo agora. Este não era o momento nem o lugar para fazer isso.

Cale olhou para o regador.

— Raon, vamos guardar isso por enquanto.

— Tudo bem! Isso não nos trará nenhum mal!

Raon imediatamente colocou o regador em sua dimensão espacial. Cale então rastejou de volta para fora do galpão apenas para ver que uma névoa espessa estava cercando a área.

Cale ergueu a cabeça e viu que Choi Han havia se aproximado dele. Então fez uma pergunta.

— Está quase na hora?

— Sim, Cale-nim. Acho que eles estarão aqui em breve.

Cale deu uma ordem para On e Hong.

— Vamos começar.

Miaaaaau.

A névoa ao redor do campo começou a se espalhar. A névoa era completamente branca. Estava cheia de veneno que faria as pessoas perderem o senso de direção. Essa névoa venenosa cercou Cale e o campo em que estavam. No entanto, a névoa não tocava Cale em nada. Apenas o cercava para protegê-lo.

“Humano, vamos para o Arm agora? Vamos pegar as coisas deles?”

— Ainda não.

Cale balançou a cabeça com a pergunta de Raon. Ele então corrigiu sua resposta depois de ouvir a voz de Choi Han.

— Parece que chegaram.

Choi Han olhou para o portão principal. Sentiu uma forte presença que se fazia conhecer ao aproximar-se da porta.

— Eles estão aqui! Chegou a agora?

— Sim. Vamos dizer olá para o Arm.

Choi Han se encolheu com a frase de Cale.

No entanto, Cale pediu a Raon para usar a magia de voo em um comportamento descontraído.

Seu corpo que estava cercado pela névoa venenosa lentamente começou a flutuar.

Foi naquele momento.

Baaaaang!

Baaaang!

Barulhos altos ecoaram por toda a propriedade Sekka, fazendo com que toda a área se tornasse barulhenta. Cale pôde ver o que estava acontecendo assim que pousou no telhado.

— Hahahaha! Que fraco!

Um homem que usava uma máscara preta e a roupa surrada da organização secreta ria enquanto pisava nos restos da escultura do wyvern que acabara de destruir.

A Orca, Archie, destruiu aquelas esculturas feias com as próprias mãos. Archie havia recebido essa ordem de Cale no início do dia.

“Faça como quiser.”

Archie balançou os punhos na direção dos cavaleiros que corriam em sua direção.

Baaaang!

O último wyvern, o símbolo do Cavaleiro Guardião, foi destruído. Archie foi capaz de fazer o que quis pela primeira vez em muito tempo.

— Uau, isso é um wyvern ou uma mosca? Que fofo! Eles quebram tão facilmente se você apenas tocar neles! Ahahaha!

Cale sorriu com satisfação ao observar Archie agindo como um lunático. Rosalyn e Paseton, que usavam a mesma roupa surrada, estavam parados atrás de Archie.

— Maravilhoso.

Cale olhou para os cavaleiros e para o Leão que se dirigia para eles enquanto desfrutava da brisa fria.

O Leão usava uma armadura de couro em vez do uniforme do Arm. Ele começou a gritar com uma carranca no rosto.

— C-Como eles se atrevem a usar roupas falsas tão horríveis! Devem ser aqueles desgraçados!

Cale se sentiu ainda melhor.

— O ar da noite é tão refrescante.

Ainda estavam no meio da noite.